Secret Garden ||♥|| PASSANDO POR REFORMULAÇÃO escrita por chaosregia


Capítulo 9
Por alguém que se enfrenta abslutamente tudo.




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Correu o mais rápido que pode indo direto a cozinha. Tocou os tijolos a procura de algum que pudesse estar mais “mole”, solto, desprendido. Tocou um lado, depois o outro, de repente um deles se moveu. Era aquele. Pegou uma das facas da cozinha e com a ajuda dela retirou o tijolo com cuidado. Colocou a mão no buraco que se formou do lado do fogão ao retirar o objeto e começou a começou a dedilhar a superfície a procura da tal chave.

- Encontrei.

Retirou a chave e colocou o tijolo novamente no lugar. Precisava ser rápida para poder ver o primo e voltar a tempo de colocar a chave antes que Tsunade voltasse. Subiu as escadas tropeçando na capa encharcada que cobria a corpo, mas já não o esquentava mais. Chegou ao quarto do primo ofegante, e destrancou a porta, era realmente a chave certa.

Quando adentrou o quarto, o primo estava um tanto boquiaberto com o estado da garota. Estava, além de completamente molhada, com os pés cheios de lama, assim como as barras da capa e da camisola que vestia. Os lábios estavam pálidos e o corpo trêmulo, devia estar sentindo bastante frio.

- De-Desculpa pela, pela demora.

- Onde você foi? – Permaneceu boquiaberto com a imagem da prima que se aproximava.

- Tive que, tive que... ATCHIIIIIM. – Tentou tapar a boca e o nariz, mas só teve tempo de desviar a cabeça da direção do primo.

- Desse jeito quem vai ficar doente é você.

- Precisei ir até a casa da Sakura-chan para...

- Sakura-chan?

- É a empregada da mansão. Fui até a casa dela para perguntar onde Tsunade guardava as chaves e...

- Você saiu da mansão, no meio da noite, em plena tempestade, acordou a empregada as... – Olhou para o relógio na parede. – Às três e meia da matina, e tudo isso só para perguntar onde a Tsunade guarda as chaves?

- F-Foi. ATCHIIIIIIM. – Não conseguiu conter o segundo espirro. A atitude da garota mexeu ainda mais com os sentimentos do rapaz. Como alguém podia se arriscar tanto assim só para ficar ao lado dele?

- Você é mesmo uma burra. – Não deu pra evitar. Aquele era o jeito dele de lidar com as próprias emoções, não sabia ser gentil, grato, educado, amável como ela. Quer dizer, até sabia, mas tinha medo de ser, de se apegar de uma vez por todas, mas àquela altura já era tarde.

- O-O que? Eu não acredito que...

- Desculpa! Eu não quis te ofender, eu só...

- Imagina se quisesse então. – Foi saindo novamente para a porta, antes de ser interrompida pelo primo.

- Me desculpa Hinata, não quis ser grosseiro. Eu só não sei como ser diferente, como ser agradável. Perdoe-me. – E suas palavras a fizeram parar no meio do caminho.

- Bastava você dizer obrigado. – Mas não se virou para ele.

- Obrigado. Perdoe-me, por favor.

- Nossa. Três sentenças educadas numa mesma frase? Fiquei chocada agora. – Voltou-se para ele sorridente. – Acho que está aprendendo finalmente a ser mais agradável. – E o sorriso dela despertou nele algo que a muito não se via, um belo sorriso, sincero e realmente feliz. Ficaram ali rindo feito dois bobos até caírem novamente no silêncio, fitando um ao outro, um tanto constrangidos e levemente ruborizados pelos olhares que um recebia do outro. Até que Hinata finalmente rompesse o silêncio com um... – ATCHIIIIIIIIIIM! – Espirro.

- Precisa tirar essa roupa, tomar um banho quente. Você vai acabar pegando um resfriado.

- Não, eu estou b... ACHIIIIM, ATCHIM!

- Vá. Tome um banho e troque essa roupa. Nós nos vemos outro dia. Digo, se você quiser, puder.

- Estou chocada! ATCHIIIM.

- Chocada?

- Você está sendo educado. ATCHIM. – E riram novamente. – Eu vou, vou me trocar e volto para limpar a sujeira que fiz... – Olhando para o chão sujo de lama. – Não demoro. – Foi saindo em direção a porta.

- Hei Hi-Hinata-chan!

- Hi-Hinata-chan? – Ruborizou quase que instantaneamente ao ouvi-lo chamar pela primeira vez daquela forma tão gentil, tão mais íntima.

- Posso chamá-la assim? Se quiser eu não...

- Tudo bem... Err... Hei, eu não sei seu nome ainda. – Realmente, não sei se alguém percebeu, mas até hoje ele não disse o nome dele para ela.

