Affectum Serpentis escrita por Lady Holmes


Capítulo 11
A little party never killed nobody


Notas iniciais do capítulo

Sim eu sei que demorei e peço perdão. A coisa é... Poxa, a criatividade deve ter tomado um trago muito grande e ainda não deu ares da graça aqui comigo não. Mas de pouquinho a pouquinho surgiu esse capítulo que, querendo ou não, é muito fofo. Dou boas vindas as novatas, agradeço de coração as recomendações e, novamente peço perdão pela demora. E, também, pelo capítulo que não é tão longo quanto o de costume. Motivo? A criatividade ainda tá de ressaca. Tô batalhando pra conseguir escrever alguns capítulos, mas se Merlin quiser, logo logo eu estarei de volta no ritmo de sempre. Beijos lindas e até o próximo!

PS: gosta de Sherlock e Doctor Who, ambos seriados da BBC? Então vem ver a one-shot que eu fiz: Lexie.
http://fanfiction.com.br/historia/456366/Lexie/

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Amelia tinha seu vestido quase pronto. Mais alguns pontos e ele estaria perfeito. Estava dançando ao som de uma música qualquer que a sala precisa havia lhe escolhido quando a porta se abriu e o quarteto entrou.

– Acho que a sala já está ocupada. - Amy disse, parando de dançar no instante.

– Amy... - Minne começou a falar, mas os quatro se olharam.

– O que? Mais alguma reclamação? - Antes que alguém falasse alguma coisa que poderia reativar a poção, Charlus sorriu.

– Acho que todos nós perdemos a cabeça aquele dia, não foi? Sentimos sua falta loira. O que seria de mim e Sep sem sua mente? - Amelia sorriu. Ela pode ver que os amigos haviam lhe perdoado. Ela só não conseguia entender o que havia mudado de antes e agora.

– Eu suponho que alguma coisa aconteceu... E que vocês não vão me contar... - o quarteto se entreolhou, falhando em negar. - Bem, acho que posso viver com isso. Afinal, não são apenas vocês que têm segredos, meus queridos grifinórios. Todos têm um ou outro guardado no peito. - Claro Minne queria de ato perguntar o que ela quis dizer com aquilo. Mas no medo de ser um gatilho para a poção, achou melhor se calar.

– Merlin! - Dorea disse, vendo o manequim que Gillian trabalhava seu vestido. - Esse vestido é divino! - A negra se aproximou para olhá-lo de perto. - Você que fez? - A loira concordou.

– É lindo. - Minne disse, também babando pelo vestido. - Qual é a fantasia? - Pediu a ruiva.

– Anjo negro. - Amelia sorriu. - Uma solitária anja negra. Afinal, quem seria o par da doida de Hogwarts? - O grupo deu uma risada.

– Queria ter pensando em algo assim. É tão... Modernos e atrevido. - Dô disse. Amelia abriu um sorriso.

– Se você quer tanto algo assim... Tragam-me seus vestidos minhas Cinderelas, eu serei sua fada-madrinha!

O grupo começou a dar risada do comentário de Amelia, ao mesmo tempo em que Minerva dizia que o conto era falso de e que a fada era na realidade uma bruxa que havia sido expulsa depois de expor a magia.

– Faça um favor a todos Minne. Não estrague minha infância! E vá buscar seu vestido e seu sapato. Eu deixarei vocês duas em algumas décadas a frente. - Se Amy achava que o comentário havia sido esquecido por McGonagall, ela se enganou.

Logo estava tudo pronto. Dorea tinha deixado de ser uma Julieta da época vitoriana para uma Julieta do século XX, pronta para arrasar. O mesmo se dizia de Minne. De uma simples fada, Amelia havia transformado seu vestido pomposo em algo simples e sexy.

– Está na hora. - As três disseram. Os meninos estavam longe dali, se arrumando. Mas o trio de amigas decidiu ficar na sala precisa. Elas sairiam de lá diretamente ao baile e, Amy tinha certeza, iriam arrasar.

