Para Sempre escrita por Myla Oliveira


Capítulo 33
Desespero




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“Você é minha vida agora – Crepúsculo.”

POV – Scorpius Malfoy

Eu acordei assustado e suado do nada, como se algo de grave tivesse acontecido ou sei lá, havia dormido cedo demais, pois não queria pensar no ocorrido do dia. O lado esquerdo do meu peito doía, meu coração estava batendo descompassado. Esfreguei os olhos e sai do meu quarto.

– Mas como aconteceu? – ouvi meu pai dizendo e parei no meio do corredor que dava para as escadas.

– Foi de propósito Sr Malfoy – respondeu outra voz e não era da minha mãe, era Alvo. Andei a passos largos pelo corredor e desci as escadas, eles olharam para mim assustados e eu corri até eles.

– Alvo, o que faz aqui? – perguntei o encarando e ele olhou para o meu pai – Como está Rose? Por favor, me diga que ela não...

– Ela fez – respondeu ele.

– Onde ela esta? – perguntei minha voz baixa e tremula.

– St Mungus – ele disse, sua voz falhando e eu o encarei com os olhos abarrotados de lagrimas – Eles estavam a fazendo prisioneira desde que chegou, Hugo disse que Ronald disse a ela que seria melhor se tivessem a abortado e outras coisas terríveis.

– Ela cortou o pulso? – pedi baixinho. Ele hesitou e encarou o chão – Me responda.

– Ela cortou o corpo todo, Scorpius – meus joelhos pesaram e eu sentei no sofá colocando a cabeça entre os joelhos – Hugo demorou ate conseguir ir ao quarto dela e ela já tinha perdido muito sangue.

Uma coruja piou forte e meu pai parou de prestar atenção na conversa e foi em direção a ela.

– Como ela esta?

– Não sei, Hugo só me contou isso por carta, meus pais foram para o hospital com Jay, mas Lil’s foi para minha vó e eu avisei que precisava te avisar, eles entenderam.

– Eu vou ter que ir para o hospital – disse meu pai e me encarou – É sobre Rose, o problema é sério, ela já perdeu sangue demais e não estão achando ninguém compatível.

– Qual o tipo sanguíneo dela? – perguntei me levantando.

– Não liberaram – disse ele – Estou indo.

– Vou com você – falei rápido, ainda bem que havia caído na cama com as roupas do corpo.

– Tudo bem – disse ele respirando profundamente – Vamos?

– Mandem noticias – pediu minha mãe.

– Pode deixar – disse e entramos na lareira para irmos por Pó de flúor.

Chegamos no hospital instantes depois e eu girei nos calcanhares procurando por meu pai.

– Aqui Scorpius – disse meu pai e eu o segui.

– Alvo! – chamou alguém, era a sra Potter.

– Oi mãe – disse ele – Como ela esta?

– Ainda não disseram nada – ela disse com lagrimas nos olhos.

– Eu vou ter que entrar – meu pai disse colocando seu jaleco.

– Eu vou junto, quero vê-la – disse a ele.

– É melhor não, Scorpius.

– Por favor, pai. Eu a amo – disse com os olhos suplicantes e ele me guiou até um quarto.

Entramos no quarto e eu a vi, ela respirava com a ajuda de maquinas e estava adormecida, Olhei para seu corpo e logo em seguida fechei os olhos, haviam cortes em toda a parte, todos já haviam sido fechados para evitar danos maiores mas ela havia perdido sangue demais, eu sabia disso. Sua pele estava desprovida de cor e o vermelho em seus lábios mal eram vistos.

Olhei para o meu pai que conversava com um homem, provavelmente o medico que estava com Rose até então, eles conversavam sobre algo que eu não entendia e desisti de entender também, voltando minha atenção a ruiva a minha frente.

Meu coração estava doendo por vê-la assim, eu a amava mais do que amava minha própria vida e precisava salvá-la nem que para isso desse minha vida em troca da dela.

