A Filha Do Kazekage escrita por Lina Scarlett


Capítulo 2
Um Ninja de Cabelos Brancos, Uma Ruiva Perdida E Um Sonho!


Notas iniciais do capítulo

Capítulo refeito e revisado.



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Apoiada contra uma enorme árvore, Lin tentava fazer o menor barulho possível. Respirava com dificuldade...

 

 

Ao notar a proximidade do perseguidor e sentindo o receio de ser encontrada, começou a diminuir o chakra o máximo que podia.

 

 

Observando ao redor, se forçou a mexer o corpo e apertou os dentes ao sentir a dor profunda em sua coxa e o líquido quente em suas costas.

 

 

  Não posso ficar aqui. Preciso me mexer— Respirando fundo, seu corpo brilhou fracamente em verde e o sangue parou, assim como a dor na coxa.

 

 

Sem pensar duas vezes, ela correu até o fim da floresta, onde encontrou um penhasco que parava em cima de um rio agitado.

 

 

Que droga! Não tenho para onde ir?

 

 

Olhando em volta, ela sufocou a vontade de gritar. Como foi idiota. Caiu direitinho na armadilha dele.

 

 

Vozes se aproximaram, parecia mais de cinco homens e muito irritados. Parada na ponta do penhasco, ela olhou para trás e suspirou:

 

 

— Ah!!! Papai, você sabia que eles estavam por perto, né? – Ela olhou em volta novamente a procura de uma saída. - Droga de vendedores de escravos. Não tenho saída.

 

 

Ouvindo passos de alguém correndo em sua direção, ela voltou um pouco para trás, começou a correr e pulou no penhasco em direção à água.
Tentou nadar, mas a água estava muito agitada, e ela logo foi puxada para dentro. Segurando o ar o máximo que podia, ela tentava aguentar até ser atingida por um tronco.

 

 

— Pai...

 

 

Ela perdeu a consciência, e seu corpo afundou um pouco mais, sendo levado pelo rio.

 

 

                                  *         *           *

 

 

Abrindo os olhos, ela se virou e vomitou o excesso de água que tinha engolido. Tossindo, tentou respirar normalmente.

 

 

A dor estava insuportável. Seu pulmão queimava, e a vontade de chorar era enorme.

 

 

Tentou se mexer, mas sentia o corpo tão pesado. Ela voltou a deitar de barriga para cima, entretanto sentiu seu corpo ser empurrado deixando-a deitada de lado.

 

 

Seu cérebro deveria estar muito lento, porque sentia a resposta de seu corpo vir muito lentamente.

 

 

— Você acordou. Isto é bom. Já faz um tempo que você saiu da água, mas não se mexeu.

 

 

Olhando para frente, ela encontrou um homem sentado de pernas cruzadas com as mãos segurando seu corpo. Ele auxiliava a tirar o restante da água. Ela sentia um pequeno fluxo de chakra rodeando seu corpo.

 

 

Lin o observou mais um pouco. Ele era alto, cabelos brancos e usava uma máscara cobrindo metade de seu rosto. Ela podia ver a cor de seu olho descoberto ser uma cor escura.

 

 

— Qu... Quem... É... Você? – Ela respirou fundo e se forçou a falar. A garganta doía como nunca tinha sentido.

 

 

Ele a olhou por um tempo sem responder. Os olhos dele a avaliavam de cima a baixo, mas sem nenhum indício de emoção. Era como olhar uma parede.

 

 

Após um curto tempo, ele a ajudou se sentar e apoiar contra um tronco de árvore.

 

 

— Você é uma garota de sorte. Conseguiu se arrastar para fora do rio até as pedras. Eu apenas te ajudei a manter o corpo quente com o Sol e tirar a água de seus pulmões.

 

 

Ele se afastou, pegou algumas frutas e um pouco de água limpa numa grande bolsa e deixou perto dela.

 

 

A jovem ruiva virou a cabeça de lado confusa. Ela se lembrava de ter perdido os sentidos dentro da água após o tronco bater contra seu corpo e depois apenas a escuridão. Como ela saiu da água então?

 

 

Estreitando os olhos e tocando a boca levemente, a ruiva achou isso muito estranho, mas pensaria nisso depois. No momento, ela precisava tomar uma decisão.

 

 

Lin já tinha um destino em sua mente quando saiu de casa. Viajaria por si mesma a procura de seu próprio destino.