Molto bene! – Amy exclamou. Depois de ver as duas amigas dentro de seus novos vestidos.

– Tem certeza que não é pouco pano Gillian? - Minne perguntou, sentindo-se quase nua dentro de seu micro vestido. A única coisa que tapava suas pernas era um tecido quase transparente que era a saia. Mas o vestido de verdade ia até dois palmos e meio antes do joelho. Era verde folha, tomara que caia. Amy balançou a varinha e um colar delicado apareceu no colo da ruiva, ao mesmo tempo em que o cabelo se transformou em um coque alto.

– Tenho sim Minerva. Você está divina! - A loira disse, lhe mostrando o espelho. McGonagall podia tentar negar, mas ela estava tão linda que nem mesmo a vergonha poderia lhe impedir de sair da sala precisa. - Sua vez Dorea! Vamos ver como esse vestido ficou em você.

Ao contrário de Minne, Dorea ainda tinha um vestido de época. Até porque sua fantasia era de Julieta. Mas mesmo assim, o vestido estava totalmente diferente. No topo, um espartilho feito sob medida para a morena. A saia, que antes era glamorosa igual a de uma princesa, se tornou mais baixa, sem armação alguma. Os cabelos negros de Black caiam em cachos e moldavam seu rosto. Amy acenou a varinha para uma coroa surgir nos cabelos de Dô.

– Eu nunca me senti tão poderosa! Charlus vai pirar! - A loira e a ruiva deram risada enquanto a amiga girava como uma princesa.

– Tenho certeza disso, minha querida! - A loira concordou, indo em direção ao próprio vestido.

A fantasia de anja negra de Amelia tinha um espartilho cravejado em pedras e era perfeitamente voltado para seu corpo. A saia era leve, curta na frente, longa atrás. Subindo no salto que havia transfigurado, um sapato meia pata com brilhantes, caminhou em direção ao espelho. Amelia não pode deixar de sorrir. Acenou com a varinha e um colar com um pingente de tridente apareceu em seu colo. Seu cabelo, normalmente volumoso e ondulado, ficou liso escorrido. Seus lábios estavam vermelho sangue e seus olhos delineados perfeitamente. Caminhou em direção a caixa e pegou a máscara. Colocou e sorriu. Virando-se para as amigas, disse:

– Vamos? - Minne já tinha sua máscara perolada no rosto, cobrindo apenas seus olhos. Dorea terminava de colocar a sua branca, que era do mesmo modelo de Amelia, mas cobrindo apenas até o nariz.

– Vamos! - As duas amigas falaram. A porta da sala precisa se abriu e o trio foi em direção ao salão principal.

*

– Por Merlin! - Charlus falou, vendo as meninas chegarem cada vez mais perto. - Dorea, - ele se aproximou da namorada, puxando para um beijo. - Você está linda! - Depois olhou as duas outras amigas - Vocês também meninas. - Amelia sorriu e disse:

– Potter, faça um favor e pare de babar no vestido de sua namorada. - O par de Minne estava mais para dentro do salão. A ruiva despediu-se dos amigos e foi em direção ao garoto, que estava igualmente abalado com a fantasia. Amy sorriu. Ela sentia olhares sobre si. Olhares de desejo e de inveja. E ela gostava dessa sensação.

– Você vai ficar bem sozinha Gillian? - Sep perguntou. Tinha em seus braços uma perfeita Cinderela.

– Eu sou a rainha do okay! - Ela disse e depois parou para pensar. - Não, esse título é terrível! Mas vocês entenderam não é. Eu vou ficar tempo o bastante para Dippet e o resto me ver e depois... Torre de astronomia me espera!

Já havia se passado uma hora e Amelia não conseguira fugir. Dançou três musicas com Marcus, que passou as três exigindo explicações sobre a fantasia da loira e o que ela havia transformado o vestido da irmã.

– Deixe de ser careta Black, ela está divina! - Mesmo assim, ele não parou de reclamar o resto do tempo.

