Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 35
Catarina


Notas iniciais do capítulo

Oi Meninas, gostaria muito de agradecer pelos comentários de vocês... Gosto muito de saber a opinião de cada uma, Obrigada... Desta vez temos Catarina e ela não fica nada satisfeita com a saída de Melissa do Colégio... Edgar, por sua vez tem que encarar a fera e ainda tem que conversar com Laura sobre o Antônio Ferreira... Como se vê o moço andou bastante ocupado este capítulo... kkk... Espero que gostem e comentem...



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Catarina (Capítulo 35)

– Edgar, você aqui...

– Eu vim falar com você, como não estava a Isabel acabou me fazendo companhia...

– Vou deixar os dois sozinhos, acho que têm muito o quê conversar... Laura porque você não termina de tomar este café com Edgar... Vejo vocês depois... – Isabel se retirou.

– Quando eu cheguei ontem à noite, fiquei surpreso em vê-la dormindo na nossa cama...

– Fiquei esperando por você... Queria conversar sobre o quê havia acontecido para você me deixar falando sozinha por mais que tivesse vontade brigar por aquilo, queria conversar tranquilamente com você... E acabou ficando tarde e você não aparecia...

– Quando eu acordei você já havia ido sem se despedir de mim...

– Eu tinha um compromisso cedo com a Isabel... Eu pensei em acordá-lo, achei melhor deixar que dormisse um pouco mais... Edgar eu não entendi sua reação em relação ao Ferreira... Não havia motivos para você sair daquela maneira... Não vou negar fiquei muito chateada... Por isso não fui embora naquela mesma hora... Você ficou com ciúmes? – Seu semblante não era muito acolhedor.

– Laura, eu não gostei de você falar dele daquela forma... Na realidade eu não quero falar do Ferreira agora se não se importa... O quê me trouxe aqui foi outro motivo... Acredite, ou não, o tal jornalista pode perfeitamente esperar...

– Como esperar? Acho que me deve alguma satisfação... Você nunca havia feito nada parecido e, de repente, me deixa falando sozinha, sem entender nada... Só pode ser por ciúmes... Se o motivo for este Edgar, eu acho que...

– Laura, desculpa-me, mas o Ferreira pode realmente esperar, o que me trouxe aqui é algum mais sério. – Não queria falar da minha atitude de ontem.

– O quê o trouxe aqui então?

– Tive que retirar a Melissa do Colégio...

– A Madre descobriu... Era uma questão de tempo...

– Ela soube da briga na Confeitaria e obviamente e para chegar à verdade foi um pulo...

– E Melissa pagou por isso... Lamento muito... Tão pequena e já pagando pelas nossas escolhas do passado... Não queria mesmo que tudo isso a atingisse, é apenas uma criança... –Lamentou.

– Talvez tenha sido melhor assim... Não podia deixar a formação da minha filha nas mãos de uma pessoa que se diz religiosa, só que as atitudes são de alguém preconceituosa... Não quero ver nem você nem nossa menina ser desrespeitadas... Cansei disso...

Vi um brilho no seu rosto...

– O quê pretende fazer agora... Já encontrou alguma escola nova para sua filha...

– É por isso que estou aqui...

– Não entendi...

– Você mesma me contou da escola nova que pretende abrir no Morro da Providência...

– Você quer matricular a Melissa lá? – Surpresa.

– Eu não vejo lugar melhor... Sem contar que depois daquele escândalo na Colonial, dificilmente encontraria uma escola para nossa menina... Eu não quero que ela estude em uma escola com uma formação ultrapassada como a anterior... Sei que é uma professora maravilhosa e adoraria que cuidasse da formação de minha filha... Não conheço ninguém que pode fazer um trabalho tão bom quanto você... – Ela apenas me olhava e eu adorava quando fazia isso...

– Obrigada, só que há algo que está se esquecendo... A mãe da Melissa... Ela não irá gostar nada de saber que Melissa será minha aluna novamente...

– Eu não esqueci... Como posso esquecer... Ainda hoje terei que falar com ela... Disso eu cuido depois...

– Edgar, eu terei o maior prazer em voltar a dá aulas para Melissa, só que ainda vai demorar um pouco para a escola ficar pronta... Não seria bom a sua filha ficar tanto tempo parada... Talvez se tentasse, quem sabe encontraria alguma escola...

