Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 54
Dois anos Penúltimo Capítulo - 54


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas... Tudo bem? Pois é, reta final e este é o penúltimo e como hoje é domingo, mais um capítulo. Confesso que ficou um pouco meloso e espero que gostem mesmo assim... Mais um momento do nosso casal favorito e é a última vez que temos o ponto de vista do Edgar... Comentem, quero muito saber a opinião de vocês... Está chegando ao fim e gostaria muito, se puderem, fizessem um balanço da estória, desejo muito saber a opinião de vocês... Boa leitura... bjs e até mais...



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Dois anos (Capítulo 54)

Por Edgar

Aqueles dias que se seguiram depois da Catarina ter me revelado que Melissa poderia não ser minha filha foram terríveis e não foram piores porque tinha Laura e minha filha ao meu lado... Também via a tristeza da minha Abelhinha pela partida da mãe... O quê ela fez foi horrível demais, a crueldade de ter revelado assim... E não posso negar, sentia um profundo ódio dela... Como pode? Pensava comigo... E é a mãe da minha filha mais velha... Por mais que merecesse e não fazia por ela, não queria me sentir contaminado pelas palavras, pelas atitudes da Catarina e por isso, meu único remédio foi me agarrar cada vez mais as mulheres que amo... Dedicava-me cada vez mais a Laura e a Melissa e elas eram a razão por querer esquecer que um dia a mãe de minha menina tenha feito o que fez... Amo profundamente as duas e a melhor maneira de deixara para trás as palavras e a crueldade da Catarina era dedicar minha vida a elas e ao nosso filho que nasceria em breve... Ficava cada vez mais perto delas e principalmente da Melissa, pois não queria que sentisse falta daquela lá, ao contrário, se dependesse de mim, a lembrança dela seria totalmente apagada... Se pudesse tiraria dos pensamentos da minha menina a recordação da mãe... E ter a Laura comigo, o que mais poderia desejar... Tinha finalmente a minha família junto a mim... E era isso que me consolava, ter as duas junto a mim.

Tinha noites em que me levantava de madrugada e ia até o quarto da Melissa e ficava, ali, em silêncio, apenas velando seu sono... Pouco me importava o que Catarina tinha dito, o que me importava era saber que minha filha estava comigo... E outro presente da vida foi a Laura ter se afeiçoado pela minha filha... Abriu seu coração a Melissa, sem ressalvas, sem acusações... Era imensamente grato por isso, por saber que eu era o responsável por tudo aquilo... Pois sei da dor que causei a minha esposa naquele período e sei que dificilmente outra mulher teria aberto seu coração da maneira como a Laura fez com Melissa... Aceitá-la como sua, e quando falava da nossa menina era nítido seu coração já pertencia a minha filha também... Sempre a queria por perto, sempre estava juntas e como se amam...

Ter a Laura de volta, como era bom ter a Laura de volta a minha vida... Ela é a minha vida, assim como a minha filha também... E ela me consolou, me apoiou, e a ter ao meu lado novamente... Depois de tantos dissabores que eu causei... A vida nos dando outra chance, será que seria merecedor? Não sabia dizer, apenas me esforçava para ser... E agora ter a minha mulher junto a mim e ela estando grávida... Um filho, por tanto tempo desejado... Chorado... E, agora, finalmente um filho... E principalmente um filho com a Laura, e por quantos anos eu sonhei com esta criança e chorei a perda daquela... Poder ver seu corpo se modificar, sua barriga crescer, acompanhar cada mudança sua, compartilhar este momento como ela e saber que em breve um filho nosso nasceria... Um filho tão esperado... E juntos, como deveria ter sido e que não aconteceu e por minha culpa, se perdeu... Quantos anos perdido por minha culpa, a felicidade que poderia ter vivido e que perdi por ter sido tão crédulo... Talvez seja o tolo que Catarina me acusou... Porém, a Laura tinha razão... Todo este sofrimento nos trouxe a Melissa e não consigo imaginar minha vida sem minha filha... Só não me sinto pior por causa dela e por ela faria qualquer coisa... Se tivesse que passar por todo aquele sofrimento que passei, para ter a Melissa, eu passaria, só para ter minha filha ao meu lado...

