A Filha Do Kazekage escrita por Lina Scarlett


Capítulo 1
A Pequena Do Gaara & Adeus!


Notas iniciais do capítulo

Muito tempo passou e agora estou mais seria com esta linda história.



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Correndo pelo grande jardim, a pequena criança ria e se divertia ao seguir uma linda borboleta. Seus grandes olhos verdes seguiam a criaturinha com grande curiosidade e divertimento.

Ela parou brevemente e observou ao seu redor até notar um lindo lago. A luz do Sol refletia na superfície da água com intensidade, fazendo o reflexo tocar as plantas a sua volta. A borboleta passou em frente ao seu rosto, voando em direção ao lago onde ficou por um tempo.

Rindo alto e esquecendo que estava cada vez mais longe de casa, ela se aproximou do lago e observou a pequena menina que a olhava. Ela vestia um kimono branco com detalhes azuis e tinha um cabelo curto e vermelho, preso num laço azul atrás da cabeça.

Lin tocou o rosto da menina, e ela a retribuiu. Virou a cabeça, e a outra fez o mesmo. A pequena riu, fazendo seu lindo rosto corar, e seus olhos verdes brilharem de animação.

—Lin? – Ela se virou procurando a pessoa que a chamava – Liniery? – Ela seguiu a voz até um local mais próximo. – Minha pequena Lin?

Ela sorriu amplamente e estava para correr até o local, quando foi pega e sua boca tampada. Assustada, ela estava para chorar, visto que gritar não adiantaria.

—Você se mete sempre em confusão, Liniery. – A pessoa a leva para longe do lago e a deixa perto do quintal da casa. – Lin...

A ruivinha observou a sombra do homem a sua frente e continuou a sorrir.

—Itachi... Veio para meu... – ele se abaixou e tocou o rosto dela.

—Tome cuidado, Lin. Da próxima vez, posso não estar por perto, e algo ruim pode realmente te acontecer. Não siga tudo que achar bonito por aí, ou me deixará muito preocupado... – observando a pequena abaixar o olhar, ele sorriu e entendeu que ela tinha levado a bronca certa. - Feliz aniversário de Seis anos, Lin. – ele tocou a sua testa e levantou. – Preciso ir agora. Passei apenas para saber como você estava.

—Ita... não vai ficar? Papai vai cortar o bolo para mim, e Ita cuidou de mim. Fica, por favor. – Ele respirou fundo e entregou algo para a pequena. Quando foi ver o que era, olhou para cima, e Itachi havia desaparecido.

Ela continuou observando o local por onde tinha certeza que ele havia partido. Em seus braços fofinhos, um lindo ursinho como um presente.

—LINIERY!!!! – Ela deu um pulo e se virou. De longe, um homem alto, atlético, ruivo, como a menina, e também de olhos verdes, apareceu em meio à multidão e parecia muito assustado e levemente irritado.

—Pai?... PAI! – Atravessando a multidão, ela correu até ele e se jogou em seus braços. – Pai, olha.... Olha o que eu ganhei. – Ela se mexeu mostrando o urso, esfregando-o na face de seu pai.

— Gaara? Gaara, está tudo bem. Ela está bem. Olhe, ela está sorrindo e segura. – A jovem loira, antes sentada próximo a eles, também parecia aliviada e passava a mãos pelos cursos cabelos da menina.

—Tia, o que foi? Fiz algo errado? - A moça de quatro rabos de cavalos sorriu amplamente e a puxou para os seus braços. A rodando fortemente com ela.

—Não fez nada, Lin. Nada... – Ela segurou a menina acima de sua cabeça - A tia e o papai só estavam preocupados por ter tirados os olhos de você por um minuto. Não sabíamos o que tinha acontecido. – Ela puxou a pequena para seus braços novamente.

A criança sorriu ao ser colocada de volta no chão e apertou o urso com força contra seu corpo. Temari estranhou o presente e olhou para Gaara, que agora arrumava o laço no cabelo de Lin, dar de ombros ao notar o olhar da irmã.

—Sakura! Achei a Lin, e ela está bem. – Uma moça, quase da mesma altura que Temari, veio correndo e chamando por Lin que acenou animada.

O trio de mais velhos sorriu ao notar a confusão da jovem criança, afinal ela não sabia dos perigos que a rondavam por um tempo.