 

 

Mas, antes, preciso encontrar minha avó... Ela ficaria uma fera se eu não a contasse

 

 

Perdida em seus pensamentos, ela não notou que o mascarado estava ao seu lado enfaixando sua coxa machucada.

 

 

— Eu me chamo Kakashi, Kakashi Hatake. – Ele apertou a faixa com força e, pela primeira vez, a olhou com um sorriso.

 

 

Ela o olhou um pouco confusa, mas logo sorriu agradecida e meio que tentou se curvar em respeito.

 

 

— Chamo Liniery, mas pode me chamar de Lin, Lin Hime. Muito prazer e obrigado por me salvar.

 

 

Ao ouvir seu nome, Kakashi se sentiu um pouco estranho. Ele tinha a sensação de já ter ouvido este nome em algum lugar, mas onde? E de quem?

 

 

Vou deixar isto de lado por enquanto. Preciso deixa-la na Vila mais próxima e achar meus alunos, depois devemos voltar para casa.

 

 

Ele suspirou exausto, notou Lin beber um pouco de água e comer uma fruta. Isso o tranquilizou um pouco.

 

 

— Lin, aonde você está indo? Tem uma Vila aqui por perto. Você deve ser de lá, certo? - ele perguntou meio pensativo.

 

 

A ruiva negou com a cabeça, olhando em volta e notando que o rio era bem mais baixo e calmo, como se ele estivesse para terminar. Então realmente estava longe de casa.

 

 

— Eu sou de um lugar meio longe, e como o rio está terminando aqui perto, então estou um pouco longe de casa. Eu moro nos arredores do deserto.

 

 

Ele a olhou assustado, observando o rio.

 

 

Meio longe? Ela estava muito longe.

 

 

— Você quer ser lavada para casa? - Kakashi perguntou meio preocupado.

 

 

Ela voltou a negar com a cabeça. - Estou indo procurar minha avó, ela vive na vila da folha. Estou a caminho de lá, mas encontrei alguns probleminhas. – Ela sorriu meio embaraçada.

 

 

Ao ouvir a resposta da jovem menina, ele a olhou um pouco espantado, mas aliviado.

 

 

Eu não encontrei um corpo. Ela está viva. Nem quero pensar se eu a encontrasse sem vida, boiando no rio.

 

 

Ele olhou agradecido aos céus em silêncio e se levantou.

 

 

—Bem, estou voltando para a Vila da Folha. Se quiser, eu a levo até sua avó. Antes precisamos encontrar algumas pessoas.

 

 

Lin agradeceu e se levantou. Ainda doía, mas seu corpo não estava tão ruim como antes e assim que seu chakra voltasse ao normal, ela poderia se curar pouco a pouco.
Observando em volta, Lin sentiu falta de algo. Tocou seu corpo e olhou para suas costas.

 

 

—Cadê minha mochila? – Ela se virou para Kakashi, que atento ao seu redor, não deixou de ouvir sua pergunta, quando se virou e mostrou uma pequena mochila em suas mãos junto com uma grande que ele carregava.

 

 

Levantando-se mesmo com dor, rapidamente pegou a mochila quase voltando a cair. Segurando com força contra o peito e olhando para dentro, sentindo um alívio grande.
Perdendo o equilíbrio, ela quase cai no chão, mas é segurada por Kakashi que a olha preocupado ao notar o rosto pálido da jovem.

 

 

— Calma, seu corpo está fraco ainda e talvez tenha uma recaída.

 

 

Colocando a mochila em suas costas, ele a levantou em seus braços como uma noiva e trouxe contra seu peito.

 

 

— Pode ficar tranquila, pois vou leva-la até à vila. Então descanse. – Sua voz era um sussurro grave e baixo.

 

 

Lin abriu os olhos e o observou meia sonolenta. Respirando fundo, ela caiu no sono. Seu corpo estava cansado e dolorido, finalmente, tudo que tinha acontecido, caiu sobre ela.

 

 

Senhor Hatake... Vou confiar no senhor...

 

 

                             *    *    *

 

 

"Eu sonhei e esperei por seu amor
E o meu coração se acostumou
A sonhar com você
E de repente eu te encontrei
Eu vi no seu olhar
A paixão que eu sonhei pra mim"

 

 

A voz, calma e gentil de Lin, preenchia o ar e trazia uma sensação de tranquilidade. Em uma árvore próxima, Kakashi descansava após ter carregado a ruiva por um longo tempo.

