Affectum Serpentis escrita por Lady Holmes


Capítulo 4
Cheiro de tapete, livros e um odor amadeirado


Notas iniciais do capítulo

Olá todos os bruxos e bruxas que estão em Hogwarts acompanhando essa fic.
Amy mandou outro oi e pediu que, por tudo que é mais sagrado para Merlin, não contem a ninguém o que irão ler sobre ela hoje. Ela disse que está apavorada consigo mesmo por ter acontecido aquilo.

Bem, me desculpem por qualquer erro. Eu corrigi e arrumei, mas nunca se sabe né.

A novos leitores: bem vindos. Aos velhos: obrigada por ainda acompanhar. A todos: uma ótima leitura e até a próxima.

PS: deixo aqui uma one de halloween escrita para um concurso, ela é baseada em Supernatural, então, se demônios te atraem.. > http://fanfiction.com.br/historia/431170/Going_to_Hell/



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- Amy! - Gritava desesperada, Minerva McGonagall. Era manhã de domingo e a garota ainda dormia. Tudo seria normal se não fosse quase horário do almoço.

- Hãn? - Ele pediu, revirando-se na cama, puxando as cobertas vermelhas sobre a cabeça e deixando apenas uma confusão platinada para fora. - Eu quero dormir, me deixem dormir! - Dorea e Minerva se olharam, travessas. Há alguns anos, a Black também tinha problemas para acordar e Minerva criou um sistema muito interessante.

- Ou você levanta agora, Amy. - Disse Dorea.

- Ou terei que ser firme. - Amelia sabia que Minne seria. Porém, o que significava nem passou pela sua cabeça.Na noite anterior, Amy havia demorado horas para finalmente dormir. Estava cansada, preocupada e com medo. Tudo junto e misturado, fazendo que, mesmo morrendo de sono, seus olhos desejassem ficara abertos e sua mente ligada em cada mínimo som que pudesse escutar. Ela divagou sobre todos os acontecidos e o sono apenas chegou tarde de mais. Agradeceu a Merlin, quando as duas jovens lhe deixaram dormir até a hora do almoço, porém, ela precisava de mais horas de sono.

- É sério meninas... - Ela começou a murmurar. - Eu não preguei o olho a noite toda... Deixem-me dormir. - Dorea riu.

- Ela é toda sua Minne. - Então a ruiva levantou a varinha e disse:

- Aguamenti! - O jato de água pura e gélida saiu, indo em direção da cama da loira. Quando foi atingida, Amy deu um salto, caindo sentada ao lado da cama. Seus olhos cinza estavam esbugalhados de surpresa. Minerva era fogo desde jovem!

- Ok! - Ela gritou, sentindo a água ainda tocar sua pele e arrepiar-se. - Estou acordada! - Minne extinguiu o feitiço e as duas amigas começaram a rir. Amy estava molhada, de mau humor e com o cabelo totalmente destruído. Precisava de um tempo para ficar bem. Levantou-se e foi ao banheiro, entrando para tomar uma ducha. A água quente do chuveiro fez seu corpo parar de tremer, o cabelo, que ficará super armado, diminuiu. Seria necessário um feitiço para que ele se arrumasse, mais uma vez. Ela saiu do banho, e usou a varinha para secar-se.

- Quenterralopus. - Disse ela, baixinho. Ficou seca e colocou uma roupa qualquer. Era uma calça no estilo militar e uma camiseta estranha. Por esse motivo, depois de olhar-se no espelho, ela usou um feitiço de transfiguração e transformou aquilo em uma jeans skin e uma camiseta com algum desenho desconhecido. Trocou as botas de combate pelo amado all star. No fim, ela podia dizer que eram roupas da nova moda dos trouxas. Inglaterra bruxa e Inglaterra trouxa não mantinham tanto contato naquela época ela esperava. Usou o mesmo feitiço sobre o cabelo, e mais alguns, que aprenderá sozinha em uma revista para bruxas adolescentes, que o faziam parecer que havia saído de um cabeleireiro. Para finalizar, fez um último aceno e uma maquiagem surgiu em seu rosto. Olhou-se no espelho e gostou do que via. Esperava que as roupas não fossem tão diferentes. Mas lembrando do que Minne e Dorea usavam, ela acreditava que não eram.

Saiu do banheiro e as duas amigas não estavam mais ali. Ela decidiu descer e encontrou as duas acompanhadas por Charlus e Septimus.

- A bela adormecida acordou! - Disse o ruivo. - Finalmente. Achamos que teríamos que trazer um príncipe para acordá-la, milady. - Amy riu com a piada e sorriu internamente por estar achando aquilo tão divertido. Era bom sentir-se tão bem com pessoas novamente.

- Weasley, se eu acordasse sendo beijada, ele poderia até ser rei que sairia com um sério problema de olho roxo. Quem sabe até um futuro problema na reprodução de outros reizinhos. - Todos riram. - Só estava cansada. Muita coisa acontecendo e pouco tempo para assimilar... Eu fiquei preocupada, no fim das contas. Não consegui adormecer cedo. - Minne, que era a única que sabia que a mãe, falsa, mas mãe, de Amy havia morrido recentemente, abraçou a garota.

- Via ficar tudo bem... Tosos aqui estão para você, ok? - Amy sorriu, concordando. Então se virando para os meninos, disse:

- Mestres, então, como ficam minhas metas? - Os dois deram um sorriso cúmplice e levantaram-se.

- Meta número um: ficarmos sem uma aula. - Disse Septimus.

- Meta número dois: conseguir pegar um Sonserino e não ser pega por ninguém. - Disse o moreno.

- Meta número três: tirar algum professor, de preferência o Slughorn, do sério. - Continuou o ruivo.

- E, meta número quatro: fazer uma pegadinha arriscada, e não ser pega. - Charlus terminou. Amy sorriu instantaneamente, sabendo qual seria sua escolha. As bombas de bosta, afinal, serviriam para alguma coisa.

