Consequences Of Love. escrita por Florrebeldee


Capítulo 3
Big girls don’t cry.


Notas iniciais do capítulo

Tão fofo esse capítulo *o*



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‘’We got some straightening out to do and I'm gonna miss you like a child misses their blanket, but I've gotta to get a move on with my life, It's time to be a big girl now and big girls don't cry

The path that I'm walking I must go alone, I must take the baby steps 'Til I'm full grown. Fairy tales don't always have a happy ending, do they? And I foresee the dark ahead if I stay...’’

Abri meus olhos para o dia ensolarado e senti minha cabeça latejando. Continuei a olhei para fora até sentir que alguém estava me vigiando. Eu não queria virar a cabeça. Não queria ter que encarar Tony. Não queria ter que me fazer de forte quando eu havia acabado de perder o meu bebê.

Eu sabia onde eu estava, no hospital, aquele cheiro forte de limpeza, aquele quarto branco, aquela cama dura.

Eu continuei imóvel olhando pela janela para a luz forte e me permiti suspirar enquanto uma grossa lágrima trilhava seu caminho.

- O bebê está bem. – Ouvi a voz de Tony dizer e então fechei meus olhos.

Eu ainda não conseguia olhar para ele. Na verdade eu não queria...

- Pepper, estou falando com você. – Ele chamou minha atenção.

Eu continuei encarando a janela.

Ele falou em sua voz calma, como se estivesse medindo o tom. – Quando você me contaria sobre essa criança? Quando ela já estivesse ANDANDO? – Ele gritou essa última parte. – Você simplesmente não poderia fazer isso comigo! Não tinha ESSE DIREITO! VOCÊ...

- Eu destruí a sua vida, não é? – Disse em minha voz baixa.

- ISSO! COMO VOCÊ PODE? – Ele continuava falando alto comigo.

Ódio era o que eu sentia, como ele podia falar que um bebê acabaria por destruir sua vida sendo que era a melhor noticia do mundo. Tony era patético e a raiva que eu estava sentindo dele não me ajudava em nada.

- NÃO HAVIA CORPO! – Ele gritou de volta.

E aquilo ardeu um mim como fogo, eu sabia que não havia corpo, eu rezava todos os dias para não haver, para que minhas esperanças não se acabassem, para que assim James continuasse procurando por Tony.

Eu fiz a inseminação, pois não aguentaria viver uma viva sem ter Tony ao meu lado. Um filho do homem que eu amo era tudo na minha vida.

Eu enfim, encarei Tony. Ele estava de frente a mim, de pé, seus olhos estavam vermelhos, ele usava calça jeans, blusa branca, onde o seu reator ficava ainda mais evidenciado e uma jaqueta de couro preta. Ele estava lindo, como sempre.

- Se você pensa que eu irei interromper essa gravidez você está absolutamente enganado. – Eu disse aquilo muito rápido, passando a mão sobre minha barriga. – Você não precisa participar, está tudo sobre controle. – Falei por fim.

- Que droga Pepper, você não... – Ele começou a dizer, passando a mão nervosamente sobre os cabelos.

- Com licença. – Era o doutor Geller, nosso amigo pessoal e agora meu médico. – Como você está se sentindo Pepper? – Ele perguntou para mim se aproximando ainda mais da minha cama.

- Bem Dr. – Fingi, olhando nos olhos de Tony. O que eu poderia dizer naquele momento? ‘’Eu estou sentindo muita dor, mas não, não é física, é uma dor que vem de dentro e que está me corroendo’’. Eu não poderia dizer aquilo.

- Certo. – Josh sorriu, ela podia sentir o desconforto na sala. – Tony, se você nos permite, preciso conversar com Pepper a sós. – Ele disse e Tony relutou um pouco antes de sair.

- Mas... – Tony tentou argumentar.

- Por favor! – Josh disse.

E ele lançou mais um olhar na minha direção antes de sair.

- Daqui a pouco uma enfermeira irá medir sua pressão, fiz alguns exames com você e com o bebê e está tudo bem. – Eu sorri. – Sua queda foi só um susto, você machucou sua testa e teve que levar três pontinhos, mas fora isso está tudo tranquilo. – Eu sorri ainda mais.

- Josh, eu... – Eu precisava conversar com alguém.

- Pepper, está tudo bem. – Josh segurou minhas mãos. – De verdade, seu bebê está crescendo bem e saudável e você vai ser uma ótima mãe, eu sei.