O tempo foi passando e eu cada vez mais junto a minha família, apaixonado por elas... E pela criança que nasceria em pouco tempo... E estar com elas era tudo que eu precisava, que me fortalecia, que me fazia desejar ser um homem melhor, um pai e marido melhor... Dedicava-me a elas... E era maravilhoso estar perto da Laura neste momento... E como uma gravidez pode mudar a vida de um homem, é claro que a mulher sente mais, afinal de contas, é ela que está grávida... Também mexe como um homem, principalmente, quando este deseja muito ter um filho com a mulher que ama... E esperei tanto tempo por isso... Não há um elo maior que um filho entre duas pessoas que se amam muito e principalmente quando este é muito esperando... Um filho modificar, não se é mais o mesmo quando se tem uma criança... Quando soube da existência da Melissa e a coloquei no colo pela primeira vez, sabia que não podia mais ser o mesmo, havia alguém que dependia de mim, que precisava de mim, do meu amor... É uma maneira diferente de amar alguém, é algo maior, se ela depende de você, há sua dependência em relação a ela também... Você precisa do seu filho, é o seu referencial, não é apenas você... Há aquele outro ser que precisa de você e também há tanto que aprender com ele... A minha filha, se não fosse por ela, não sei como teria suportado os anos de ausência da Laura, sem ela estaria sem rumo, sem chão, sem um sentido e ela me deu tudo isso... Estava com o coração ferido, mas tinha uma razão para continuar e esta razão era a Melissa...

E agora uma nova criança... Quando Laura resolveu parar de trabalhar, confesso que me senti aliviado, não por egoísmo, porém conheço minha esposa o suficiente para saber que se dependesse dela, ficaria em sala de aula até o último momento, entretanto, ela começou a se sentir incomodada e deve que dá o braço a torcer e parar algumas semanas antes do parto... E foi uma alegria quando me disse para chamar o pai, pois seria naquele dia que, finalmente, nossa criança nasceria... Eu queria muito ficar ao lado dela no momento que o bebê nascesse, estava tão apreensivo que meu sogro praticamente me expulsou do quarto... Fiquei na sala e esperei ao lado da minha filha... E de lá ouvia os gritos que Laura dava vez ou outra e me dava uma agonia porque pensava que pudesse está sofrendo... E quando ouvi um choro alto de criança, era meu filho que havia nascido... E comecei a chorar como um garoto... Era meu filho que havia nascido, pensava comigo... Isabel, que foi chamada para ajudar no parto, veio me buscar e perguntei se era menina ou menino, ansioso para saber, apesar de pouco me importar se seria um ou outro... Ela apenas me disse que quem me contaria seria a Laura, porém que era uma linda criança e que nascera saudável... Ao subir, não pude conter a emoção ao ver a minha esposa com o nosso bebê no colo, fiquei mais emocionado ainda e ela me entregou a criança e disse que era uma menina... Uma filha, e é tão linda... Uma filha minha e da Laura, nossa caçulinha... Finalmente uma filha com a mulher que amo... Pedi para que chamassem Melissa e ela veio e adorou a irmã... E ao vê as três mulheres mais importantes da minha vida ali, e comigo... Laura, Melissa e agora a nossa pequena Beatriz... Havia prometido a mim mesmo que se tivesse uma filha, ela teria este nome por causa do significado... Aquela que trás felicidade... E a nossa pequena Beatriz trouxe mais felicidade para mim e para minha família... E foi diferente de ter pego a Melissa pela primeira vez, querendo ou não, minha filha mais velha a conheci já tinha mais de quatro meses e a amei assim que coloquei os olhos nela, e a Beatriz, eu pude vê seu desenvolvimento no corpo da minha esposa e pegá-la agora... Com minutos de nascida, era para ter sido assim com a Melissa e não foi e agora, finalmente, poderia ter o prazer de poder ouvir seu primeiro choro, saber que era o faltava para nossa felicidade...