- É mesmo. – Riram. – É Naruto, Uzumaki Naruto.

- Então diga Naruto-kun. Posso chamá-lo assim né?

- Pode sim. Gostaria de te pedir uma coisa.

- Sim?

- Podia trazer alguns biscoitos daqueles que trouxe da última vez?

- Pode deixar. Volto num instante. – Saiu apressada pela porta rumo as escadas.

- “Hinata-chan” – Pensou enquanto se aconchegava nos travesseiros de sua cama.

- “Naruto-kun”

•••

Como disse, Hinata tomou seu banho e vestiu algo mais quente, um pijama com blusa de manga comprida e um uma longa calça, e para completar um longo chale que cobria parte de seu corpo. Foi para a cozinha e pegou o esfregão para limpara o barro que ficara pelo caminho ao subir até o quarto do primo, e também os biscoitos que lhe prometera.

Quase uma hora depois conseguiu finalmente retornar ao quarto do primo. Havia demorado tanto que o rapaz não aguentara esperar, estava dormindo. Era de se esperar, mas apesar de querer mesmo conversar mais com ele, saber mais sobre ele, sobre a vida dele, achou melhor deixá-lo assim.

Aproximou-se da cama com cuidado e fazendo o maior silêncio possível. Deixou os biscoitos sobre a mesa e ajeitou as cobertas sobre ele. Ficou alguns segundos ali, parada, observando o rapaz com um sorriso bobo nos lábios. Apesar da pele pálida, da aparência adoentada dele, era um rapaz muito bonito. Seus belos cabelos loiros, que ela não resistiu em acariciar, mesmo sem saber o porquê de estar sentindo todas aquelas borboletas voarem desesperadamente dentro de seu estômago.

- Podia fazer isso mais vezes?

- O-Oque? – Ela se assustou ao constatar que o primo estava acordado e que seus orbes azuis estavam fixos nela, além de um lindo sorriso que surgiu nos lábios dele. – N-Na-Naruto, N-Naruto-kun, eu... De-Desculpa. Não quis, eu não, não quis te acordar... Eu só, só achei... – Tentou se acalmar. - De-Desculpa...

- Eu dormi, eu que devia pedir desculpa.

- Eu, eu demorei um bocado. – Conseguindo finalmente recuperar a calma. – Tive que limpar tudo antes de vir. Ainda tenho que limpar seu quarto, mas faço isso quando sair.

- Porque se preocupar tanto?

- Porque Tsunade não pode saber que estou vindo até aqui.

- E porque ela não deveria?

- Porque fui proibida de vê-lo.

- PROIBIDA? QUEM ELA PENSA QUE É PRA TE PROIBIR DE ME VER? ELA VAI VER... Cof, cof, cof. VAI VER SÓ. Cof, cof.

- Acalme-se. Você não pode se agitar.

- Desculpa. Cof, cof. Eu sou um problema para você não é? Um chato, barulhento e ainda por cima doente. Você deve estar de cansada de mim.

- Não diga isso. Você não é mais um chato, está até educado não é? E barulhento, acho que você não vai mais fazer isso vai? Sempre virei te ver e você não vai precisar fazer um escândalo pra isso. Quanto a ser doente, isso não é problema nenhum para mim. Acho até que você não é tão doente quanto diz.

- Claro que sou. Tenho crises constantes de tosse, meu corpo dói o tempo todo, fora o fato de que não posso andar. Minhas pernas estão atrofiando e estou ficando corcunda.

- Só? – Sorriu gentil.

- Você ainda diz só?

- Bem, deixe-me ver... Você tosse demais mesmo, mas só quando fica zangado, quando se esforça muito. Mas a tosse só acontece devido o ambiente em que você vive, convenhamos, um quarto fechado, sem luz, sem circulação de ar, é isso que provoca sua tosse. Se essas janelas ficassem abertas e você pudesse respirar ar de verdade e tomar sol, se sentiria bem melhor.

- Você acha?

- Claro. Qualquer um diria o mesmo. Agora quanto ao corpo doer, as pernas atrofiarem e até quando a sua paralisia, creio que isso também esteja relacionado com sua vida vegetativa. Se você saísse dessa cama, se exercitasse um pouco, fizesse algumas seções de fisioterapia, não sei se voltaria a andar, mas provavelmente se sentiria muito melhor.

- Mas o médico disse que meu caso não tem solução, que a única coisa que podemos fazer é tardar a minha morte.

- Nossa, mas quanto exagero. Você já foi até um hospital desses que atendem gente menos favorecida financeiramente?

- Não.

