Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 50
Revogação


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas, tudo bem? Em primeiro lugar quero desejar a todas que são mães, um feliz dia das mães... Meus parabéns por este dia... E como hoje é domingo, mais um capítulo fresquinho para vocês apreciarem... Agora falta um pouco menos para o final e já bate uma saudade da fanfic em mim... Gosto de escrever, mas tudo na vida a estória caminha para o fim e este capítulo nos mostra a revogação do divórcio... E é sempre gosto vê os dois em cena... Bjs, obrigada pelos comentários e pelo carinho que demonstram com esta estória... Boa leitura e me contem o que acharam...



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Revogação (Capítulo 50)

A escola já estava funcionando normalmente e logo cedo fui até lá para trabalhar e não foi surpresa para mim, assim que terminou as aulas, vê Edgar já esperando por mim e pela Melissa, na porta... Assim que nossa menina viu o pai correu ao seu encontro... Edgar a abraçou e a colocou no colo...

– Então princesa, como foi a sua aula?

– Supimpa papai, eu aprendi um monte de coisa nova... Já tenho algumas amiguinhas...

– Que bom, filha... E a minha esposa querida, como foi seu dia?

– Foi ótimo... É muito bom voltar a dá aulas... Adoro meus alunos, Edgar...

– Fico feliz meu amor... Vamos para casa... Temos que ir, quero deixar a Melissa em casa, se esqueceu que dia é hoje?

– É hoje a audiência?

– É sim, daqui a pouco... Não vejo a hora...

– Então vamos... – Voltamos para casa e esperava por nós um belo almoço que Edgar havia pedido para Matilde preparar... Era o assado que amava tanto e tudo estava delicioso. Deixamos Melissa em casa e nos dirigimos ao Fórum.

– Então, preparada?

– Ansiosa... Não vejo a hora...

– Estou muito feliz. – Edgar segurava a minha mão.

– Só você?

– Acho que não que me sinto tão ansioso assim deste nosso casamento?

– Sério?

– Não é pelo mesmo motivo que agora... Estava ansioso por não saber o que aconteceria... Não desejava aquele casamento e achava que era apaixonada por mim e não queria decepcioná-la... Se não fosse pelo casamento anterior... O da Isabel, que o noivo não apareceu... Teria desistido ali mesmo... Mesmo correndo o risco de meu pai querer me trucidar ali mesmo.

– Eu também não queria aquele casamento... Estranho, como a vida acabou nos unindo... Se tivesse me encontrado com você no porto, eu teria terminado com você ali mesmo eu fui determinada a desfazer o nosso compromisso... Achava que o casamento me tiraria a pouco liberdade que eu ainda tinha... Era estranho porque ficamos separados por quatro anos e, de repente, estávamos casados sem sequer nos vemos antes na igreja... Foi horrível perceber que não queríamos nos casar e, acabaram nos obrigando... Lembra-se do dia em que dizemos que não queríamos nos casar... E estávamos ali... Casados... Deu-me um desespero... Fiquei olhando para você e pensando... Meu Deus, e agora? O que vamos fazer agora? Senti tanta raiva naquela hora... Dois quase desconhecidos, casados, e dentro da nossa casa... Sem muito para onde correr... O que seria de nós dali adiante...

– Pensei que estivesse apaixonada... Quando me disse que nunca havia mandado nenhum poema... Muito menos Parnasianos... E tudo mandado pela sua d. Constância... Fiquei para morrer de raiva... Acredita que sofreria uma imensa decepção se não nos casássemos... Não queria que sofresse e, desculpa falar assim Laura, me senti indo para o sacrifício. O que qualquer homem com hombridade faria. O quanto tolo em senti ao ouvir que não queria o casamento.

– Parnasianos... Não mandaria nem para os meus inimigos, caso tivesse algum... E os camafeus, os lenços, que você nunca me mandou... E que sua mãe, me entregava como se você tivesse mandado cada um deles... Como se fosse o mais apaixonado dos homens... Como pudemos nos deixar levar pelas nossas mães...

– Em um primeiro momento foi tudo tão desesperador... Naquela noite dormi na casa do Guerra de tanta raiva e achando que você não fazia questão nenhuma da minha presença...