Melissa adorou a irmã e fiquei muito feliz por isso... E com o passar do tempo, Melissa e Beatriz se tornaram muito unidas... Mesmo pequenina, Beatriz prestava atenção na irmã e quando a minha mais velha chegava do colégio sempre procurava pela irmã... E nossa caçulinha fazia festa quando via a irmã por perto... Balançava as perninhas e muitas vezes ela esticava os braçinhos para Melissa e as duas ficavam juntas, ora comigo, ora com mãe... E eu fazia questão de ficar com as duas sempre que podia... Ter a companhia delas... Ficar aqueles momentos com elas... Eu passaria o dia inteiro com elas...

Vê a dedicação da Laura com as duas meninas, na realidade com a nossa família... Sempre atenciosa com as nossas filhas... Sempre via a minha esposa dando de mamar para a pequenina, principalmente, de madrugada, nos primeiros meses e era uma linda imagem... E eu apenas contemplava, a tranquilidade das duas e eu sempre fazia questão de colocar a Beatriz no berço depois de esperar que golfasse e deitava-me abraçado com minha esposa, apenas agradecido por ter tido a chance de vivenciar tudo isso ao lado dela...

E assim o tempo foi passando, e eu como um pai bobo e um marido dedicado, apenas via as mulheres da minha vida preenchendo cada canto da minha vida e era cada vez mais agradecido por isso... Beatriz ficava cada vez mais parecida com a mãe... E vê as minhas filhas se desenvolverem saudáveis e felizes... Vez ou outra Melissa falava de Catarina e Laura, com muita sabedoria, perguntava se a mãe havia enviado alguma carta, porém a resposta era sempre negativa, porém a Laura sempre dizia para nossa menina que a mãe, certamente, se lembrava dela e que nunca a esqueceria... Melissa ficava um tantinho tristonha, porém como a irmã sempre estava por perto, ela se distraía com a caçula... E quando a pequenina aprendeu a andar foi uma festa... Melissa sempre ficava por perto, pois tinha medo que a irmã caísse... Se a nossa mais velha estava longe, Beatriz dava uma corrida até a irmã e ficava junto a ela... E assim que aprendeu a falar, chamava a irmã de Lissa, não conseguia falar o nome da mais velha... E assim, com o passar dos meses em nossa casa e quando dei por mim, já estava perto de fazer dois anos que a Laura havia voltado para casa e, é claro, eu quis comemorar... Conversei com o Padre Olegário e tentei fazer com que fizesse um novo casamento, porém ele me convenceu depois de muito tempo que poderíamos ter uma benção e conversei com a Isabel, perguntei se não queria me ajudar e a amiga de minha esposa aceitou de bom grato... Fizemos tudo as escondidas... E finalmente...

Dois anos... E hoje faz dois anos que Laura voltou para nossa casa. Nossa casa, pensei comigo, não imagina o quanto era bom falar isso, nossa casa, nossa.. Ela dorme ao meu lado e a observo, desde que ela voltou, gosto de observá-la dormir, era a certeza que tinha voltado, estava ali agora, sei que já se passaram dois anos, mas apenas gosto de observá-la, talvez seja um bobo, não é isso, sei o quanto me doeu acordar durante anos sozinho e não poder observar Laura dormir, não sentir o perfume de seu cabelo, e agora, era como acordar de um sonho ruim depois de muitos anos... Laura ainda dormia e seu sono era tranqüilo, tento não fazer barulho e me levanto e vou até aos quartos de minhas filhas, Melissa dorme no seu quarto assim como nossa pequena Beatriz, que já passou a dormir no próprio quarto há pouco tempo, a noite correu tranquilamente. Voltou para o nosso quarto e Laura ainda está adormecida, a claridade de mais um dia invade através da cortina. Sinto-me abençoado, tudo que mais amo está perto de mim, Laura, Melissa e Beatriz, as mulheres de minha vida. Desço e preparo uma bandeja de café da manhã, e busco um ramo de alecrim para decorá-la. Subo e desperto minha querida esposa com um beijo no canto da boca, assim como ela sempre fez comigo.

– O que fiz para merecer acordar assim? – Perguntou ainda sonolenta.

– Bom dia, dorminhoca. – Sorrio para Laura.

– Bom dia, então o senhor meu marido acordou antes de mim. – Espreguiçava-se.

Dou-lhe mais um beijo.

– As meninas já acordaram? – Já preocupada com as meninas.

