Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 53
Nascimento


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, tudo bem? Ai que dorzinha no coração... Está acabando e estou sofrendo com isso... Mais um domingo e mais um capítulo como tinha prometido... Então aqui está e espero que gostem... Ficou grandinho, como sempre... Comentem, me digam o que acharam... Bjs e obrigada por acompanha... E tenham uma boa leitura...



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Nascimento (capítulo 53)

Edgar entrou em nosso quarto e ele apenas me olhou, senti que algo estava errado... Havia chorado... Eu apenas o chamei e ele veio até mim e me abraçou com tanta força... E chorou... Como um menino, chorou durante muito tempo... Angustiava-me vê-lo assim, mesmo assim deixei que chorasse... Não entendia o motivo, eu o via triste assim a alguns dias... Perguntei o que houve, porém apenas chorou... Soluçava e chorava... Depois de muito tempo e que finalmente disse alguma coisa...

– Laura, me perdoa? – Fitou-me com o rosto vermelho.

– Perdoar? Pelo quê. – Não entendia.

– Por não ter ouvido você naquela época... Por ter acreditado na Catarina... Por ter me envolvido com ela... Por ser um idiota completo...

– Edgar, do que você está falando... Você está me assustando... O que aconteceu para você ficar assim? – Ainda sem entender onde queria chegar.

– Ah, Laura... Eu não deveria está te falando isso... Você ainda está convalescendo... Como sempre trocando os pés pelas mãos...

– Edgar, me escuta... Nós somos um casal... O que acontece com você acontece comigo também... Se algo o angustia, eu também fico angustiada... Um casal divide quase tudo, e isso que o machuca tanto, acredita em mim, vai fazer bem dividir comigo... Eu sou sua esposa, sua amiga e não quero te vê assim... Fala comigo... – Insistia e preocupada.

– Você ainda nem se recuperou totalmente... – Soluçava.

– Edgar, acredite em mim... Vê você assim, me machuca muito mais que qualquer outra coisa... Fala comigo, não fica assim... Sou sua esposa... – Tentava fazê-lo falar.

– Você não disse que me perdoa? – Fitava-me novamente.

– Perdoar de quê, Edgar... Eu nem sei o que aconteceu...

– Ah, Laura... Se eu não tivesse sido tão estúpido naquela época... Se tivesse ouvido você... A nossa vida teria outro rumo... Nada daquilo teria acontecido... E tudo por minha culpa... - Chorava.

– Edgar, isso é passado... Acabou... Voltamos, estamos reconstruindo a nossa vida... Esquece isso... – Tentava inutilmente consolá-lo.

– Só que o passado insiste bater na porta... – Respondeu.

– Edgar, eu já te disse antes... Não podemos mudar o passado... Também não podemos deixá-lo interferir no nosso futuro... O que aconteceu para te deixar assim, tão desnorteado...

– Eu não consigo nem falar... – Quase que desesperado.

– Eu entendo que não consiga falar... Só que tem um, porém... Se você não quiser falar, não posso forçá-lo... Talvez isso fique o martirizando sempre e não quero que se sinta assim... Fala comigo Edgar, estou aqui... Sou sua esposa e não quero que me esconda nada... Quero que compartilhe o que tanto o angustia comigo... Somos um, esqueceu. – Ele apenas me olhou e me doía ver aqueles olhos verdes tristonhos...

– A Melissa...

– O que tem a nossa menina... Aconteceu alguma coisa com ela? Ela não está no quarto dormindo... – Fiquei mais preocupada ainda e quase ia me levantando e indo ao quarto de minha filha.

– A nossa princesa está bem... Dorme agora... Melhor assim... Eu não quero que ela escute o que tenho que te falar... – Triste.

– É algo relacionado à Melissa... É isso? – Meu coração ficou apertado em saber que algo poderia acontecer com a minha menina.

– É sim... – Respondeu.

– Ela está bem de saúde? – Já estava me levantando novamente para ir ao quarto da minha menina. E o Edgar segurou a minha mão...

– Está ótima. Dorme agora... É outra coisa...

– O que aconteceu Edgar? – Aflita.

– Eu descobri algo... A Catarina...

– Meu Deus, o nome dessa mulher... Não é algo bom... O que é Edgar? – Pressentia.

– O Henrique descobriu que o incêndio na escola não foi acidental...

– Edgar, antes você falou da Melissa... Depois surge o nome daquela mulher e agora do Henrique e da escola... O que uma coisa tem a ver com a outra... – Sem entender nada... Parecia que meu marido não falava coisa com coisa.

– Como eu disse o incêndio da escola não foi acidental e o Henrique descobriu... É claro que foi investigar e chegou ao nome da Catarina, ela contratou um capoeira, um ladrãozinho que mora no morro, para colocar fogo na escola...