– Eu sei que não, depois daquele escândalo e sei perfeitamente que não vou encontrar nenhuma escola que queria matricular a minha menina... Eu tive uma ideia... E se você desse aulas para a Melissa durante este tempo que a escola não ficasse pronta... Poderia ser na nossa casa, ou se quiser aqui mesmo... Eu traria Melissa e você poderia ensiná-la... – Tomara que ela aceite pensei comigo.

– Ensinar a Melissa na sua casa? – Surpresa com a minha sugestão. - Assim eu iria ter que trabalhar para você...

– Errado, assim você seria a professora de Melissa, eu nem me meteria nisso... Apenas traria e levaria Melissa de volta para casa da mãe dela, aqui ou lá em casa, tanto faz... Eu pagaria você como se fosse uma professora particular, apenas isso...

– Eu não sei Edgar, isso me lembra muito aquela proposta para eu ser sua secretária... – Cautelosa e apreensiva comigo.

– Você não vai ser minha secretária, será apenas a professora na minha filha... Se quiser nem em casa eu fico enquanto ministra as aulas, ou se sentir mais à vontade... Posso trazer a Melissa aqui e depois venho buscar... Não é por mim Laura, é pela Melissa e apenas por ela. – Laura continuava me fitar de um jeito...

– Eu vou pensar... Posso de dá uma resposta depois... – Parecia ressabiada...

– Claro... – Não teve brigas, ao menos isso. Não queria parar de contemplá-la. – Por favor, pense com carinho... Eu tenho que ir agora... Tenho que encarar a mãe de minha filha, e não vai ser nada fácil... Deseje-me sorte, vou precisar... Acompanha-me até a porta?

– Claro...

Laura me acompanhou até a porta, mas permaneceu em silêncio... Parecia refletir sobre nossa conversa...

– Boa sorte na sua missão... – Beijo-me o rosto e retribui com outro no canto de sua boca.

– Obrigado, vou precisar de toda a sorte que tenho... Vejo você depois... – E sai.

Não posso negar que o encontro com a Isabel e com a Laura me deixou bastante satisfeito. Até entrar na casa dela não imaginava que me tornaria sócio das meninas, mesmo que apenas Isabel tivesse conhecimento de tal sociedade. Apesar da minha felicidade estava no fato de poder ajudar Laura a realizar seu sonho. Ainda não havia me reconciliado com Laura direito, na realidade nem sei como estávamos, ao menos não estávamos sem nos falar... A ideia de poder vê-la todos dos dias, e junto a Melissa... Meus amores... Minha vida... Elas são a minha vida...

Na realidade, quando vim falar com Laura sobre a possibilidade de matricular Melissa na sua futura escola, confesso que fui egoísta, em parte, porque assim sabia que poderia ficar perto dela, mesmo que houvesse um abismo entre nós... Por outro lado, Laura e Melissa ficariam juntas, e não nego que adorava ver as duas unidas e cada vez mais, sei o quanto a Laura gosta de Melissa, e a minha abelhinha adora ficar junto a Laura... Quando as duas estão juntas parecem mãe e filha...

Em falar em mãe, agora tinha que encarar Catarina e isso me deixava bastante chateado. Ainda não tinha contado a mãe de Melissa os últimos acontecimentos e não me agradava ter que dá satisfação, entretanto ela é a mãe de minha filha, mesmo que isso me contrarie bastante e, querendo ou não, tenho que falar como ela quando o assunto é minha menina, eu tenho que dá satisfações, por mais que preferiria ao contrário.

Achei melhor não levar Melissa comigo para casa de Catarina, não sabia qual seria a dela, porém tinha que encará-la e era melhor fazer isto o quanto antes.

Bati na porta e respirei fundo, a empregada abriu a porta, entrei e pedi que ela chamasse sua patroa. Catarina desceu em seguida.

– Edgar, veio trazer Melissa, onde ela está? Já subiu para o quarto? Ela nem foi falar comigo... – Sabia que seu interesse não era verdadeiro...

– Eu não trouxe a Melissa, queria conversar com você, em particular, e não gostaria que a menina estivesse presente durante nossa conversa. – Tentei parecer calmo, apesar de saber que isso não correspondia à verdade.

– Edgar, não gosto quando você fala assim... Aconteceu alguma coisa com a minha menina? Ela passou mal? Teve outra crise de Asma? – Um tanto assustada, ao menos aparentava isso.

