Capítulo XI – This is impossible!

Hermione Granger

Já havia anoitecido e eu andava pelo jardim à luz da Lua, andava devagar e distraidamente até que me deparei com um banco feito de concreto no qual resolvi me sentar.

Sentada ali naquele jardim deserto eu comecei a observar as estrelas que decoravam o céu como mil pedacinhos de diamantes que refletiam no lago negro, deixando-o quase translúcido. O vento que soprava minha pele dando-me uma sensação de frescor e liberdade.

— Adivinha quem é? – um par de mãos macias tapou meus olhos e um sorriso apareceu em meus lábios.

— É o Harry? – perguntei brincando.

— Não.

— Então é a Gina? – ri.

— Nããão. – falou arrastando a palavra.

— É o Draco. – ri tirando suas mãos dos meus olhos e sorrindo para ele.

Ele depositou um beijo em minha testa e sentou-se no banco ao meu lado sorrindo.

— O que faz aqui essa hora da noite sozinha? – indagou olhando em volta – Sabe que é perigoso.

— Sei que é perigoso, mas de alguma maneira é o lugar que me sinto mais segura quando estou por aqui. – ri fraco notando como aquilo era loucura – Ainda mais com você ao meu lado.

— Sabe que deveria sentir mais medo ao meu lado, sou perigoso. – sussurrou triste.

— Não, você não é perigoso Draco, sei que não quer fazer nada do que faz ou fez. – tentei tranquiliza-lo segurando sua mão – Apenas não teve escolha.

Ele levantou o olhar e encontrou meus olhos, nos seus havia um sinal de tristeza mais logo sumiu quando sorri para ele. Me perdi em seus olhos acinzentados cor de tempestade, afundei em sua alma e ali fiquei perdida. Ele se aproximou de mim com cautela, como fazia todas as vezes e juntou nossos lábios. Eu podia sentir meu coração batendo em meus ouvidos, de tão acelerada que minha pulsação estava.

Minhas mãos, antes nas suas, foram para seus cabelos e meus dedos entrelaçaram em seus fios platinados, macios como seda. Ele deslizou sua mão para a base das minhas costas fazendo-me arrepiar, e aprofundou nosso beijo.

Uma hora se passou, ou um minuto... Não importava, quando eu estava com ele o tempo não era algo que me importa-se, nunca foi, na verdade. Não quando eu estava com ele.

Quando nos afastamos juntamos nossas testas e ficamos de olhos fechados tentando recuperar o fôlego. E então ele disse:

— Eu te amo Hermione, e sempre te amarei, não importe o que aconteça.

Despertei daquele sonho com uma irritante Lilá aos berros. Poxa, era sábado, eu não precisava acordar cedo. Mas, como ela insistia eu abri os olhos para ver o que ela queria.

— O que foi Lilá?

— Uma barata! – gritou apontando para o chão.

— Merlin! – soltei levantando da cama e matando a tal barata, que na verdade era uma presilha minha de cabelo – É só uma presilha Lilá!

— Ah! – riu sem graça – Foi mal.

Já que estava acordada resolvi ir tomar um delicioso e revigorante banho para clarear a mente, pois aquele sonho ainda me atormentava, foi muito real, tão real que parecia até uma... Lembrança!

Congelei com os dedos dentro do ninho de rato que era meu cabelo, ainda cheio de espuma. Será mesmo que aquele sonho era uma lembrança? Oh Deus! Será que todos os “flashes” eram lembranças? Isso era possível? Não me lembro de ter lido nada sobre isso. Isso não era possível! Ou era?

Terminei meu banho mais do que depressa, me troquei e corri para a biblioteca para procurar por um livro que explicasse os efeitos do feitiço “Obliviate” e assim que o encontrei voltei para o Salão Principal, tomar o café da manhã e tentar segurar a ansiedade de ler o livro.

— Bom dia Harry, Gina e... – olhei para o Ronald que me observava esperançoso, eu sempre amei o Rony, mas o que eu não sabia era que esse amor era um amor de amigo, de irmão... Não poderia ficar mais tempo sem conversar com ele – Rony. – disse finalmente sorrindo.

— B-bom dia. – gaguejou surpreso.

— Não lhe perdoei, se é o que acha, mas acho que já sofreu o suficiente. – sorri vingativa.

— Não tem ideia do quanto. – riu fraco.

— E então? Estão preparados para o jogo com a Lufa-Lufa de hoje? – perguntei notando que já usavam o uniforme do time.

— Nasci preparada meu amor. – sorriu Gina confiante.

— Desculpe aí ruiva. – levantei os braços em rendição, causando risos nos garotos.

Ainda rindo me deparei com o olhar de Draco sobre mim, ele estava com um semblante triste e meio confuso, o que me deixou intrigada.

Alguns minutos depois o jogo já havia começado, mas eu não conseguia prestar atenção em nada, apenas gritava algo encorajador e batia palmas mecanicamente, eu estava com a cabeça em outro lugar, eu não conseguia deixar de pensar no sonho e no livro que me aguardava.

Outra coisa que me perturbava era a expressão de Draco no café da manhã, o que será que ele havia visto? O que havia acontecido para ele estar parecendo tão triste. Tentei procura-lo na multidão, procurava por uma cabeleira loira quase branca, mas não conseguia acha-lo em lugar algum. Será que ele não viera assistir o jogo?

Precisava conversar com ele, mas não antes de ler o livro. E dependendo do que eu lesse no livro poderia contar a ele sobre os flashes e o sonho da noite anterior, assim quem sabe ele poderia me dizer se eram realmente reais ou apenas coisas da minha cabeça.

Quando finalmente o jogo acabou, com o Harry pegando o pomo de ouro dando a vitória a Grifinória de 180 x 20 para a Lufa-Lufa eu corri até eles antes que entrassem no vestiário, murmurei um “Parabéns” e fui para meu dormitório onde poderia ler o livro com tranquilidade.

Draco Malfoy

Hermione havia voltado a conversar com o Weasley e isso não era uma coisa boa. Se ela dizia que o amava, e ele me disse que faria de tudo para tê-la de volta... Ele estava a dois passos a frente.

Mas, eu não iria ficar de braços cruzados enquanto eu perdia a Hermione pela segunda vez, não mesmo.

Resolvi que não assistiria ao jogo de Quadribol, em vez disso eu tentaria arruma um jeito de reconquistá-la o mais rápido que fosse possível.

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