– Meu Deus, o que é isso... Que é isso Edgar... A Catarina... – Ainda sem entender direito.

– É... A Catarina... Se o Henrique não tivesse salvado você... Meu Deus, eu nem quero pensar. – Esfregou o rosto com as mãos, como se quisesse limpar as lágrimas. - E não é só isso... Se você perdeu o emprego do antigo colégio da Melissa... Ela que arranjou para que aquela foto fosse publicada... A culpa é dela também... Eu cheguei a desconfiar... Eu achava que era tão sortido, até para ela... Meu instinto estava certo... Eu tinha que ter percebido que era ela que estava por trás de tudo isso... Fui ingênuo novamente.

– Então a fotografia... Do que mais a Catarina é capaz Edgar... Por muito pouco ela não me matou... O que você pretende fazer agora Edgar... – Meu marido me falava e não conseguia acreditar, por outro lado não me espantava em saber que o nome da Catarina surgia na história da fotografia.

– Eu ainda não acabei... Eu ainda não falei da pior estocada dela...

– Ainda tem mais... O que foi dessa vez...

– Ah, Laura... Por isso que estou te pedindo perdão... Por que eu não te ouvi naquela época... Deveria ter ouvido, seria tudo tão diferente... Se eu tivesse escutado você... Por minha culpa...

– Edgar, você está me assustando... O que foi dessa vez, me fala... – Tinha medo de saber qual seria a nova maldade da mãe da Melissa.

– Quando o Henrique me disse o que havia descoberto... A ligação da Catarina com o incêndio... Eu não queria acreditar, por outro lado reconheço que ela nunca foi... Confiável... Eu e o Medeiros fomos até o jornal que publicou a sua foto e descobrimos o jornalista que fez a matéria e conseguimos tirar uma confissão dele... E novamente vi a crueldade da mãe da minha filha... Fizemos um flagrante e finalmente a verdade veio à tona... Ela, depois de muito relutar... Confessou... Confessou tudo... Cada atrocidade que cometeu conosco... Sabe por que nunca recebeu as cartas de Portugal? – Fitou-me.

– Catarina conseguiu interceptá-las... – Respondi.

– Subornou um funcionário do hotel onde estava hospedado... Era o hotel onde eu e ela, nos encontrávamos no passado... – Doeu ouvi aquilo, porém esta confissão não me importava mais.

– Eu prefiro ser poupada deste detalhe...

– Desculpa... Enfim, por isso que as cartas nunca chegaram... Ela conseguiu desviá-las... Por isso que não soube de notícias minhas... Lamento muito por tudo isso... – Segurava as minhas mãos, acariciando e chorando ainda.

– Como eu não desconfiei... Ou melhor, deveria ter imaginado... Que mulher é essa... Capaz de passar por cima de tudo e de todos... – Lamentei.

– Só que tem um, porém, eu ainda não contei o pior...

– Laura, se não fosse o Henrique... Eu teria matado a Catarina, por tudo que ela fez e não estou brincando... Eu a teria matado... Tudo que ela fez contra a gente... E nos prejudicar dessa forma... Eu a teria matado, sei que teria se não fosse pelo seu amigo.

– Edgar, o quê é isso... Não fala isso... – Angustiada.

– Eu teria sim, Laura... Foi por tudo que ela me disse e principalmente por ter... – Ele não conseguiu terminar a frase.

– Edgar...

– Ela me disse... Com dói disse isso?

– O quê, me fala... – Ele me olhou novamente e seus olhos estavam cheios de lágrimas novamente... – O que aquela lá disse?

– Eu... – Respirou fundou. – Ela disse... Eu não era o único... Havia outros... Ela jogou na minha cara que... – Não conseguia falar... – Ela falou que não... Que posso não ser o pai...

– Que você pode não ser o pai da Melissa... É isso? – Conclui e assim que o fiz Edgar ficou mais desnorteado ainda e chorava como um menino.

– Dói demais ouvi isso... Falar então... Perdoa-me por ter sido tão crédulo... Por acreditar nela sem questionar... Sair daqui daquela forma e a culpa foi minha... – Chorava mais ainda.

– Oh, Edgar... Ela foi cruel, muito cruel... Tampouco me espanta ela ter dito isso... Não importa, Edgar... O que ela disse ou deixou de dizer... Não importa... – Se doía em mim, não conseguia dimensionar a dor que Edgar sentia naquele momento.

– Como não? O que ela fez... Por causa da Catarina, eu arruinei nossas vidas... Estraguei tudo... Eu acreditei em uma ilusão, até isso a Catarina tirou de mim... A minha filha... – Abraçou-me desesperado.

