Riddles Riddles escrita por themuggleriddle


Capítulo 44
Capítulo 44




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Tom fechou os olhos e enterrou o rosto nas mãos... Como ele pudera ser tão idiota?! Hermione estava tentando falar com ele e o que ele fez? Mandou-a embora! A garota estava se desmanchando em lágrimas e ele apenas a ignorou!

Mestreee, você está bem? – ele ouviu uma vozinha o chamar e viu Nagini deslizar pelo tampo da mesa.

– Não.

– O que houve?

– Hermione! É isso o que houve! – o rapaz sibilou – Eu me descontrolei e nós brigamos.

– Ela gosta de você, mestre – a cobra murmurou, encarando o seu dono com os seus olhinhos negros.

– Ela deixou claro que não me quer.

– Na verdade – a serpente pareceu hesitar em falar – Ela falou que queria você... E não Lord Voldemort.

Você sabe muito bem, Nagini – o bruxo esfregou os olhos – Que Lord Voldemort é uma parte minha...

Nagini ficou quieta, apenas observando o seu mestre por um tempo, antes de subir por seu braço e se enroscar em volta de seu pescoço.

– Eu sou só uma cobra e sei que não sei direito do que eu estou falando – ela sibilou ao seu ouvido – Mas aquela garota realmente gostava de você, Tom... Mais do que aqueles seus amigos gostavam de Lord Voldemort.

Aquelas palavras ficaram na sua cabeça. Riddle sabia que Hermione gostava dele, mas não sabia se aquele “gostar” seria o suficiente para deixá-lo feliz pelo resto da vida, como ela queria que fosse...

“Tom, eu te amo”

Ela o amava, faria tudo para o bem dele... Afinal, era aquilo que as pessoas fazem em relação àquelas que elas amam, não? Pelo menos fora isso o que ele entendera.

– Droga, Hermione – o rapaz sussurrou e se levantou da cadeira, tirando a cobra do seu pescoço e saindo do quarto rapidamente.

Correu até o quarto dela e abriu a porta sem nem bater antes, mas não havia ninguém dentro. Talvez ela estivesse com Pevensie e Purkiss. Andou até o quarto dos rapazes, esperando ser recebido com vários insultos e gritos, mas assim que abriu a porta, viu que estava vazio também.

– O jardim... Eles ficavam bastante no jardim no verão passado – ele murmurou para si mesmo e foi em direção às escadas.

Riddle ficou estático quando viu o professor Dumbledore parado no meio do hall de entrada, olhando fixamente para um envelope que tinha em mãos e sorrindo tristemente.



****



Albus Dumbledore suspirou e passou os dedos sobre o envelope... A pobre menina achava que ele acreditaria que ela não estava tentando passar alguma informação sobre o futuro para ele por aquela carta.

– Prof.Dumbledore? – ele ouviu uma voz conhecia o chamar.

– Oh, Sr.Riddle... Bom dia – o professor sorriu, vendo o rapaz andar até ele.

– Onde está Hermione? – os olhos frios do outro bruxo estavam analisando cada movimento dele.

– Creio, Tom, que não poderá mais vê-la... – Albus sentiu pena do garoto ao ver como o rosto dele se contraiu em uma expressão de medo – Ela voltou para casa, Tom.

– Ela não tem casa – Riddle sibilou – Não tem para onde voltar.

– Acho que ela tem, Tom – o bruxo fez menção de guardar o envelope no bolso das vestes.

– O que é isso?

– O que? Ah, nada...

– É da Hermione! – o garoto apontou para o envelope – É a letra dela no verso! Eu reconheço a letra dela...

– Sr.Riddle, por favor – o mais velho tentou acalmá-lo ao ver que o rapaz já estava com a varinha nas mãos – Estamos em um lugar trouxa.

– Não há ninguém por perto.

A idéia era idiota... Pensar em duelar com Dumbledore era idiota, afinal, aquele era o homem que derrotara Grindelwald! Ele não tinha chances contra aquele bruxo...

– Você não quer fazer isso, Tom... Duelar com um bruxo mais experiente...

“Quem disse que eu quero duelar? Accio carta!”

E tudo aconteceu muito rápido... O envelope voou da mão do professor e foi parar nas mãos de Tom Riddle, que não perdeu tempo e aparatou.