- Eu tenho o prazo de uma semana para colocar Hogwarts em alerta vermelho, certo? - Os dois concordaram. Amelia riu, abrindo um sorriso brincalhão - Tempo o suficiente.

- Bem, agora que vocês estão conversados, que tal irmos para o almoço? - Disse Dorea. Todos concordaram, afinal, estavam famintos. Amy sentiu a barriga festejar quando escutou a palavra almoço, como se soubesse que estava indo alimentar-se.

Já no andar do Salão Principal, Amy viu Tom e Abraxas caminhando lado a lado. Atrás da dupla, havia mais dois garotos e ou pouco ao fundo, estava Callidora com uma linda loira de olhos safira. Amy torceu o rosto, tendo mais certeza ainda que Riddle era sinônimo de problema. A lista apenas crescia: Sonserino, Monitor Chefe, amigo de um Malfoy e, ao que tudo indicava namorado de uma Sonserina prepotente... Os dois grupos de encontraram no portão de entrada. Callidora, que viu a cabeleira loira de Amelia surgir, correu para pegar o lugar ao lado de Tom.

- Ninguém merece. - Amy disse baixinho.

- Sabia que tinha mau gosto para companhias, priminha. - Falou Calli. Dorea revirou os negros olhos, abrindo a boca para responder a prima.

- A não ser que alguma coisa tenha mudado Calli, minhas companhias não te interessam. - A morena Sonserina sorriu, ironicamente.

- Mas interessam a tia Violleta. - Dorea precisou recuar. Sua mãe, ao contrário do pai, levava muito em conta com quem a filha era vista. Dorea não tinha preconceitos, mas Amy não sabia quem o pai era, até onde qualquer um pode deduzir, poderia ser um trouxa e a mãe, rígida e com seus padrões, desaprovaria a amiga. Amelia percebeu que alguma coisa estava acontecendo, e por isso, tomou a frente. Não deixaria uma vadia Sonserina qualquer prejudicar seus amigos.

- Calli querida, eu adoraria que você nos deixasse em paz. Não seria pedir de mais, seria? Tenho certeza que isso não é uma tarefa tão complicada assim. - Gillian deu ênfase no querida, deixando bem claro a vontade que possuía de azará-la ali mesmo.

- Não dirija a palavra a mim, mestiça imunda! - Quando as palavras saíram dos lábios perfeitamente pintados de Callidora Black, todo grupo Grifinório segurou o ar. Amy ficou atordoada por um segundo e abriu seu sorriso. Seu famoso sorriso de vem tempestade aí. O sorriso que indicava que as coisas acabavam de chegar ao novo level. Black iria aprender de uma maneira ou outra, qual era o verdadeiro lugar de uma cobra nojenta.

- Então, milady - ela falou com uma voz fraca, quase inaudível. Não se sabia se era medo, respeito ou apenas uma fúria contida. Fingindo ser uma serva, Amy fez uma reverência para a morena, que vestia, naquela manhã de domingo, uma camisa branca e uma calça jeans, um pouco ajustada, e sapatilhas. A Black arqueou a sobrancelha, surpresa pela atitude da garota, que ainda tinha um sorriso psicótico no rosto. Os planos que passavam pela cabeça de Amy eram inúmeros, porém, por hora, usaria a velha e boa educação como contra ataque. Ninguém poderia lhe causar algum mal, não enquanto fosse educada. - Você e seus amigos, puros sangues, podem passar a frente dessa humilde mestiça. Por favor, aproveitem a refeição sem a preocupação de que uma imunda mestiça está por perto. - Amelia continuava arqueada, esperando que, depois de assimilar o que estava acontecendo, Callidora e seus amigos, caminhassem a frente. Ninguém nem mesmo ousava respirar alto, com medo que alguma maldição rolasse por ali. Callidora soltou um risinho de satisfação e se pos a andar, seguida pelo resto do grupo.

Depois que o grupo Sonserino passou, Amy levantou-se, seus olhos cinza brilhavam de ódio. Ninguém, nunca, chamaria Amelia Jessica Gillian de mestiça imunda novamente. Ela faria Callidora Black pagar e seria um preço exorbitantemente alto. E ela iria se arrepender do dia que se colocou no caminho da platinada.

- Amy... - disse Dorea, depois que as serpentes se afastaram. - Me desculpe por ela, ok? - Amy ainda tinha um olhar raivoso, um sorriso perigoso e sarcasmo em cada palavra. Ela acabaria descontando nos novos amigos, por isso, ao invés de falar algo, ela apenas concordou com a cabeça, andando a frente e sentando-se. O grupo, que ainda estava abalado pela discussão de segundos atrás, seguiu a amiga que caminhava confiante, até a mesa da Grifinória.

Minutos depois, o almoço estava na mesa. Amy havia relaxado, porém, ninguém ainda lhe direcionava a palavra. Assustados de mais com a face mortal que assumiu o rosto de Amelia.

- Desculpem-me. - Ela falou. Dorea e Minerva pararam a conversa. Septimus segurava uma coxa a meio caminho da boca, já aberta e um pouco cheia e Charlus manteve o copo dourado sobre os lábios. Amelia, que antes da discussão, estava morrendo de fome, não havia tocado na comida. Havia substituído seu odioso suco de abóbora com uma dose completa e ardente de Whisky de fogo. - Por me calar e ficar com essa cara assustadora por tanto tempo. Calli me pegou de surpresa. Contudo... - Um sorriso travesso surgiu em seus lábios. - Ela deveria saber que eu não vou ficar calada. Eu garanto apenas uma coisa e, desculpe-me Dorea, eu farei aquela vadia pagar pelo que disse. E ela não vai gostar nada.

- Eu estou do seu lado, Amy. Callidora é uma maluca. Exatamente como minha mãe. - Aquele parecia ser um assunto que Dorea não gostaria de tocar. Foi por isso que todo grupo apenas concordou. Amelia percebeu Charlus segurando a mão da Black mais firmemente. Com isso, Amy voltou aos pensamentos de vingança, Dorea e Minerva voltaram ao assunto que, surpreendentemente, era sobre o baile que haveria no dia das bruxas.