– Edgar, me escuta... Não importa o que aquela lá diga... Não importa o que ela faça... Você é o pai da Melissa, não importa que aquela lá tenha andado com meio mundo... A Melissa é sua... Basta olhar para ela... Ela é você... Você a educou e ela é uma menina maravilhosa, bem educada, carinhosa, amorosa... É a nossa filha... Não me interessa o que ela diga... A Melissa é nossa, e apenas nossa... Quero que me ouça, esquece o que foi dito... Ela fez isso para nos ferir ainda mais, ela não pode, não tem mais este poder... Eu apenas lamento que ainda tenhamos que deixar nossa menina com ela...

– Eu poderia ter colocado a Catarina na cadeia por tudo que ela fez... Por ter quase matado você... Eu deveria ter feito isso... Eu não tive coragem pela minha filha... Hoje, mais cedo... Quando sai com a Melissa a levei para se despedir da Catarina... Neste momento ela está a caminho de Portugal... Mandei de volta e para nunca mais voltar... Eu nunca mais quero por meus olhos em cima daquela mulher... Tão pouco a quero perto de vocês duas... Da minha família... Perdoa-me por ter colocado aquela mulher nas nossas vidas...

– Edgar, eu não vou negar... Você errou ao se envolver com ela sim... E como eu também te disse, isso é passado agora... Vamos pensar no presente e no futuro... Graças a Deus você nos livrou da presença nefasta daquela lá... Por outro lado... Temos conosco, dormindo no quarto da frente, a nossa filha, nossa princesa e agora finalmente, conosco e sem a influência da Catarina... Com já te disse tantas vezes... De tudo que nos aconteceu, a melhor coisa foi a Melissa... Foi necessário tudo aquilo para termos a nossa Abelhinha... E agora é definitivamente nossa... Não temos mais que dividi-la com aquela lá... Você, Edgar, nos livrou de uma vez por todas daquela lá... E fez muito bem, por isso... Agora, podemos viver as nossas vidas... Um dia me disse que o seu sonho era ter a sua família morando debaixo do mesmo teto definitivamente, agora estamos aqui, reunidos e para sempre... Nossa filha está conosco para sempre... Nossa filha... Você me escutou... Nossa filha... – Tentava animá-lo.

– Doeu tanto quando ela disse... – Muito triste ainda.

– Como não iria doer... Eu lamento muito que tenha que passar por isso... Só que, há uma coisa... Quem cria, quem ama, quem educa... Este sim, é o pai... Você é o pai da Melissa... Olha para ela, você se verá nela, assim como eu vejo você nela... – Justifiquei.

– Eu sei Laura... A Melissa é minha... Disso eu não duvido mais... É que doeu, saber que por causa de tudo isso, nós ficamos longe um do outro por tantos anos, a vida que poderíamos ter tido... Tudo que perdemos por causa da minha ingenuidade... Por isso que te peço perdão... – Segurava as minhas mãos.

– Edgar, realmente, foi muito doído passar por tudo isso... Só que estamos aqui agora... E com a nossa menina... Vamos seguir em frente, é o melhor que temos que fazer...

– Você não disse se me perdoa, ou não... – Ele precisava ouvi de mim que o tinha perdoa.

– Você me deu uma filha linda e um bebezinho que vai nascer daqui a poucos meses... Voltamos, revogamos o divórcio... E, como disse estamos aqui, juntos... Eu já deixei isso para trás há muito tempo e nem me dei conta disso... Eu já te perdoei há tanto tempo... Eu não quero mais te vê assim, triste... Eu quero te vê bem... Eu quero que me prometa uma coisa... Não há mais o que perdoar...

– O quê quer que eu prometa? – Ainda desnorteado.

– Que vai esquecer tudo isso... Não vamos deixar que nosso passado interfira no nosso futuro, vamos apenas viver nossa vida... Promete que isso não vai mais assombrar você... Vamos esquecer que um dia aquela lá cruzou nossas vidas... Promete?

– Prometo... - Passou a mão mais uma vez tentando enxugar as lágrimas. - Prometo sim... Como você me disse, o que eu sempre quis foi ter vocês aqui, comigo e agora tenho minha esposa e minha filha e estamos em nossa casa, morando debaixo do mesmo teto.

