Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 19
Dona Margarida


Notas iniciais do capítulo

Oi Meninas estava com saudades... Espero que gostem deste capítulo. É continuação do 18... Nada como uma conversa mãe e filho... Por favor comentem... Bjs..



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Dona Margarida (Capítulo 19)

Ao chegar à casa de meus pais, minha mãe já me esperava.

– Nunca pude imaginar que a senhora fosse marcar um almoço comigo e mandar outra pessoa no seu lugar, Heloísa. – Edgar ria da situação.

– Meu filho eu estou cansada de ver você tão solitário. Tenho certeza que a Heloísa foi uma grata surpresa.

– Foi. Realmente foi uma grata surpresa o almoço com a Heloísa. Mas minha mãe promover um encontro com outra mulher é uma surpresa maior ainda. – Edgar se senta na poltrona, ao lado do sofá que a mãe estava sentada.

– Desculpe Edgar, sei que foi uma traquinagem minha, mas queria que você pudesse abrir seu coração para outras possibilidades. – Dona Margarida ria da própria audácia.

– Sua sorte, Senhora Vieira, é que não consigo ficar bravo com a senhora. – Edgar sorria para a mãe.

– Por isso tomei a liberdade de preparar esta pequena surpresa. – Dona Margarida parecia uma criança de tão satisfeita com sua peraltice.

– Qual era sua verdade intenção? Mãe se esqueceu que não posso casar, já tivemos esta conversa antes. – O filho tinha uma expressão mais séria agora.

– Sei que tivemos, mas não consigo conceber a idéia de meu querido filho sozinho. Meu querido, você nasceu para ser feliz.

– Mas eu sou feliz. – Edgar não tinha nenhuma convicção no que falava.

– Meu querido eu o vi realmente feliz, quando estava com a Laura. Depois do divórcio o vi cada fez mais solitário, se dedicando à Melissa e ao trabalho e nada mais. – Dona Margarida falava mansamente para o filho sobre sua preocupação constante com a solidão de Edgar.

– Como posso me relacionar com outra mulher se o divórcio me impede de casar novamente. – Edgar era doce com a mãe.

– Querido, nós sabemos que para situações excepcionais, é necessário ter uma mente mais aberta.

– Será minha mãe mesmo falando isso? – Edgar fazia cara de surpresa, mas riu da modernidade da mãe.

Dona Margarida estava realmente satisfeita em ter feito Edgar almoçar com Heloísa.

– Fico feliz por ter almoçado com a Heloísa, sei que conversaram bastante, afinal de contas você não seria indelicado com ela e deixá-la no meio da Colonial.

– Conversamos bastante mesmo, mas chegamos a uma conclusão.

– Conclusão? – Dona Margarida ficou surpresa, mas esperançosa com a possibilidade de Edgar se apaixonar por outra mulher.

– Somos dois apaixonados, pelos nossos respectivos ex-pares. – Edgar percebe o desejo da mãe de uni-lo a Heloísa.

– Você está brincando, tinha tanta esperança que você pudesse se interessar por alguém como a Heloísa, ela é um encanto. Sem contar que é uma mulher independente, com suas próprias opiniões, enfim, alguém por quem você poderia nutrir algum sentimento no futuro.

– Quer me juntar a alguém de qualquer jeito. – Edgar ria da determinação da mãe em arranjar alguém para ele.

– Apenas não quero te vê solitário. – Lamentava D. Margarida.

– Solidão é uma condição humana, D. Margarida.

– Mas não seria interessante ter alguém como a Heloísa como companheira de vida?

– Seria, mas não para mim.

– Por que meu querido?

– Mãe, há uma coisa que não contei para a senhora, mas que é melhor que saiba por mim, antes que mexericos maldosos cheguem aos seus ouvidos. – Edgar se levanta da poltrona e começa a andar de um lado para o outro, mexia sem parar com as mãos, parecia ansiosos e não conseguia se aquietar.

– O que foi Edgar, aconteceu alguma coisa séria? – Dona Margarida estava preocupada com a expressão no semblante do filho.

Edgar fecha os olhos e respira fundo, parecia buscar forças para contar a mãe da volta de Laura.

