Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 8
Doce Melissa


Notas iniciais do capítulo

Laura toma posse de seu cargo como professora em um Colégio, mas para sua surpresa conhece um linda menina tímida e filha de seu grande amor. Meninas, obrigada por comentar minha história. Espero que gostem deste capítulo. Laura cada vez mais perto de Edgar... Mas há ainda um caminho a percorrer...



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Doce Melissa (Capítulo 8)

Finalmente hoje seria meu primeiro dia de aula, estava ansiosa, não sabia o que me esperava, mas tinha muitas esperanças. Isabel foi maravilhosa como sempre, quando acordei, havia uma linda mesa de café da manhã, tomamos o nosso café juntas e minha querida amiga me desejou boa sorte.

Peguei o bonde, que parou perto da entrada da escola, era um colégio grande, ao entrar vi várias meninas ainda no pátio da escola, me dirigi até a sala da Madre Superiora, ela me levou para conhecer minha primeira turma, as meninas tinham por volta de seis anos, eram todas encantadoras.

- Meninas, esta é a senhorita Laura Vieira, a partir de agora ela será professora de vocês, sejam educadas e boas alunas como sempre foram. – A Madre fez a apresentação.

- Bom dia Srta. Vieira. – Elas responderam em coro.

- Bom dia meninas, é um imenso prazer ser a nova professora de vocês. – Respondi.

A Madre saiu e nos deixou a sós. A aula transcorreu maravilhosamente, estava tão feliz por exercer minha profissão, de estar ali com aquelas meninas. O tempo passou tão rápido que quando percebi já era hora do intervalo, as meninas saíram para brincar, fiquei tomando conta da minha turma, mas percebi uma linda menina, um pouco tímida talvez, estava separada das outras, apenas via as outras brincando de roda ou amarelinha, me aproximei e perguntei se não queria brincar.

- Você não vai brincar com as outras meninas?

- Elas não gostam de brincar comigo. – Disse acanhada.

- Por que não?

- Fico cansada e não consigo acompanha as brincadeiras.

- Por isso que fica distante, apenas vendo?

- É, tenho Asma.

- Lamento muito. Mas há outras brincadeiras que você pode fazer. Você pode brincar de passa-anel, por exemplo.

- As meninas gostam de brincar de pique-pega, de esconde-esconde, e eu não consigo brincar como elas, eu não consigo acompanhar aí elas não querem brincar comigo.

- Tem alguma brincadeira que você goste?

- Meu pai sempre lê para mim, ele faz as vozes das personagens e brincamos disso, meu pai é supimpa. – A menina sorriu quando se referiu ao pai. – Gosto muito quando meu pai lê para mim. Adoro quando ele lê para mim “Os desastres de Sophia”, é o meu livro favorito e não canso de ouvir.

- Conheço o livro é da Condessa de Ségur. Então a senhorita é uma menina de muita sorte, tem um pai que lê para você. Mas esqueci de perguntar: Qual seu nome?

- Melissa.

- Melissa? – Lembrei-me que era o nome da filha do Edgar e que a menina tinha asma, assim como esta aluna. Fiquei olhando para ela, não acreditando na imensa coincidência. Melissa percebeu que minha expressão mudou.

- Algum problema Srta. Vieira?

- Não. Respondi.

Tive vontade de perguntar como se chamavam os pais dela, mas achei melhor não perguntar, talvez tivesse medo da resposta. Seria possível? Eu ser professora da filha do Edgar. Não pode ser, a cidade é muito grande, seria muita coincidência. Mas o mesmo nome, a menina teria está idade agora, sem contar que também tinha asma. O sinal tocou e Melissa me acompanhou até à sala de aula, continuei. Mas, reconheço que parte do meu entusiasmo acabará, pensava se Melissa era ou não a filha de Edgar, a dúvida me consumia. Ao termino da aula as meninas se despediram de mim, mas Melissa foi a última a sair da sala, ela se despediu de mim e saiu. Fiquei ali mais alguns minutos com as minhas dúvidas.