– Elas ainda dormem, mas daqui a pouco, você já sabe a casa estará uma algazarra. O que significa que ainda temos um tempinho para namorar. E eu adoro passar estes momentos com minha amada esposa. – Eu a abracei e a beijei.

– Nossa! O senhor está mais apaixonado ainda esta manhã. Posso saber o motivo de tanto romantismo? – Curiosa como sempre.

– Mas sou um homem apaixonado pela senhora minha esposa e por minhas filhas. E eu preciso de mais motivo do que esses? – Ainda a beijava.

Coloco a bandeja sobre a cama e ofereço uma xícara de café com pouco leite para Laura, coloco um pouco de geleia de morango na sua torrada e lhe entrego.

– Posso saber o quê fiz de tão especial para receber tanto chamego no café da manhã. – Desconfiada enquanto dá uma mordida na torrada.

– É que hoje é um dia importante. – Respondi.

– Importante? Esqueci alguma data especial? – Desconfiada.

– Não se lembra? – Eu a deixava mais desconfiada ainda.

Laura faz que não com a cabeça, enquanto engole mais um pedaço de torrada.

– Isto é imperdoável senhora Vieira. – Dou mais um beijo em minha esposa.

– Não é aniversário de nenhuma das meninas, isto eu sei. – Questionava.

– Não, não é isso não. – Respondi sem dá nenhuma pista a ela.

– Também não é o meu aniversário e tão pouco o seu. – Olhava-me atentamente tentando descobrir algo.

– Também não. – Respondo balançando a cabeça negativamente. E deixando mais desconfiada ainda.

– Edgar, você está me deixando curiosa. – Já ansiosa.

– Já que a senhora não se lembra, então quero lhe fazer um pedido?

– Que pedido? – Laura faz uma carinha desconfiada...

– Um instante que eu volto já. – Eu saio do quarto, deixando Laura mais intrigada ainda e volto em seguida com uma caixa grande.

– Abra, por favor, é um presente. – Entrego a caixa à Laura e ela abre, dentro há um lindo vestido branco de linho bordado com renda renascença na parte superior e na barra da saia, era muito bonito e elegante. Isabel havia me ajudado a escolher o modelo.

– Mas é um vestido? Ele é lindo, posso saber como meu marido conseguiu mandar fazer este vestido, desde quando freqüenta a minha modista? – Ela admirava o vestido.

– Consegui o endereço de sua modista com a Isabel e ela me ajudou, e depois mandei fazer o vestido pensando na data de hoje. – Satisfeito com meu feito.

– Mas o que tem hoje, pode me dizer? – Laura sempre curiosa.

– Direi sim, apenas no momento certo... E você pode, ou não, usar este vestido hoje? – Perguntei enquanto dava mais um beijo em seu pescoço.

– Claro que posso, porém, o senhor está me deixando mais curiosa ainda e isso não se faz... Conta logo, por favor... Já que vou saber, porque não agora?

– Adoro quando te deixo curiosa, não sabe o quanto é bom, quando não consegue descobrir minhas intenções. – Brinquei com ela.

– E para que horas devo usar o vestido? Saiba que está muito misterioso hoje. Não vai me contar? – Laura olhava para o vestido e tentando descobrir o enigma de meu pedido.

– Você vai saber, no momento certo. Prometo. Tem mais uma coisa, nós vamos sair e as meninas precisam ir conosco. – Falei.

– Então é a família toda reunida. – Tentando descobrir algo, sem muito sucesso...

– Não faz sentido não levarmos as meninas, elas precisam estar presente. As roupas delas já estão prontas, pedi para Matilde deixar tudo organizado.

– Então quer dizer que a Matilde sabe e eu não? – Questionou mais uma fez minha querida esposa.

– Na realidade, a nossa fiel escudeira, sabe tanto quanto a senhora. Apenas está obedecendo a um pedido meu... Apesar de que ela não fez tantas perguntas, apenas responde: Sim senhor. – Não consigo não rir para a Laura.

– Então vou me levantar... Suponho que tal comemoração seja ainda pela manhã.

– Sim senhora, mas exatamente às onze horas. – Deixando-a mais intrigada ainda...

– Não vai me contar mesmo? – Segurava o vestido e tentando descobrir o mistério.

