Hermione deitou-se em sua cama e começou pensar em Harry, sim ela o amava, mas estava muito confusa, ela temia que Jake falasse a verdade, quer dizer... ele falava a verdade. Hermione sabia que Harry poderia muito bem se defender por conta própria, que ele já fizera isso muitas vezes anos atrás, ela pensou que se afastasse dele seria como uma novela. E se o melhor fosse contar toda a verdade a ele? Seria tão mais fácil, mas como Jake dissera, Harry não o machucaria... não o machucaria tanto por que Harry se importava com as pessoas, porém Jake não estava nem ai para ninguém e nem tampouco se importaria em matar Harry. Então seus pensamentos mudaram de lugar, eles foram para os olhos de Harry, para o sorriso dele. Um arrepio surgiu em todo o corpo de Hermione ao pensar naquilo sendo destruído.

No dia seguinte Harry se atrasara para as aulas e nem apareceu ao salão comunal, tinha passado dos limites do sono. Quando chegara a sala uma cadeira ao lado de Hermione estava vazia, ele se sentou nela, apesar de estar chateado com a garota ele deu um beijo em sua bochecha.

– Bom dia – disse Harry.

Hermione evitou olhá-lo, mas assentiu.

A aula acabou, Hermione não dera uma palavra, a segunda aula de Harry não seria com Hermione. Ela estava saindo da sala quando ele a puxou.

– Está tudo bem com você?

– Hã... claro – Hermione tentou fazer com que sua voz parecesse segura.

– Mesmo?

– Sim. Podemos conversar mais tarde? Quando as aulas acabarem?

– Sim, claro. Algum assunto em especial? – perguntou Harry.

– Até mais – Hermione respondeu friamente.

– Tudo bem. – Harry ia lhe dar um beijo, mas hesitou e lhe deu apenas um abraço.

Harry passara as outras aulas inquieto, quase não prestava atenção em nada, seus pensamentos estavam longe, ele parecia tenso e preocupado, tinha algo acontecendo com Hermione, mas ele não sabia o que era.

Quando finalmente as aulas acabaram, Harry e Hermione se encontraram no salão comunal.

– Bom, o que você tem para me falar?

– Aqui não é um lugar apropriado...

– Tudo bem então, vamos sair daqui.

Harry e Hermione foram para os jardins. Hermione baixou a cabeça, suas mãos estavam geladas.

– Comece – pediu Harry.

Hermione engoliu em seco.

– Bom Harry o... – Hermione ia lhe contar tudo, mas resolveu não contar, se concentrou para falar as próximas palavras

– O o que? – perguntou Harry, ansioso.

– O nosso relacionamento.

– O que tem ele?

– Não está dando certo.

– Como não está dando certo, Hermione? Está perfeitamente certo. O que você quer dizer com isso?

Hermione baixou a cabeça. Harry entendeu tudo.

– O que está acontecendo com você Mione? – disse Harry se aproximando e afagando o rosto dela.

Hermione não hesitou, pois gostava quando ele fazia aquilo.

– Não está acontecendo nada am... Harry. – ela se interrompeu, pois iria chama-lo de amor e naquela ocasião não era apropriado.

– Certo, entendi, você está desistindo por outro motivo e qualquer que seja ele, vai parecer insuficiente para mim.

– Você nem sabe o que está falando Harry!

– Certo, é você quem está me fazendo ficar no escuro, ontem estava tudo perfeito até eu ir tomar banho, você voltou toda estranha, passou a noite quase toda sem dizer uma palavra, sem olhar diretamente nos meus olhos, depois mentiu para mim, dizendo que estava cansada. Estava cansada, mas demorou mais de uma hora para voltar ao salão comunal e ir dormir, hoje novamente não falou nada. Mione, eu conheço você, não é de ficar calada, gosta de falar o tempo todo, é uma garota feliz. Você está me escondendo algo e eu não vou lhe obrigar a dizer, eu não posso. Você me fala se quiser, mas dizer que nosso relacionamento não está dando certo é uma desculpa... deveria dizer a verdade, a verdade que você não quer mais. – desabafou Harry.