 

 

Ela observava ao redor. Sua mente estava longe, lembrando de um jovem ruivo de óculos e tímido que sempre a seguia. No começo, Lin não entendia porque ele a seguia, mas se sentia bem ao lado dele.

 

 

Eles foram apresentados em seu aniversário de sete anos, apesar de vê-lo meio perdido e amedrontado, a ruiva apenas pulou na frente e se apresentou. Depois disso, ele a seguia para todo lugar.

 

 

Lin deu uma leve risada ao lembrar que não tinha permissão para sair de casa, vivia no jardim com uma abertura escondida para a rua. Por isto, várias vezes, acabava saindo, e ele tinha que vir ajudá-la a entrar.

 

 

Tocando o bracelete de prata em seu pulso, ela não pode deixar de sorrir. Karl a deu no dia do seu décimo aniversário, deixando claro que a amizade dos dois seria eterna. Ninguém iria separá-los. Quem imaginaria que seu pai entenderia isso de forma errada e decidiria em segredo que os dois seriam noivos.

 

 

Apesar de se sentir nervoso sobre isso, Karl não negou a decisão do Kazekage, e eles continuaram com o noivado, mesmo que os dois apenas se comportassem como amigos. Mas, um dia, Lin o encontrou com uma menina e a forma como ambos agiam e se falavam eram tão diferentes.

 

 

Ela notou que Karl ficava sempre envergonhado e muito corado ao lado da jovem menina de curtos cabelos castanhos. Observando por um longo tempo, a ruiva não pode deixar de rir ao notar que seu tão querido amigo estava apaixonado, e ela tinha achado isso tão lindo...

 

 

Observando o céu novamente, seu sorriso tinha sumido. Ela já não era amiga de Karl, talvez nunca mais fosse. Seu pai tinha visto Karl beijando a moça e ficou furioso por estar “enganando” sua filha.

 

 

Ele brigou com Karl, que por sua vez estava muito irritado por ser obrigado a casar com alguém que ele amava apenas como amiga, e mesmo após tantos anos, ambos não sentiam o amor de um casal.

 

 

Após esta discussão, ele quebrou o noivado e se afastou dela. Lin apenas soube de tudo quando voltou de viagem com seus tios por causa de uma forte doença.

 

 

Ela se lembrava de ter pulado e gritado animada pela atitude de Karl, por saber que o garoto tímido havia dado lugar a homem mais decidido, mesmo que aos seus quatorze anos. Seu pai não tinha entendido nada, e lá foi ela explicar tudo.

 

 

Poucas horas depois, ela saiu correndo até à casa de Karl, mas soube que ele não estava e demoraria para voltar. Uma carta foi deixada para ela como uma despedida talvez eterna.

 

 

Nem todo para sempre é um final feliz...

 

 

Ela entendia o motivo de Karl e sua nova namorada. Ela morava em outra vila também, e ele havia preferido seguir ao seu lado e sua família o seguiria meses depois.
Ambos seguiriam suas vidas, agora, separados.

 

 

Respirando fundo, ela não entendia por que estava pensando...

 

 

— Ah, o sonho! – ela bateu o punho contra a mão levemente. - Deve ser apenas um sonho tolo. Ele deve estar bem...

 

 

Apertando o punho, ela fechou os olhos e se deixou cair na lembrança.

 

 

“Karl estava mudado. Mais alto, mais atlético, embora o seu corpo parecesse magro, mas não era como antes, afinal ele estaria com dezessete anos agora. Ele brigava com alguém. Estava muito machucado, mas não se dava por vencido.
Ela via aquela jovem atrás dele chorando e implorando por seu amor... Quando ele olhou para ela, uma faca entrou em sua barriga. Karl paralisou e olhou para o desafiante que tinha um sorriso sinistro em seus lábios. Ela se lembrava de ter gritado, todos a olharam e a imagem desapareceu.”

 

 

— Liniery? – ela abriu os olhos e notou Kakashi sentado na sua frente e olhava preocupado. - Você está bem?

 

 

Respirando fundo e engolindo a seco, ela concordou e olhou em volta.