– Mãe, a Laura voltou.

– Como assim? Quando?

– Faz algumas semanas, na realidade, mas apenas há pouco tempo tive notícias dela, já até nos encontramos. – O advogado continua a andar de um lado para o outro, seu semblante demonstrava sua ansiedade crescente e alisas as próximas mãos uma na outra tentando diminuir a tensão.

– E como foi isso? – Dona Margarida estava confusa com o que Edgar falava a ela.

– A Laura é professora da Melissa, foi uma coincidência, mas foi na escola da minha filha que a encontrei. - Edgar senta-se ao lado da mãe. E segura as mãos, mas é nítida sua tensão.

– E você? – A mãe se preocupava como o filho.

– Eu... Nem sei direito... Nesse meio tempo já brigamos, já conversamos e até jantamos.

– Edgar você me fala isso assim. Como se sente?

– Mãe se a senhora soubesse do turbilhão de sentimentos que me consome. – Edgar passa a mão pela testa e pelos cabelos. Recosta-se no sofá e joga a cabeça para trás.

– Nunca poderia imaginar que a Laura voltasse? E como ela está? – Dona Margarida tinha sido pega de surpresa pela relação do filho.

– Bem... Acredito que esteja melhor do que eu. – Edgar foi irônico.

– Então ela é professora da Melissa? Não esperava nada parecido. Mas como a descobriu.

– Um dia Melissa citou o nome Laura Vieira como sendo sua professora. Mãe, ao ouvir o nome da Laura saindo da boca da minha filha, meu corpo gelou, não podia ser a mesma pessoa, mas a Melissa ia a descrevendo eu tinha mais certeza ainda, mas ao vê-la na escola, tive a confirmação.

Edgar voltou a se levantar e andar de um lado para o outro na frente da mãe, estava inquieto.

– Acredite mamãe, nunca imaginei que saberia notícias da Laura logo pela Melissa, parece até irônico, mas é real.

– Mas você conversou com ela.

– Claro, brigamos, conversamos e até jantamos.

– Como assim Edgar?

– Assim que descobrir que estava de volta nos encontramos em nossa casa, quer dizer, na minha casa, é brigamos, depois, me sentindo chateado pela briga e com uma vontade grande de rever a Laura fui até a casa onde mora agora, conversamos e com isso a convidei para jantar em nossa casa.

– Vocês jantaram? – Cada vez mais Dona Margarida fica mais surpresa.

– Foi. Mãe foi uma noite tão agradável porque não brigamos, conversamos como antigamente, foi tão bom ter ficado na companhia dela. Mas, ao mesmo tempo era diferente porque não somos mais aqueles, mas por outro lado estamos mais velhos, mais maduros. Conversamos e foi bom, foi tão bom que acabei convidando a Laura para passar a noite na casa.

– Edgar! Você enlouqueceu. O que as pessoas vão falar.

– Estava chovendo muito naquela noite, achei melhor não levá-la. Era melhor ficar, ela não voltaria para casa debaixo de chuva, foi melhor assim. Sem contar que nunca fomos de tipo que vamos pensar no que os outros vão falar. Fiz o que achava certo.

– E você, como um perfeito cavalheiro, a convidou. – D. Margarida mostrava seu lado sarcástico.

– Claro. – Edgar ria da forma como a mãe falava.

– Mas você poderia a ter levado de carro? – Questionou a mãe.

– Poderia, mas vai que acontece algo. A casa é grande. A chuva era muito forte, poderia acontecer alguma coisa no meio do caminho, achei melhor pedir que ficasse e assim estaria segura.

– E seria ótimo ter a Laura por perto. Não é Edgar? – O tom de D. Margarida era irônico.

– Seria. Mas ela dormiu no nosso quarto e eu dormir no quarto da Melissa.

– Você dormiu? – Dona Margarida também sabia ser irônica.

– Na realidade não muito. – Edgar estava sem graça na presença da mãe, mas não deixava de achar engraçado.

– Então você teve insônia meu filho? – Mais irônica ainda.

Edgar tentava segurar o sorriso, mas a mãe o conhecia muito bem.