– Também senti tanta raiva, por nossos pais ter nos enganados... Por nos colocar em uma situação em volta... É pior em uma situação que não teria volta, indissolúvel pelas leis de Deus...

– Em um primeiro momento foi desesperador... Eu louco para Portugal... Tinha feito minha vida lá...

– Para os braços daquela lá? – Ressabiada.

– Não. Tinha terminado um pouco antes de voltar ao Brasil...

– Ainda bem que resolvemos ficar amigos... Já que não tinha muito que fazer...

– Ainda bem... Foi a melhor decisão que tomamos... Fomos nos descobrindo aos poucos... Eu nem havia me dado conta e já sentia sua falta... Gostava tanto de ficar conversando com você... – Segurei em seu braço.

– Se lembra quando me deu de presente os livros que havia perdido, pois minha mãe havia feito o desfavor de doar os meus para a Biblioteca Pública?

– Lembro do seu sorriso, foi o mais belo que havia visto até então... Sua felicidade por vê que os títulos eram os mesmo... Você me deu um beijo no rosto e fiquei encantado com aquilo... A sua alegria... Estava feliz por vê que você estava feliz... Ali nem havia me dado conta ainda, foi naquele instante que comecei a olhar para você de outra maneira... E que aquele casamento não era tão ruim como pareceu em um primeiro momento... Que dali poderia sair algo de bom...

– Foi necessário descobrir aquela foto para me dá conta... – Fiquei um pouco tensa ao lembrar da foto daquela mulher nos pertences do Edgar.

– Lembro que quase tirou meu pescoço fora... – Ri. – E nem sabia bem o porquê de tanta raiva, até me contar que havia encontra a foto.

– Tinha que guardar aquela foto... – Perguntei séria.

– Nem tinha dado conta que a tinha comigo ainda... Até você descobrir a foto... Não tinha mais nenhuma importância, certamente me livraria dela quando eu a encontrasse...

– Eu não sei... Fiquei com tanta raiva...

– Ou com ciúmes?

– Os dois... Por perceber que poderia ter olhado para outra mulher... E de repente... Que direito tinha eu...

– Na realidade tinha, afinal de contas, era minha esposa...

– Esposa... Nem havia me dado conta disso na época... Éramos amigos e não um casal, de fato... E aí me senti esposa.

– Éramos um casal... Somos um casal... Ainda bem que nos descobrimos... Já imaginou se não tivéssemos nos descoberto... Nos dado uma chance... Onde estaríamos... Será que conseguiríamos ser apenas amigos? – Pergunto-me.

– Não... Estávamos fadados a nos apaixonar... Em algum momento nos apaixonaríamos... Quando visse já estaríamos nos amando muito...

– Eu também penso isto... Acabaríamos nos amando...

– O amor, como ele é matreiro... Nós não nos casamos apaixonados... Nossos pais, por exemplo... Eles se casaram por convenção... Será que chegaram a se apaixonar um pelo outro em algum momento... Ou apenas aprenderam a conviver... Até pouco tempo atrás praticamente não havia casamento por amor...

– Isto mostra o quanto somos modernos... Daqui a pouco vamos voltar a nos casar... Revogaremos o divórcio... E por amor... Voltamos a nos casar... Apenas por amor...

– É verdade... Por amor... Por amor estamos aqui... Por amor, nós sofremos durante muito tempo, nos perdemos e nos reencontramos... Sempre por amor... Fui embora e voltei... E é algo que sempre vou levar comigo... O meu amor, por você...

– Eu não quero viver minha vida sem este amor... Não me vejo sem ele... Não me reconheceria sem amar você...

– Nem eu...

Um atendente nos chamou e entramos na sala do juiz e para minha surpresa era o mesmo que nos divorciou...

– Senhor Vieira, senhora Vieira então estão aqui para revogar o divórcio... – Estávamos diante do juiz.

– Sim... – Respondemos juntos.

– Estou aqui com o pedido de vocês que já foi validado e basta apenas agora a assinatura dos senhores e estão casados novamente... – Entregou-nos os papeis.

– Laura, você primeiro... – Peguei a caneta que estava em minha bolsa e molhei no tinteiro a minha frente...

– Edgar... Não houve uma noite... Um dia que não tenha pensado...

– Laura... Não houve uma manhã... Em que não tenha desejado...

– Senhores... Não vão assinar? – O juiz nos fitou.