 

 

— Uma lembrança veio a minha mente, na verdade, um sonho, mas não sei se é real ou mentira. Pareceu muito verdadeiro. – Ela escondeu o rosto nas mãos e suspirou cansada.

 

 

O ninja que copia a olhou por um momento e sorriu.

 

 

— Pode ser um sonho ou não. Cedo ou tarde, você saberá a resposta. Então não precisa ficar se corroendo. – Ele bagunçou o cabelo dela e a fez rir.

 

 

— Você está certo. – Ela se levantou e colocou a mochila em suas costas, jogando o cabelo para trás. - Vamos?

 

 

Ele concordou com um movimento e desceu para perto de uma floresta.

 

 

— Vamos seguir por aqui e caminhar até uma cachoeira. Talvez meus alunos estejam por lá. Eles precisavam buscar uma planta venenosa, então nos separamos. – Ela concordou e o seguiu.

 

 

Caminhando por um tempo dentro da floresta, Kakashi notou Lin um pouco distante e talvez melancólica. Ela estava tocando o pulso várias vezes e parecia bem pensativa. Achou melhor não se intrometer e seguir caminho.

 

 

Ele parou de prestar atenção e, algumas horas depois, ouviu um grito. Virou-se e a encontrou caída no chão com alguns arranhões.

 

 

— Liniery? – Ele voltou até ela e a ajudou levantar. - Está tudo bem? Você se machucou? – Ela o olhou pensativa e negou.

 

 

— Estou bem... – a ruiva se forçou a sentar mesmo com dor e verificou seu próprio corpo. – Estou bem, apenas alguns arranhões e uma torção no pulso. Coisa pouca.

 

 

Levantando uma sobrancelha, ele ficou surpreso por suas palavras. Observando a reação do ninja, ela sorriu envergonhada.

 

 

— Estudo medicina. Isto é um pouco fácil de saber. – ela corou e se levantou – Desculpe, Kakashi. meu sonho mexeu comigo e a sensação estranha que tenho ao pensar nesta pessoa.

 

 

O ninja observou em volta e notou que a cachoeira estava próxima.

 

 

— Vamos sentar ali – ele a ajudou a levar até uma árvore perto da água e limpou os machucados. - Lin, você não quer me di... – ele parou ao sentir as gotas quentes em sua mão e olhou para a jovem que estava tentando sufocar o choro. _ Lin?

 

 

— Eu... Eu – ela soluçou – Estou tentando pensar que meu sonho... Que meu sonho... É apenas algo inconsciente. Eu sei que parece loucura, mas este sentimento não larga. – Ela se deixou chorar – Não desejo que está pessoa se machuque ou coisa pior. – Ela passou a mão pelo rosto, tentando secar as lágrimas que ainda realizavam por seu rosto.

 

 

— Lin, eu sei que é difícil, mas pensa no bem desta pessoa. O sonho deve ser um aviso para você ir até ele ou coisa parecida. Tente não pensar nisso. – ele passou um pouco de água no rosto dela, limpando as lágrimas. - Vai ficar tudo bem. Vamos atrás do seu amigo, assim que você falar com sua avó - A ruiva sorriu e concordou.

 

 

— Eu tenho tanto medo de perder as pessoas. Desculpe, eu só não desejo perder mais ninguém – ela sorriu tristemente ao lembrar de seu pai e de sua mãe.

 

 

— Infelizmente, está é a vida, Lin. Perdemos quem amamos, conhecemos outras pessoas, algumas ficam e outras se vão. É difícil encarar a vida, pois sempre temos muitas perdas ao longo do caminho, mas você pode lembrar que sempre terá alguém que se importa com você. - Ela sorriu amplamente e o abraçou com força.

 

 

— Muito obrigada, Kakashi. – Ela tocou na água e estranhou a ondulação nela.

 

 

Kakashi tinha se afastado para olhar em volta e parou ao sentir algumas presenças conhecidas, mas não se surpreendeu com isso.

 

 

Ele observou em volta, mas de uma forma que pudesse ajudar Lin ou protegê-la, contudo se acalmou ao olhar para um lado e notar um par de olhos azuis intensos e logo acima desse outro par verdes.

 

 

Desviando o olhar rapidamente, a preocupação em seu olhos mudou para surpresa ao notar a jovem parada em frente a cascata, olhando para um lindo par de olhos da cor ônix que a olhavam com um pouco de curiosidade e indiferença.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por sua atenção.



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