Capítulo IX – Losing

Hermione Granger

Harry entrou logo atrás de mim, seguido por Gina, todo nervosinho como se eu houvesse feito algo ruim e ele fosse meu pai.

— O que o Malfoy estava fazendo quando chegamos?

— Não lhe interessa. – murmurei sentando na poltrona.

— Como não? – indagou perplexo.

— Não interessando, oras. – retruquei – Já sou maior de idade para ter alguém me dizendo o que eu devo ou não fazer, me dizendo com quem vou ou não sair. – ele abriu a boca fazendo menção de protestar, mas fui mais rápida dizendo – E não me venha com suas ladainhas de que ele é um ex-Comensal da Morte, de que ele é perigoso, ou seja lá o que for dizer.

— Hermione você não pode discordar quando digo que ele é um ex-Comensal. – lembrou-me.

— Não, não posso. Mas, como você mesmo acabou de dizer ele é um ex-Comensal da Morte, no passado. Então não tem com o que se preocupar.

— Acontece que...

— Chega! Vocês dois! – manifestou-se Gina, que permanecera quieta durante toda a discussão. – Você Hermione tem que aceitar que só queremos o seu bem, e você Harry não tem que ficar se metendo na vida da Hermione, que já é bem grandinha para decidir com quem vai ou não sair. – olhou irritada para nós dois – Mas, que coisa! Parecem até duas crianças discutindo.

Ficamos nos encarando emburrados, como duas crianças que levara bronca da mãe por causa do irmão. Era assim que eu via Harry, como um irmão, mas acontece que ele era daqueles irmãos mais velhos mandões e super protetores que chegava a sufocar.

Eu realmente não entendia o motivo de tanta rixa com o Malfoy, ele era uma boa pessoa e se eu já havia namorado com ele significava que ele realmente havia mudado o jeito dele, o jeito do qual eu me lembrava, o de bad boy, conquistador, um garoto que se achava superior a todos só porque possuía sangue puro e não perdia a oportunidade de humilhar quem ele julgava inferior a ele.

(...)

Já era quase hora do jantar quando eu terminei de ler um livro que havia pegado na biblioteca, então resolvi passar lá para devolver o livro e depois ir para o Salão Principal jantar.

Levantei da minha cama, onde eu lia, e desci as escadas para o salão comunal com o livro na mão. Harry que estava lá em baixo com Gina e Ronald conversando, perguntou:

— Já vamos indo para o Salão Principal, vem com a gente?

Olhei para Ronald e notei certo olhar esperançoso, mas que logo foi substituído por um olhar de desanimo quando eu lhes disse:

— Vou ir até a biblioteca devolver esse livro que peguei semana passada, e de lá eu vou para o salão. Mas, pode ir indo, encontro você e Gina lá. – ele assentiu com um sorriso e passei pelo buraco do retrato da mulher gorda, indo para a biblioteca.

Alguns alunos andavam distraídos pelos corredores, outros conversando com algum outro aluno e até alguns fantasmas sobrevoavam por cima de nossas cabeças alegremente.

Cheguei a biblioteca e a Madame Pince lia um livro em sua mesa enquanto alguns alunos faziam trabalhos, lições, pesquisas, ou apenas liam um livro sossegadamente.

— Olá senhorita Granger. – sorriu para mim abaixando o livro – Veio pegar outro livro?

— Na verdade eu vim devolver este, mas... Pensando bem, acho que não fará mal algum pegar algum outro, já que eu estou aqui, não é?

— Não mesmo. – riu. – Deixe esse livro comigo, depois eu guardo para você.

— Obrigada. – sorri em agradecimento.

Fui andando pelos corredores para ver se encontrava algum livro que eu ainda não havia lido. Estava olhando em uma estante quando encontrei um que há tempos queria ler, mas nunca conseguia acha-lo, sempre alguém já havia pegado. Estiquei meus braços o mais alto que eu pude e fiquei na ponta dos pés, mas eu não conseguia alcança-lo. Estava quase desistindo quando duas mãos apareceram e o pegaram para mim.

— Aqui está. – disse-me um garoto que eu não conhecia.

— Muito obrigada. – sorri agradecendo.

— Não há de quê. – deu um meio sorriso.

Ele era um garoto alto, mas não tanto, através de sua camiseta apertada dava para se ver os volumes de seus músculos definidos, seus cabelos eram negros e meio despenteados propositalmente, sua pele era branca, quase translúcida de tão branca. Ele era realmente bonito, e acho que fiquei tempo demais observando-o, até que ele disse:

— Er... Sou Joshua Philips, mas pode me chamar apenas de Joshua.

— Muito prazer, seu Hermione Granger.

— Eu sei quem é você. – riu – Você, Harry Potter e Rony Weasley salvaram o mundo ano passado, seria meio difícil esquecer-se de vocês.

— Verdade. – dei um risinho – Você é de que casa?

— Corvinal. – murmurou com orgulho.

— Minha amiga Luna é da Corvinal também.

— Luna é uma ótima pessoa. – sorriu.

— Sim, ela é. – concordei – Bom, eu tenho que ir agora, meus amigos devem estar me esperando no Salão Principal. Não vai vir?

— Vou sim, eu perdi a hora terminando meu dever de História da Magia. – disse erguendo um rolo de pergaminho. – Vamos juntos?

— Claro.

Peguei o meu livro e dei para a Madame Pince anotar, então Joshua e eu fomos para o Salão Principal conversando amigavelmente. Ele estava no sétimo ano também, era mestiço já que apenas sua mãe era bruxa.

— Vários bruxos acham um desrespeito bruxos casarem com trouxas, mas eu apoio esse casamento. Afinal, não escolhemos que amamos, não é? – comentou ele.

— Concordo plenamente com você, eu acho uma bobagem essa história de preservar sangue puro.

— Idem.

Draco Malfoy

Estava sentado na mesa da Sonserina esperando que o jantar aparecesse quando Hermione adentrou pela enorme porta de carvalho, levantei-me da minha mesa para ir trocar uma palavrinha com ela, mas quando eu a vi ela conversava com um garoto.

Não liguei, afinal, ele poderia estar apenas pedindo ajuda em alguma matéria ou algo parecido... Ok, eu liguei, mas fingi que não liguei e continuei indo em direção a ela, até que ela parou de costas para mim e o tal garoto de frente para ela, ele deu um beijo em sua bochecha e olhou para mim, que estava parado no meio do salão feito um idiota.

Ok tinha coisa acontecendo entre eles dois. Então para não parecer mais idiota do que eu já parecia olhei em volta para ver se alguém me observava e dei meia volta, voltando para onde eu estava sentado.

— O que foi? – Blásio perguntou-me – Por que resolveu voltar no meio do caminho?

— Ela estava indo para a mesa dela, não quero arrumar confusão com Potter e o Weasley, mais tarde falo com ela. – inventei uma desculpa qualquer.

O que eu tentara evitar estava acontecendo. Ela estava conhecendo alguém e eu estava perdendo ela.

Não! Isso é besteira, era apenas um beijo no rosto, nada demais. Eu não estava perdendo ela de modo algum, eu sentia que ela possuía sentimentos por mim, e mesmo que estivessem esquecidos, eles ainda existiam. Mas, se eu não quisesse que esse garoto a “roubasse” de mim eu precisava agir. E rápido.

Eu não podia perdê-la. Não novamente.