– Não. Não tenho a menor intenção de contar a senhora, entretanto não deixe de ficar mais linda ainda do que é. – Eu sorri para Laura. – Agora vou sair, às dez eu preciso que estejam prontas. - Apenas comunique a ela. – Eu volto, deseje pronta... Te amo... – Dei um beijo nela.

– Eu também... – Ela apenas olhava para o vestido, ainda sem entender minha verdadeira intenção.

Por Laura

– O que será que o Edgar está aprontando... – Disse a mim mesma. – Certamente é algo que vai me surpreender... Por que a data hoje é tão importante? – Coloquei o vestido aberto em cima da cama e apenas o admirei e é lindo...

Eu fiz a minha toalete e assim que entrei no quarto, tinha duas lindamente visitas, Melissa trazia Beatriz pela mão, as meninas assim que me virão vieram em minha direção.

– Minhas princesinhas, meus amores, já acordaram princesas da mamãe... – eu as beijei as duas meninas.

Chamei Matilde e ela me ajudou a arrumar as duas pequenas, depois descemos e as meninas tomaram o café na cozinha, Melissa comia um pedaço de bolo de coco e Beatriz, começava da deixar a mamadeira de lado. Eu olhava para minhas filhas, eram tão lindas e não pude deixar de lembrar a época em que morava sozinha no interior, naquele tempo achava que jamais teria a alegria de viver este momento, ver minhas filhas, junto a mim, ver minha família junto a mim. Melissa crescia, já tinha quase dez anos, e Beatriz, agora que completara um ano e seis meses. Gostava de observar as duas juntas, a irmã mais velha era tão carinhosa com a caçula.

Minha família, meus amores, minha vida, cada vez mais amava Edgar e sei que ele também me amava, sei o quanto ficou feliz quando soube que estava grávida. Foi tão dedicado, amoroso durante a gravidez, confesso que pensei que fosse ficar um pouco decepcionado por termos mais uma menina, mas foi exatamente o contrário, a felicidade dele quando viu a filha, chorou, beijou a menina e depois fez questão de mostrar a filha para Melissa e assim apresentou as irmãs, que desde então nunca se separam. No momento em que sugeriu o nome, pensei em Sofia, Edgar pensou colocar Beatriz, e ele me convenceu, Beatriz significa: “Aquela que traz felicidade”, e ele se sentia assim, pleno de felicidade. Assim que ele me contou o significado fiquei encantada, pois era isso que eu sentia, felicidade por ter minha filha com o homem que amo, felicidade por ter Melissa com filha e saber que me aceitava com se fosse sua mãe, e agora felicidade por todos os presentes que Deus me deu.

Edgar chegou no horário marcado, e eu e nossas filhas já estávamos prontas. Colocamos as meninas no carro e Edgar pegou a direção, como fazia parte do mistério, não me contou aonde íamos, mas pelo caminho vejo a linda Igreja do Outeiro de Glória.

– Você nos trouxe em uma Igreja? – Perguntei surpresa.

– Faz parte do dia de hoje, mas preciso que me espere aqui, eu vou primeiro com as meninas, por favor, espere, vai entende logo e me deu um leve beijo.

Edgar pegou Melissa e colocou Beatriz no colo e entram na Igreja, eu esperei, confesso que ainda não entendia bem o que acontecia ali. Em seguida vejo meu pai sair da Igreja. Ele veio até o carro e pediu para que descesse. Fiquei mais intrigada ainda, meu pai, Edgar.. O que afinal de contas estava acontecendo

– Papai, o senhor aqui? Não entendo mais nada. Onde está o Edgar? – Sem saber de nada.

– Lá dentro, te esperando... – Disse simplesmente.

– Esperando-me, por quê? E as minhas filhas? – Sem entender a surpresa que o Edgar estava me aprontando.

– Minhas netas estão de esperando lá também junto ao pai. – Dr. Assunção estava mais misterioso que o genro...

Dr. Assunção deu o braço para mim e me conduziu até a entrada da Igreja, dentro se encontravam nossos amigos mais queridos, meu pai e D. Margarida.