****



Feitiços mudos sempre foram muito úteis para Tom, mas ele nunca pensara que iria gostar tanto do fato de conseguir fazer um feitiço mudo tão bem.

Quando finalmente se viu no cemitério do vilarejo de Little Hangleton, Riddle olhou em volta para ter certeza de que não havia mais ninguém por perto, mas apenas viu as lápides quase que sombrias do cemitério. Andou um pouco até parar na frente de um túmulo mais elegante e observou-o por um tempo.

– Olá, pai – ele murmurou, deslizando os dedos pálidos pelo nome TOM RIDDLE gravado na pedra.

Suspirou e se apoiou na lápide, abrindo o envelope e tirando a carta de dentro dele.

“Vira-tempo”

“Futuro”

“1997”

“Tom Riddle”

“Guerra”

“Lord Voldemort”

“Horcruxes”

Essas foram as primeiras palavras que se destacaram em sua mente quando ele correu os olhos pelo papel...

– Acalme-se e leia direito – ele ordenou para si mesmo.

Caro prof.Dumbledore

Eu sei que não deveria estar fazendo isto... É muito irresponsável da minha parte fazer o que eu estou fazendo agora, mas eu não consegui me conter.

No futuro, com o senhor sabe, meu nome é Hermione Jean Granger, sou nascida trouxa e estudei em Hogwarts, na casa da Grifinória. Meus amigos na verdade se chamam Harry Potter e Ronald Weasley, também eram da Grifinória.

Na nossa época, um bruxo começou uma guerra com os mesmos propósitos de Grindelwald: purificar o mundo bruxo. Esse homem aterrorizou as vidas de muitas pessoas... Os pais do Harry foram mortos por ele, a família de Ron está escondida pois é considerada “traidora do sangue” e eu tive que apagar a memória dos meus pais para que eles esquecessem que tinham uma relação com o mundo bruxo e ficassem fora da guerra.

O nome deste bruxo que tornou o nosso mundo um inferno é Lord Voldemort... Em 1944 ele é conhecido como Tom Marvolo Riddle.

Acho que o senhor já deve ter percebido a razão de eu estar escrevendo tudo isso... Eu me apaixonei pelo homem que destruiu a vida de todo mundo na minha época e quero impedir que ele se torne o monstro que se tornou.

Tom é um grande bruxo que, devido às circunstancias nas quais viveu, acabou virando Lord Voldemort... Eu não quero que todo esse potencial que ele tem seja jogado no lixo por uma razão idiota!

Tom Riddle irá dividir a alma em sete pedaços e criar seis horcruxes, para garantir que ele nunca irá morrer (ele tem medo da morte), vai juntar um exército de seguidores, matar várias pessoas, acabar com a vida dos meus amigos e com a minha vida... E eu não quero que isso aconteça.

Então, por favor, professor... Eu peço para que o senhor tente fazer alguma coisa que impeça o Tom de virar o que ele virou, não apenas por mim, mas por todo mundo que está sofrendo com esta guerra que faz o nosso mundo ser insuportável e por ele.

Hermione Granger.


Tom Riddle não queria fazer mais nada a não ser se encolher ali na frente da lápide de seu pai e desaparecer do mundo.



*****



– O senhor quer mais um pouco de bebida? – a Sra.Cole perguntou, enchendo mais um copo para ela mesma.

– Não, obrigada, Sra.Cole – Dumbledore falou.

– Você está esperando o Tom? Eu não o vi sair...

– Ah, eu vi, mas não consegui falar com ele.

– Bom, ele deve estar voltando logo... – os dois ouviram a porta da frente do orfanato bater com força – Uh! Parece que o Sr.Riddle voltou!

– Se você me dá licença, Sra.Cole.

– Claro, claro... – a velha acenou enquanto ele saía de sua sala.

O professor ainda sabia aonde ficava o quarto de Tom, mesmo depois de tantos anos sem pisar dentro daquele orfanato... E foi para lá que ele foi.

Quando abriu a porta, Albus viu o antigo monitor-chefe de Hogwarts sentado em sua cama com os olhos azuis arregalados, rosto mais pálido do que o normal e as mãos que seguravam o envelope tremendo.

– Tom?