- Baile? Do tipo, longos vestido, valsas, pares... Esse tipo, horrível e degradante, de evento? - Nenhum dos quatro conseguiu compreender porque Amy ficará tão desesperada ao escutar a palavra baile. O mais comum, naquele tempo, era garotas amando usarem vestidos de preço caríssimo, que, as mais belas, usariam para deixar as outras com baixa auto-estima, e poderem exibir o mais belíssimo par entre os braços. Pelo menos, uma coisa se explicava daquilo: o amor de McGonagall por valsa.

- Você não acha um máximo? - Disse Dorea, com um ar sonhador. - Vestidos maravilhosos, os garotos com seus melhores ternos. Boa música, romance, dança... - A cada palavra, a face de Amy, ao contrario do esperado, ficava cada vez mais horrorizada com a festa. Que tipo de coisa era essa? Dava graças a Merlin que, em seu tempo, isso nunca existiu. Alvo Dumbledore podia ser maluco, porém, não tanto.

- Um máximo? Merlin, Morgana e Mordred, eu vou morrer! - Não era comum, não naquele tempo, falar o nome de Morgana e Mordred. O casal que havia, supostamente, se unido e criado as mágicas das trevas. Todos ficaram surpresos com os nomes que saíram da boca de Amelia. - O que? - Ninguém lhe respondeu. Ela ficou mais intrigada. - O que foi que eu falei dessa vez? - Minerva assumiu o controle.

- Você clamou os nomes de Morgana e Mordred... Ninguém que conhecemos faz isso. Dá má sorte. - Amelia sorriu.

- Então, isso explica o que aconteceu comigo agora. Má sorte, baile... Céus, eu estou tão ferrada! - E deixou a cabeça chocar-se na mesa. - Prometo não falar o nome deles em vão mais uma vez.

- Então, odeia bailes? - Charlus perguntou, rindo. - Que tipo de garota você é, Amelia Gillian? - Amy riu.

- Sou daquelas que, quando se houve problema, o nome dela é o primeiro que surge em sua mente. E quando se ouve baile, é o último! Recuso-me a por os pés nesse salão dia 31 de outubro. - Septimus riu.

- Sinto lhe informar, bela adormecida, que a presença do sétimo ano é obrigatória. Você vai precisar estar aqui, para dar o exemplo e blá, blá, blá. - Amy arregalou ainda mais os perfeitos olhos cinza, sentindo que, o pouco que havia bebido, adoraria sair de dentro do estômago.

- Ok, até lá, eu arrumo uma grande desculpa. - Minerva abriu um sorriso compreensivo.

- Hoje é dia 26, Amy. Logo será outubro. Acho melhor, ao invés de se preocupar em como escapar, se preocupar em encontrar um par e um vestido. - Amelia não deu o braço a torcer, surpreendendo as duas amigas que não conseguiam compreender como Amelia não amava os bailes. Amy ficou sabendo que teria um na formatura também. Até lá, ela esperava, estaria de volta ao seu tempo. Claro, em sua Hogwarts, esse baile também existia. Contudo, ela havia combinado com os gêmeos que um deles, ou os dois, seriam seus acompanhantes. Agora, perdida naquele tempo, não teria nenhum garoto que seria doido a ponto de convidá-la.

O almoço havia passado e o grupo decidiu passar o resto do dia no pátio. Minerva, Dorea e Septimus tinham trabalhos para terminar. Charlus arranjou um jogo de quadriboll para jogar como artilheiro, Amy descobriu que ele era, além de capitão, o melhor artilheiro que a Grifinória teve em anos, e Amelia decidiu que, entre ficar sozinha rondando o castelo, ou ficar com seus novos amigos, ela preferia a segunda opção. Coisa que era nova para a loira.

O silêncio era, muitas vezes, constrangedor. Ela sentia-se desejando estar falando de algo. E a pior parte era que naquele silêncio, seus insanos pensamentos tinham voz. Primeiro, ela conjurou um pergaminho e uma pena. Depois, começou a colocar no papel algumas poucas palavras. O que, com o encanto que havia usado, só poderia ser lido por ela. Ali jazia seu plano de ataque. Para cumprir a aposta com os garotos e, apenas pelo prazer, para ferrar com Calli. Minerva foi a primeira a terminar as tarefas. Grande surpresa, como disse Septimus, ela sempre era. A ruiva se aproximou da loira e leu o pergaminho. Afundou as sobrancelhas, curiosa para compreender o que estava escrito ali.

- Amy... Essas palavras não fazem sentindo... Ah. - A garota pareceu compreender. - Um feitiço. Só você pode ler o que está escrito nesse pergaminho... O que é tão importante? - Amelia abriu um sorriso safado e disse:

- Planos de ação. - Minerva, Amy descobriu anteriormente, era a Monitora Chefe. Por isso, ela não poderia ser cúmplice da loira, caso fosse pega. Mas seu plano consistia em que, a pessoa que faria a pegadinha, fosse pega. Claro, nunca disse que a verdadeira pessoa seria culpada pela pegadinha. Havia tido a brilhante ideia de utilizar um feitiço simples, Incedio. Bem, não seria ela que usaria. Ela seria induzida a utilizar. E, sem saber, para acender a bomba de bosta. Que encerraria a aula, porque, Amy havia personalizado a velha bomba, para torná-la, alem de mais potente, causar um cheiro impossível de se retirar com mágica. Além de uma densa fumaça verde sonserina. Se, tudo isso, não desse certo, ela tinha até sexta feira para descobrir outra ideia... Era por isso que aplicaria sua primeira pegadinha na manhã seguinte. Apenas, claro, não sabia na aula de quem.

- Não quero saber! Eu sou contra você unir-se com os garotos, contando, se é o que deseja... Apenas não me transforme em uma cúmplice. - Amy concordou.