– Nada disso, a Melissa está ótima, está em minha casa, só que o assunto que me traz aqui é outro... – Respirei profundamente outra vez e contei de uma vez - Catarina, hoje tive que retirar a Melissa do Colégio, ela não estuda mais lá. – Ser direto era a melhor maneira de terminar logo com isso.

– E eu posso saber o motivo que levou a Melissa sair do colégio dela? Eu posso garantir que nem passei perto daquele Colégio como havíamos combinado... – Como tudo aquilo era tão desagradável.

– Eu sei disso, na realidade o motivo foi outro. – Não tinha vontade de falar.

– Qual o motivo então? Edgar o que está acontecendo? – Catarina parecia impaciente e mais irritada ainda com a ignorância pela situação.

Não queria citar o nome de Laura.

– A culpa foi minha, tive uma séria discussão com uma pessoa em um local público e isso acabou chegando aos ouvidos da Madre Superiora do Colégio de Melissa, ela me chamou e fui até lá, já estava ciente que o desejo dela era que eu retirasse minha filha da escola por causa do escândalo que isso ocasionou. – Como evitar falar o real motivo, ela não vai aceitar uma explicação por alto.

– Edgar, você falou, falou, mas não disse nada. Eu o conheço perfeitamente bem para saber que não é do seu feitio sair por aí brigando com ninguém, principalmente em um lugar público. – Catarina tinha razão, não tinha a menor vontade de revelar o real motivo...

– Não creio que o motivo seja relevante. – Tentei desconversar.

– Agora meu caro, mais do que nunca é relevante sim... Estamos falando de algo que atinge a minha filha e a mim também, eu tenho todo o direito de saber... O senhor não brigaria se não fosse um bom motivo, ou melhor, o único motivo que o faria fazer tal coisa... – Catarina estava mais enfática.

– Do que você está falando Catarina? – Surpreso e com receio da resposta.

– A volta da Laura, ou pensou que eu não soubesse, e pior, você nem sequer fez menção em me contar, Edgar... Faz semanas que sei da volta da Laura e fiquei esperando se me contasse e nada, permaneceu em silêncio como se não fosse da minha conta... Pelo que parece fez questão de me deixar na ignorância.

– Isso é algo que não lhe diz respeito. – Definitivamente não seria uma conversa fácil.

– Não me diz respeito? E o fato de sua querida Laura ter sido a professora de Melissa. Provavelmente não diz respeito a mim, suponho. Você tinha o dever de me falar e ficou quieto... Protegendo-a, aliás, como sempre... – Praticamente gritava comigo.

– Catarina, esquece a Laura. Se eu não contei é porque não havia motivo para contar... Não era da sua conta... Ela já não é mais professora de Melissa, isso faz algum tempo e por isso não achei necessário dizer. – Tentava amenizar as coisas, sabia que a direção que tomávamos naquela discussão não seria nada agradável.

– Fácil assim, não é Edgar? Basta não me contar. Basta ignorar que sou mãe de sua única filha... – Ironizava.

– Não faz drama Catarina. Não havia motivo, Laura nem se lembra que você existe...

– Agora eu faço drama? Quem mentiu aqui foi você... Esperei que me contasse, mas nada... Você ignora que sou mãe de sua filha... Só que tudo que diz respeito a ela diz respeito a mim também. Você não fez esta menina sozinho... Melissa é tão minha filha quanto sua, tenho todo o direito de saber o que passa com minha menina, também tenho o direito de tomar decisões referentes ao futuro dela e você não pode me manter na ignorância, apenas para proteger sua amada Laura – Mais irônica impossível. - Tenho o direito de saber que Laura foi a professora da Melissa sim, apesar de você resolveu me deixar a margem disso... Era mais fácil, sempre protegendo a sua Laura. Você tinha o dever de ter me falado... Preferiu se calar... O quê foi Edgar, ficou com medo que eu fosse lá, na escola, e tirasse satisfação com sua esposinha querida. – Ainda irônica.

– Catarina, você está exagerando. – Como tentar acalmá-la?

– Qual o verdadeiro motivo da saída de Melissa do Colégio? Não precisa nem dizer nada, eu imagino que seja o fato da Madre ter descoberto sua ligação com a Laura, ou melhor, sua ex-ligação com a Laura, o divórcio. – Queria me ferir...

Eu olhava para Catarina e a queria fulminá-la ali mesmo.