Sakura a pegou no colo e andou pelo salão de festas. Muitos Kages importantes estavam presentes, como a Tsunade, rindo ao pegar a jovem criança dos braços de sua aprendiza.

—Lin? – Ela se virou para a jovem curiosa. – Nunca mais se afaste deste jeito. Entendeu? – A menina ainda não tinha entendido o que tinha feito de errado – Liniery, como sua mãe quero que você prometa aos seus pais que nunca, jamais irá nos preocupar ou sumir, pois acima de tudo, Lin, eu amo você e eles também.

Parece que a ficha tinha caído finalmente. Lin mordeu o lábio e apertou os olhos, agarrando o pequeno urso com mais força. Chorando por ter preocupado a todos, ela se sentia culpada.

Sorrindo, Sakura tocou o rosto dela, secando as lágrimas de sua filha e feliz por ela ter entendido.

Do outro lado do salão, Gaara estava tomando um pouco de suco junto de sua irmã. Ela observava a interação dos Kages com a sua sobrinha.

—Gaara, como vamos explicar a Lin que o... – Ela parou ao observar a expressão de seu irmão.

— Eu não faço ideia, mas será necessário dizer. - Ele tomou um gole e respirou fundo. Seu coração continuava a martelar contra seu peito com força. – Teremos que dizer a ela que Itachi morreu há alguns meses. – Colocou o copo na mesa e rapidamente respondeu a irmã num sussurro. – Vamos manter isso em segredo até quando eu achar melhor. Ok?

Antes dela responder, Gaara foi agarrado por duas jovens que o beijaram em suas bochechas.

—Papai, me desculpe, mas, por favor... – ela olhou para a mãe que concordou – Nunca, jamais esqueça que eu te amo muito e que serei sempre a sua pequena. Gaara sorriu como se tudo que tivesse acontecido fosse apenas um terrível pesadelo, mas sua filha estava bem e ninguém faria mal a ela.

— Eu sempre lembrarei disso... Minha Pequena Hime.

 

~DEZ ANOS DEPOIS~


Observando o nascer do Sol, Lin estava com a mente e os pensamentos longe. Vez ou outra olhava para os lados, se perguntando quando teria uma resposta.

Apoiou-se contra a barra de proteção,  sentia - se cada vez mais presa, cansada, exausta das broncas e de estar tanto tempo sozinha.

—Papai, onde você está? – Voltando a olhar para o céu, ela arregalou os olhos ao notar a águia de seu pai voar alto e rapidamente mudar a sua direção para a cozinha. Sem pensar duas vezes, desceu até o local rapidamente e parou na porta ao observar o animal partir.

—Zoye? Meu pai mandou alguma coisa? – Ela andou calmamente até a moça que estava cortando alguns vegetais.

A moça de longos cabelos azuis, olhos mel e de um corpo delicado, não era mais velha que Gaara, estava entre os vinte e pouco ou trinta anos.
Ela parou seus afazeres e observou a jovem que acostumou amá-la como uma filha.

—Pequena dama, bom dia. Vejo que pulou novamente da cama cedo!!! – Ela se levantou e foi ao fogão começar a mexer em algumas panelas. – Com fome?

—Pare de me chamar de pequena dama. Não sou mais criança, e a senhora sabe que não consigo dormir desde aquele dia... Bem, esquece isso e não precisa fazer nada, pois sei que tem bolo no forno, suco e achocolatado feito pela Anny ontem à noite.

Zoye parou e virou para a moça de olhos arregalados.

—Anny mexeu na minha cozinha? – A jovem a olhou espantada – Liniery Sakaku No, me responda!

Lin sorriu e abriu a geladeira para pegar a jarra de suco.

— Pare de gritar, Zoye, por favor. Lembre-se que estava doente e precisava descansar. Anny queria apenas ajudar. – Ela encheu o copo e olhou para a azulada. – Você está tentando mudar de assunto. O que Xial trouxe para você?

Zoye respirou fundo e engoliu em seco. Arrumou a mesa para colocar o tradicional café da manhã.

—Seu pai, digo, o senhor Kazekage apenas informou que Temari está voltando para casa com seu tio Kankuro e que ele não sabe se voltará com eles da Vila do Som. E me pediu para dar a lista de compras da casa e os pedidos da jovem Ino.

—E sobre mim? Ele perguntou alguma coisa? Digo, quero dizer…- ela estava corada e um pouco constrangida.