– Claro. – Falamos juntos

Molhei novamente a caneta no tinteiro e finalmente assinei... Entreguei a caneta ao Edgar e assim como eu, ele molhou a pena da caneta e assinou e passou o mata-borrão sobre nossas assinaturas... – Aqui está.

– O documento será lavrado em cartório e podem se considerar casados...

Apenas senti o beijo do Edgar, ainda estávamos em na sala do juiz...

– Não é melhor os senhores continuarem lá fora... – Disse seriamente.

– Claro... – Respondi.

– Vamos continuar lá fora... – E saímos, achando graça da situação...

– Agora somos oficialmente casados... – Comentei. – Agora o senhor é o meu marido, de fato e de direito... – Feliz por finalmente saber que estava casada e agora para sempre, com o Edgar.

– Eu não aguentava ser divorciado de você. Ainda bem que isto terminou para sempre...

– Para sempre... Vamos para casa, a Melissa espera pela gente.

– Para casa? E a nossa lua de mel? – Edgar me pegou de surpresa.

– Como assim lua de mel... – Fiquei sem entender nada...

– Ora senhora Laura Assunção Vieira... Toda noiva merece uma lua de mel... – Segurava-me pela cintura.

– Edgar, a ideia é linda, mas não podemos... A escola acabou de ser inaugurada... A Melissa está em casa esperando pela gente... Temos mil coisas para fazer... –Tentei argumentar inutilmente.

– Eu sei de cada compromisso que temos... Mas vamos ter nossa lua de mel mesmo assim e termos que ir logo o trem parti em menos de duas horas.

– Edgar, isto é loucura meu amor... Sabe que não podemos agir assim de maneira intempestiva... Tem a nossa menina, ela vai ficar sozinha...

– Não estamos saindo de maneira intempestiva, eu já organizei tudo... Não se preocupe já cuidei de tudo a Melissa está com a minha mãe e tenho certeza que vai adorar ficar com a avó... Também conversei com seu pai e ele disse que vai visitar a neta na casa de minha mãe... E também prometeu a levar a escola nos dias em que estivermos fora... A Melissa está bem amparada e cuidada com todo amor que pode receber...

– Mesmo assim, meu amor não podemos sair assim... – Continuei a tentar fazê-lo mudar de ideia.

– Eu já cuidei de tudo... Teremos cinco dias de lua de mel e vai ser em um lugar lindo que você adorou da primeira vez e agora não vai ser diferente... Vamos logo... O trem vai sair e não vejo a hora de está nele... Vamos querida...

– Edgar, meu amor, você não pode fazer isto... Segunda feira eu tenho que está na escola...

– Laura, eu já conversei com a Isabel e com a Sandra... Disse que se fosse necessário eu iria virar o Rio de Janeiro de ponta cabeça atrás de uma professora substitua para você e elas me garantiam que tinham a pessoa perfeita para colocar no seu lugar durante o tempo que estivéssemos fora... A irmã daquele lá... – Referindo-se ao Henrique.

– A Amélia... Sei que é muito esforçada... Porém, ela ainda é muito inexperiente... É muito jovem, talvez... – Edgar calou-me com um beijo.

– Laura escuta... Não se preocupe... Para ser bem honesto... A Isabel me apoiou e disse que a senhora ficaria relutante como está agora e disse também que merecemos uma lua de mel, se sua sócia disse isto, quem é a senhora para contradizê-la... E ainda mandou um recado para você... Que aproveitasse o máximo estes dias com o seu marido... Então meu amor, vamos para a estação. – Depois disso á única que poderia fazer era embarcar no trem que nos levou de volta a um lugar lindo e que havia estado com Edgar na primeira vez... Estávamos novamente em Petrópolis e como a vez anterior, já havia um coche esperando por nós e fomos direto para a casa da família do Edgar... Dona Carmem e seu José já esperavam por nós... A casa estava bastante florida, como sempre Edgar havia cuidado disto também... Sempre pensando em cada detalhe para me satisfazer.

– Laura e Edgar, que bom que voltaram... Nossa e agora você está grávida minha filha... Está tão linda...

– Estou grávida e muito feliz... Também estou feliz por voltar aqui novamente... Aqueles dias foram maravilhosos... O Edgar resolveu repeti-los...