- Não farei Minne, não se preocupe. - Mesmo que a brincadeira seja bem mais do que isso.

Amelia passou mais um tempo escrevendo, porém, não encontrava meios de fazer Calli usar o feitiço na bomba. Ela precisava pensar em como fazê-la parecer culpada... E, para pensar, ela precisava andar.

- Ok, vocês ainda vão demorar com todo esse dever, certo? - Dorea e Septimus concordaram. - Então, eu preciso dar uma caminhada. Preciso pensar... Tenho uma pequena equação nos meus planos de ação que não consigo encontrar o resultado. - Amelia levantou-se e saiu em direção a Torre de Astronomia, lugar que, no futuro, ela sempre ia quando desejava pensar.

O caminho foi silencioso. Não encontrou ninguém que conhecia, Charlus estava no campo com os outros jogadores e ela acabará de deixar os amigos, qualquer outro encontro seria com algum Sonserino metido e, caso isso acontecesse, ela iria acabar pegando uma detenção.

Chegou à torre, aliviada por ver que o seu lugar preferido de Hogwarts continuava o mesmo. Era tão incrível perceber que tudo e nada podiam mudar tão rapidamente. Ela tentava lembrar como estava o mundo bruxo nessa época. Forçando a memória para as aulas do fantasma Binns, ela conseguiu lembrar-se de um bruxo das trevas que tinha os ideais de Voldemort. Porém, ele foi derrotado por Dumbledore. Grindelwald seria derrotado na mesma época que os trouxas ingleses venceriam os alemãs. Então, no final das contas, não mudava muita coisa, como os tempos eram. Havia um bruxo das trevas lá, havia um aqui. A diferença era que lá, quem deveria destruí-lo era apenas um garoto, até mesmo mais jovem que Amy. E aqui seria um grande e devotado bruxo. Ah, e aqui a guerra parecia tão escondida quando dentro de Hogwarts. Ela não via pessoas tremerem ao escutarem o nome de Grindelwald. Não como o de Voldemort. O você-sabe-quem.

- Pergunto-me o que Charlus falaria se soubesse do futuro de seu neto... - Aquilo era uma triste verdade. Amelia não conseguia deixar de pensar em como o mundo estava ficando cada vez mais confuso. Quando que ela teria o poder de mudar o passado? Naquele tempo, não há Lord Voldemort. Ela não sabia muitas coisas sobre o bruxo das trevas, mas deduzia que ele deveria estar dentro do castelo, ou havia saído há poucos anos. Um dos poucos indícios de que ela poderia acabar topando com um jovial e poderoso Voldemort era Alvo. Amy sabia que o futuro diretor havia sido professor do lord. Ah, e sabia que aqueles Sonserinos nojentos seriam futuros seguidores do famoso Lord das trevas. Afinal, Malfoys e comensais andam lado a lado desde sempre.

- Já sozinha Srtª Gillian? - A voz sedutora e misteriosa de Tom Riddle soou atrás de Amy, que estremeceu ao ouvi-la.

- Me perseguindo, Sr. Riddle? - Ela falou, ainda encarando a magnífica paisagem que podia ser vista da torre.

- Na realidade, eu gosto de vir aqui para pensar. - O jovem respondeu. Gillian virou-se para o moreno e sorriu.

- Foi por esse exato motivo que vim para cá. - Tom abriu um sorriso, que rapidamente se desfez ao lembra-se quem era aquela jovem e, principalmente, quem ele era.

- Não precisa fingir que gosta de minha companhia, Tom. - Ela disse convicta. - Eu sei o que Sonserinos pensam de mim. Que sou uma mestiça imunda. - Amy imitou a voz irritante de Callidora o que acabou fazendo Tom rir, mesmo que não fosse o que o moreno desejasse.

- Oh, por Merlin! Eu fiz um Sonseriano rir, chamem os medi bruxos! - O que trouxe mais gargalhadas entre os dois.

- Você pode ser engraçada, Amy. - Aquilo surpreendeu os dois. Tom não se lembrava da última vez que se sentiu tão bem... Tão leve. E Amy tentava encontrar um momento em sua miserável e típica vida em que ela se sentisse daquela maneira... Especial.

- Eu posso ser muitas coisas Tom. Posso ser o anjo e o diabo. Depende de quem me provoca. - Ela falou, abrindo um sorriso sexy e piscando com seus grandes olhos cinza. Tom ficou atordoado por um minuto. Obviamente, estava acostumado com a atenção do povo feminino de toda a escola, porém, nunca havia ficado sem palavras. Isso era algo completamente novo.

- Eu... Acredito que devo deixá-la pensar, Srtª Gillian. - Ele foi virando-se para a saída quando Amelia segurou-lhe o braço esquerdo.

- É tão importante quem eu seja, o meu sobrenome e a casa a qual pertenço Tom? Não podemos apenas... Esquecer isso e apenas sermos inconseqüentes jovens que amam procurar o perigo? - Ela perguntou. Não queria que o jovem Sonserino fosse embora, gostava da presença misteriosa do jovem. Ela acreditou que ele nem fosse respondê-la, ou falasse que Não, não importava. No entanto, quando ele virou-se para encarar o rosto de Amelia, seus olhos pareciam brilhar em uma forma de ódio. Naquele momento, naquele mesmo instante, Amelia Jessica Gillian percebeu que deveria se afastar. Deveria apenas deixá-lo viver a vida dele e ser um odioso Sonserino. Só que havia um problema. Um pequenino problema. Amy não fugia de desafios.

- Sim. Importo-me que seja uma mestiça Grifinória. Desculpe-me, Srtª Gillian, porém, se deseja ser esse tipo de jovem, fique a vontade. Já quanto a mim, eu não diria o mesmo. - Ele puxou o braço e saiu torre a fora, deixando uma loira confusa com tudo que havia acontecido naquele dia.