Edgar estava no altar, ele entregou a Melissa um buque e minha filha veio até mim e me entregou um buque de flores de Alecrim. Comecei a entender os planos de Edgar, era como um casamento, Isabel e Henrique estavam de um lado do altar e do lado de Edgar estavam Guerra e tia Celinha. Edgar tinha em seu colo nossa pequena Beatriz, agora entendo o vestido todo branco, agora entendo tudo, era uma renovação de votos, tínhamos revogado nosso divórcio e Edgar fazia questão de uma nova benção, sempre me disse isso, confesso que não levei muito a sério, porém não se esqueceu... Melissa se posicionou diante de nós.

– Posso ir vovô? – Perguntou candidamente ao meu pai.

– Vamos Laura? – Meu pai me perguntou e eu lhe dei meu braço.

– Vamos... – Respondi surpresa com o que acontecia ali. Era uma renovação de votos e meu marido não me contou nada... Só poderia ser o Edgar e apesar de nem desconfiar confesso que fiquei muito feliz... Então era por isso que o dia de hoje era tão especial, por outro lado, ele me deu a entender que tinha mais alguma coisa... E que o dia de hoje era importante por outro motivo... Qual?

Meu pai deu um sinal para Melissa e minha filha começou atravessar a nave da Igreja. Olhava para o altar e via Edgar olhando para mim, não tirava seus olhos de mim, e naquele momento vi o quanto era feliz por ter Edgar ao meu lado, lembrei-me do nosso casamento, uma união não desejada, enquanto percorria a nave, e me aproximava do altar, lembrei de todos os momentos que passamos juntos e separados, do divórcio, da reconciliação, da gravidez, cada lembrança, cada momento, tristezas e alegrias, não era assim a vida. Como poderia não chorar, Edgar olhava para mim, e sei que apenas ele sabia, assim como eu, o significado daquele momento. E finalmente eu me lembrei, hoje faz dois anos que tinha voltado para casa e contado ao meu marido que estava grávida... Edgar entregou Beatriz para Matilde e as meninas sentaram ali perto. Meu pai entregou a minha mão para meu marido. Padre Olegário, começou a cerimônia, entreguei o meu buquê a Isabel.

– Laura e Edgar, nós estamos hoje, aqui, perante este altar, não para celebrar um casamento comum, mas para renovar os votos que vocês firmaram perante a Deus há alguns anos. O caminho foi longo, cheio de obstáculos, mas com uma certeza, que o amor que os uniu, nunca acabou. Mesmo quando a vida tinha dado a vocês caminhos diferentes, em algum momento, o amor, sempre esteve presente. E a prova disso é que estão, perante este altar, para mais fez renovar os votos perante Deus, e renovar o amor que os uniu.

Não conseguia não olhar para o Edgar e ele para mim, estávamos de mãos dadas, mas não sentia nenhum nervosismo da parte dele, ao contrário, estava tranqüilo, sereno e muito emocionado e como seu mais belo sorriso. Na época do primeiro casamento, mal nos encarávamos. Mas agora, este sim, era o nosso verdadeiro casamento, pois não havia a pressão daquela época, apenas o desejo de viver uma vida plena, juntos e com nossas filhas...

– Senhor Edgar Lemos Vieira, aceita renovar seus votos com Laura Assunção Vieira?

– Aceito. – Edgar não tirava os olhos de mim...

– Senhora Laura Assunção Vieira, aceita renovar seus votos com Edgar Lemos Vieira?

– Aceito – Não conseguia tirar os olhos de Edgar.

– As Alianças, por favor.

Edgar tirou a dele e em seguida tirou a minha e entregou-as ao padre que as abençoou novamente, em seguida, entregou a minha a Edgar e a colocou novamente em minha mão.

– Laura, está aliança é mais símbolo do meu amor, do meu eterno amor por você e por nossas filhas, não consigo me imaginar ao lado outra pessoa que não seja você. Vocês são a razão da minha vida e agradeço a Deus por ter me dado vocês de presente, sou muito abençoado por ter sido escolhido por você. Eu te amo e esta é a maior certeza de minha vida.

Em seguida Padre Olegário entregou-me a aliança de Edgar.

– Edgar, meu amor eterno, está aliança é o símbolo da minha entrega a você e as nossas filhas. Eu te amo e sempre amarei. Não sei viver sem você e nossas filhas, se a vida tem algum sentido, este sentido são vocês. Eu os amo profundamente.