– Viagem no tempo... Era.Tão.Óbvio! – o garoto murmurou – Ela conhecia Hogwarts como se estudasse lá desde o primeiro ano, a história dela não era bem fundamentada, eles agiam de um jeito tão esquisito! Como é que eu não percebi...?

– Tom, por favor...

– O homem da mente dela... Aquele homem que aparecia nos meus sonhos quase todas as noites... Era eu, era Voldemort – ele soltou um soluço antes de voltar a falar – Ela tinha medo dele, professor! Morria de medo dele... Ela morria de medo de mim.

O bruxo mais velho se aproximou devagar e tirou a carta das mãos trêmulas do rapaz e começou a lê-la... Afinal, alguém já sabia tudo o que estava escrito ali, na faria muita diferença.

– Ela mudou a memória dos pais porque tinha medo que eu os machucasse... Hermione nunca fugiu de Grindelwald, ela fugiu de mim!

Quando Dumbledore finalmente ergueu a cabeça e olhou para o jovem bruxo, viu Tom Riddle de um jeito que ele nunca imaginara... O rapaz estava em pânico, tremendo e... Ele estava chorando? Não podia ser verdade.

– Tom, acalme-se... Isso... Agora, me diga, isso o que ela escreveu aqui, sobre as horcruxes, é verdade?

O rapaz concordou com a cabeça.

– Você já fez alguma?

– S-Sim... Duas – mais soluços – Me deixe ficar perto dela, por favor...

– Tom, deixar você ficar com Hermione seria mexer com toda a linha do tempo! Não é possível fazer isso... Coisas...

– Horríveis aconteceram com bruxos que brincaram com o tempo, mas aposto que coisas boas aconteceram também! Ninguém iria saber, não é? Apenas o viajante do tempo que saberia o que aconteceu, e ele não iria contar para ninguém que mudara o tempo, com medo de ser punido!

– Por Merlin, Tom, isso é coisa séria.

– E isso não é coisa séria?! – ele apontou para a carta que o bruxo tinha nas mãos – O fato de que eu vou virar um assassino não é sério?

– Desculpe-me por dizer isto, Tom, mas você já é um assassino.

O garoto ficou calado, encarando o outro bruxo... A última coisa que ele precisava era ter aquele velho irritante o lembrando de tudo o que ele fizera de errado. Não, as palavras de Hermione já eram o suficiente para que ele começasse a repensar tudo o que ele havia feito.

– Para criar horcruxes, você precisa matar alguém. Quem você matou?

Como ele conseguia falar dessas coisas de uma forma tão calma?

– Myrtle Mortmore – o rapaz murmurou, vendo como os olhos do professor brilharam quando ele descobrira que Tom fora o culpado da morte da menina – E o meu... meu pai.

Os dois ficaram em silêncio, a única coisa que era possível ser ouvida no quarto era a respiração acelerada de Riddle.

– Ela quer que você me impeça de virar Lord Voldemort – a voz do garoto saiu baixinha – Como você vai fazer isso?

– Achei que, depois de ler a carta da Srta.Granger, você mudasse de idéia sobre Voldemort.

– Não sei se confio em mim mesmo – ele soltou uma risada debochada – Por favor... Arranje um jeito de me deixar perto dela.

– Pensei que você achasse que amor fosse para os fracos...

– Pelo amor de Deus! – o rapaz gritou – Parece que você se recusa a ver alguma coisa boa em mim! Quando eu tento fazer alguma coisa certa, você joga na minha cara que eu não presto... É a primeira vez que eu peço alguma coisa para você, professor...

– Você tem que entender que o que você me pede, Tom, é muito arriscado.

– É arriscado me deixar aqui, sem a Hermione – Riddle murmurou – Se você não vai me ajudar a ficar junto dela, eu vou arranjar um jeito... E eu sei que seria muito mais seguro fazer isso com a ajuda de um bruxo mais experiente do que sozinho.

Dumbledore olhou para o rapaz sentado a sua frente. Ele conseguia ver nos olhos dele a mesma determinação que vira nos olhos do garotinho de onze anos que ele fora visitar no orfanato anos atrás, mas era diferente... Dessa vez, Tom Riddle não estava determinado a se tornar um grande bruxo, a ir atrás de poder... Ele estava determinado a ir atrás de outra coisa.


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