*

Na manhã seguinte, ao contrario do dia anterior, Amy não teve problemas em levantar. Colocou seu uniforme Grifinório, usou a varinha para transformar seus cabelos rebeldes em uma trança. Passou rímel e um fino delineador nos olhos. Um batom rosa clarinho e então desceu para encontrar as pessoas. Dentro de sua bolsa, que era a mesma que ela havia usado em Hogsmeade, contudo, havia a transfigurado para uma pasta de couro marrom que podia usar transpassada pelo corpo, havia sua bomba de bosta biônica e mutante. Minne e Dorea já haviam acordado, mas estavam terminando de ficarem prontas.

- Alguma travessura pronta para hoje, Amy? - Pediu Septimus, sentando-se ao lado da loira que esperava os amigos. A garota abriu um sorriso simpático e perigoso.

- Hãn... Eu acredito que sim. E, se tudo der certo, ainda conseguirei minha vingança com Callidora. - O ruivo abriu um sorriso.

- Se você conseguir mesmo fazer tudo o que fala; o castelo realmente está em perigo. - Ela concordou, abrindo um brilhante e amigável sorriso.

- Eu vou conseguir Septimus. É uma questão de quanto tempo, isso sim. - O garoto deu de ombros, olhando uma última vez, a tarefa de poções que ele possuía. Amelia desligou mais uma vez, saindo de órbita e voltando-se ao seu passado. E, em um surpreendente passe de mágica, sua mente saiu dos gêmeos, Potter e seus amigos e todos outros, para chegar a certo Sonserino. Ela não conseguia compreender em como o tal garoto poderia ser tão ardiloso e grudar-se aos pensamentos da Grifinória. Era a última coisa que ela desejava. Ele havia deixado bem claro o que pensava de Amy. Ela era uma repugnante mestiça Grifinória, que nunca, nem em um milhão de anos, teria ele.

Contudo, isso não lhe impedia de sonhar. Estranhamente, naquela noite, ela havia sonhado com o pálido moreno e sua maravilhosa gargalhada. O brilho de felicidade no olhar, um jovem simples, que, como dito por Amy, desejava esquecer tudo e apenas viver a vida não importando conseqüências.

- Terra chamando Amelia! - Disse Minne. Gillian saltou da poltrona, olhando ao redor e vendo que todos os amigos estavam prontos para caminharem ao café.

- Que susto Minne! - Ela disse, levantando-se e pegando a pasta de couro.

- Não era eu que estava viajando, Amy. - Ela abriu um sorriso malicioso, como se soubesse que era sobre garotos. Sobre um em especial. O grupo de encaminhou ao Grande Salão, com Dorea, Charlus e Septimus um passo a frente de Minne e Amy.

- Então, quem é? - A garota pediu. A loira a encarou, surpresa.

- Quem é o que? - Tentou parecer inocente.

- O garoto que te tirou de órbita minutos atrás. E não venha negar, eu percebi o sorriso que você estava fazendo. - Amelia revirou os olhos ao mesmo tempo em que vasculhava o cérebro por uma mentira. Graças a Merlin que ela era boa nisso, ou estaria completamente ferrada. A última coisa que precisava era colocar em voz alta seus pensamentos em Tom Riddle. Que nem ao menos deveriam existir já que fazia pouco tempo que se conheciam.

- Na realidade estava pensando no plano de hoje. Desculpe-me decepcioná-la Minerva, mas uma pegadinha deixa um gigante sorriso em meu rosto. - A ruiva encarou-a duvidando e, estranhamente, Amy não conseguiu segurar o olhar. O que caracterizava mentira. Contudo, ela havia aprendido uma ou duas coisas sobre seus novos amigos e a melhor delas era: não ficam incomodando para saber das coisas que você, estupidamente, tenta esconder.

- Ok, se é isso que você quer usar para me convencer... Quando quiser me contar a verdade, Amelia Gillian, eu serei toda ouvidos. - Minne apressou o passo, colocando-se ao lado de Dorea. Amy decidiu não fazer o mesmo. Querendo ou não, se sentia uma invasora no grupo e, naquele momento, não faria bem algum a loira ir até lá. A palavra verdade mexeu com a menina. Quando ela poderia contar a verdade? Nunca. Minne e os outros iriam pirar se soubessem que Amelia era do futuro. Que os conhecia, ou conhecia seus netos no futuro. Suspirando alto, Amy disse para si mesma:

- A verdade é a última coisa que posso lhe contar Minne. - E, então, foi em direção aos amigos que já se sentavam na grande mesa do meio.

- Então, - começou a falar - qual é meu horário? - Amelia sentou-se junto dos amigos, ao lado de Septimus.

- Isso é com o professor Dumbledore. Você deve poder escolher suas aulas, na realidade. - Disse Dorea.

- Você já decidiu o que quer ser depois que sair do castelo? - Charlus questionou. Amy já havia pensado muito naquelas palavras. E para ser sincera, não se via trabalhando em nenhum lugar. Ela gostava de aventuras, de problemas, e, de ser a causadora deles, muitas vezes. A única ideia seria que possuía atualmente era de trabalhar com os gêmeos ou cursar um caminho como Aurora.

- Eu... Na realidade não sei bem. Contudo, a ideia de ser Aurora é a mais séria que possuo, por hora. E vocês? Já possuem algum futuro em mente? - Pediu a loira.

- Eu quero ser professora, mas você já sabia disso. - Falou Minerva.

- Eu vou sair daqui e cursar um curso para medi bruxos. - Disse Dorea - Quero salvar pessoas.

- Como você, jovem companheira, desejo trabalhar como um Auror. - Disse Charlus. - E o ruivão aqui, - que estava cheio de panquecas dentro da boca, impossibilitando que falasse - deseja ter um cargo dentro do Gringotes.

Depois disso, o assunto se dispersou. Amy desligou novamente, pensando, dessa vez, em como iria destruir a miserável vida de Callidora e cumprir suas metas, ao mesmo tempo. O café que a loira bebida já estava no final e ainda não possuía uma maneira de colocar a culpa em Calli. Infelizmente, isso seria mais complicado do que deveria.