– Então, vamos viver nossas vidas, educar nossos filhos, e deixar o passado no lugar dele... O que me importa é vê você bem... Nossa filha crescer bem e saudável e este aqui que daqui a pouco vai nascer... Edgar, nós somos uma família e é nela que temos que pensar... Se você soubesse o quanto me alegra saber que vocês estão junto a mim... Deita aqui, junto de mim, eu quero que me abrace e tente dormir um pouco... Amanhã é outro dia, sabe que o bom do hoje é que existe o amanhã... E nada como uma boa noite de sono... Vamos dormir, descansar... – Eu me deitei e o Edgar se deitou ao meu lado e eu o abracei... Demorou um pouco, mas finalmente adormeceu, foi um sono agitado... Naquela noite, não tivemos um sono tranqüilo, Edgar conseguiu dormir um pouco mais do que eu... Pensava em Catarina, na sua perversidade. Como alguém poderia fazer tudo aquilo, passar por cima dos outros, usar a própria filha, enganar, machucar... Também do que adiantaria pensar nela, já estava a caminho de Portugal, apenas desejo que nunca mais colocar os olhos nela... Edgar, já dormia quando me levantei e fui até o quarto da minha menina... Dormia, porém vi que seu rostinho estava inchado de tanto chorar... Certamente por causa da mãe e me doeu ver que sofria, por mais que a Catarina tivesse feito o que fez, por mais cruel que fosse, ela é a mãe da Melissa e seria sempre uma lembrança no coração da minha menina... Se dependesse de mim jamais saberia das atrocidades que a mãe foi capaz... Que ficasse com o sonho de mãe que tinha e não seria eu quem destruiria isso... Beijei seu rostinho, acariciei a sua face e a cobri novamente... – Que Deus te abençoe minha filha, te amo muito...

Nos dias seguintes ainda vi o olhar triste da minha menina, e isso ainda me doía, entretanto ficava mais tempo como ela, tentava distraí-la de todas as formas e com o tempo vi o sorriso voltar ao seu rosto... E com o Edgar aconteceu o mesmo, no início ainda estava magoado, porém meu marido em nenhum momento deixou que a nossa filha percebesse nada, ao contrário, parecia mais próximo ainda ela e mais carinhoso também... Os dois se tornaram mais unidos ainda... Outro dia tive a chance de vê uma cena linda... Edgar trabalhava no escritório e Melissa deitada no sofá de couro, como um dos livros que o pai havia comprado para ela, tentava lê e ela foi até ele e se sentou no seu colo e mostrou o livro... E ficaram ali, Edgar parou o que estava fazendo e deu atenção a ela, brincaram durante muito tempo e estavam felizes e não vou negar, como era bom vê-los assim... Eram pai e filha.

A normalidade voltava aos poucos as nossas vidas... Recebia sempre a visita da Isabel e do Henrique, contavam como andava a reforma da escola e que em pouco tempo seria reaberta novamente... Enquanto isso eu dava aulas para minha filha em casa... Edgar retomou sua rotina de trabalho, porém, sem deixar de dá atenção a nós duas... Meu pai vinha sempre e me examinava e meu bebezinho crescia saudável dentro de mim... E mesmo com o desconforto que a gravidez tem nos últimos meses sentia-me imensamente feliz, pois via minha barriga crescer... Passava muito tempo contemplando meu ventre, acariciando, até mesmo conversando com o bebê...

Pouco tempo depois a escola estava pronta novamente e voltamos a trabalhar, como já estava com sete meses de gravidez, Amélia me ajudava em sala de aula e a felicidade da Melissa em voltar para a escola... Era bom vê a felicidade nos olhos da minha filha, aos poucos a tristeza pela partida repentina da mãe ia embora... Todos os dias o Edgar ia nos buscar, e era tão bom ter estes momentos com eles... Isabel e Henrique, aos poucos se aproximavam... E torcia para que eles se descobrissem, desejo tanto vê meus amigos bem e juntos e pelo caminho que percorrem a acreditar que não vá demorar muito a acontecer... Era bonito vê os dois juntos, estavam mais próximos e pelas conversas que tinha com cada um deles... Apenas o tempo traria esta resposta...

Outro dia recebi uma carta de D. Eulália, era a resposta de uma carta que havia mandado a ela algumas semanas antes... Estava feliz por saber que estava casada e que seria mãe... Prometeu fazer uma visita depois que o bebê nascesse... Disse que quer conhecer minha família, e que, também, esperava que um dia nós fossemos visitá-la também... Espero poder, um dia voltar ao interior, para mostrar ao Edgar o lugar onde vivi durante o tempo em que estivemos separados... E, também, o caminho com cheiro alecrim, que nunca me deixou esquecer o Edgar e do que tivemos... Eu quero voltar, um dia, com a minha família aquele lugar...