Catarina, por sua vez, estava irada com a situação, ter que conviver novamente o dia inteiro com a própria filha era maçante para ela... E pensar que eu não tinha um motivo real para tirar minha filha daquela casa... Como adoraria ter que tirar a Melissa do convívio com a mãe, sabia que não era justo e nem correto, por mais que desejasse... Eram mãe e filha e tinha que continuar a suportar a convivência com a Catarina... Por minha culpa.

– Suponho que o divórcio tenha vindo a público, adoraria ver a cara da Laura neste momento... A ver ser desmascarada e escorraçada do Colégio... Deve ter sido uma cena maravilhosa... Pena que eu tenha perdido isso... – Como alguém poderia ser tão cruel. - O senhor acha que não vi a foto de Laura naquele jornalzinho de quinta, confesso que levei um susto quando soube, na realidade ali eu já sabia... E o senhor não me disse nada, absolutamente nada, a Laura volta e fico sem saber por você, se não fosse pela indiscrição de Melissa, jamais saberia que sua ex-esposa foi professora de minha filha... Srta Vieira, quando ouvi este nome, sabia que só poderia ser a Laura, quando Melissa me falou o primeiro nome tive certeza... O entusiasmo dela em falar na professora... E o tempo todo me esconde isso, Edgar...

Por um instante fiquei sem reação ao perceber que Catarina tinha conhecimento da volta de Laura há muito mais tempo que já imaginava, mas ficou em silêncio a respeito e somente agora revelando a verdade. A fotografia no jornal... Será? Seria sortido demais, até para Catarina...

– Catarina, eu vou te falar apenas esta única vez, não procure e nem ouse procurar, ou chegar perto da Laura, falo sério, muito sério... Eu não vou admitir que chegue perto da Laura, ouviu bem. Se eu souber que tentou algo contra a Laura, que fez alguma coisa que possa a prejudicar... Catarina não ouse me desafiar... – Fui enfático com ela e também não gostava do rumo que esta discussão havia tomado...

– E quem disse que tenho algum interesse em procurar a sua Laura, Edgar, mesmo que minha filha esteja sendo prejudicada? – Seu ar irônico permanecia. - Não se preocupe, não tenho o menor interesse em procurar sua adora Laura. E agora, eu posso saber o que pretende fazer? A Melissa vai ficar sem escola? Já tem alguma em vista... A menina não pode ficar parada, sem estudar... – Como se realmente se preocupasse com o futuro de nossa filha...

– Claro que não, já tenho algo em vista para ela. – ela andava de um lado para o outro. Parecia um felino na jaula...

– E será que eu posso saber onde? Ou será que não tenho o direito de saber. – Catarina estava mais irônica do que o de costume.

– Já que comecei, vamos lá. A Melissa vai estudar numa escola nova, que será inaugurada em poucas semanas. – Preferia não ter que dizer, porém seria inevitável... Ela não se contentaria com uma resposta vaga...

– Uma escola nova? E a quem devo implorar para saber onde fica tal escola? – Sempre irônica e felina.

Eu fazia um esforço enorme para tentar me segurar, não tinha como esconder tal informação de Catarina. Infelizmente ela era mãe de minha filha.

– A Laura, com mais duas amigas, vão abrir uma escola no Morro da Providência. É lá que Melissa vai estudar a partir de agora, já acertei tudo. – Eu me senti aliviado assim que terminei de falar, mas sabia que a reação de Catarina iria piorar ainda mais.

– Você enlouqueceu de vez, eu não admito que minha filha estude em uma escola em um morro e muito menos que seja aluna da Laura novamente, eu não quero minha filha perto dela, ouviu bem! – Catarina praticamente gritava.

– Eu já tomei a minha decisão, nada que me fale me fará mudar isso. Estou cansado do seu comportamento. Chega Catarina! – Tive que gritar também. Estava prestes a segurá-la com força, parecia que viria com tudo para cima de mim.

– A Laura me odeia, nunca gostou de mim, tenho certeza que ela vai querer me atingir usando a minha filha, porque sempre sentiu ciúmes de mim. Ela nunca deixou de me odiar. – Catarina estava praticamente histérica.

– Chega Catarina, a Laura não perde o tempo dela pensando em você, e não faria nenhum mal a Melissa... Ela nem sequer cita seu nome e muito menos que falar de você... Laura simplesmente prefere ignorar a sua existência e sinceramente acho que agi muito bem... E sobre a Melissa... Ao contrário do que pensa, ela sempre demonstrou um imenso carinho com a minha filha... E Melissa gosta muito de Laura por ter sido a sua professora. A Laura nunca foi mesquinha e tão pouco usaria uma criança para se vingar de quem quer que seja, aliás, Catarina, não julgue a Laura por você... – Tive que ser enfático.

