A semana se passara com muita rapidez, o dia do casamento havia chegado, todos estavam eufóricos, mas nenhuma euforia parecia-se tanto com a de Ron, ele não havia dormido e estava nervoso, andava de um lugar para o outro na sala. À tarde os Weasley arrumaram a grande tenda (uma igual a do casamento de Fleur e Bill, porém esta era maior).

– Hermione está demorando mais do que a noiva. – resmungou Harry.

– Eu... Harry eu estou tão nervoso.

– Eu sei que está, mas relaxe, daqui algum tempo passa. Você sabe onde está Hermione?

– Harry, será que a Luna vai demorar muito? – perguntou Ron ansioso.

– Será que da para você me escutar? – Harry já estava impaciente.

– Desculpe. Preciso de uma cerveja amanteigada, não estou conseguindo respirar.

– Certo, mas não fique bebâdo, jajá Luna entra pela tenda o.k.?

– O.k.

Harry foi na cozinha tomar um pouco de água, quando virou-se Hermione estava lá, parada com um vestido tomara-que-caia, de cor rosa bebê, justo no tronco fazendo com que marcasse sua cintura e solto embaixo, seus cabelos estavam extremamente lisos e soltos. Harry quase cuspiu a água.

“Acho que nunca vou cansar de ficar me impressionando cada vez mais com a beleza dela” pensou Harry.

– Hermione Granger, você está maravilhosa.

– Harry Potter, você está um gatão. – brincou Hermione soltando uma gargalhada.

– Acho que está na hora de irmos, venha.

Com poucos minutos Luna entra. Seu vestido era branco e tinha alguns detalhes em cor de azul marinho (o vestido era perfeito), seus cabelos louros enormes estavam caindo como uma cascata de cachos e aquela menina cuja todos achavam estranha estava deslumbrante.

Após a benção dos pais de Ron e do pai de Luna, veio a tradicional dança.

– Vou pegar algo para beber, você quer Harry?

– Ah, não, obrigada Mione.

Hermione saiu dali e Ron chegou.

– Eu estou sonhando? – perguntou Ron.

– Deixe eu ver... hum, acho que sim.

– HARRY! – berrou Ronald.

– Estou brincando.

– Eu sei.

Hermione estava pegando bebida em uma mesa quando alguém fala seu nome.

– Hermione? – perguntou uma mulher entrando na tenda.

Quando Hermione se virou, seu coração iluminou-se.

– Mãe... você... – seus olhos estavam marejados.

Ela saiu correndo em direção à mulher e a abraçou. Sra. Granger afagou os cabelos de Hermione e algumas lágrimas caíram em seus rostos.

– Filha, me desculpe... eu nã...

– Você não teve culpa mamãe. Ah, eu estava morrendo de saudades.

Ela os abraçou novamente.

– Você vai voltar conosco hoje não é?

– Hã... mamãe é melhor conversarmos sobre isso uma outra hora.

– Nada disso querida, você já passou estes últimos anos afastada. Ficava mais em Hogwarts do que conosco, agora você já terminou os estudos, já pode voltar para casa.

– Mãe eu não po... eu vou pensar nisto, prometo.

– Certo querida.

Hermione forçou um sorriso.

– Que pena que perdemos a cerimonia, adoro casamentos. – Sra. Granger estava toda animada.

– Mas como... como chegaram aqui? – interrompeu Hermione.

– Agradeça aquele menino ali – respondeu o Sr. Granger apontando para Harry, que a olhou e piscou o olho. – Ele é um ótimo rapaz, só quer o seu bem, filha.

– Pode deixar, entrem e aproveitem a festa. Tenho que ir falar com uma pessoa.

Hermione chegou e beijou logo Harry, que sorriu após o beijo.

– Como você fez aquilo? – perguntou Hermione.

– Eu não fiz nada, só disse onde você estaria.

– Mas... me explique.

– Eu estava passando perto da casa deles quando pensei não vai matar fazer outra visitinha. Eu precisava ver se eles tinham lembrado de algo, sabia o quanto importava para você então quando cheguei sua mãe veio dizendo que havia lembrado, até falou seu nome. Ela me perguntou onde você estaria e eu lhes disse como chegar até aqui.