As semanas iam passando e minha barriga, cada vez maior... E como uma gravidez modifica o nosso corpo, a nossa alma e o nosso coração... Se meu corpo começava a ficar sem posição, eu já não via a hora do bebê chegar... Vê seu rostinho, saber se seria menina e menino... Comecei a arrumar o quarto para receber o bebê... As roupinhas já estavam quase prontas e Isabel, dona Margarida, Sandra, tia Celinha me deram muitas roupinhas, fraldas e mais fraldas... Edgar, como um bom exagerado, comprou dois berçinhos para nosso bebê, um menor que ficou em nosso quarto e um maior, no quarto que já estava praticamente pronto... A casa, ao poucos, era preparada para a chegada de novo hóspede, Melissa sempre estava comigo e me ajudava a terminar os últimos retoques... Voltar para a escola foi uma delícia, porém o corpo começava a ficar lento e sem posição... Dei aulas até onde pude aguentar... A barriga começava a ficar pesada e Edgar insistia para que eu parasse... Queria continuar, porém, tive que dá o braço a torcer e senti uma dorzinha no coração quando tive que me despedir dos meus alunos, sabia que não era um adeus definitivo, apenas o tempo de ter nosso filho e ele ficar um pouquinho maior... Amélia, com todas as instruções que dei a ela, assumiu o meu lugar... E me aproximava do final da minha gravidez... Estava ansiosa e nervosa... Não via a hora de vê meu bebezinho em meus braços... Ainda bem que tinha a Melissa e o Edgar para me distrair... Minha filha conversava com o irmãozinho e acariciava a minha barriga o tempo todo... Sempre me perguntava se faltava muito para ele nascer... E até me perguntou como ele parou dentro de mim, confesso que não espera ainda aquela pergunta, porém, era mais que natural que um dia ela quisesse saber... Apenas disse que era necessário muito, muito amor para que um casal tivesse um filho... E parece que aceitou minha resposta... Já o Edgar, estava cada vez mais dedicado e assim como eu, ansioso pela chegada do bebê... Foi encantador vê sua dedicação a mim e a nossa filha também... Sempre próximo da gente e quase não saía mais de casa, com medo que eu fosse entrar em trabalho de parto a qualquer momento... Disse a ele que ainda faltava um tempinho, porém, quem disse que eu o convenci... Ele saía apenas quando meu pai ia até nossa casa para nos vê e examinar nosso bebê... Aliás, este parecia que também já não via a hora de nascer, se mexia tanto que eu chegava a ficar sem posição direito... Meu pai me dizia que estava crescendo saudável e isso era ótimo... E que em poucos dias, minha barriga iria baixar e quando isso acontecesse era uma questão de horas para nascer... Ele trouxe uma senhora de meia idade, a parteira de confiança dele, seria ela, com o auxílio de meu pai, quem fariam o parto... Não queria que meu ficasse longe de mim naquele momento...

E dois dias depois... Acordei e notei que minha barriga estava diferente, havia abaixado como meu pai tinha comentado poucos dias antes... Falei com Edgar que mandou um recado para meu pai... Assim que ele chegou, mais uma vez me examinou e seria em pouco tempo que a criança nascerá... Pediu para Matilde e Edgar avisarem à parteira e meu marido, a partir daquele momento, não saiu mais do meu lado... Melissa ficava por perto, prestando atenção em tudo... Antes mesmo da chegada da senhora que fará meu parto senti uma pequena cólica e assim que a parteira chegou e me examinou e disse que eu começava a dilatar e que as cólicas ficariam mais fortes e que tudo isso era natural, confesso que começava a ficar nervosa, pois não tinha ideia de como seria... Meu pai confirmou o que ela disse, e em pouco tempo sentia as contrações, Edgar sempre ao meu lado... Segurava a mão dele e não queria largar... Houve uma contração que foi tão forte que por pouco eu não quebrei os dedos dele... Pedi a Matilde que avisasse a Isabel, queria minha amiga por perto e pouco depois ela chegou... Os últimos preparativos estavam sendo feitos quando comecei a senti uma dor de muito forte e a parteira examinou-me mais uma vez e já tinha dilatação para o nascimento... Meu pai pediu ao Edgar que esperasse lá em baixo com a Melissa, ele ficou reticente, não queria me deixar ali... Porém meu marido parecia mais ansioso do que eu e foi preciso que meu pai praticamente o expulsasse do quarto e mandasse que esperasse na sala, assim que tivesse tudo terminado, meu pai o chamaria de volta... Edgar obedeceu ao sogro e ficou lá embaixo com a filha... A parteira pediu para que fizesse força assim que sentisse mais uma contração e foi o que fiz... Força... E durante um bom tempo fiz força e cada vez mais força, sentia o suor escorrer pelo meu rosto e como doía, não tinha mais de onde tirar forças... Meu pai ficou atrás de mim enquanto a senhora fazia seu trabalho... E não sei quando tempo durou... E quando depois de mais uma dor mais forte ainda... Senti que finalmente meu bebê saía de mim e foi um alívio, pois, ao ouvi seu choro, e como era forte... A parteira sorriu para mim...

– É uma menina... – E me entregou assim que limpou nossa menininha... A minha filha, mais uma filha... E como era linda, tão branquinha e carequinha, meu pai me disse quando eu nasci era assim, parecia comigo... Estava exausta e com a minha menina nos braços... Ela chorava tanto e comecei a chorar também só que dessa vez de felicidade, aliás, me sentia plenamente feliz... Meu pai pegou a minha menininha e a examinou... Enquanto a Isabel e a Matilde me ajudavam a me recompor... Pedi para que chamassem o Edgar e ele veio de pronto... Já chegou ao quarto chorando... Ele veio até a gente... Apenas olhei para ele e me beijou e deu o primeiro beijo na filha... Que ainda choramingava...