– Você está me ofendendo Edgar. Você ainda me ofende para defender aquela lá... – A indignação de Catarina aumentava cada vez mais.

– Ao contrário, quem está ofendendo alguém aqui é você Catarina.

– Eu não admito que minha filha estude em uma escola de Morro e muito menos que chegue perto da Laura, eu não admito que Laura fique perto da minha filha... – Gritava.

– Já está decidido e agora tenho muito que fazer, mais tarde eu trago a Melissa de volta, ou melhor, amanhã eu trago minha filha.... Quem sabe assim você fique um pouco mais calma. Uma boa noite de sono pode lhe fazer bem. Boa Noite. – Eu saí da casa sem dá chance de resposta para ela.

– Edgar, volta aqui, eu não terminei. – Mas Catarina ficou sem resposta e me viu ir embora sem olhar para trás. – Edgar isso vai ter volta... Ouça-me bem, terá volta!!! Isso não vai ficar assim!!! – Foi o que ouvi por último.

Eu me sentia saindo de uma guerra, Catarina cada vez ficava mais insuportável e tolerá-la era cada vez mais difícil... Porém, infelizmente, tinha que fazê-lo por causa de Melissa. Tinha vontade de tirar minha filha de Catarina e trazê-la de vez para sua casa, todavia a realidade que mesmo sendo uma mãe pouco carinhosa, Catarina não fez nada que justificasse tal atitude, e também me desagradava separar mãe e filha, e por mais que Catarina fosse indiferente a Melissa, a menina tinha verdadeira adoração pela mãe e eu sabia disso muito bem.

Ao chegar em casa, eu fui direto para o quarto da filha, a menina brincava rodeada de bonecas, eu dei um beijo carinhoso na minha menina que me retribuiu com um abraço e um sorriso, isso já valia a pena para mim, até mesmo a discussão que tivera a pouco com Catarina. Era nestes momentos que via o quanto amava mais ainda a minha pequena Abelhinha. Mesmo assim, lamentava que a mãe não fosse outra pessoa. Se eu não tivesse sido tão ingênuo no passado e me deixado envolver pela Catarina, mas, por outro lado, não teria a Melissa e amo tanto a minha filha e cada vez mais... Se não desabei de vez, na época do divórcio, o motivo era Melissa.

Eu deixei a menina no quarto e fui ao quarto de banho onde fiquei mergulhado um bom tempo na banheira, a briga com a Catarina tinha me deixado exausto e um banho talvez ajudasse a ficar menos tenso a sensação que eu tinha que carregava o mundo nas minhas costas... Como tudo estava complicado naqueles dias, a briga com Laura, o desejo dela em conhecer outro homem, era claro que o Antonio Ferreira era eu e Laura desconhecia a verdade e isso me deixava louco de ciúmes, a conversa desagradável com a Madre Superiora, e agora ter que contar para a minha filha que teria que ficar um tempo sem ir a escola... De todos os problemas, certamente este último não chegava a ser um problema, afinal de contas, assim que Melissa soubesse quem seria sua nova professora, certamente ficaria radiante de tanta felicidade e se a Laura aceitar ser professora dela naqueles dias que ainda faltava para a inauguração da escola... As duas conviveriam mais, elas se adoravam. Ainda bem que o dia terminaria daqui a pouco...

Jantei junto com Melissa e com o Guerra e contei a ela a mudança de escola, no princípio a menina lamentou e como imaginei, foi ouvir o nome de Laura como sua futura professora e a minha filha ficou imensamente feliz e não falava de outra coisa no resto da noite, foi difícil colocá-la para dormir, tamanha era sua alegria... Por esta felicidade e pela conversa com Laura aquele dia não tinha sido de todo ruim... Mesmo que tivesse que guardar segredo de minha sociedade na escola de Laura... Já ao meu amigo, contei como havia sido as conversas com Laura e Catarina e, também, o acordo que havia firmado com Isabel, nossa sociedade na nova escola e sem o conhecimento de minha esposa, enquanto apreciávamos um bom cálice de Porto.