– Harry eu não sei como te agradecer. Você não sabe como estou me sentindo...

– Você está se sentindo feliz e isso é o que importa para mim. Não precisa agradecer.

– Precisa sim, eu fui muito... severa com você nesses últimos dias.

– Tenho que concordar, mas é o seu jeito.

– É, sou meio marrenta e não sei demonstrar muito bem o que eu sinto, ou pelo menos não nas horas precisas, me sinto meio insegura com isso, mas eu amo você Harry, eu amo muito.

– Eu também te amo demais, demais mesmo Mione, e por isso temos que conversar.

– Que foi que aconteceu agora? – o tom da voz de Hermione já estava tristonho.

– Agora que seus pais lembraram de tudo. Você vai voltar a morar com ele.

– Na verdade, tudo aconteceu tão rápido que eu nem estava lembrando disto.

– Tudo bem, estamos em um casamento.

– Harry, tem um quarto sobrando em minha casa, você pode vir se...

– Não Hermione, não vou morar na sua casa – interrompeu Harry.

– Mas...

– Lembra que eu falei que iria embora em poucos meses ou até antes disso? – indagou Harry interrompendo-a novamente.

– Claro que lembro.

– E... lembra dos dois dias que eu sai e não avisei para onde iria?

– Sim, eu lembro.

– Então... eu estava procurando uma casa e encontrei, só que ela é distante daqui – disse Harry baixando a cabeça.

– E? – perguntou Hermione.

– Vamos sair daqui, está muito cheio.

Os dois foram para fora.

– Bom, enquanto você estava enlouquecida de raiva eu estava procurando a casa, mas eu não estava procurando a minha casa.

– Eu não estou... não estou entendendo.

– Simples – ele tirou uma caixinha vermelha do bolso – Ron pegou minha ideia e a fez primeiro, mas acho que isso não importa não é?

Hermione corou.

– Mione, eu andei pensando muito, muito mesmo antes de chegar a essa conclusão. Mas eu cheguei pelo simples fato de você me entender, de estar comigo em horas boas e ruins, de eu estar apaixonado e você ser a mulher da minha vida. Eu já sei até o que vai dizer: somos muito novos para isso, temos muito ainda para viver e etc – ele falou isso imitando a voz de Hermione, o que a fez rir. – Porém, mesmo assim eu tenho que arriscar. Hermione Jean Granger, aceita casar comigo?

Hermione o beijou.

– Acho que isso responde, não é? Claro que aceito.

E naquela hora quando ele foi abrir a caixinha ela o interrompeu.

– Não. Só no dia do casamento.

– Você quem manda.

Os dois riram.

– Acho que todo o dinheiro que meus pais me deram serviu para algo bom.

– Você quase me matou, com aquela sua carinha triste, eu pensei que era verdade, que iriamos nos afastar.

– Jamais não é Mione?

– Acho que sim. Agora vamos aproveitar a festa.

– Tenho que conversar com seu pai.

– Eu tinha me esquecido completamente disso.

– É melhor você ir dançar Mione, eu converso com ele, a sós.

– Tudo bem.

Eles voltaram para a tenda enquanto Hermione seguia para o outro lado onde estava Luna e outras meninas.

– Olá sr. Granger – começou Harry.

– Oi. Como você está?

– Hã... tudo bem e com o senhor?

– Tudo também, festa bonita essa.

– Concordo. Podemos conversar um instante?

– Claro. Sobre o que quer conversar?

– Sobre Hermione.

– O que tem minha filha?

– Eu e ela namoramos a algum tempo.

– Acho que já deu para perceber.

– Mas, eu queria... bom eu a pedi em casamento e ela aceitou, mas só podemos casar com a permissão do senhor.

– Casar? Não acha que é cedo demais rapaz?

– Acho.

– Você realmente ama minha filha?

– Com certeza.

– Então a faça feliz. Enquanto você estiver fazendo isso eu vou apoiar as decisões dela em relação a você. Se ela já aceitou seu pedido é por que lhe conhece bem.