- Tony me odeia. – Eu comecei a chorar.

- Não, ele não te odeia, na verdade acho que esse sentimento que ele tem por você é completamente diferente de ódio. – Eu não conseguia parar de chorar e agora estava soluçando. – Olhe, dê um tempo para ele. Rhodes e Happy estão lá fora com Tony, eles estão conversando.

- Como ele soube que esse filho era dele? – Eu quis saber, eu já estava mais calma, e me sentei na cama para ficar mais confortável.

- Ele colocou todos na parede, incluindo JARVIS, ele pode ser muito persuasivo quando quer.

Eu sorri. – Isso eu sei.

O bipe de Josh tocou.

- Olha eu preciso ir agora, confia em mim, vai ficar tudo bem! – Ele sorriu e deu um beijo na minha bochecha, saindo em seguida da sala.

Continuei olhando para a porta, talvez na esperança de Tony voltar, mas ele não o fez. Eu não sabia o que pensar, Tony era o homem que eu mais amava na vida, o único, mas ele nunca me pertenceria, para ele, eu era só sua assistente pessoal.

Que droga – Murmurei baixinho quando uma lágrima teimosa insistiu em cair.

Fechando os olhos, me permiti descansar um pouco mais.

***

Eu corria desesperada pelas ruas de Malibu, ele estava vindo atrás de mim. ‘’Ele?’’ Meu coração estava acelerado, eu estava tendo contrações que eram cada vez mais fortes, eu só conseguia pensar em uma coisa: ‘’meu bebê queria nascer’’, mas eu não podia parar de correr, por que ele estava vindo atrás de mim.

Uma dor forte me fez curvar e arfar de dor, tudo rodava, eu estava suando e alguns cacos machucavam meus pés enquanto eu corria descalça, mas eu não podia parar porque ele estava cada vez mais próximo, ele ia me pegar, ia me separar do meu bebê.

Eu conseguia ouvir seus passos cada vez mais próximos e tentei me esconder, tarde demais. Senti suas mãos de ferro me pegando pelos cabelos e me puxando no ar, eu já não sabia o que doía mais, mas eu só conseguia pensar no meu bebê. Eu tinha que proteger meu filho, meu único bem. Eu consegui ver seus olhos no instante em que ele mirava com a mão direita no meu ventre super volumoso, aquelas luzes negras, aquela coisa olhou nos meus olhos antes de fixa-los na minha barriga, no segundo depois escutei um zumbido, ele atirava.

Eu não senti a dor, eu não senti o medo, mas também já não senti meu bebê em meu ventre. E enquanto tentava me livrar das lágrimas ardentes que invadiam meu rosto, ele me soltou no chão.

No lugar da minha barriga agora havia um buraco e enquanto eu chorava caída ao chão, aquele homem de ferro me olhava com desdém, como se aquilo fosse o certo.

Eu havia perdido o meu bebê.

Demorei alguns segundos para me lembrar onde estava, e então abri os meus olhos vagarosamente, eu estava um pouco suada pelo pesadelo que eu havia tido, e mesmo não querendo admitir para mim mesma, eu estava me sentindo muito só desde que Tony tinha me abandonado no hospital e nunca mais voltara. James havia dito que ele estava resolvendo alguns negócios no Afeganistão, e no momento em que eu liguei a televisão pude ver a devastação que o Homem de Ferro havia feito contra os grupos terroristas. Ele estava lutando contra o crime para tentar amenizar a raiva que sentia de mim enquanto eu estava no meu quarto, no meu pequeno apartamento, deitava confortavelmente na minha cama, e então passei minha mão pela minha barriga. Sorri. Meu pequeno fruto estava lá, crescendo saudavelmente como sempre... Ele já era tão amado, me levantei com cuidado, e fui até o banheiro para tomar um banho e escovar os dentes.

No café da manhã, comi alguns bolachas de água e sal e chá para combater os enjoos que já estavam no finalzinho e terminei de me maquiar. Eu estava usando calças jeans claras justas, uma blusinha de alças na cor verde, uma jaqueta de couro preta e sapatilhas listradas de azul e branca. Eu estava me sentindo confortável, e mesmo depois de uma semana, ainda estava um pouco receosa em ir para casa de Tony.