Quando finalmente conseguiu fugir do amigo, foi em direção a uma mesa. Sentou-se, sentindo suas asas se apertarem pela cadeira. Ignorando a sensação que iria acabar caindo, encarou o Grande Salão e percebeu os inúmeros sorrisos. Não sabia como era se sentir assim há tanto tempo que até sentia inveja daqueles que sorriam. Pegou seu copo, no qual ela havia contrabandeado um Whisky de fogo, e tomou um grande gole.

– Porque tão bela e tão sozinha? - Amelia deu risada. A sua frente se via um delicioso Hades. Sorriu a referência da cultura trouxa que tanto gostava. O deus do submundo. Que fantasia mais apropriada para...

– Eu poderia perguntar o mesmo. - A loira respondeu.

– Me concederia essa dança? - O jovem deus lhe questionou. Gillian concordou, agarrando a mão direita do jovem moreno e indo em direção a pista de dança.

Durante a dança o casal nada falou. Pouco pensou também. Concentravam-se um no outro. Curiosos em saber com quem dançavam. Em saber quem era a jovem ousada e bela e quem era o charmoso e encantador deus grego. Quando terminaram a dança, escutaram-se alguns aplausos. Toda a população de Hogwarts havia aparado para assistir o casal dançar.

– Onde aprendeu dançar dessa maneira? - Amy perguntou. O garoto sorriu tristemente.

– Em um orfanato. - Quase que instantaneamente a resposta: eu também! Pulou da boca vermelha de Gillian. Mas aquilo poderia causar problemas futuros. Preferiu calar-se.

– Seja quem for que você tenha convidado, ela tem sorte.

– Vim sozinho. - Ele respondeu. - Não tive a coragem de convidar quem eu realmente queria.

– E quem seria a sortuda? - Hades deu risada e Amelia não pode deixar de perceber o quanto ela reconhecia aquela risada. Por mais que a máscara lhe escondesse quase tudo até a boca, os olhos verdes não lhe eram estranhos.

– Uma garota teimosa. Que eu deveria me afastar, mas simplesmente não consigo... Diga-me, você já se apaixonou por uma pessoa quando, por toda sua vida, acreditou que o amor era apenas uma ilusão? - Amy segurou o ar. Ah ela sabia muito bem o que era aquilo. Até porque, se tivesse a coragem para parar e pensar, realmente parar e pensar, ela veria que se encontrava na situação igual à de seu misterioso companheiro.

– Oh sim. Eu nunca fui muito fã da palavra amor. Até porque, em minha vida, ela ainda não foi provada. Tendo a acreditar naquilo que posso ver e sentir. Se nunca senti o amor, o que posso concluir é que ele não deixa de ser uma bela invenção. - O jovem concordou.

– Agora, e quando você, depois de excluir tudo aquilo que conhece e sabe, e se sobrar o amor?

– E então eu lhe responderia o que meu escritor favorito um dia escreveu: Quando você elimina o impossível, o que sobra, por mais improvável que seja, deve ser a verdade.

– Até hoje, nunca sentiu esse sentimento por alguém? - O moreno lhe questionou e a loira parou. Ela olhou para o horizonte, e lágrimas em seus olhos apareceram.

– Juro que desejava lhe dizer que não. Mas desde que cheguei nesse maldito castelo esse ano a resposta deixou de ser tão simples. Eu acabei me apaixonando. Por mais impossível que me pareça essas palavras.

– E você contou a ele?

– Não contaria! Nem em sonhos! Tenho medo do que faria se ele concordasse comigo. Eu não seria capaz de negá-lo. Não quando tudo se torna tão real. Se ele não sabe, se tudo isso vive apenas em minha mente, deixa de ser real, não deixa?

– Não. - o garoto respondeu. - Apenas deixa de ser vivido. E não para de machucar. Eu acho que deveríamos contar a eles, não acha? - Amelia riu. Contar a Tom Riddle que estava apaixonada por ele? E depois o que? Nunca mais voltar para seu tempo e criar mini filhos do demônio como conseqüência?