- Por isso que você não sabe o que é ser doente. Naruto-kun, há pessoas lá fora com doenças incuráveis, algumas que os médicos até desconhecem a cura ou mesmo os remédios para o tratamento. Há pessoas morrendo de fome, pessoas que além de não poderem andar, não podem mover um músculo sequer do corpo. Pessoas que não podem nem respirar, nem comer... Com feridas pelo corpo todo, gente sem perna, sem braço. Gente muito pior que você.

- Eu, eu não sabia...

- Não se preocupe. Vou ajudá-lo. Vou te mostrar que você pode se recuperar rapidamente sem nem tomar remédios.

- Você acha que consigo?

- Claro. – Sorrindo. – O único problema... – E o sorriso sumiu.

- Tsunade não será problema. Sou o dono dessa casa, filho do dono. Ela não passa de uma empregada. Se ela fizer qualquer coisa a você terá que se ver comigo.

- Mas não é comigo que estou preocupada, meu amigos, não quero que ela faça nada contra eles.

- Amigos?

- Sim, Sakura-chan, a empregada da mansão, e o irmão dela, Sai-kun. Tenho medo de que ela possa mandá-los embora.

- Ninguém vai mandar seus amigos embora. Se eles são seus amigos, são meus também. Não vou deixar que ela faça isso.

- Mas Naruto-kun eu não quero que você se arrisq...

- Não se preocupe. Eu mando nesse lugar. Falarei com meu pai e...

- Seu pai está viajando.

- Melhor ainda. Na ausência dele eu sou o homem da casa. Não permitirei que ela importune nem você, nem seus amigos. Para começar vou me mudar, vou sair desse quarto.

- O que?

- Quero deixar esse andar. Tem algum quarto no terceiro andar próximo ao seu que não esteja sendo usado?

- Sim, têm alguns, mas nenhum é tão grande e confortável como esse aqui.

- Não me importo. Faça-me um favor Hinata. Vá até o banheiro ali naquela porta e pegue a cadeira de rodas que está lá.

- Você não acha que está radicalizando demais? – Sorriu.

- Acho. Pra falar a verdade nem sei o que deu em mim, mas não consigo parar agora. Não quando penso em ficar sozinho de novo. Não quero mais ficar aqui.

- Ta bom então. – Foi até o banheiro e retornou com a cadeira. – Só há um pequeno detalhe que esquecemos.

- Qual?

- Escadas. Não podemos descer a cadeira pelas escadas. Não sem ajuda. Não há ninguém na mansão.

- É mesmo, não pensei nisso.

- Bem, mas com ajuda podemos sim.

- Mas não há ninguém para nos ajudar, você mesma disse...

- Na mansão não.

•••

- SAKURA-CHAN, SOU EU, HINATA, DE NOVO. ABRA POR FAVOR. – A porta se abriu e os dois irmãos apareceram, Sakura e Sai.

- O que foi dessa vez Hinata-chan? – Perguntou Sakura bocejando.

- Preciso da ajuda de vocês dois. O Naruto-kun quer descer.

- Naruto-kun?

•••

A gatinha se aproximou da cama do rapaz e pulou sobre a mesma ao perceber que o sorriso dele era um convite. Ele afagou os pelos do animal enquanto degustava os deliciosos biscoitos que Hinata trouxera. Aquela garota era tão gentil com ele. Desde o começo a única intenção dela era se aproximar e ganhar sua amizade, nada mais. Mesmo ele sendo tão rude, sempre que ele a pedia voltava para vê-lo, nunca o abandonara.

Não podia negar que ainda havia certo receio por parte dele em se apegar tanto a alguém, devido às perdas que sofrera em sua vida. Mas de alguma forma aquela garota lhe inspirava tanta confiança que não podia deixar que aquela chance escapasse, não podia perdê-la nunca. Ele a queria por perto como nunca quis tanto alguém.

Seus pensamentos foram interrompidos por Tamii, a gatinha de Hinata, que roubou-lhe o biscoito que acabara de pegar sobre a mesa.

- Hey! Então era isso que você queria né? Interesseira. – Sorriu. Foi quando a porta se abriu e dela surgiram Hinata e mais duas pessoas desconhecidas.

- Naruto-kun. Esses são Sakura e Sai, meus amigos de quem lhe falei. Vieram aqui pra nos ajudar.

- Naruto-sama. – Cumprimentou Sai apenas por formalidade.

- Naruto-sama. É um prazer conhecê-lo. Hinata fala muito de você. – Sorrindo gentilmente.

- Ah. – Sorriu. – O prazer é meu. Agradeço por se disporem a me ajudar. Desculpem-me pelo incomodo a essa hora da madrugada.

- Não é incomodo algum. Mas no que poderemos ser úteis, Naruto-sama.

- É que o Naruto-kun quer sair desse quarto e ir lá para o segundo andar. Mas como e ele não pode andar, e eu sozinha não ia conseguir levá-lo com a cadeira de rodas lá pra baixo, precisamos da ajuda de vocês.