– Deus nos enviou um belo presente... Um filho e é claro que temos que comemorar isto e nada melhor que trazer minha esposa aqui novamente. Aquela vez foi maravilhosa e é mais do que justo repetir, principalmente agora, pois, depois não teremos tanto tempo com um bebezinho pequeno.

– Fez muito bem meu filho... A casa está como nos pediu, o quarto de vocês já está pronto, apenas esperando por vocês... E o detalhe que me pediu já está lá também...

– Obrigada dona Carmem...

– Estou fazendo um jantar especial para vocês... Acabei de deixar um lanchinho para vocês... Tem até aquele pão que você adorou daquela vez, minha filha... E seu marido pediu para que eu fizesse... O Edgar me disse que precisa se alimentar direito... E agora se alimenta por dois...

– Meu marido é um homem muito zeloso comigo... – Apenas fitei Edgar que não parava de olhar para mim.

– Um bom marido é sempre zeloso com sua esposa e você, minha querida, arranjou um marido maravilhoso... É tão bom que tenham voltado e eu sabia, daquela vez que estiveram aqui e você engravidaria em pouco tempo e Deus não me decepcionou, Ele ouvi as minhas preces... Está tão linda grávida... É melhor vocês subirem... Você, menina, precisa descansar...

– Vamos então... – Ao chegar ao quarto, mais uma vez um lindo arranjo de alecrim e desta vez, com rosas vermelhas... Olhei a janela e o tempo estava um pouco nublado... Parecia que iria chover mais tarde...

– Parece que vai chover... Combinou isto com Deus... – Brinquei com Edgar.

– Não... Mas, uma vez, alguém me diz que Deus sempre conspira em favor dos apaixonados... E não vou negar não me importo nem um pouco se chover estes dias em que estivermos aqui... Uma das melhoras coisas que me aconteceu foi ficar com você neste quarto enquanto chovia lá fora... E precisamos de mais alguma coisa?

– Na realidade tudo que preciso está neste quarto agora... – Apenas o contemplava-o e sentia-me mais encantada ainda com o meu marido.

– Sério? – Todo assanhadinho.

– Olha para este pão está com uma cara maravilhosa. – Brinquei com ele...

– Laura! – Indignado.

– Ninguém mandou você pedi este pão... Sabe que estou grávida e não resistiria a ele. – Dei uma mordida. – Acredite meu amor, em primeiro lugar, o pão, como sempre, está maravilhoso... E em segundo lugar... – Outra mordida. – Tudo que eu preciso está neste quarto e eu não me refiro ao pão... - Apenas o olhava.

– Ainda bem. – Rimos juntos... Edgar sentou na cama e eu o acompanhei. Ele segurou as minhas mãos e as acariciava... – Olhou nos olhos.

– Ficou quieto, de repente... – E então eu notei. – Onde está a sua aliança? – Perguntei.

– Somos casados, sabia? – Com a voz tão suave.

– Sei disso... Mas cadê a sua aliança? Você nunca a tira. – Edgar colocou a mão no bolso e tirou três alianças amarradas em uma fita vermelha... E as desamarrou em seguida...

– As três alianças...

– Normalmente se precisa de duas, como a senhora faz questão de usar uma a do nosso novo compromisso... Quero que olhe no interior delas...

– Peguei as três... A primeira que é a do Edgar... L e E Para sempre... gravado e peguei a minha antiga e os mesmo dizeres... Peguei a que ele havia me dado aqui em Petrópolis... L.Meu Amor Eterno. E. – Que lindo Edgar.

– Laura, reparou que antigamente havia apenas nossas iniciais nelas e nada mais... Mandei gravar os dizeres... Quero sua mão esquerda. – Entreguei minha mão ao Edgar e ele acariciou meu dedo anelar beijou as duas alianças e colocou-as de uma vez.