- Srtª Gillian? - A voz majestosa de Alvo Dumbledore soou atrás de si. - Poderia me acompanhar por um segundo? - Amy largou o copo e disse um até logo aos amigos. Virando-se para seguir o professor.

- Eu precisaria saber quais são as matérias que estava cursando em seu sétimo ano. - O rosto de Gillian cedeu um pouco, porque, por algum motivo, achava que havia tido problemas.

- Hãn, só o básico. Para poder continuar depois como Aurora. - O homem concordou, fazendo um aceno de varinha e entregando um pergaminho com o horário de aulas para Amy.

- Melhor correr, não irá querer chegar atrasada na aula de feitiços, sim? - Amy se pôs a correr o mais rápido que pode, indo para o segundo andar, onde, um dia, seria a sala de Flitwick. Por sorte, chegou lá antes que o professor, ou professora, começasse a aula.

- Aqui está você. - Disse Dorea, puxando Amy para sentar-se com ela. - Charlus decidiu matar aula e Minne está sentada com um gostosão da Corvinal. Ou seja, você é minha! - Amy riu, concordando em sentar-se com a amiga. Aquela aula era como já referido acima, dividida com Corvinais e, como Dorea disse, havia muitos gostosões usando azul naquela sala.

- Hun... Dorea? - Amy pediu. - Quem dá aula de feitiços por aqui? - Rapidamente a garota ficou vermelha, abrindo um sorriso tímido.

- Meu irmão mais velho. - Disse mais vermelha ainda. - Marius Black. - Amelia concordou, surpreendendo-se por nunca ter ouvido falar de tal professor. Foi quando um alto, moreno, forte e realmente muito atrativo homem, entrou chamando atenção de todos da sala. Tinha olhos muito parecidos com de Dorea, mas a pele era mais clara do que da irmã. Seu rosto era rústico, com uma barba começando a nascer. Por debaixo das vestias era possível perceber inúmeros músculos. Tinha um sorriso branco que parecia saído de uma propaganda de pasta de dente trouxa.

- Bom dia classe. - Disse o homem. Sua voz era grosa e, quando começou a falar, toda a sala se calou. - Soube que teríamos uma nova aluna hoje. - Ele encarou diretamente Amelia que ficou corada instantaneamente. Ele parecia analisar a nova aluna de cima a baixo, e então olhou para a irmã ao lado da novata. - Poderia vir à frente mostrar do que é capaz, Srtª Gillian?

- Hãn... É claro, se for mesmo preciso. - Disse a loira.

- Acredito que passará por isso em todas as suas classes hoje. Segundo Dumbledore, você pode cursar essa aula. Mas eu ainda não sei se isso é verdade. - Aquilo soou como um desafio. Amy tinha um sério problema com desafios. Ela nunca deixava de enfrentar um.

- Isso soa como um teste. - Ela disse, levantando-se e abrindo um sorriso maroto. - Eu não gosto que duvidem de mim, professor. - Aquilo soou mesquinho. A voz da jovem havia ficado mais baixa e perigosa. - Dê as cartas, jogarei por elas. - O homem surpreendeu-se com a audácia da loira e disse:

- Eu desejaria que realizasse alguns feitiços que julgo necessário serem perfeitos para cursar minha aula. - Amy apenas concordou com a cabeça, esperando que fosse lhe dito. Então, apenas por birra e para mostrar que não estava ali para brincadeira, decidiu tentar escutar os pensamentos do professor. Fazer um feitiço surpresa para impressioná-lo, ou algo assim. Aconteceu de chocar-se com uma muralha.

- Interessante. - Disse o homem, surpreso, por sentir a jovem tentar penetrar-lhe a mente. Era algo raro e, surpreendentemente a menina era bem poderosa e a barreira poderia ceder a qualquer momento se ela continuasse tentando.

- Muito bem, o que deseja que eu realize Sr. Black? - Disse Amy, abrindo um sorriso presunçoso.

- Poderíamos começar com um feitiço simples, sim? - A cabeleira loira balançou em concordância. - Primeiro, destrua esse objeto - disse apontando para o vaso, - e depois, o concerte. - Amy voltou a balançar a cabeça em concordância. Ela fechou os olhos por um segundo, puxando a respiração do fundo. Ela sabia que não poderia errar, porém, como toda pessoa que é colocado sobre pressão, até a tarefa mais simples, pode se tornar problemática.

No primeiro momento, Amy iria recitar os feitiços. Contudo, depois de se acalmar, a confiança lhe retornou e decidiu usar feitiços não verbais. Já os fazia há dois anos e não iria parar agora. Apontou a varinha, uma pena de fênix, 22 cm, ébano, pouco flexível, para o vaso trabalhado a mão. Em segundo, o vaso transformou-se em pó. Houve alguns gemidos de surpresa, pois, como Amelia não usara o feitiço verbalmente, havia sido uma surpresa quando o vaso explodiu. Segundos depois, era como se nada tivesse acontecido, pois o vaso havia retornado a forma original.

- Temos uma bruxa poderosa aqui. Mesmo estando no último ano, poucos realizam feitiços não verbais perfeitos. Na realidade, apenas Tom sabia fazê-los. - Amelia sorriu ao saber. Era bom ser boa, e melhor ainda, saber que apenas Riddle se comparava a jovem.

- Bem, eu preparei alguns objetos sobre a mesa. Poderia ajudar-me a descobrir o que não é o que vemos? Duas chances, se você achar que é necessário.

- Não será. - Ela respondeu e virou-se para mesa, pensando no feitiço. Specialis Revelio. Logo, o rolo de pergaminho transformou-se em um caderno de couro e o lápis em uma pena. Apenas de birra, Amy sorriu para o professor, apontando diretamente para uma maça que ele possuía sobre a mesa e transformou-a em um lindo girassol. A turma toda soltou uma risada, ao mesmo tempo em que Amy virava-se para o professor e perguntava:

- E então, estou à altura da classe? - O homem soltou um risinho, pegando o girassol e transformando-o em uma rosa de um tom rosinha claro. A sala toda soltou outro riso e o professor entregou a rosa a loira.