– Foi. – Edgar quase se fazendo de desentendido.

– Entendo. E a Laura dormiu bem? – Dona Margarida não perdia seu ar irônico.

– Dormiu melhor do que eu. – O advogado respondia sem olhar para a mãe enquanto tentava inutilmente segurar o riso.

– Como você sabe Edgar? – Dona Margarida olhava atentamente para o filho, sem perder a ironia.

– Eu a observei no corredor durante um tempo. – Confessou como se tivesse feito alguma traquinagem.

– Eu não entendi meu filho, você ficou no corredor durante a noite, é isso mesmo? – A mãe não acreditava nas palavras do filho.

– A senhora entendeu direito sim, enquanto a Laura dormia, eu fiquei velando seu sono. – O advogado responde tranquilamente.

– Meu filho agora eu começo a questionar sua sanidade mental. – Dona Margarida parecia mais preocupada ainda com seu primogênito. – Não sei se a volta da Laura fará bem a você.

– Mãe, por favor. Nem sei por que fiz isso, mas ter a Laura, ali tão perto de mim e nem poder tocá-la.

– Edgar! – Chama a atenção do filho pela indiscrição.

– Confesso que nem eu mesmo me reconheço. – O jovem estava mais confuso ainda. – Mãe, por um momento era como se a nossa casa tivesse a vida de antes, o brilho que a Laura trouxe para nossa casa novamente, por aquelas horas, era como se tudo se iluminasse.

– Meu filho, não acho que seja uma boa idéia ficar perto da Laura, talvez isso faça mal a você. Talvez fosse melhor ela ter ficado no interior...

– Mãe eu não posso impedir que a fique, ela é uma mulher livre, não deve satisfação a ninguém, tão pouco a mim. Se a Laura quis voltar estar em seu direito, como disse o Guerra, eu não sou dono da cidade. Gostaria muito que nada disso tivesse acontecido, mas aconteceu, então, agora mais do que nunca precisamos aprender a conviver na mesma cidade, como pessoas civilizadas. Não posso ignora a Laura e nem sei se quero, mas tenho respeitar sua vontade. – Edgar voltava a se sentar novamente do lado de sua mãe. – Sem contar que quase ninguém sabe do divórcio e é melhor por hora que tudo fique com estar. Não seria uma boa ideia que esta notícia se espalhasse. Mas do que nunca tenho que resguardar a Laura, principalmente na escola da Melissa, lá somos apenas o pai de uma aluna e a Laura sua professora, nada, além disso.

Dona Margarida observava o filho. Estava penalizada pelo filho, sabia o quanto o fim do casamento tinha mexido com ele. Tinha tanta vontade que o filho conseguisse deixar para trás toda aquela história com a Laura, mas agora percebia que o filho nunca tinha esquecido a ex-esposa. Tinha esperança que a Heloisa pudesse ser uma chance do filho ser feliz novamente, mas com a volta da Laura, era claro que a jovem viúva perdia a vez. Talvez fosse melhor conversar com a Laura.

– Edgar, meu filho, onde a Laura está morando?

– Se lembra da Isabel, amiga da Laura.

– A dançarina que fez fama em Paris?

– Sim, ela voltou para a cidade e convidou a Laura para morarem juntas.

– Agora estou realmente preocupada. Esta moça não tem uma fama boa.

– Não se preocupe mãe, a Isabel é uma moça com ótima índole, é uma pessoa de um caráter extraordinário, a fama que tem não se justificava, sem contar que as duas são muito amigas. Elas não estão fazendo nada de errado. Sei que estão seguras. Com isso não há com que se preocupar.

– Meu filho eu gostaria do endereço.

Edgar fica surpreso com o pedido da mãe, mas escreve em uma folha de papel o endereço de Laura e entrega a mãe que guarda o papel dobrado no bolso da sua saia.

– O que a senhora pretende fazer?

– Por hora tomar um chá com bolo, meu querido filho, me acompanha? – Dona Margarida chama a criada e pede que traga chá com bolo, por favor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Mas tenho certeza que o próximo será bem interessante também...



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