Ao chegar em casa, tive uma grande surpresa, tia Celina veio ao meu encontro, tinha mandado uma mensagem por menino de recado e para minha alegria, minha querida tia desastrada veio ao meu encontro. Foi tão bom abraçar alguém do meu sangue, alguém que me viu nascer e crescer. Ninguém melhor neste momento que tia Celina, eu a amo tanto, era mais parecida comigo do que minha própria mãe. Isabel havia saído, mas deixou um belo almoço preparado. Eu e tia Celina almoçamos e conversamos, ela me falou como estavam meu pai e Albertinho, também falou do eterno mau humor da tia Carlota e de Alice. Também falamos de minha mãe e da farsa que ela inventou para esconder o divórcio e obviamente de Edgar, o quanto ele tinha sido generoso em manter essa farsa toda.

- Tia, por falar em Edgar, hoje eu conheci uma menina que tem o mesmo nome da filha dele, Melissa. É uma menina adorável.

- Ora, Laura, não é um nome raro, convenhamos. Há muitas meninas que se chamam Melissa.

- Eu sei, mas tem mais um detalhe, a menina tem asma, assim como a filha do Edgar.

- Querida, a única coisa que posso lhe dizer que é muita coincidência.

- Eu não sei tia, e isto está me incomodando...

- Não sei se foi uma boa ideia aceitar dá aulas naquela escola... Talvez eu devesse sair...

- Laura, você voltou para a cidade, você pode encontrar com Edgar da mesma maneira que pode não encontrar. É um risco.

- Não sei se estou pronta para um reencontro, só de pensar que pode estar com aquela mulher, que vivem juntos e que ela possa de esposa dele, eu fico tão magoada, meu sangue ferve só de imaginar.

- Laura, sobre o Edgar eu sei que vive uma vida bastante discreta, agora é um advogado bastante renomado e que vive sozinho naquela casa que já foi sua um dia.

- Se ele leva uma vida discreta é que provavelmente esteja com aquela mulher.

- O que eu sei, através do Guerra, é que o Edgar vive para a filha e para o trabalho. É um homem bastante solitário.

- Um homem como Edgar nunca é solitário, tia.

- Um homem qualquer poder ser, mas um homem ainda apaixonado por sua ex-esposa...

- Isto é uma imensa tolice tia, depois de todos estes anos o Edgar deve já ter me esquecido há muito tempo. – Laura tinha ficado incomodada com as falas da tia.

- Não é assim não, basta ver que ele carregou durante todos estes anos a farsa que sua mãe criou. É certo que Edgar é um cavalheiro, mas Laura, nenhum homem manteria uma farsa como esta se fosse indiferente, como você quer acreditar.

- Não sei tia. – Laura apreensiva.

- Laura, lembre-se que você o deixou. O Edgar tinha e tem todos dos motivos para não aceitar a farsa armada pela Constância, mas fez por você.

- Talvez tenha aceitado para não expor a menina e aquela mulher.

- Não acredito nisso, pela filha com certeza, mas por aquela mulher certamente é que não, para mim, ele fez isso sim, mas para não expor a você e também a filha como disse, mas principalmente a você. Edgar é um cavalheiro e também um homem ainda apaixonado é nisso em que acredito.

- Tia Celina, a senhora ainda é uma romântica.

- Minha vida já é tão sem graça e você ainda quer que eu seja descrede do amor. – Celinha e Laura riram, mas a tia ficou séria e continuou. - Minha sobrinha, você foi embora, mas o Edgar ficou, e mesmo divorciado, continuou casado com você por causa de uma farsa, até hoje usa aliança. Também sei que sofreu muito, e mesmo tento uma filha com aquela mulher, continua sozinho, sei disso tudo por causa do Guerra.

- Mas o Guerra não falaria da intimidade do Edgar, sendo a senhora minha tia.