Em falar em Laura, o que estaria fazendo naquela hora, sentia saudades dela, sempre sentia, hoje era como se desse um passo em direção a ela... Ajudaria a ter sua sonhada escola... Não gostava de mentir, não sabia qual seria a reação de Laura com tal intromissão em sua vida, queria tanto ver Laura feliz que apenas depois pensei melhor nisso... Nunca imaginei que a única coisa que teria em com ela fosse ser o maior sonho da professora, uma escola, ao menos naquele momento... Estava feliz em poder ajudar a concretizar isso... Era o sonho de Laura e estava participando disso, mesmo que ela não soubesse ainda... E isso me acalentava um pouco mais. Peguei um livro que estava no criado mudo e tentei ler um pouco, mas o sono foi mais forte e adormecei com o livro sobre o peito. Ao menos uma batalha havia sido vencida naquele dia.

Na manhã seguinte, chamei Melissa para irmos visitar sua querida tia Laura, não vou negar queria matar as saudades e saber sua resposta, se aceitava, ou não, ser professora da nossa menina naqueles dias enquanto a escola não ficava pronta. Minha filha ficou tão animada em poder rever sua professora novamente... E ver as duas juntas, nós três juntos como uma família... Estava ansioso para rever minha esposa...

– Tia Laura... – Assim que Laura abriu a porta, Melissa caiu nos braços dela...

– Melissa, meu amor... Estava com tantas saudades de você... – As duas se abraçaram como se não vissem há anos, era sempre bom ver as duas juntas.

– Desculpa virmos assim... A Melissa ficou feliz em saber que você voltaria a ser professora dela... Ela estava com saudades... E eu também...

– Edgar... Quem bom que vieram... Estava com tantas saudades de sua princesa...

– Nossa.

– Nossa princesa...

– Tia Laura é verdade que a senhora vai ser minha professora de novo? – Melissa estava tão feliz.

– É sim, meu anjo... Vou voltar a ser sua professora, todavia a escola que você vai estudar ainda não está pronta, então vai ter que esperar um pouquinho... Pode ser?

– Vai ser supimpa... Papai a tia Laura vai ser minha professora novamente...

– Vai sim... Laura soube as aulas extras, antes da inauguração escola... Você vai aceitar a minha proposta...

– Edgar, eu andei pensando... Tem razão é muito tempo para Melissa ficar sem aulas... Eu aceito, mas com algumas condições...

– Condições? Quais?

– Não vou poder dá aulas todos os dias... Como a reforma ainda não acabou... Eu, a Sandra e a Isabel estamos arrumando as demais coisas que uma escola precisa... Vendo material escolar... Móveis... Nunca imaginei que uma escola tivesse tantas coisas, estamos providenciando tudo por isso... Haverá dias que não vou poder...

– Não tem importância, basta me falar os dias que você poderá e eu trago a Melissa, se quiser pode ser lá em casa...

– Por enquanto eu prefiro que seja aqui...

– Claro... E soube seu pagamento...

– Você não vai me pagar nada... Assim não haverá vínculo... Vou dá aulas para a sua filha por um motivo simples... Eu amo a Melissa e também não quero que fique parada por tanto tempo e também é uma maneira de ficar mais tempo com ela... Gosto de ensinar a sua filha, eu faço por prazer...

– Não é justo você não receber...

– Edgar, eu não quero discutir isso com você... Não vou cobrar e assunto encerrado... Estas são as minhas condições. Você aceita, ou não...

– Se for pelo bem da Melissa... Então eu aceito...

– Não é apenas pelo dela, é pelo nosso também...

– O nosso?

– O senhor me entendeu... Agora se continua a achar injusto eu não receber... Eu posso indicar a Sandra, eu tenho certeza que ela também iria adorar dá aulas para Melissa e assim poderá pagá-la...

– Nada contra a Sandra, tenho certeza que seria uma professora maravilhosa para nossa menina. Melissa também já está acostumada com você... Eu sempre vou preferir você... – Como é bom admirar o rosto dela, assim, iluminado.

– Obrigada pela preferência... – Lançou-me um sorriso tímido e lindo. - Melissa, a tia Isabel fez um bolo de mandioca delicioso, está lá na cozinha, quer comer um pedaço enquanto eu converso com seu pai...

– Posso papai? Eu adoro bolo...

– Pode sim meu amor...

– Então vamos lá que você vai comer um pedaço... Só um minuto que já volto... Que um pedaço também?

– Está bem... Eu espero aqui...

