Riddles Riddles escrita por themuggleriddle


Capítulo 33
Capítulo 33




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Ele estava parado na frente de um espelho velho, dentro de uma sala vazia e suja.

“Oãça rocu esme ojesed osamo tso rueso ortso moãn"

– O que é isso? – o rapaz murmurou para si mesmo, aproximando-se do espelho.

Não era a imagem dele que estava sendo refletida. Era um homem alto, pálido, de olhos vermelhos e feições ofídicas... Ele já havia visto aquele homem, na mente de Hermione. Era o feiticeiro que o garoto admirara ao perceber como ele era poderoso.

Levantou um braço para tocar no espelho e viu o bruxo do outro lado levantar o braço também. Encostou na superfície de vidro e percebeu que o outro também estava com os dedos no mesmo lugar que ele... Olhou para o feiticeiro, e o feiticeiro olhou para ele.

– Quem é você? – o sonserino perguntou, vendo o outro repetir a sua ação – Quem é você?

O homem sorriu desdenhosamente e apontou para si mesmo e depois para Tom.

– O que...?

– Você.

Aproximou-se ainda mais do espelho. Agora os dois estavam à centímetros de distancia um do outro, apenas separados pelo vidro. Observou o bruxo enquanto uma cobra gigantesca aparecia por detrás dele, enroscando-se em seus ombros e encarando Tom.

– Mestreeee...

– N-Nagini?

A cobra concordou com a cabeça e olhou para cima, para a borda do espelho.

"Oãça rocu esme ojesed osamo tso rueso ortso moãn"

"Não mostro o seu rosto mas o desejo em seu coração"

– Mestreee....

– Mestreee, acorde.

– Nagini? – o rapaz abriu os olhos e encarou a cabeça da cobra – O que houve?

– A garota.

Hermione? – Riddle se sentou na cama, arrumando os cabelos no lugar e esfregando os olhos com os punhos – O que tem ela?

– Precisa de você, Mestre.

– Precisa de mim? – o garoto sentiu um frio na barriga. Por que será que a grifinória precisava dele com tanta urgência, ao ponto de Nagini ir chamá-lo?

A cobra olhou-o por mais alguns segundos, antes de deslizar para fora da cama e, depois, para fora do quarto, seguida por Tom. O rapaz viu que ela estava parada na frente da porta do quarto de Hermione.

– Hermione? – ele bateu de leve na porta.

Silêncio. A única coisa que o sonserino pôde ouvir foram alguns leves soluços vindos de dentro do cômodo. Suspirando, o garoto abriu a porta devagar e entrou.

– Merlin...

A bruxa estava encolhida na cama, ainda usando o uniforme, com o cabelo todo despenteado, o rosto escondido nos joelhos e tinha o corpo inteiro tremendo. Riddle aproximou-se lentamente, com medo de assustá-la, até chegar na cama da menina e sentar-se ali.

– Hermione... O que houve?

Ela apenas sacudiu a cabeça, ainda sem levantar o rosto. O rapaz colocou uma mão nas costas da menina, acariciando-a de leve, tentando acalmá-la, mas sem muito sucesso. A grifinória deu um forte soluço antes de abraçar o outro, agarrando com força o pijama dele e afundando o rosto em seu peito.

Como sempre, Tom a encarou por alguns instantes, antes de abraçá-la de volta.

– Vai me contar o que aconteceu?

Vendo que ela não iria, Riddle a abraçou com mais força e depois ergueu o seu rosto com delicadeza.

– Quem fez isso com você? – os olhos do garoto estavam arregalados, encarando o rosto machucado da menina... O rosto dela estava muito parecido com o dele quando Erik Destler decidira lhe dar uma surra no orfanato.

– Tom... – a voz dela veio chorosa e agoniada. Chegava a dar pena.

– Hermione, por favor, me diga... – Tom acariciou o rosto dela - Quem fez isso com você?

– Ninguém.

– Ah, certo... Você tropeçou e caiu escada a baixo! – o rapaz revirou os olhos e bufou – Estou falando sério, Hermione, quem fez isso com você!?

Os lábios da garota estavam pressionados em uma linha firme enquanto ela o olhava, assustada.

– A-Avery... – ela viu como os olhos do sonserino faiscaram de raiva – E Lestrange...

Fazia um bom tempo que Tom Riddle não sentira tamanha raiva crescer dentro de si... A última vez que se sentira assim fora quando ele havia encontrado o seu pai, e a situação não terminara de um jeito muito bonito na ocasião.