Dumbledore acha que você caiu aqui por conta do destino. E que há algo que você precisa fazer enquanto estiver aqui. E se for transformar Tom em outra pessoa? As palavras de Marcus surgiram em sua mente. E se fosse isso mesmo? E se com ela ficando ali com Tom, ele nunca se transformasse em Lord Voldemort. Harry teria vivido com sua família, o mundo não seria perigoso. Quem sabe Draco não fosse aquele total nojento do futuro. Quem sabe Umbridge nunca colocasse os pés na escola e os gêmeos ainda estariam lá.

– Eu não vejo o porquê não. - Ela respondeu finalmente. Aquilo soava como um plano. E ela realmente não se importava em ter que viver o resto da vida ali. Ela estaria com Riddle, e com seus amigos. Ela teria uma família. Ela seria feliz. Verdadeiramente e inteiramente feliz.

Naquele exato momento, o relógio soou meia noite e Dippet se levantou da mesa dos professores.

– A meia noite chegou. Está na hora da retirada das máscaras.

– A retirada do que? Ele só pode tá de zoa comigo. - Hades soltou uma risada e disse:

– Contamos até três, tiramos as máscaras e vamos atrás das pessoas que desejávamos ter ao nosso lado essa noite. - Amy não gostou da ideia. Não queria que um aluno, fosse ele quem fosse, tivesse tantas memórias sobre ela daquela maneira. Frágil.

Não que Hades estivesse pensando diferente de Amy. Em sua cabeça ele apenas usaria um Obliviate para fazer a aluna esquecer o que conversaram. Mas mesmo assim correria atrás da garota. Ele passou a noite pensando nela. Racionalizando. Ele decidiu que iria viver. Fosse aquela a última, e única vez, que ele viveria. Mas seria perfeita.

A dupla contou até três e deixou que as máscaras caíssem. Por todo baile escuta-se exclamações, pessoas que nunca tinham conversado haviam passado a noite amigas. Mas nenhuma exclamação foi maior que a do casal.

– Tom?! - Amy não pode deixar de reparar. Merlin!! O que foi que eu te fiz? Porém, Tom não estava apenas surpreso. Ah não, ele tinha um sorriso nos lábios. E, nem ao menos se importando que todas as casas estavam ali. Nem considerando o fato que seu seguidores, professores, amigos de Amy pudessem ver, ele puxou a loira para um beijo.

– O que... - Gillian começou a perguntar, contudo, foi interrompida. E, quando pensou em afastá-lo de si congelou. Não iria. Não. Ela iria viver, nem que fosse uma vez em sua vida, aquilo que queria. Ela seria feliz, nem que fosse por um dia ou noite. E ela aproveitaria tudo àquilo que poderia perder em um piscar de olhos.

Nem Amelia e nem Tom pensaram duas vezes nas pessoas que poderiam ver o beijo. Não muito longe dali, Callidora tinha um copo quebrado em mãos. Ela não podia acreditar no que via. Quando mais batia e destruía aquela maltida leoa, mais ela lhe roubava e lhe importunava. Entretanto... Tom Riddle era dela e apenas dela. Sabia que aquilo, aquele relacionamento, não duraria mais que a vida de um inseto. Nem que dependesse dela a destruição.

Todavia, não eram apenas pessoas que desejava mal a relação do casal que viram o beijo. Dumbledore, sentado ao lado de Marcus, comemorava. Talvez, e apenas talvez, tudo estivesse se encaminhando para o final diferente do que Amelia lhe contará.

Os dois pouco pensavam. O beijo, que para muitos, como Calli, Sep, Minne, Potter e Dô, foi uma surpresa, para outros, era algo desimportantes que nem foi percebido. Tom e Amy se separaram e o moreno sorriu. Ele pegou a mão da loira e a puxou correndo em direção a torre de astronomia.

Eles tinham perdido tempo de mais dentro de suas cabeças. Estava na hora de aproveitar devidamente a vida.

Bom seria se a vida concordasse com eles.


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