- Ow, ele não pode andar? Sinto muito, Naruto-sama. – Lamentou Sakura.

- Ah não. Isso já é demais Hinata-chan. Me desculpe, mas não podemos fazer isso. – Esbravejou Sai. O garoto segurou com força o braço da irmã e a puxou em direção à porta. – Vamos embora Sakura.

- Mas Sai a Hinata precisa... – Se soltou do irmão.

- Uma chave é uma coisa, levar ele lá pra baixo é outra completamente diferente. Já pensou no que a Tsunade vai fazer conosco quando descobrir que participamos dessa loucura? Se ele é mantido aqui deve ter um bom motivo. Não devemos interferir, somos apenas empregados. E você Hinata? – Fitou-a com uma expressão de reprova. – Já á egoísmo arriscar seus amigos por alguém que acabou de conhecer, mas arriscar a si própria é muita burrice. Você já parou pra pensar que está sozinha nesse mundo? A única pessoa que te deu abrigo foi seu tio. Se não for só coisa da Tsunade, e se for uma ordem dele? Já parou pra pensar onde você vai parar?

- Olha aqui, eu não... – Naruto tentou contestá-lo, mas Hinata foi mais rápida.

- Sinto muito por envolvê-los nisso. Peço que vão embora então e esqueçam tudo o que lhes pedi. Arriscar o pescoço de vocês foi um erro terrível que não pretendo prosseguir a fazê-lo, mas quanto a mim, estou disposta a fazer o que é certo, mesmo que isso custe minha estada nessa casa.

- Hinata-chan... – Sussurrou Naruto. Apesar de estar admirando cada vez mais aquela garota, não podia deixar de se sentir culpado pelos riscos que ela corria só para ajudá-lo.

- Vão. Mas eu fico. Vou fazer isso sozinha se preciso.

- Seja racional, nem que quisesse conseguiria descer uma cadeira de rodas com ele em cima, escada a baixo.

- Pois se for preciso, Sai-kun, eu o carrego nas costas.

- Hinata, por favor...

- Não Sai. – E dessa vez quem o interrompeu foi Sakura. – Eu vou ajudá-la. Arriscarei meu pescoço e mais o que for preciso por nossa amiga. Carregaremos ele as duas. – Pôs-se em pé ao lado da amiga.

- Obrigada Sakura-chan.

- Ótimo. Jogue tudo para o alto. Já somos pobres mesmo. O que é mais um dia passando fome?! E você Hinata-chan, continue com isso. Vai acabar como nós, pobre e sozinha no mundo.

- Isso não vai acontecer. – Naruto interrompeu a discussão do outro lado do quarto. Os irmãos e Hinata se voltaram para olhá-lo, ficaram boquiabertos ao perceber que o rapaz já estava quase que em pé, seguro apenas pela cabeceira da cama e pela parede. As pernas tremiam, pois além de não serem usadas há muito tempo, estavam desacostumadas com o peso do corpo do homem de 21 anos que ele se tornara.

- Naruto-kun. – Hinata correu na direção do mesmo ao vê-lo titubear e cair novamente sentado na cama. – Não se esforce tanto. Vá com calma.

- Não vou arriscar seus amigos. Não vou arriscar você, Hinata-chan. Vou fazer isso sozinho, assim ninguém poderá culpá-los.

- Como se alguém fosse acreditar que um paralítico desceu as escadas sem ajuda alguma.

- Sai. – Sakura deu um cascudo no irmão.

- Obrigado por se importar conosco Naruto-kun. Mas não se preocupe. Eu vou ficar bem.

- Se ele se importasse não arriscaria você. O Minato-sama vai acabar te chutando daqui.

- Se ele fizer isso eu vou junto. Não vou abandonar a Hinata-chan. Ela é a única pessoa que se importou comigo até hoje. Não vou deixá-la sozinha.

- Naruto-kun...

- E tem outra, sou filho dele. Não vou deixá-lo fazer isso. Conversarei com ele e estará tudo resolvido. Nem vocês, nem a Hinata-chan vão ficar desprotegidos.

- Anda Sai... Vamos ajudá-los. – Sakura empurrou o irmão com carinho. – Pela Hinata, seu bobinho. – Sussurrou para que os outros não ouvissem.

- Argh. Ta bom.

- Obrigado Sai-kun. – Hinata se aproximou do amigo e lhe deu um abraço em agradecimento. Naruto sentiu uma pontada no peito que não era como as que costumava ter as vezes. Ciúme, sentiu um leve ciúme. Não tinha gostado nenhum pouco de vê-la abraçada a outro homem, muito menos quando nem ele mesmo havia recebido um abraço daqueles.

- Estou as ordens. – Soltou-a satisfeito.

•••


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