Seu pai sempre perguntava sobre ela a Zoye e sempre trazia uma lembrança, mesmo que apenas um chaveiro, a ruiva ficava sempre animada pois tinha sido lembrada por seu pai, no meio de uma emergência.

Zoye respirou fundo e suspirou. Como estava detestando seu tão querido Gaara por tantas vezes fazer sua menina triste ou solitária.

— Ele apenas disse que espera um bom resultado de seus estudos. – Ela não olhou para a jovem quando disse isso, fazendo Lin parar de comer olhando em volta, seu sorriso havia sumido e sensação de solidão estava de volta em seu peito.

— Eu entendo. Obrigada. – Colocou os pratos em cima da pia quase intocados. _ Vou dar uma volta pelo jardim mesmo de castigo.... Acho que isso ainda posso.

Ela saiu rapidamente, ignorando os pedidos de sua querida babá. Era isso que diziam seus parentes. Zoye era uma babá que ficou até se tornar a governanta da casa, e isso deixava a jovem ruiva feliz. Mesmo com a separação de seus pais, e o noivado de sua tia era difícil ter uma mulher em casa que não queria estar nos braços de seu pai.

Andando pelo imenso jardim protegido, Lin se perguntava desde quando seu pai começou a sentir sentimentos tão ruins por ela.

—Eu não a machuquei porque quis... – Ela virou para uma linda flor que tinham várias cores. Seu perfume era o que mais a acalmava. Era um presente de seu pai em seu décimo quarto aniversário. Tinha ficado surpresa e animada com isso. Um presente que cresceria com ela...

Sorrindo, ela mordeu o lábio e fechou os olhos.
 Secando o rosto, ela não iria desistir de fazer seu pai, iria se desculpar, assim que ele chegasse. Estava decidida!

Ela ficou o resto dia na estufa cuidando de algumas plantas e animais machucados que se aproximavam. Lin acabou nem notando as horas, quando Anny foi chamá-la para jantar.

Levando consigo algumas flores e vasos, voltou sorrindo e brincando com Anny para casa.

A ruiva foi até o próprio quarto, guardando as plantas nos vasos em sua varanda. Ela observou um pouco o por do Sol e sorriu ao sentir os poucos raios em sua pele.

Voltando para o interior do quarto, tomou um banho e se trocou.
Ela parou ao ouvir algumas vozes agitadas na sala.

Saindo do quarto, ela desceu até a metade das escadas e parou.

Era a voz de seu pai! Gaara estava em casa, mesmo não dando certeza ele tinha voltado para casa junto de seus tios que pareciam um pouco irritados pelo tom de suas vozes.

Antes que desse um passo, ela parou ao ouvir a voz de Ino. Sua animação se foi rapidamente e ela sentou se na escada, apoiando as costas na parede.

Ela está aqui novamente... Por que ela tem sempre que está aqui?

—Gaara, entenda! Ela não é sua filha, imagina se aquilo acontece de novo? - a voz da loira estava alta e agitada, ela parecia muito irritada. _ Ela é um monstro!

O som de uma bofetada foi ouvida e Lin se contraiu em seu canto.

Eu não sou um monstro! Eu não sou, papai... Papai, eu não sou um mostro!

A voz de sua tia estava alta e muito irritada, assim como seu tio, mas nada de seu pai.

Gaara parecia alheio a discussão de sua família.

A ruiva prendeu a respiração quando seu pai tocou na cabeça de Ino e sorriu.

—Ela é uma criança Ino, não leve a sério. Ela apenas perdeu o controle algumas vezes isso é tudo. - ele se afastou e pegou um livro _ Qualquer coisa eu a mando para o colégio, aquele que você disse ser bom.

Temari gritou com o irmão e saiu batendo a porta.

A ruiva engasgou com as lágrimas e dor no peito. De uma forma ou de outra, eles queriam se livrar dela.

Seu pai detestava as escolas, pois achava desnecessário ficar nela por tanto tempo. Seu ensino foi com os Kages e só ia até a escola para fazer as provas.

Agora ela deveria ir para um colégio? Ela iria. Tudo bem, mas...

—Papai, eu sou um monstro para você? - Ela se levantou e subiu as escadas, apoiando seu ombro contra a parede. Ela se sentia tão estranha.

—Papai não disse que não sou um monstro, mas que sou descontrolada...

Por que? O que ela tinha feito de errado?