– Eu quero fazer uma promessa para você... Laura eu... – Pensativo. - Se a vida me desse um único momento antes da minha morte em que eu pudesse dizer algo e diria: Obrigado por tudo, por ter dado a minha vida um significado, por você ter me amado com todos os meus defeitos... Por ter sido minha, mesmo que não fosse merecedor do seu amor... Obrigado por ter me ensinado a amar... Pois eu nasci apenas para isto... Amar você... – Novamente beijou minha mão, onde estavam as alianças. – Eu prometo tentar ser um bom marido, um bom pai e sempre está ao seu lado, pois não quero nada que não seja isto, até o último dia, pois sei que vou amá-la sempre e para sempre... Agradeço a Deus por ter escolhido você para mim... Sou muito Agradecido a Ele por ter a trago de volta e sei que vamos ser muito felizes juntos... Não importa o passado, as dores... Nada disso... O que importa é este momento e tudo que vier daqui para frente... Nem sempre será fácil, mas estaremos juntos e está promessa que te faço agora... Sempre estaremos juntos e felizes... – Eu apenas o observava enquanto falava e confesso que senti uma emoção tão grande peguei a mão dele e a beijei e a levei a altura do meu peito.

– Ah Edgar... Se alguém que tem que agradecer este alguém sou eu... Pois, você me mostrou um mundo cheio de possibilidades... Fez com que percebesse que aquele casamento fosse um presente e não uma prisão como pensei... Ensinou-me a te amar... E amar cada vez mais e mesmo distante não consegui deixar de amá-lo... Eu não consigo me imaginar sem amar você... Não seria eu... Não me reconheço... Mesmo quando minha razão dizia para esquecer, meu coração me fazia lembrar mais ainda de você... E eu segui assim... Amando você... Não houve um dia que não tivesse pensado, me preocupado ou rezado para estivesse bem e feliz... Mesmo que a vida tivesse, a princípio sido matreira conosco e nos separado... Eu desejava profundamente que fosse feliz, mesmo que doesse saber que sua felicidade parecia não ser mais ao meu lado... Rezava por sua menina, para que ficasse sempre bem... Eu não entendia porque a vida havia nos separado... Eu fui embora muito machucada, mas mais machucada ainda porque estava deixando para trás quem mais amava, e deixando para trás uma parte de mim e que você roubou quando me apaixonei por você... Não importava a distância, o tempo... Nada... Sempre esteve em mim, com está agora e como sempre estará. – Coloquei a mão dele em meu ventre. – Edgar e te prometo tentar ser a uma boa esposa e uma boa mãe para nossos filhos... Eu sempre vou amar a todos vocês... Prometo por este filho que carrego comigo, pelos que virão... Prometo sempre ser uma boa mãe para a Melissa, mesmo ela não sendo minha de fato... Ela é minha de coração e ele sempre será dela, assim como é seu... E como você disse nem sempre será fácil, haverá contratempos, porém estaremos juntos... – Eu coloquei a aliança em seu dedo. E beijei sua mão. – Esta é a promessa que faço a você e aos nossos filhos e aos que virão ainda.

– Estamos casados Laura.

– E agora é para sempre...

– Para sempre... Nem acredito que este pesadelo do divórcio acabou... Laura eu nunca quis me divorciar do você, eu nunca quis que terminasse... E agora estamos casamento novamente... Graças a Deus...

– Graças a Deus mesmo... Eu também não quis, eu só não consegui ficar naquele momento... Já falamos disso tantas vezes... Talvez seja necessário deixar isto para trás... Seguir em frente... Pensar no agora e no futuro...

– Falar é preciso... Se não fosse por isto não estaríamos aqui agora... – Edgar segurava minha mão esquerda acariciando as alianças em meu dedo.

– Sem contar as brigas – Ri. – Ah Edgar, ainda bem que a Isabel me convenceu a voltar para cá... O que será que a vida nos reserva pela frente...

– Se depender de mim muita felicidade.

– Mas nem sempre a vida são só flores, meu caro...

– Eu sei, porém, por hora vamos pensar nas coisas boas... Como se a vida tivesse aroma de alecrim...

– É tem acontecido muita coisa boa... Você, a Melissa, nosso bebezinho... Sabe que, às vezes nem acredito que estou grávida... Esta noite mesmo eu acordei de madrugada e a primeira coisa que fiz foi colocar a mão em meu ventre para sentir nosso bebê e ele mexeu... Tem dias em que está tão danado que parece que querer participar de tudo... Fico imaginando como será a carinha dele...

– Ou dela...

– É, mesmo... O que você prefere Edgar?

– Não tenho preferência... O que me importa é que é nosso... Um filho nosso...

– Não quer um menininho, assim teremos um casal...