- De fato, o Guerra é muito discreto, mas das poucas vezes que falamos no Edgar, ele sempre fala as mesmas coisas. Laura, eu nunca vi um casal mais apaixonados que vocês, sei que a vida os separou, que tiveram suas diferenças e até hoje me sinto culpada por ter entregado aquela carta, se não fosse por ela, provavelmente, estariam juntos até hoje. Mas a verdade é que, mesmo agora, passado todos estes anos, vejo que não é apenas o Edgar que continua apaixonado, mas você também, caso contrário não se sentiria tão angustiada por ter encontrado esta menina que lhe trouxe tantas lembranças.

- Tia a senhora fez bem entregando a carta para mim, não seria justo a menina ficar sem conhecer o pai. Quando a mim e ao Edgar, o amor não bastou, nem sempre tia o amor basta, um casamento é feito de outros elementos importantes: confiança, respeito, admiração e algum momento eu perderia isso pelo Edgar, ou por mim mesma, e não suportaria olhar para ele com ódio, mágoa, raiva. Eu o amo demais e sempre vou amar. Mas como disse à senhora, o amor por si só não basta. Não foi a falta de amor que nos separou, mas toda a situação que se abateu sobre nós. A perda do nosso bebê, a ausência, a falta de notícia e a chegada daquela mulher. Enfim, como a senhora pode ver não foi falta de amor. – Disse penalizada.

- Laura, a melhor maneira de descobrir a verdade é descobrindo se esta menina é ou não a filha do Edgar. Mas se for o que você pretende fazer?

- Eu não sei, mas amanhã mesmo vou tirar esta história a limpo, vou descobrir se a Melissa é filha ou não do Edgar. Eu não sei como ainda, mas vou descobrir. Nunca imaginei que um dia pudesse ser professora da filha do meu marido.

- Será melhor assim querida. – Tia Celinha e abraça e se despede de mim.

No dia seguinte, ao final da aula fiquei escondida espiando Melissa, não tinha certeza, mas desconfiava que o pai, ou a mãe iria buscá-la na escola. Eu estava determinada a descobrir a verdade, e não tardou muito em descobrir porque vi Edgar chegar e Melissa correu até ele e a pegou no colo, ele parecia descontraído conversando com a menina, ela parecia feliz na companhia do pai. Era o Edgar, depois de todos estes anos, meu corpo ficou sem reação, era a primeira vez que o via depois da assinatura do divórcio, depois de todos estes anos, senti meu coração bater mais forte, era o meu Edgar, com a filha. Os dois entraram em um carro e foram embora, enquanto eu fiquei, atônita com a confirmação do que eu já desconfiava. Melissa era filha de Edgar. Meu corpo continuou sem reação, sentia meu coração bater forte em meu peito, por um momento pensei que fosse desmaiar como aconteceu a alguns anos quando vi Edgar embarcar para Portugal. E principalmente o ver, ali, tão perto de mim e ao mesmo tempo tudo era tão distante que parecia que tinha sido em outra vida.

Edgar continuava o mesmo belo homem por quem eu tinha me apaixonado, seu sorriso, seu porte, parecia tão carinhoso com a filha, dedicado. Vê-lo ali, era como se não houvesse passado um dia sequer em todos estes anos. Não imaginava que o destino brincasse dessa maneira. Era o Edgar, meu Edgar, meu marido amado, mas agora alguém distante, não era justo. A vida não era justa. Ser professora da filha dele não era justo. Era o meu Edgar, com Melissa. Sentei em um banco ali perto, precisava respirar, precisava pensar, tantos anos e meu coração continuava a ser ele... Era o meu Edgar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Depois de seis anos Laura rever seu grande amor... Mais uma vez obrigada pelos comentários, mas ainda gostaria de saber a opinião de vocês sobre este e ou capítulos anteriores e se estou ou não no caminho certo. Obrigada. Beijos.



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