Para Sempre escrita por Myla Oliveira
“Você é minha vida agora – Crepúsculo.”
POV – Scorpius Malfoy
Eu acordei assustado e suado do nada, como se algo de grave tivesse acontecido ou sei lá, havia dormido cedo demais, pois não queria pensar no ocorrido do dia. O lado esquerdo do meu peito doía, meu coração estava batendo descompassado. Esfreguei os olhos e sai do meu quarto.
– Mas como aconteceu? – ouvi meu pai dizendo e parei no meio do corredor que dava para as escadas.
– Foi de propósito Sr Malfoy – respondeu outra voz e não era da minha mãe, era Alvo. Andei a passos largos pelo corredor e desci as escadas, eles olharam para mim assustados e eu corri até eles.
– Alvo, o que faz aqui? – perguntei o encarando e ele olhou para o meu pai – Como está Rose? Por favor, me diga que ela não...
– Ela fez – respondeu ele.
– Onde ela esta? – perguntei minha voz baixa e tremula.
– St Mungus – ele disse, sua voz falhando e eu o encarei com os olhos abarrotados de lagrimas – Eles estavam a fazendo prisioneira desde que chegou, Hugo disse que Ronald disse a ela que seria melhor se tivessem a abortado e outras coisas terríveis.
– Ela cortou o pulso? – pedi baixinho. Ele hesitou e encarou o chão – Me responda.
– Ela cortou o corpo todo, Scorpius – meus joelhos pesaram e eu sentei no sofá colocando a cabeça entre os joelhos – Hugo demorou ate conseguir ir ao quarto dela e ela já tinha perdido muito sangue.
Uma coruja piou forte e meu pai parou de prestar atenção na conversa e foi em direção a ela.
– Como ela esta?
– Não sei, Hugo só me contou isso por carta, meus pais foram para o hospital com Jay, mas Lil’s foi para minha vó e eu avisei que precisava te avisar, eles entenderam.
– Eu vou ter que ir para o hospital – disse meu pai e me encarou – É sobre Rose, o problema é sério, ela já perdeu sangue demais e não estão achando ninguém compatível.
– Qual o tipo sanguíneo dela? – perguntei me levantando.
– Não liberaram – disse ele – Estou indo.
– Vou com você – falei rápido, ainda bem que havia caído na cama com as roupas do corpo.
– Tudo bem – disse ele respirando profundamente – Vamos?
– Mandem noticias – pediu minha mãe.
– Pode deixar – disse e entramos na lareira para irmos por Pó de flúor.
Chegamos no hospital instantes depois e eu girei nos calcanhares procurando por meu pai.
– Aqui Scorpius – disse meu pai e eu o segui.
– Alvo! – chamou alguém, era a sra Potter.
– Oi mãe – disse ele – Como ela esta?
– Ainda não disseram nada – ela disse com lagrimas nos olhos.
– Eu vou ter que entrar – meu pai disse colocando seu jaleco.
– Eu vou junto, quero vê-la – disse a ele.
– É melhor não, Scorpius.
– Por favor, pai. Eu a amo – disse com os olhos suplicantes e ele me guiou até um quarto.
Entramos no quarto e eu a vi, ela respirava com a ajuda de maquinas e estava adormecida, Olhei para seu corpo e logo em seguida fechei os olhos, haviam cortes em toda a parte, todos já haviam sido fechados para evitar danos maiores mas ela havia perdido sangue demais, eu sabia disso. Sua pele estava desprovida de cor e o vermelho em seus lábios mal eram vistos.
Olhei para o meu pai que conversava com um homem, provavelmente o medico que estava com Rose até então, eles conversavam sobre algo que eu não entendia e desisti de entender também, voltando minha atenção a ruiva a minha frente.
Meu coração estava doendo por vê-la assim, eu a amava mais do que amava minha própria vida e precisava salvá-la nem que para isso desse minha vida em troca da dela.
Lembrei de todos os momentos em que passamos juntos, de quando a derrubei no trem, de quando a salvei no lago e de quando dançamos pela primeira vez naquele baile maldito, lembrei de tê-la confortado e de termos nos beijado nas escadas da Torre de Astronomia, lembrei de quando ela fingiu não ter sentido nada com o beijo apenas para não decepcionar a família e me lembro quando voltamos a nos falar. Lembro de todos os momentos que vivi com ela e de quando ela disse pela primeira vez que me amava na Sala Precisa. E eu não queria apenas aquelas lembranças, queria outras e queria viver toda uma eternidade ao lado dela.
– Scorpius – chamou meu pai me tirando de meus próprios pensamentos – O tipo sanguíneo é – O.
– Eu posso doar – disse rápido dando um passo a frente.
– Eu sei que pode – disse ele colocando as mãos em meu ombro – Mas ela não pode receber agora, primeiro ela precisa demais um pouco de oxigênio e depois você poderá doar.
– Tudo bem – disse a encarando – Quanto tempo?
– No máximo meia hora – ele disse e eu confirmei com a cabeça.
– Vá lá para fora enquanto isso – disse ele – Daqui uns10 ou 15 minutos vão te chamar para retirar o sangue.
– Eu não posso ficar?
– É melhor não – disse ele e eu sai relutante.
– Como ela esta? – perguntou James vindo na minha direção.
– O meu sangue é compatível com o dela, daqui a 15 minutos me chamarão para recolher o sangue.