– Nos conhecemos há quase nove anos.

– Eu já sabia, ela mencionava você e o ruivinho – disse ele apontando para Ron.

– Isso é bem a cara dela. Então... obrigado e pode deixar, eu vou fazer Hermione feliz, espero eu.

Gina e Draco estavam sentados conversando sobre Lucio.

– Temos que ir falar com meu pai amanhã – murmurou Draco, pouco confiante.

– Tem certeza Draco?

– Não, mas precisamos fazer isso logo. Eu quero que ele saiba, quanto antes é melhor.

– Eu concordo com isso.

Ron chegou e abraçou Harry.

– Parabéns campeão, vamos ter outro casamento logo. – berrou Ron.

– Acho que não tão recentemente.

– Mas por que não? – Ron se desanimou.

– Primeiro, por que você e Luna precisam de um tempo, seus pais de uma folguinha, e é melhor deixar logo Gina e pai de Draco se entenderem, por que eu acho que eles não estão animados.

– Você tem razão, eu não tinha pensando por este lado.

– É, eu sei. Para onde você e Luna vão?

– Bom, vamos viajar para o Egito. Eu contei a Luna da vez em que fui lá e ela se animou toda.

– Imagino como ela ficou.

– E morar, vamos morar não tão longe daqui.

– Quer ter familiares por perto?

– Ah não, não! Mas a casa que gostamos fica perto daqui. Agora vou comer, estou com fome.

– E quando você não está?

Os dois riram e Ron foi atrás de comida.

– Oi linda – sussurrou Harry no ouvido de Hermione, o que a fez se arrepiar.

– Olá.

– Já falei com seu pai.

Hermione o olhou da cabeça aos pés.

– E está sem nenhum arranhão? – brincou Hermione.

– HAHAHA! Ele achou ótimo sabia? E disse que era para eu te fazer feliz.

– Isso é tão suspeito – Hermione arqueou a sobrancelha.

– Sério? Não me diga que Jake saiu de Azkaban e está usando polisuco.

– Estou brincando, bobo.

Um trovão ribombou no céu.

– Chuva – Harry estava animado.

Todos começaram a sair da tenda e foram para fora. As pessoas estavam felizes, tomando banho de chuva, dançando, brincando.

– Acho que eu não estou muito afim – disse Hermione olhando todos lá fora.

– Só alguns minutos amor, você não vai resfriar, eu prometo.

– Mesmo assim, eu não acho que seja... – antes que Hermione pudesse falar Harry a pegou nos braços e saiu da tenda.

– Harry Potter, não acredito que você fez isso eu estou toda molha... – ele lhe interrompeu com um beijo. Depois ela o beijou novamente e eles começaram a dançar.

– Por que você insiste em me fazer dançar em público? Só por que eu sou péssimo com dança – resmungou Harry.

– Só quando está na frente dos outros, por que no dia da cabana você arrebentou.

Os dois ficaram lá por alguns minutos dançando e conversando, mas estava muito frio e como Harry havia prometido a Hermione que ela não ficaria resfriada resolveu leva-la de volta para casa.

– Pronto, está entregue.

– Vou me trocar, espere um segundo.

– Eu vou também, já volto.

Quando Harry voltou Hermione estava penteando os cabelos.

– Bonito pijama – disse Harry.

– Para, isso nem é um pijama.

– Bom, eu vim só dar um boa noite.

– Fica só um pouco – pediu Hermione, pela primeira vez em todo o relacionamento deles. Harry ficou confuso.

– Está tudo bem? – perguntou Harry.

– Mais ou menos, por quê?

– Você nunca pediu para eu ficar, sempre diz que eu tenho que ir antes que alguém nos pegue.

– Eu sei, eu sei. Então boa noite.

– Ah, sabia. Nem deveria ter falado nada. Você é muito birrenta às vezes sabia?

– Sim, eu sei.

Os dois deitaram na cama e começaram a conversar, os minutos foram passando e eles acabaram pegando no sono, juntos.