As palavras soaram como facadas, mas Hermione sabia que tudo era verdade, menos a parte de ela não querer mais.

– Então... é isso mesmo? – perguntou Harry – Acabou?

– Sim – respondeu Hermione, severamente – Acabou!

– E eu não vou saber o motivo?

– Você já sabe o motivo.

– Então você me fez acreditar que gostava de mim, mas na verdade...?

– Isso mesmo.

– Certo.

Harry saiu bufando dali e Hermione respirou fundo contendo as lágrimas. Ela suspirou e sentou em um banco que havia lá.

– Fez o certo! – exclamou Jake, sentando ao lado dela. – Estou gostando de ver, agora tenho chances.

– Você NUNCA terá chances, eu amo o Harry entendeu? AMO!

– Deixe de besteira, que amor que nada, nem sabe o que é isso – grunhiu Jake.

– Quem não sabe o que é o amor é você. Você não sabe o que é isso pois a única coisa que você tem em seu coração é ódio.

– Não, eu gosto de você. E eu sei o que é amor, pode apostar que sim.

– Não, não sabe. Você não sabe o que é ter o coração machucado ao ver quando a pessoa estar triste e o que é ficar feliz só de apenas ver o sorriso estampado no rosto dela, não sabe o que é ir até o fim com ela e por ela, não sabe o que é sacrificar sua felicidade só para proteger uma pessoa. Se você soubesse o que é o amor, você me deixaria em paz, você me deixaria ser feliz, por que você ficaria feliz em ver minha felicidade, mas você... você é um ogro. – berrou Hermione saindo dali.

Hermione sentou ao lado de Gina.

– Está tudo bem? – perguntou Gina. – Você parece triste.

Hermione engoliu em seco.

– Não! Está tudo bem.

– Mesmo?

– Hã... sim!

– Onde está Harry?

– Eu não sei, nós... bom, eu terminei com ele.

– Você o que? – gritou Gina.

– Shiu! Fala baixo.

– Mione, você termina com Ron para ficar com ele, Harry termina comigo para ficar com você, eu e Ron ficamos... bem, ficamos muito tristes e você desiste? Assim, do nada? Depois de tudo que passaram?

– Não foi do nada, e muito obrigada por lembrar de tudo que fizemos.

– Ora Hermione, já passou, eu gosto do Draco, gosto muito, de verdade e o Ron parece gostar de Luna.

– Você não sente mais nada pelo...?

– Ah não, não Hermione – interrompeu Gina. – Bom, pelo menos eu não.

– Como assim?

– Está na cara que Cho gosta do Harry e estava apenas esperando uma oportunidade para agarrar ele.

Ah que legal, agora estou bem melhor pensou Hermione.

– Bom ele é solteiro – disse Hermione.

– Certo, pode fingir que não está nem ai, talvez engane algumas pessoas mas não a mim, tenho que ir agora.

Harry estava deitado quando Ron chega apavorado.

– Harry, me ajude por favor. – gritou Ron.

– O que foi dessa vez? – perguntou Harry.

– É a mamãe, ela me mandou outro traje para o baile e dessa vez é pior que aquele Harry, eu não posso aparecer vestindo aquilo, Luna não pode me ver com aquele... ah sei lá como se da o nome ao uma coisa tão feia. – Ron falava desconsoladamente, ele estava desesperado.

– Certo, como posso te ajudar?

– Bom, vamos á Londres comprar um novo para mim. Não quero ir só. Podemos ir amanhã bem cedo? O baile vai ser amanhã a noite.

– Tudo bem. Não vou hoje com você por que estou... ah, hoje não estou afim de sair.

– Entendo, eu já soube...

– Já? – perguntou Harry perplexo.

– As noticias correm rápido em Hogwarts.

– Disso eu sabia, mas não tão rápido.

Ron riu.

– Então, vamos amanhã, de verdade, certo?

– Certo Ron, acalme-se, vai dar tudo certo e você não vai precisar ir com... com aquela roupa.