– Tudo bem – disse ele.
– Onde estão os pais dela? – perguntei e ele deu de ombros.
– Não quero saber deles, ninguém quer – ele revirou os olhos – Mas estão em algum lugar nesse hospital.
– Será que eles vão me aceitar? – perguntei a James que riu e balançou a cabeça negativamente.
– Nem quando descobrirem que você vai doar o sangue.
– Como sabe disso? – perguntei serio.
– Eu conheço os tios que tenho, Ronald tem horror a qualquer pessoa com o sobrenome marcado e Hermione faz tudo o que o maridinho idiota manda.
– Você esta certo – disse me sentando em uma poltrona ali presente – O que eu vou fazer? Não posso abrir mão de Rose, eu a amo e ela também me ama.
– A gente vai dar um jeito – disse ele dando tapinhas confortáveis em meu braço – Logo,logo ela faz 17 anos e manda em seu próprio nariz.
– Você esta certo.
– Da para parar de repetir que estou certo?
– Desculpe, estou nervoso.
– Scorpius Malfoy? – chamou uma mulher e eu me levantei.
– Aqui.
– Está pronto para doar o sangue?
– Estou – respondi e James deu mais um tapinha em minhas costas antes de eu seguir a mulher.
Ela me fez sentar em uma cadeira e retirou meu sangue. Eu fiquei observando a bolsinha se encher e rezei para que terminasse logo e fosse tudo para ruiva no quarto 6 de uma vez.
Algum tempinho depois ela havia enchido aquela bolsinha e carregava para o quarto de Rose, eu a segui mais meu pai me parou na porta.
– Você fica – mandou ele.
– Mas...
– Scorpius, fique – ele mandou novamente e fechou a porta a minha cara.
Fui até a lanchonete do hospital e pedi um café, Alvo veio se juntar a mim com um sorriso fraco.
– E ai? – perguntou ele e eu dei de ombros – Já doou o sangue?
– Sim – disse bebericando o café e pagando o homem de cabelos negros – Mas não irão colocar agora, deve levar mais uns dez minutos até eles colocarem.
– Tudo bem – disse ele – Está mais calmo?
– Mais ou menos – disse encarando o chão – Pelo menos não me sinto mais um completo inútil, consegui fazer algo bom por ela e isso me tranquiliza.
– Ótimo.
*****
Meu pai foi me chamar na lanchonete uns vinte minutos depois e disse que eu poderia ficar no quarto se quisesse, eu fui para lá na mesma hora é claro.
– Como ela esta? – perguntei ao lado da cama.
– Melhor – disse ele respirando fundo – O sangue ajudou muito, mas ela terá que ficar no soro até amanhã pelo menos.
– Por que? – perguntei sem tirar os olhos dela.
– Ela estava desnutrida – ele disse – O estomago dela deve esta vazio.
– Mas ela comeu hoje de manhã e comeu ontem – disse confuso, mas então caiu a ficha – A não ser que...
– A não ser que, o que? – perguntou meu pai.
– Ela tem bulimia, estava tentando parar e já fazia um mês que não vomitava mas, deve ter vomitado hoje. Deve não, com certeza vomitou hoje.
– Por que não me contou sobre ela antes? – perguntou meu pai a olhando.
– Tinha medo da sua reação – disse dando de ombros.
– Eu aceito qualquer decisão sua meu filho, qualquer uma, ainda mais sobre a garota que você ama – ele disse e eu sorri para ele.
– Obrigada pai – disse e ele acenou com a cabeça saindo do quarto – Qualquer coisa, se ela acordar ou você estranhar alguma coisa, toque a campainha.
– Tudo bem – concordei e me sentei numa poltrona ali adormecendo em seguida.
*****
POV – Rose Weasley
Acordei com minha cabeça doendo, olhei ao meu redor e eu não sabia onde estava, tentei me sentar mais meu corpo todo doía.
– Ai – resmunguei.
– Rose? – disse alguém e eu olhei para o lado assustada. Mas era Scorpius.
– Scorpius – disse tentando me sentar novamente.
– Shiu – disse ele me fazendo deitar – Está tudo bem, minha rosa, está tudo bem.
– Eu morri? – perguntei erguendo as sobrancelhas.
– Não – disse ele serio – Não fale isso novamente.
– Desculpe.
– Tudo bem, mas você quase morreu, meu sangue era compatível ao seu e eu consegui te doar a tempo.
– Eu estou no St Mungus – disse caindo a ficha. Eu não havia morrido, haviam me trazido para cá, aquela voz que ouvi era de Hugo e não te qualquer outra pessoa.
– Sim, está – confirmou ele – Mas esta fraca, e precisa se recuperar.
– Meus pais estão aqui? – perguntei baixinho, como se tivesse medo que eles escutassem.
– James disse que sim, mas não os vi – disse o loiro dando ombros.
– Eu não quero ver eles – disse as lagrimas voltando ao meu rosto.
– Não chore – pediu Scorpius baixinho limpando meu rosto com as mãos e me dando um selinho – Eu tenho que chamar meu pai.
– Seu pai? – perguntei confusa.
– Sim, ele que está cuidando de você – confirmou Scorpius sorrindo e tocou a campainha – Eu te amo, Rose. Nunca mais faça isso comigo.
– Também amo você.
Logo em seguida enfermeiros o afastaram de mim e começaram a me examinar. Eu apenas
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