Melissa segurou a mão e Laura, e as duas foram conversando até a cozinha... Laura voltou e trouxe consigo uma bandeja com refresco e o pedaço de bolo...

– Aqui está seu pedaço...

– Obrigado...

– E você já conversou com a mãe da sua filha? – Foi direta.

– Já e tente imaginar o quanto foi agradável... Via à hora dela querer pular no meu pescoço... Reagiu da pior maneira possível... Tive que me impor, sei que não é o correto apenas comuniquei a ela que Melissa estudará na escola de vocês e que você será a professora dela novamente... Nem contei das aulas extras que você dará até a inauguração, achei melhor não falar... Seria mais um tormento...

– Sabíamos que seria assim... Mesmo assim não me agrada fazer isso pelas costas da mãe da sua filha...

– Também não me agrada, porém é a forma de temos, pelo menos por enquanto... Quem sabe até lá ela fique mais tranqüila.

– Duvido... Se eu fosse você não confiaria muito nisso...

– Isso não é nada animador... É o temos por hora... Com a Catarina eu me entendo... A filha é dela, mas é minha também e sempre farei o que achar melhor pela minha abelhinha... Querendo a Catarina, ou não... Não quero passar por cima da opinião da mãe, tampouco vou permitir que ela passe da minha... Ficarei de olho nela...

– Ainda assim não me agrada...

– Laura, eu sei perfeitamente que sou o responsável da Catarina ainda está na minha vida... Não deveria ter me envolvido com ela... Aconteceu, me deixei levar por ela... Enfim... É na Melissa que tenho que pensar, queira a Catarina ou não... Lamento muito ter causado isso a você... Era você que eu deveria ter tido a Melissa e isso não aconteceu assim... Sei da minha culpa e enquanto viver eu vou ter que conviver com isso... Não imagina o quanto me arrependo por isso... – Ela ficou incomodada.

– Edgar, a única coisa que temos que pensar agora é no bem estar da Melissa... Os erros do passado não têm como mudá-los, ao menos por hora... Então, vamos nos ater a sua filha, é nela que temos que pensar... Vamos fazer isso da melhor maneira possível... Melhor assim. É

– Tem razão, mais uma vez... É em Melissa que temos que pensar...

– Edgar, errar todos nós erramos, não tem jeito... O que aconteceu, aconteceu e apenas temos que tentar conviver com isso da melhor maneira... Temos a Melissa e como já te disse antes é a melhor coisa que nos aconteceu... Sei que não é minha... Eu sinto como se fosse... É por isso que repito mais uma vez... É nela que temos que pensar... Daqui a pouco começa as aulas... E tudo se resolve... Temos outros problemas... E há um em especial que eu ainda não compreendi bem a sua reação... É sobre o Antônio Ferreira...

– Laura, eu ainda não gostaria de conversar sobre isso...

– Edgar, eu não entendo a sua reação quando o assunto é o Ferreira...

– Se você não gosta de falar da Catarina, por favor... Eu também não gosto de falar do Ferreira, talvez um dia possamos até conversar sobre isso... Certamente neste dia não é hoje... Espero que entenda... Estamos nós três aqui... Gosto muito que estamos os três juntos e isso é tão raro de acontecer... E falar sobre este jornalista... Agora... Por favor, eu não quero...

– Edgar... Você está com ciúmes do Antônio Ferreira... É isso? – Neste momento levantei-me de onde estava e comecei a percorrer de um lado para o outro a sala de Isabel...

– É isso Edgar?

– E se for?

– Não acredito que tenha motivo para isso...

– Por que não, Laura?

– Você sabe o porquê...

– Sei? – Continuava a andar de um lado para o outro. Tinha medo de encará-la.

– Sabe... Tão bem quanto eu... – Seu semblante era tão tranqüilo, ao contrário do meu naquele momento...

– E qual o motivo? – Ansioso... Sem parar de andar...

– Por que eu te amo Edgar... Se não fosse isso, não estaríamos tento esta conversa... – Como era bom ouvir isso... Parei de andar e apenas olhei para ela...

– Eu também.


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Notas finais do capítulo

Então meninas, gostaram do capítulo... Finalmente Catarina mostra que tinha conhecimento sobre a volta de Laura... E Edgar ainda se sente incomodado com o Ferreira... Espero que tenham gostado e comentem, sempre é bom saber a opinião de vocês... Muito obrigada pelo carinho com a minha fanfic... Bjs e até o próximo capítulo...