Voltando para o quarto, ela se trancou, ignorando os chamados para qualquer coisa. Ela se deixou cair contra a porta e se abraçou.

Observando, em meio às lágrimas, seu quarto, o lugar que ela tanto amava e que, junto de sua família, ela arrumou e cuidou. Por que parecia um lugar tão solitário agora?

Engatinhando até a cama, ela se deitou no chão próximo ao objeto. As lagrimas continuavam a rolar pelo rosto e mordia o lábio, abafando seu próprio barulho até cair no sono.

Zoye havia subido várias vezes para chamar, mas após algumas tentativas falhas, ela desistiu de incomodar sua pequena dama.

Algum tempo depois, a jovem ruiva acordou no meio da madrugada, ouvindo atentamente o silêncio ao redor, levantou e se arrumou. Deixando em cima da cama apenas seu urso de tantos anos.

Saindo silenciosamente, ela parou perto da porta de seu pai. Se virou e desceu as escadas sem nenhum ruído.

Saiu de casa e se afastou rapidamente.

—Eu entendi o problema, Gaara – Ela olhou mais uma vez para a enorme casa e se afastou – Eu não tenho mais o por que ficar aqui.

Ela continuou andando pelo deserto para aproveitar o frio da noite, pois sabia que pela manhã seria insuportável andar, mesmo não carregando nada. Sabia o quanto pesado um corpo poderia ficar por conta do suor.

Ela agradecia mentalmente os treinos que havia tido neste imenso lugar. O deserto de certa forma, era sua segunda casa.

Mesmo tentando, ela não conseguia parar de chorar e se culpar por estragar a vida de quem ela tanto amava...

Lin parou um pouco, observando a Lua e se abraçou com força, vindo à tona as lembranças com sua família até poucos meses.
Suas memórias, pareciam brincar e dançar em sua mente.

 

“Vem cá, noite termina.
Será que você vai me ouvir?
O pouco que vou dizer para você é para o seu sorriso
E assim, enquanto eu te vejo.
Só quero abraçar você.
Lua, fiel testemunha de todo esse amor que eu sinto.
O que será que há em teus sonhos
Que faz tão profundo o teu descansar
E amanhã que já vem, trazendo o adeus pela última vez.
Será que vai me perdoar por nunca ter dito a você
Um dia eu vou contar
E talvez o amor vá viver”


Respirou fundo e voltou a andar. Logo estaria longe do deserto, e perto de uma floresta. Ela lembrava de ter medo por ter vindo a este lugar uma vez.

Ela parou na entrada da floresta e sentiu o corpo tremer. Levantou a blusa, na altura do estômago, notando que a marca desenhada estava mais clara e o papel colado estava frio e tremendo. Respirando fundo, ela arrancou o papel e sorriu.

—Eu não preciso mais disso... – ela olhou para o deserto e se virou entrando na floresta_Adeus... Papai

Adeus...

             Adeus...

                         Adeus...

 

               Papai....


Em sua cama, Gaara deu um pulo e correu para o quarto de Lin. Algo estava errado e o aperto em seu peito dizia isso. Entrando com brutalidade, ele olhou pelo quarto todo, mas sem Lin. Ao olhar na cama, ele pegou um pingente junto ao urso que ela praticamente não desgrudava.

Sua filha havia partido sozinha na calada da noite. Gaara não podia acreditar. Ele apertou o urso contra o peito e correu até o quarto de seus irmãos.

Antes do amanhecer, todos estavam acordados e procurando pela filha do Kazekage.

—Lin... Por favor, que você esteja bem... - ele segurou o pingente contra a palma da mão – Eu tinha tanta coisa para te falar...

Gaara se deixou cair no chão de joelhos, abraçando a si próprio com os objetos. Ele não podia acreditar, mesmo tentando proteger sua pequena criança...

Ela havia partido, fugido na calada da noite.

Algo sempre esteve lá fora à procura de sua filha e agora ela também estava e sem proteção.

Por causa de uma discussão imbecil e talvez um coração solitário...

                   O dele!

 

Temari que observava seu irmão de longe, se perguntava o que aconteceria a partir daquele momento, ela pegou um pingente que carregava em seu pescoço e o abriu, a foto de Lyn quando criança estava dentro, junto com uma mecha de cabelo. E pela primeira vez em anos, a ninja chorou pela perda de sua sobrinha.

 


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