- Por hora, Srtª Gillian. - Amy concordou, segurando a rosa e indo ao lugar ao lado de Dorea.

- Isso foi incrível! - Dorea falou, quando Amelia sentou-se ao lado da amiga. - Não via meu irmão tão sem graça a anos. Desde que... Bem, ele era casado. - Amy surpreendeu-se com o tom que a amiga deixou no ar e, mesmo achando que seria ruim perguntar, ela não pode deixar de fazê-lo.

- O que foi que aconteceu Dorea? - Amy perguntou. Por algum motivo, ela estava gostando de Marcus. Não como um namorado ou uma paixão platônica, não, longe disso. Como um amigo. Um bom amigo. Um daqueles que se pode confiar até a morte.

- Irina foi capturada por Grindelwald dois anos atrás. E ela estava grávida. - Amy ficou paralisada. Aquilo era terrível. Olhou para Marcus, agora com um olhar diferente. Como ele poderia sair sorrindo, fazendo piadinhas, transfigurando flores para alunas, e não pensar na mulher? Deveria ser complicado.

- Há chances de ela continuar viva? - Amy perguntou.

- Algumas. Os pais de Irina são seguidores de Grindelwald. Nunca aceitaram que ela se casa-se com Marcus e a levaram em uma noite, junto de um exército. Dumbledore vive dizendo para Marcus não perder as esperanças... Mas é complicado. - Amelia segurou a mão de Dorea com força, sabendo que aquilo era difícil, afinal, Irina era parte da família.

- As chances são mais do que algumas. Ela provavelmente está presa em algum lugar, sem uma varinha e tudo mais, porém, viva e com uma criança para criar, tenho certeza! - Amy falou, para animar a amiga, que, no meio das silenciosas lagrimas que caiam, abriu um lindo sorriso.

Depois da aula de feitiços, havia a aula de poções. Essa feita com alunos da Sonserina. Septimus e Charlus apareceram na saída da sala de feitiços, quando os alunos estavam se retirando. Marcus gritou para Charlus que esse não deveria ser o exemplo que o namorado devia dar a irmã. Dorea disse que não seguia os exemplos de Charlus, ao contrário de Amy, que era um novo problema para Hogwarts.

- Bem, faça um favor a ambos, pegue uma detenção comigo sim? Sou uma pessoa curiosa e tenho uma ou duas perguntas para a senhorita. - O homem falou. Amelia só não sabia dizer se ele estava brincando ou falando sério.

O grupo que era constituído por Amy, Dorea, Minne e Charlus, já que Septimus tinha aula de Runas, guiava-se para as masmorras. Amy tinha tido a chance de ter apenas uma aula com Horácio Slughorn e havia gostado. Claro, depois de passar sete anos tendo aulas com Severo Snape, qualquer aula que tivesse era melhor. Snape vivia sendo um verdadeiro idiota com Amy. Chamando de, além de outras coisas, a única garota de Hogwarts que, com toda certeza, nunca teria um namorado. Claro, esse nome era usado dentro de sua mente, a qual, às vezes, ele permitia que Amelia invadisse. Ambos tinham o conhecimento das capacidades de oclumência e legilimência do outro, o que fazia a relação ser complicada. Severo tentava encontrar um erro em Amy a cada poção que a garota realizava. O que apenas aumentava a vontade da jovem de ser a melhor.

Quando entraram na sala, que parecia muito mais amigável e clara do que um dia ela seria; Amy sorriu ao ver que, como Marcus Black, Horácio Slughorn havia preparado um teste à loira.

- Vamos logo sentando. Assim, por favor, tomem seus lugares, sim? - O homem que estava consideravelmente mais novo, dizia, com pressa, gesticulando para que todos tomassem seus lugares. - Como já devem saber, temos uma aluna nova. Srtª Gillian, poderia vir à frente, sim? - Amy levantou-se indo em direção ao professor.

- Isso será um teste, como Sr. Black realizou comigo, professor? - Horácio sorriu.

- Sim, sim minha jovem. Temo que tenha que passar por provações várias vezes essa semana. Meu teste será rápido, afinal, não queremos perder esses dois períodos que possuímos hoje, não é? - Amy concordou. - Apenas reconheça as poções e, se possível, diga o que cada uma realiza, sim? - Era uma fileira com cinco poções diferentes. Amy aproximou-se da primeira, ela tinha uma cor lavanda e soltava um vapor prateado. O que classificava a poção no mesmo instante.

- Gole da paz. Ele deve acalmar o bruxo, porém, se preparado de forma incorreta pode acabar levando o bruxo que ingerir ao um sono profundo... Por vezes, irreversível. - O professor concordou com a jovem que deu um passo ao lado, vendo certa poção conhecida. O cheiro a repugnou no exato segundo que chegou às narinas da loira.

- Polissuco. Usada para transformar-se em outra pessoa. Claro, é necessário colocar um pedacinho da pessoa que deseja se transformar. O efeito não é muito prolongado. - O sorriso de Horácio aumentou. A próxima era uma poção incolor e sem cheiro. Claro, se Amy não soubesse, diria até que era água.

- Veritasserum. Poção da verdade. Um indivíduo que esteja sob o efeito da poção não pode mentir. É impossível. - A cada palavra, o sorriso do professor aumentava ainda mais. A próxima poção encontrava-se dentro de um pequeno recipiente. Tinha uma cor dourada, característica.

- Félix Felicis. Sorte líquida. A pessoa que beber a poção obtém sorte em qualquer atividade. Contudo, é proibido usá-la em competições oficiais, exames e eleições.