Peguei minha bolsa, óculos de sol e as chaves do meu apartamento e me encaminhei para a entrada do meu prédio, a essa altura do campeonato todos sabiam da minha gravidez, para a imprensa aquilo era um prato cheio e eu me sentia mal pelas piadinhas. Ninguém sabia de nada e era melhor assim, mas eu simplesmente não podia suportar as revistas de fofoca falando que eu não só havia fisgado Tony Stark, como também havia tido um herdeiro somente para ter sua fortuna toda para mim. Aquilo doía, mas então James me ajudava a me controlar.

- Pepper, bom dia! – Happy me esperava na porta do carro sorrindo para mim.

- Bom dia Happy, como está? – Sorri de volta, ele me ajudou a entrar no carro e se posicionou atrás do volante.

- Eu estou ótimo e você? – Ele me olhava pelo retrovisor. Ela palpável sua curiosidade.

- Ótima. – Sorri amigavelmente. – Okay Happy, pergunte logo o que você quer saber. – Eu disse isso revirando os olhos.

- Ta bem. Como está o bebê Potts-Stark? Está tudo bem com ele? Você já sabe o sexo? Sua barriga cresceu um pouquinho... Hm, não que você esteja ficando gorda, é que... – Ele continuava a falar, mas minha atenção havia muito tempo se perdido entre suas palavras.

Bebê Potts-Stark. Eu sorri boba diante daquele apelido. Meu bebê. Meu dna e o dna de Tony juntos, formando uma nova vida. A vida daquele pequeno grão de feijão que crescia no meu ventre. Como eu queria poder segurar o meu bebê logo em minhas mãos, poder sentir seu cheirinho, ensinar a ele coisas, poder faze-lo dormir. Ser mãe. Como eu podia me sentir tão preparada para uma coisa que eu nunca pensei na vida? Eu sorria boba. E ao mesmo tempo ficava triste.

Tony não queria aquele bebê. Ele não queria ter que ser tornar pai, essa não era sua essência, não fazia parte de quem era Tony Stark ou o que ele representava.

E ele tinha razão! Aquele bebê que crescia dentro de mim era só meu, era fruto do meu medo de perder Tony, era fruto do meu amor por ele e pela minha dedicação. Aquele bebê seria minha vida.

- ... pensando bem, eu poderia ser o padrinho, o que acha? Não? Tudo bem, foi só uma pergunta, talvez um palpite, que tal pensar com carinho? – Happy continuava divagando sobre o meu bebê e já eram tantas a perguntas que eu tive que pedi para ele repetir todas novamente enquanto eu tentava responde-las todas com honestidade. Mesmo se querer, acabei por repousar minhas mãos protetoramente sobre o meu ventre praticamente liso de 3 meses.

Sem perceber, depois de alguns minutos já estávamos de frente com a mansão de Tony e minhas mãos começaram há suar um pouco. Happy me ajudou a descer do carro e desapareceu enquanto eu entrava na mansão.

- Bom dia Senhorita Pepper. – Era JARVIS quem me saudava.

- Bom dia JARVIS. – Sorri, eu estava sentindo falta dele, eu tinha que admitir.

- A senhorita está muito bem, pelo que o que vejo. Esta ganhando peso adequadamente e o bebê está saudável. Está também deixando de sentir enjoos e tonturas. Os braços estão maiores e o bebê já consegue flexionar os cotovelos. Ainda não dá para ver o sexo, mas os órgãos genitais já estão formados. Um exame de sexagem fetal já consegue dizer se é menino ou menina. A placenta já está desenvolvida o suficiente para fazer o trabalho mais pesado – produzir os hormônios– Ele disse com sua voz computadorizada.

- Você está se saindo cada vez melhor JARVIS, nunca vi fazer uma leitura tão rápida. – Eu sorri enquanto colocava minha bolsa por cima do sofá.

- Venho monitorando a senhora a mais de uma semana Senhorita Pepper, e tenho passado tudo o que a senhora sente, deseja, quer, todos os seus sintomas, assim como seus sinais vitais e os do bebê para o senhor Stark. – Jarvis soltou aquela informação com aquele seu sotaque.

Eu não conseguia acreditar. Tony estava me monitorando. Mas como? Eu não sabia se ficava feliz ou nervosa por ele nem ao menos me ligar para podermos conversar, eu não acreditava que ele havia feito aquilo!

- JARVIS o que está dizendo? – Perguntei descendo as escadas para a oficina de Tony, descendo as escadas, as mesmas que eu havia caído há uma semana.