– Assim eu declaro renovado os votos de vocês, sigam em paz e tenham uma vida cheia de amor e felicidade. – Estas foram as últimas palavras de Padre Olegário.

Edgar me beija e todos batem palmas, nossas filhas correm até nós... Edgar pega Melissa no colo e eu pego Beatriz... Saímos da Igreja e todos os outros nos acompanham. Em seguida seguimos até a casa de Isabel, que boa amiga e cúmplice de Edgar, ofereceu um lindo almoço a todos nossos amigos. Beatriz e Melissa brincavam, Edgar e eu namorávamos e todos estavam felizes, nunca poderia imaginar que hoje de manhã teria esta surpresa.

– Então, senhor meu marido, está era a surpresa de hoje? Renovação de votos. Nunca imaginei que pudesse ser isso.

– Eu sabia que a surpreenderia. – Edgar esboçava aquele sorriso de felicidade. – Feliz?

– Não imagina o quanto, não consigo descrever o quanto. – Sentia tanta felicidade.

– Imagino sim, apenas eu sei o quanto custou chegar aqui. Houve um tempo que não ousava imaginar. Mas agora vendo você e nossas filhas eu sei o quanto Deus nos abençoou, que todo aquele sofrimento passou e que temos uma vida juntos. - Isabel veio até nós...

– Então como estão os dois...

– Eu não acredito que minha melhor amiga se aliou ao meu marido e fizeram tudo isso juntos. Como eu não desconfiei de nada... – Eu abracei a minha amiga e ela ao Edgar em seguida.

– Foi por uma boa causa, quando Edgar me falou da ideia que deve, eu aceitei participar na mesma hora, não fique zangada comigo, Laura, mas queríamos lhe fazer uma surpresa. Fiquei muito feliz em ser cúmplice de seu marido... Eu adorei a ideia...

– Então o senhor quis renovar os nossos votos de casamento. – Voltei-me ao Edgar.

– Assim que revogamos o divórcio, pensava que poderíamos fazer mais, que está volta poderia ser abençoada por Deus, conversei com Padre Olegário, confesso que no início ele não quis muito, porém como bom advogado e uma boa oratória, eu consegui convencê-lo. Na realidade queria um novo casamento, mas não era possível, somente uma renovação de votos era o mais próximo de um novo casamento. Então pus meu plano em prática com a ajuda da Isabel. Apenas pedi ao padre que fizesse mais parecido com um casamento.

– Seu dois adoráveis traiçoeiros, a sorte de vocês é que os amo.

Abracei mais uma vez a minha querida amiga Isabel.

– Obrigada por tudo, o almoço esta maravilhoso, aliás, tudo está maravilhoso.

– Já se lembrou que dia é hoje?

– Agora sei que é o dia de nossa renovação de votos. – Disse apenas.

– Como tenho uma esposa distraída, hoje faz exatos dois anos que voltou para nossa casa que me contou que estava grávida da Beatriz, como vê, fiz questão de celebrar nossos votos no dia de hoje por isso.

– Na realidade eu me lembrei, meu amor... E é um dia muito importante para a gente... Dois anos, passou tão rápido... Isabel, eu não tenho um marido maravilhoso? Só mesmo o Edgar para lembrar. – E eu não pude deixar de dar um beijo apaixonado em meu querido marido.

– Mas há ainda uma surpresa.

– Meu Deus que homem é este, Isabel, o que temos agora.

– Sei que a senhora é avessa a ser fotografada, mas desta vez peço que faça um esforço e deixe fazer uma fotografia nossa com nossa meninas. Quero esta recordação de vocês.

– Mas meu amor, já disse que não gosto de tirar fotografia.

– Por favor, apenas dessa vez. Eu, vocês e nossas filhas. – Hoje é um dia muito especial e quero que nossas filhas tenham esta recordação... A Beatriz se vê pequena e a Melissa também... Por favor, amor, faz este esforço pela gente?

E como dizer não ao Edgar, ele tinha se esforçado tanto para fazer esta surpresa para mim e porquê não ter uma recordação nossa, um retrato da nossa família... Sei que as lembranças ficam na memória, porém, desta vez abri uma exceção...