– É uma menininha... – Disse a ele... – Entreguei a filha a ele.

– É linda... – Emocionado. – Nossa filha, mais uma menina linda... Eu quero mostrar ela para a Melissa... – Pediu para que chamassem a nossa filha e Melissa veio... Ela adorou vê a irmãzinha que ainda estava nos braços do pai... Edgar pediu para que ela beijasse a irmã e com todo carinho e cuidado ela beijou sua irmãzinha...

– Melissa, esta é a sua irmãzinha. – Disse o pai, sem tira os olhos das filhas.

– Uma irmãzinha... Adorei, vou poder brincar de boneca com ela, tia Laura... – Nossa filha mais velha olhava para a irmãzinha que começava a parar de choramingar.

– Vai sim, mas não agora... Ela ainda é bem pequenina...

– E qual é o nome dela? – Enquanto acariciava o rostinho da irmãzinha.

Olhei para o Edgar e ele me retribuiu o olhar... Havia pensado em vários nomes, mas um me chamou atenção...

– Eu não sei... Eu pensei em Sófia... Acho um nome tão bonito... Significa “sabedoria”...

– É lindo mesmo... Há um nome que eu soube o significado e gostei muito... E, também, é um nome muito bonito... Que tal Beatriz? Significa “aquela que traz felicidade”... Eu gostei muito do significado... Pois é isso que esta menininha linda desta fazendo... Trazendo mais felicidade ainda para a gente... – Edgar não conseguia tirar nos olhos da nossa filhinha.

– Beatriz? É um nome lindo mesmo... Eu gostei muito do significado... Então esta é a nossa Beatriz... E que Deus nos enviou como um presente pela nossa felicidade...

– Melissa, sua irmãzinha e se chama Beatriz... – Disse a minha filha mais velha.

– Ela é linda tia Laura... Bem vinda Beatriz... Vou gostar muito de ter você como minha irmã... Eu sou a Melissa, sua irmã mais velha... Tia Laura, quando que eu vou poder brigar com minha irmã? – Foi engraçado vê a Melissa se apresentar a Beatriz.

– Ela é linda mesmo, meu amor... Ela ainda é bem pequenininha, não vai poder brincar por enquanto, só durante um tempinho, ela precisa crescer só um pouquinho... Eu tenho certeza que a Beatriz vai adorar brincar com você minha querida... E vocês serão bem unidas... Amigas... Está bem? – Olhei para menina que me retribuiu com um sim.

– Eu vou adorar brincar com minha irmãzinha... Não vejo a hora dela crescer... Vai demorar muito?

– Ela acabou de nascer, meu amor... Porém, daqui a alguns meses, ela vai começar a brincar com você... Passa rápido... – Edgar apenas nos observava conversar enquanto ninava a filha caçula.

– Então Edgar... Feliz? Veio uma menininha...

– Eu não poderia está mais feliz... Agora temos a nossa Beatriz, nossa menina linda... Temos duas filhas lindas e estou muito feliz com elas, com vocês... As mulheres da minha vida... Como ela é pequeninha, tão carequinha... Tão frágil... Levou tantos anos para termos esta felicidade...

– E agora estamos nos quatro aqui... Eu confesso que estou cansada... Porém muito feliz... Eu nunca imaginei que pudesse me senti assim... Sentir tamanha felicidade, ter vocês três comigo... Edgar é a nossa família... – Estava admirada, por tanto tempo não me permiti sonhar com isso.

– É a nossa família Laura... Obrigada por ela... – Edgar me olhou e via que seus olhos ainda estavam marejado, porém desta vez de muito felicidade.

Beatriz começou a choramingar novamente e meu pai disse que era à hora de dá de mamar, pela primeira vez dei o peito a minha filha... Foi uma sensação estranha, ela parecia saber mais o que fazer do que eu... Assim que a aproximei do meu seio, ela foi direto e começou a mamar... Colocou a mãozinha miúda no meu peito... E ficou ali durante quase uma hora e a minha menininha estava faminta... Pois, queria mais e a pus no outro... Depois disso meu pai me explicou que deveria deixá-la golfar, ele me explicou como deveria fazer e assim que ela golfou a entreguei ao Edgar que a colocou no berçinho que está no nosso quarto... E ela adormeceu... Realmente estava cansada, e nunca imaginei que pudesse me senti assim, exausta e feliz, plenamente feliz... Fiquei velando o soninho da Beatriz... E era tão bonita... E dormia tão tranquila e nem parecia que havia nascido há poucos horas. E minha felicidade só não era maior porque por um momento me lembrei da minha primeira gravidez que perdi... Que mesmo com a chegada da minha filha, sabia que aquela lembrança sempre estaria comigo... Que aquela criança jamais poderia abraçá-la, porém que agora tinha uma filha nos braços e esta eu poderia abraçar o quanto quisesse... Assim como poderia abraçar a Melissa... E me dei conta que um filho jamais substituirá o que partiu... Não era o momento de pensar nisso... Ali era um momento de celebração... Afinal de contas, não importa o quanto feliz se é, sempre haverá as dores que carregamos na alma e se não fosse por elas, provavelmente, não saberíamos valorizar os momentos de alegrias como este...