- Senhorita Potts, eu estava dentro da sua casa, na verdade sempre estive, mas na sua casa, meus sistemas não te respondem, apenas ao senhor Stark.

- Onde? – Eu perguntei. Ele havia passado dos limites!

- Eu todos os cômodos. – Disse Jarvis enquanto eu digitava minha senha de acesso no painel e era liberada.

- Você me filmava no quarto e no banheiro? – Perguntei receosa de resposta.

- Não senhora, sem câmeras no quarto e no banheiro, mas devo avisar a senhorita, que pelos seus sinais vitais a senhora parece um pouco nervosa. Meus sistemas só foram ativados a uma semana, antes disso eu nunca havia monitorado a Senhorita. – Ele disse tentando se explicar.

Acalmei-me um pouco. E então olhei em volta para a grande oficina de Tony. Havia três armaduras em processo de aperfeiçoamento. Algumas máquinas que ajudavam Tony nos trabalhos diários, uma grande parte centrada em computadores e eletrônicas, vários quadros, assim com um mini bar, haviam também dois carros quebrados num canto com várias rachaduras nas paredes. Em outro canto havia Tony.

Meus olhos se arregalaram em seu estado. Ele ainda estava vestindo uma armadura, Talvez a Mark III, eu não saberia dizer, eu só conseguia ver seu rosto, aquele lindo rosto, com algumas escoriações, seus lábios estavam bastantes machucados e seus olhos estavam fechados.

Dormindo ou desmaiado?

- JARVIS? – O chamei enquanto corria em direção a Tony que estava caído em cima de um sofá preto de couro.

- Ele está bem senhora, apenas escoriações no rosto, duas costelas quebradas e um tiro de raspão no braço esquerdo.

- Jarvis! Tira essa armadura dele. – Eu gritei com Jarvis.

- Sim senhora. – Naquele minuto a armadura se partiu em duas liberando Tony que tossiu e abriu os olhos.

- Hey Peps. – Seus olhos tinham uma expressão de dor, e só de olhar para ele daquele jeito eu senti dor também. Ele estava ferido.

- Chame James, JARVIS – Eu disse enquanto puxava Tony para o chão fazendo com que ele se livrasse da armadura.

- Ligando... – Jarvis anunciou.

- Não, não, não, não... – Tony conseguia dizer enquanto me olhava. Estávamos nos dois no chão, Tony deitado e eu de joelhos, colocando sua cabeça em minhas pernas. – Não amor, não chame o Rhodes, eu queria ficar aqui só com você! . –Ele me disse, em seus olhos e em suas expressões faciais ainda havia dor, mas agora num misto com a comédia.

Num canto do sofá havia vários comprimidos faltando em diferentes reservatórios de pílulas.

- Tony o que você tomou? – Eu perguntei.

- Apenas alguns relaxantes musculares e mais algumas coisas. - Ele deu um sorrisinho - Escuta, escuta, eu preciso falar com você, eu... Eu estava sendo um idiota Peps. – Ele levantou um pouco a cabeça e me olhou nos olhos. – Eu quero muito ter esse bebê om você. – Eu fiz com que não com a cabeça. – Não Peps, é sério. Você... Você sabe... – Por ter tomado tantos comprimidos, as vezes ele se perdia nas suas próprias palavras. – Eu nunca pensei em ter filhos, mas eu só teria se fosse ao seu lado. – Ele disse aquilo olhando nos meus olhos e então suas mãos estavam na minha barriga e eu pude ver um resigno de medo e felicidade passar pelos olhos de Tony. – Eu não garanto que eu vou ser um bom pai, mas eu quero ser um pai para o nosso bebê. – Ele sorriu. – Você deixa Pepper, eu tentar ser um pai para o nosso filho?

Tony estava ensanguentado, com os lábios rachados, com o rosto bastante machucado, havia levado um tiro no braço de raspão e estava com duas costelas quebradas. Havia tomado no mínimo, uns seis relaxantes musculares. Ele estava manchando de sangue minha calça e minha blusa. Meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e enquanto ele olhava para mim com aqueles olhos amáveis, cheios de medo e felicidade, eu sorri.

As coisas estavam se ajeitando. Tony estava pedindo para ser o pai do meu filho, e meu coração se apertou de tamanha felicidade. Tony ainda estava com as mãos sobre minha barriga e eu posso jurar que naquele minuto eu senti um pequeno tremor no meu ventre. Acho que não era só eu a estar extasiada naquele momento.


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Notas finais do capítulo

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