– Esta bem. Aceito, mas o senhor terá que me recompensar mais tarde. – Insinuei-me para ele.

– E eu posso saber como? – Olhou apenas, já sabendo a resposta.

– O senhor sabe perfeitamente como. Mais tarde, em nossa casa, e, principalmente, em nosso quarto. – Falei bem baixinho no ouvido dele.

– Não se preocupe, não tenho a menor intenção de deixá-la sem sua recompensa. – Com um tom malicioso.

Isabel buscou o fotógrafo que se encontrava em outra sala. Eu me sento em uma linda poltrona Luis XV e Edgar se posiciona ao seu lado, em pé, Melissa se senta no chão e Beatriz fica no meu colo. O Fotógrafo tira as fotos que Edgar tanto queria. Deixei-me fotografar junto com as nossas filhas, depois junto ao meu querido marido e finalmente sozinha, como Edgar quis há muito tempo, ainda no início do casamento.

Ao voltar para casa, havia apenas nós dois, antes de entrar em casa, Edgar abriu a porta, quando eu iria entrar ele me impediu.

– Quando nos casamos, ao entrarmos juntos nesta casa pela primeira vez, eu não fiz um gesto que normalmente os recém-casados fazem.

– O quê? – Realmente não me recordava mais disso.

Edgar me pegou no colo, confesso que fiquei surpresa com seu gesto. Ele me levou até a sala e me colocou no nosso querido sofá. Voltou e fechou a porta... Mas quando retornou para onde eu me encontrava, estava com outro buque de Alecrim.

– Mais alecrim. – Surpresa.

– Laura, hoje começa, ou melhor, recomeça, uma nova jornada juntos. Percorremos um caminho tão longo para está aqui hoje, não foi um caminho fácil, ao contrário, foi bastante difícil, houve momentos que pensei que jamais chegaríamos aqui. Na realidade não desejava almejar este momento receoso que ele nunca chegasse. Que a vida passasse e visse que nunca a teria de volta. Mas agora, dois anos depois de ter voltado para casa, com nossas filhas, com tudo que mais amo e principalmente você aqui, com este seu sorriso lindo, tudo o que passou, é como se tivesse sido outra vida que mal me lembro... E como se tivesse visto um filme no cinematógrafo... Laura, eu te amo tanto, e tanto, mesmo quando estávamos separados, eu nunca deixei de amá-la, este é o meu destino, e eu nasci para isso, amar você, não consigo viver sem você, não quero nunca mais entrar nesta casa e ver que não está aqui, acordar e não ver seu lindo rosto. Você é a minha melhor parte e não sou ninguém sem você e nossas filhas. Queria que soubesse disso, queria que vocês soubessem que são a minha vida. – E como não ficar encantada com o que disse.

– Edgar, eu também não quero imaginar minha vida sem vocês, as meninas são minha razão de viver e você é o meu único amor... Nunca haverá outro homem. Tudo que mais amo esta nesta casa, tudo que mais quero é viver aqui, com você e nossas meninas, quero dormir e ver que está ao meu lado, sentir o toque de suas mãos, sua pele sobre a minha, quero viver para nossa família, quero ver nossas filhas crescerem ao seu lado, ver nosso primeiro neto nascer com você ao meu lado, eu quero tudo com você, Edgar, porque eu sempre quis você, e mais ninguém. Eu te amo muito Senhor Edgar Vieira, meu querido e amado marido, para sempre e todo sempre e estas são as únicas certezas que tenho na vida... O amor que sinto por vocês...

Naquela noite, em casa tinha apenas eu e Edgar, as meninas ficaram com a Isabel e Matilde ficou no com elas na casa do Cosme Velho. Nós nos entregamos, nos tocamos, nos amamos, naquele dia, tive a certeza, nos braços de Edgar, que não estávamos, mas, apenas os dois ali, mas uma nova vida viraria para abençoar nossa vidas...


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Notas finais do capítulo

Então meninas, gostaram? Espero que tenham gostado, definitivamente o Edgar adora surpreender a Laura se sempre conseguem... E agora só resta mais um e já estou saudosa, mas feliz também... Semana que vem estarei aqui com o último... Até lá... Bjs