– Por quê? – a voz do garoto estava tremula – Por que eles fizeram isso?

– N-Não sei... – ela não queria falar, estava óbvio que a menina tinha medo do que ele pudesse fazer com os outros sonserinos.

– Hermione – Tom segurava o rosto dela entre as suas mãos, tentando passar para ela um pouco de segurança – Você pode confiar em mim... Por que eles fizeram isso com você?

– Eles... Eles disseram... – um soluço agoniado interrompeu a fala da grifinória – Disseram que queriam saber... Porque você estava tão... Tão interessado em mim.

Riddle sentiu a vontade de esganar os companheiros ainda mais forte dentro de si. Os olhos marejados de lágrimas de Hermione estavam fixos nele, tentando prever o que iria acontecer dali por diante... E claro, ela não esperava que Tom se inclinasse e beijasse-lhe a testa, como ele fez.

– Não se preocupe com isso agora – o rapaz murmurou, os lábios ainda encostados na testa da menina – Está com dor em algum lugar?

Hermione acenou afirmativamente com a cabeça. Riddle apontou a varinha para ela e murmurou alguma coisa, o mesmo feitiço que ele já havia usado uma vez com ela, e a dor que a garota estava sentindo aliviou um pouco.

Ego Vigoratus – o corte na boca da garota se fechou em instantes, e o rapaz fez a mesma coisa com os outros machucados em seu rosto.

Aos poucos, os ferimentos da grifinória foram desaparecendo quase que por completo, enquanto a raiva dentro do sonserino apenas aumentava. Como alguém tivera coragem de fazer aquilo com Hermione? Com a sua Hermione!

***

Abraxas Malfoy estava jogado na cama do dormitório da Sonserina, estudando Transfiguração, a matéria na qual ele mais tinha dificuldade... Talvez fosse porque Dumbledore não gostasse muito dele... De qualquer maneira, ele estava tranqüilo, lendo o livro da matéria e tentando entender como funcionava uma transfiguração humana, quando ouviu vozes altas vindas da porta do quarto.

– Abraxas! – a voz forte de Avery o fez levantar os olhos do livro – Você tinha que ter visto a cara da sangue-ruim!

– Sem preço... - Lestrange falou - Pena que a garota conseguiu fugir.

– Não acredito que vocês... – o loiro começou a falar, querendo esmurrar os amigos por tanta estupidez – Não creio que vocês foram se meter com a Granger! Quando Riddle descobrir, ele vai acabar com vocês!

– Calma! – Lestrange ergueu as mãos e riu debochadamente – Quem disse que Riddle vai ficar sabendo?

– Primeiro, ela é namorada dele – o rapaz explicou, revirando os olhos – Segundo, seus idiotas, ela dorme no mesmo lugar que ele! Vocês acham que o Tom não vai perceber se a garota chegar toda machucada no dormitório!?

– Primeiro, Malfoy, quando ela escapou,já era tarde! Riddle já devia estar dormino – Alphard explicou, parecendo orgulhoso de seu plano – E, segundo,a sangue-ruim é muito orgulhosa... Aposto que não irá contar para o Tom o que aconteceu.

Abraxas bufou e jogou o livro para cima da mesa de cabeceira, desistindo de estudar. Olhou mais uma vez para os amigos, vendo como eles tinham aqueles sorrisos idiotas no rosto, antes de se deitar e fechar as cortinas do dossel com força.

***

– Como ela está?

– Agora está bem.

– O que fizeram com ela, mestre?

– Cruciatus... E mais alguma coisa, acho, mas ela não quer me falar – o rapaz suspirou, apagando as luzes do quarto de Hermione com um movimento rápido da varinha e saindo, seguido por Nagini.

A garota havia adormecido há pouco tempo, nos braços de Tom, ainda soluçando sem parar. O sonserino decidira deixá-la sozinha por um tempo e deixar com que ele mesmo descansasse um pouco... No dia seguinte eles poderiam conversar melhor.

Deitou-se na cama, com Nagini enroscada em volta do seu pescoço, e fechou os olhos... Duas coisas haviam atraído a atenção e Tom Riddle naquela noite: o ataque de Hermione e o sonho com o bruxo desconhecido... O assunto da grifinória ele poderia tratar quando estivesse acordado... Já o feiticeiro ele teria que tentar descobrir em seus sonhos.


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