- E por último temos...? - Amy encarou a poção rosada e soube o que encarava. A última vez que vira uma Amortentia, não sentira nenhum cheiro. Aquilo a surpreendeu, porque, na época ela namorava. Porém, surpresa maior ainda foi quando se aproximou da poção e sentiu um leve odor que a lembrava algo. Quando reconheceu o cheiro de tapete, livros e odor amadeirado que sentira no primeiro encontro com certo Sonserino, soube que alguma coisa estava errada.

- Amortentia. Cada um sente um cheiro específico para essa poção. O cheiro daquilo que lhe atrai. Pode fazer a pessoa lhe amar, mas, esse amor não será um amor de verdade. Não se pode recriar amor verdadeiro.

- Excelente Srtª Gillian. E, se eu pudesse ser enxerido, o que sentiu quando se aproximou dessa poção em particular? - O rosto pálido de Amy ficou vermelho e ela abaixou o olhar.

- Hãn... Um cheiro de tapete, livros e um odor amadeirado... - Claro, as pessoas começaram a se olhar, buscando saber quem era a pessoa que havia tomado o coração da jovem. Infelizmente, ela levantou o olhar no exato momento em que Tom a olhava e, por um milésimo de segundo, a barreira que Amy possuía caiu, dando vez a legilimência de Tom. Amy ergueu a barreira no exato momento em que percebeu que Tom havia lhe invadido. Mas foi tarde de mais. Um pequeno pedaço de informação havia vazado. Um único nome que fez Riddle tremer.

Lord Voldemort.

Como a novata poderia conhecer tal nome? Ela mal havia chegado à escola e havia tantos alunos que passaram anos ali e não faziam ideia. Ela arregalou os olhos quando viu que Tom havia conseguido alguma informação. Ela podia perceber, já que o garoto estava cada vez mais pálido. Amy sentou-se ao lado de Minne, que tinha um sorriso presunçoso nos lábios. Suas mãos tremiam. O medo que algo realmente importante houvesse vazado era enorme. Como ela poderia saber o que ele havia lido? Estava preocupada demais protegendo a parte presente de sua mente, que seu passado, o futuro de todos naquela sala, havia sido desprotegido.

Ela precisava saber o que ele sabia.

Infelizmente, a aula de poções fora bem chata. Ao invés de produzirem alguma coisa, ficaram dois períodos seguidos escutando Horácio falar sobre uma poção que fariam na próxima aula. Veritasserum, a poção da verdade. Professor Slughorn falou sobre as várias leis que giravam em torno do uso e desuso de tal poção, tal como as incríveis chatices de como prepará-la. No final do período, Amy havia decidido que deveria ir a biblioteca fazer uma pesquisa sobre a poção, porque passará os dois períodos preocupada demais para prestar um minuto de atenção sequer. Quando o professor liberou os alunos para seguirem ao almoço, Amy decidiu que seu tempo seria mais bem gasto longe de qualquer Sonserino e sorriu para os amigos dizendo que precisava ir à biblioteca.

- Você tem certeza? - Pediu Minne, virando para trás e chamando a atenção da loira que já estava na escada.

- Sim, tenho. Encontramos-nos na próxima aula sim - Amy falou um pouco desanimada, mas com um sorriso amarelo no rosto.

*

Quando finalmente chegou a biblioteca, paz foi a última coisa que encontrou no local. Infelizmente, Riddle havia a seguido, ou, tido a mesma ideia que a garota, pois se encontrava sentado em uma das várias poltronas lendo um livro qualquer. Amy colocou os pés dentro do local e logo deu meia volta. Não poderia encarar Tom tão cedo, não antes de saber o que ele sabia. Poderia ser tantas coisas. A loira tentava se convencer que era algo banal, como alguma pegadinha que havia feito com os gêmeos, ou, quem sabe, um encontro que tivera com Matt Smith, o ex namorado. Porém, havia uma engraçada sensação dentro de Amy, daquelas que avisa quando vem tempestade. Parecia, ironicamente, que ele havia acessado algo importante sobre o futuro. Um pedaço de informação perigoso.

Claro, Amelia ainda não fazia ideia do quanto.

Sem direção alguma, Gillian decidiu-se por caminhar sem rumo. Era o que mais gostava sobre o castelo. Poderia caminhar horas a fio e sempre encontraria algo. Novo ou apenas surpreendente. E sempre que se colocava nesses longos passeios, Amy conseguia compreender, nem que fosse um pouquinho, sobre o que se passava na confusa mente que possuía.

Odiava aquilo. Nunca compreender o que sentia ou desejava. Ou até pior. Nunca desejar nada. A ideia de não ter um sonho, muitas vezes, é pior do que a ideia de impotência perante um. Amelia temia que fosse acabar morta sem ser lembrada por ninguém. Mais uma garota que não possuiu nada, não fez nada, não sonhou nada. Aquele tipo de pensamento trouxe lágrimas aos claros olhos da garota. Não sabendo bem o que fazer, ela lembrou-se do banheiro da Murta. Não conseguia lembrar em que ano a garota havia falecido, mas esperava que já tivesse ocorrido. Porque, assim, o lugar estaria deserto e a jovem poderia deixar as frustrantes lágrimas caírem sem problema algum.

No caminho do banheiro, Amy acabou chocando-se com alguém. De inicio ela não iria dizer nada, porém, achou melhor apenas dizer um tímido desculpe para seja quem fosse a pessoa. Antes mesmo que pudesse abrir a boca, a voz de Marcus Black soou.

- Amelia Gillian, a bruxa que eu queria ver... Você está chorando? - Pediu o homem, surpreso.

- Não, - Amy começou, limpando os olhos e abrindo um sorriso de escárnio. - Estou lubrificando os olhos. - O homem riu. A loira rolou os olhos, brava por ter seu caminho atrapalhado. No entanto, ao mesmo tempo, agradecida por alguém ter aparecido. Amy percebeu que estavam exatamente na frente da sala do professor, que abriu a porta, convidando-a a entrar.

E, surpreendentemente, ela aceitou.


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