Os dias foram passando e quando a Melissa chegava da escola a primeira coisa que fazia era correr para o meu quarto e vê a irmãzinha... Era engraçado que a nossa filha mais velha relatava o dia dela para a irmã... Contava tudo como se a Beatriz pudesse responder... Era uma linda cena, vê o quanto a Melissa ficava ao lado do berço... Outro dia a vi de longe contando uma estória para sua irmã... Com um detalhe, a caçula já estava dormindo e Melissa continuou a contar assim mesmo... Será que a Beatriz entendia... E sempre reconhecia a voz da irmã, e quase nunca choramingava quando a Melissa estava por perto... Parecia que prestava atenção na irmã mais velha...

E Edgar, o que posso falar de meu marido que já não tenha dito mil vezes... Era cada vez mais apaixonado pelas filhas, e ele era capaz de ficar horas dando atenção a elas... E só não ficava enciumada porque fazia o mesmo... Adoro ter minhas filhas perto de mim... Muitas vezes dava de mamar para a Beatriz e Melissa ficava, ali no quarto ou lendo seus livrinhos, ou brincando de boneca, mas sempre perto da mim e da irmã... Isso quando não adormecia na minha cama e passava a tarde dormindo ali...

Henrique trouxe Amélia para conhecerem a nova hóspede de nossa casa, e eles ficaram encantados como a nossa menininha, trouxeram duas lindas bonecas, uma para Melissa e a outra para Beatriz... A minha substituta me contou as novidades e disse que tinha contado para meus alunos que eu já havia tido minha filha... Disse, também, que as crianças estavam saudosas e que não viam a hora de eu voltar... Na realidade eu também não via a hora, apesar de que estava me dedicando as minhas filhas, pela primeira vez senti falta do trabalho, porém não como imaginei que fosse sentir... Ficar com as meninas era, naquele momento, a minha principal prioridade... Voltaria em breve só que com menos pressa...

Isabel sempre vinha vê a afilhada e Edgar chamou Guerra para conhecer a filha e como eu tinha escolhido a madrinha era mais que justo que ele escolhesse o padrinho e chamou seu melhor amigo para batizar a pequena Beatriz... Guerra ficou extremamente feliz como a honra que recebeu do amigo... Tia Celinha adorou conhecer sua sobrinha neta... E mais uma vez cobrou do eterno noivo quando se casariam... E Guerra dizia para minha tia que aquele momento era de comemoração, mas pela chegada da sua afilhada... E que pensassem em casamento em outro momento... E todos nós acabamos rindo daquela situação... Minha querida tia dizia ao noivo que já tinha uma sobrinha neta e isso era um absurdo, pois tinha anos que o jornalista a estava enrolando... Guerra se justificava dizendo que o relacionamento deles era perfeito e não tinha porque estragar tudo se casando... Tia Celinha ficava indignada, porém pouco depois já estava radiante novamente com nossa bebezinha no colo.

E a Beatriz... Como todo bebezinho tinha seus momentos... Era de uma tranquilidade, e quando começava a chorar... Parecia que seus pulmões tinham o dobro do tamanho dela... Queria mamar a cada três horas e durante a madrugada, sempre acordava eu e o Edgar... E foi bom vê que meu marido, sempre estava comigo quando precisava dá de mamar a nossa pequenina... Sempre me ajudava e nunca reclamou por acordar algumas vezes durante a noite... Sempre bem disposto. Beatriz era tão boazinha começou a dormir durante mais tempo durante a noite poucos meses depois de nascida... Começa a conhecer melhor minha pequena... E como ficava cada vez mais bonita e parecida comigo, apesar de vê nela traços do Edgar... Os olhos pareciam muito com o do pai... Os cabelos começavam a ficar da cor do meu... E ela parecia cada vez mais grudada na irmã... Era só Melissa chegar para lançar um sorriso para a irmã e a nossa Abelhinha começava a brincar com ela, mesmo ainda muito limitada nos seus movimentos... E a nossa pequena Felicidade, não tirava os olhinhos da irmã...