– Realmente Laura, não em importa, menino ou menina... Tanto faz... O que me importa é que é nosso... Sendo filho, sendo filha... É nosso e já muito amado por mim, por você... Pela Melissa, já reparou que ela adora falar no irmãozinho novo... – Edgar coloca a mão em meu ventre. – Bem que ele podia se mexer agora...

– Agora não... Tenho certeza que deve estar ouvindo nossa conversa. Atento... Ouvindo os pais...

– Será que nos escuta?

– Eu penso que sim... Por isso converso tanto com ele, deixo a Melissa falar com a minha barriga... Sempre digo que é muito amado, que foi esperando durante muitos anos pela gente e que agora ele veio para nos unir muito mais...

– Tão esperado... Quase sete anos de espera... Laura, você percebeu que daqui a pouco mais de um mês... Fará oito anos que nos casamos...

– Oito anos... Nossa, quanto tempo...

– E daqui a duas semanas faremos sete anos de divórcio...

– Então tem quase um ano que voltei...

– Ficamos casados por quase onze meses... E assinamos o divórcio...

– Quase onze meses...

– E a maior parte do tempo, eu fui muito feliz com você... Foi o período mais feliz da minha vida... E que preço pagamos por esta felicidade...

– Meu pai me disse algo a poucos dias atrás...

– O quê?

– Falou que nossa separação serviu para reforçar o que sentíamos... Se passamos por tudo que passamos e mesmo assim, o que sentíamos resistiu ao tempo, ao sofrimento... E ao nos reencontramos, lá estava o que sentíamos, tão forte quando era naquela época... E tudo o que passamos serviu para consolidar a nossa união... E que deveríamos ficar casados, juntos e muito felizes... Amadurecemos a duras penas e saímos fortalecidos daquela tempestade que se abateu sobre nós... Era parar ficarmos juntos Edgar, e meu pai tem razão, saímos mais fortes... Se tivesse ficado, não acho que o que sentíamos duraria mais tempo... Perderíamos o respeito um pelo outro e ai, Edgar... Poderíamos ter ficado juntos... Mas estaríamos mais separados do que nunca... E um casamento assim... É triste... Muito triste...

– Eu não sei se deveria ser assim, por outro lado, talvez compreenda um pouco melhor... É claro que nunca quis o divórcio como já disse... Talvez tivesse que ser assim... Não sei... A realidade é está, eu não iria suportar perceber que não tinha mais o seu amor... Perceber que por minha culpa tivesse matado algo tão precioso... Laura, eu nunca consegui olhar para o futuro e não nos vê juntos... É verdade e isto me doía, porque não estávamos juntos... Eu quero envelhecer com você ao meu lado, vê nos filhos crescerem e casarem com você ao meu lado... Vê nossos netos nascerem com você ao meu lado...

– Já está pensando em netos e nosso filho nem nasceu ainda, a Melissa é uma menina pequena... – Brinquei com ele.

– Oras... Eu apenas imagino a gente juntos... E não há nenhum mal nisto... Pensar em viver cada um destes momentos com você... O quê que tem?

– Você já está pensando nos netos, Edgar. – Rimos juntos...

– A senhora goza de mim, porém parte disso já é real... Já estamos casados e daqui a pouco nosso bebê vai chegar... Eu sempre sonhei com isto e agora é real... Foi algo que desejei muito...

– Por este ponto de vista... E agora estamos aqui...

– Como pode vê, eu sei que até a senhora desejava isso também...

– Realmente, desejava quando tinha medo de desejar...

– E pensar que a Dona Eulália quase te arranjou um noivo... O dono da mercearia...

– Ainda lembra-se disso? Joaquim... – Não consegui conter o riso.

– Este é o nome dele? – Fez cara de desentendido.

– Para com isso. Sei que você se lembra muito bem...

– Na realidade eu sei e preferi ignorar... É que a ideia que outro homem possa chamar a sua atenção... Eu fico... Eu não consigo nem raciocinar direito...

– Que o diga o Antônio Ferreira... – Eu não agüentei e cai na gargalhada...

– Este é um detalhe que prefiro ignorar, Laura... Sem contar que você ficou muito interessada em conhecer o Ferreira, até demais para o meu gosto.

– Ah Edgar, se não fosse o Ferreira... Eu definitivamente eu não teria descoberto este seu lado... Que aprecio tanto... – Tentei mimá-lo.