E como havia dito antes... Edgar, cada vez mais um pai zeloso e isto me encantava nele... Quantas e quantas vezes eu o via como as duas por perto, mesmo quando estava trabalhando... Fazia questão de ficar perto das meninas... Tinha momentos quem que estava resolvendo alguma coisa da casa e quando chegava ao quarto, ele lia algum processo, Beatriz no berço e Melissa com ele na cama... Ela brincando e ele lendo... Tinha momentos em que colocava a caçula no colo e se deitava na cama e ela pegava no sono no peito dele... Em vez de colocá-la no berço, ficava com ela ali... Acariciando as costas dela... E Melissa tirando um cochilo ao lado... Não poderia ter encontrado um pai mais atencioso para minhas filhas...

Quando vi que Beatriz já estava com cinco meses, vi que já era hora de voltar a ministrar as minhas aulas e mesmo amando muito ficar com as minhas filhas, já sentia a necessidade de ter meu trabalho de volta e voltar foi maravilhoso... Quando dava eu levava a Beatriz comigo e deixava na casa da tia Jurema que ajudava a tomar conta da minha menina... E sempre que tinha um intervalo eu ia até lá para vê como estava a pequenina e dá de mamar...

Outro dia, ao sair do quarto de banho... Vi que Edgar havia colocado a Beatriz e a Melissa na nossa cama... Ele velava o sono delas... Estava apenas contemplando as filhas...

– Você não se cansa de olhar para elas...

– Elas não são lindas juntas...

– São sim... Eu gosto muito de vê que mesmo muito pequenina a Beatriz tem verdadeira adoração pela irmã... Já preparou que quando a Melissa chega do colégio, nossa caçula faz festa quando vê a irmã...

– Eu vejo e isso me encanta... Sabe que não consigo mais imaginar minha vida sem vocês aqui comigo... Finalmente esta casa tem crianças... Antes era tão grande só para mim... Agora ela tem o tamanho certo... O tamanho para uma família... Acho que pudesse nunca sairia só para ficar com elas...

– Eu também... Só que temos nossas obrigações e é bom ter porque desde pequenas elas começam a entender que os pais a amam muito, porém, não podem ficar o tempo todo com elas... Eu adoro ficar com as minhas filhas e também adoro a voltar ao trabalho... Assim aprendem que temos responsabilidades...

– Elas são tão pequenas ainda... – Ele me abraçou.

– São. Só que desde já vamos ensinando a elas... Assim elas ficam mais independentes no futuro...

– Ah, Laura, vamos aproveitar nossas meninas... Daqui a pouco elas estão grandinhas... Quero aproveitar nossas meninas... Brincar com elas... Fazer tudo que um pai deve fazer...

– Eu não acho que muitos pais façam o que você faz... Muitos deixam a educação dos filhos apenas para as mães... Contentam-se em apenas serem os provedores e nada mais... Você não Edgar, eu vejo que se dedica as nossas meninas e isso me encanta mais ainda em você... Adoro vê que sempre está com elas... Da sua dedicação, de seu amor por elas... Eu fico encantada em vê o quanto você é apaixonado por elas...

– Nossa, eu sinto tanta falta delas quando estou longe de casa...

– Eu também...

– Sabe Laura... Vocês três são o que há de melhor na vida... Eu não consigo mais me lembrar daquela época em que vivia praticamente sozinho nesta casa... A solidão que sentia quando estava aqui... O silêncio doído que tinha aqui antes... E agora, poder ouvir o som da sua voz, a Melissa, o choro da Beatriz quando quer algo... Finalmente não é apenas uma casa... É um lar e você me deu isso... Nunca terei como agradecer isso e por isso que te amo tanto...

– Sério isso... Eu sei bem como o senhor pode agradecer...

– E como seria?

– Para isso teríamos que levar as meninas para os quartos delas... – Insinuava-me para ele...

– E o que estamos esperando... – Ele me olhou e seus olhinhos brilharam quando me insinuei.

Eu apenas sorri para ele e peguei a Beatriz e a coloquei no berço em seu quarto enquanto Edgar levou a Melissa para o quarto dela... E finalmente poderíamos matar um pouco da saudade que sentíamos um do outro...


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Notas finais do capítulo

Então meninas o que acharam... Mais um momento do nosso casal favorito e agora com a chegada da filhinha deles... Espero que tenham gostado e não deixem de comentar, agora que está chegando ao final quero saber a opinião de vocês, não apenas sobre este capítulo específico, mas da estória... O que mais gostaram, o que não gostaram, onde poderia ter melhorado, se esperavam mais dela ou se foi como imaginaram... Enfim, eu gostei muito de contar está estória, e gostei muito de vê que tiravam um tempinho para ler e sou imensamente grata por isso... Então meninas bjs e até o penúltimo capítulo semana que vem...