– Você adora zombar de mim...

– Eu gosto muito de você... Não imagina o quanto.

– Eu também...

– Não posso negar que este seu lado ciumento... – Não poderia deixar este chiste passar.

– A senhora também é bem ciumenta... Não pode falar de mim... Sei que a Heloísa a tira do sério...

– Não mesmo... – Fingi ignorar. - Talvez tenha ficado incomodada no passado... Agora mal me lembro dela...

– Talvez seja melhor assim... – Olhou desconfiado para mim.

– Melhor mesmo... A Heloísa é sua cliente... Sua relação com ela... É profissional... Eu respeito isto e não vou me intrometer. – Tentando me convencer disso.

– Assim como sua relação com o Medeiros... – Desconfiado ainda.

– Você ainda não engoliu a estória com o Henrique... Não posso fazer nada por ele, afinal de contas, eu já havia, há muito, descoberto o senhor... Vamos deixar isto para trás.

– E como eu poderia, me diz... Ele se declarou para você... – Indignado.

– Eu não quero discutir isto com você novamente... Já conversamos antes... Estamos em Lua de Mel, se esqueceu... – Tentei desconversar.

– Mesmo assim ainda tenho vontade de pular na jugular dele... – Com sorrisinho irônico...

– Por outro lado o senhor se comporta tão bem, todas as vezes que o encontramos...

– É um esforço sobre-humano não posso negar... Faço por você... – Olhou-me timidamente.

– Eu sei e sou imensamente grata por isso... Sei que nunca me decepcionaria neste aspecto...

– O que eu não faço pela senhora... Não quero magoá-la. – Continuava a me olhar.

– Não acho isto... Faz isto por ser uma pessoa boa... Não é do tipo que fizesse nada de mal a alguém...

– Pode ser...

– O Henrique é uma pessoa boa e para ser bem honesta ele me lembra muito você, em muitos aspectos...

– A mim? Tem certeza? – Incrédulo.

– Se não implicasse tanto com ele, veria isto. – Provocava-o. - A maneira com enxergam o mundo, como são generosos... Os mesmos ideais... Vocês são parecidos...

– E o amor pela mesma mulher... – Debochado.

– Ah Edgar, não fala assim... Se eu te contar algo...

– Contar o quê... Que a cortejou novamente...

– Não... Na realidade está cada vez mais respeitador, muito mais do que já era...

– Menos mal...

– O que quero te dizer é que conversei com a Isabel e ela me contou que está gostando bastante da companhia do Henrique... Cada vez mais...

– Então a Isabel está gostando do Medeiros? É isto? – Curioso pela novidade.

– Isto mesmo... E ele ainda não notou... O interesse dela por ele...

– É porque ele está ocupado de mais olhando para o lado errado, para o seu lado... – Irônico. Ao como: cobiçando a mulher do próximo... Isto não vai contra Os Dez Mandamentos – Mais debochado ainda.

– Edgar, já conversamos... – Séria para ele.

– Está bem... Desculpa... Não vamos mais nos ater aos problemas dos outros enquanto estivermos aqui... – Levantou-se e foi em direção a janela, começava uma chuva fraca. - Quer saber... Laura, nós estamos em plena Lua de Mel... Um lugar lindo e especial para gente... Não deveríamos está aproveitando mais...

– O que deseja insinuar... – Fui até onde estava. E me fiz de desentendida.

– Viemos para cá, acho que podemos deixar tudo isto do lado de fora... E aproveitar um pouco mais a companhia um do outro... – Observava a chuva ficar um pouco mais forte.

– De fato a ideia não é de toda má. – Virou-se para mim e segurou-me pela cintura redonda. Ele apenas olhou-me e acariciou o meu rosto...

– Laura... Eu... Obrigado. – Olhava atentamente.

– Pelo quê? - Apenas admirava os olhos claros dele em mim.

– Por tudo... Por tudo...


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Notas finais do capítulo

Oi queridas, espero que tenham gostado... Desta vez fiz um pouquinho menor, mas não muito... Assim podem lê mais rápido... Finalmente os dois voltaram a serem casados novamente... E pensar que esperaram muito por isso... Até o próximo capítulo. E obrigada pelo carinho de sempre...