Lembrei de todos os momentos em que passamos juntos, de quando a derrubei no trem, de quando a salvei no lago e de quando dançamos pela primeira vez naquele baile maldito, lembrei de tê-la confortado e de termos nos beijado nas escadas da Torre de Astronomia, lembrei de quando ela fingiu não ter sentido nada com o beijo apenas para não decepcionar a família e me lembro quando voltamos a nos falar. Lembro de todos os momentos que vivi com ela e de quando ela disse pela primeira vez que me amava na Sala Precisa. E eu não queria apenas aquelas lembranças, queria outras e queria viver toda uma eternidade ao lado dela.

– Scorpius – chamou meu pai me tirando de meus próprios pensamentos – O tipo sanguíneo é – O.

– Eu posso doar – disse rápido dando um passo a frente.

– Eu sei que pode – disse ele colocando as mãos em meu ombro – Mas ela não pode receber agora, primeiro ela precisa demais um pouco de oxigênio e depois você poderá doar.

– Tudo bem – disse a encarando – Quanto tempo?

– No máximo meia hora – ele disse e eu confirmei com a cabeça.

– Vá lá para fora enquanto isso – disse ele – Daqui uns10 ou 15 minutos vão te chamar para retirar o sangue.

– Eu não posso ficar?

– É melhor não – disse ele e eu sai relutante.

– Como ela esta? – perguntou James vindo na minha direção.

– O meu sangue é compatível com o dela, daqui a 15 minutos me chamarão para recolher o sangue.

– Tudo bem – disse ele.

– Onde estão os pais dela? – perguntei e ele deu de ombros.

– Não quero saber deles, ninguém quer – ele revirou os olhos – Mas estão em algum lugar nesse hospital.

– Será que eles vão me aceitar? – perguntei a James que riu e balançou a cabeça negativamente.

– Nem quando descobrirem que você vai doar o sangue.

– Como sabe disso? – perguntei serio.

– Eu conheço os tios que tenho, Ronald tem horror a qualquer pessoa com o sobrenome marcado e Hermione faz tudo o que o maridinho idiota manda.

– Você esta certo – disse me sentando em uma poltrona ali presente – O que eu vou fazer? Não posso abrir mão de Rose, eu a amo e ela também me ama.

– A gente vai dar um jeito – disse ele dando tapinhas confortáveis em meu braço – Logo,logo ela faz 17 anos e manda em seu próprio nariz.

– Você esta certo.

– Da para parar de repetir que estou certo?

– Desculpe, estou nervoso.

– Scorpius Malfoy? – chamou uma mulher e eu me levantei.

– Aqui.

– Está pronto para doar o sangue?

– Estou – respondi e James deu mais um tapinha em minhas costas antes de eu seguir a mulher.

Ela me fez sentar em uma cadeira e retirou meu sangue. Eu fiquei observando a bolsinha se encher e rezei para que terminasse logo e fosse tudo para ruiva no quarto 6 de uma vez.

Algum tempinho depois ela havia enchido aquela bolsinha e carregava para o quarto de Rose, eu a segui mais meu pai me parou na porta.

– Você fica – mandou ele.

– Mas...

– Scorpius, fique – ele mandou novamente e fechou a porta a minha cara.

Fui até a lanchonete do hospital e pedi um café, Alvo veio se juntar a mim com um sorriso fraco.

– E ai? – perguntou ele e eu dei de ombros – Já doou o sangue?

– Sim – disse bebericando o café e pagando o homem de cabelos negros – Mas não irão colocar agora, deve levar mais uns dez minutos até eles colocarem.

– Tudo bem – disse ele – Está mais calmo?

– Mais ou menos – disse encarando o chão – Pelo menos não me sinto mais um completo inútil, consegui fazer algo bom por ela e isso me tranquiliza.

– Ótimo.

*****

Meu pai foi me chamar na lanchonete uns vinte minutos depois e disse que eu poderia ficar no quarto se quisesse, eu fui para lá na mesma hora é claro.

– Como ela esta? – perguntei ao lado da cama.

– Melhor – disse ele respirando fundo – O sangue ajudou muito, mas ela terá que ficar no soro até amanhã pelo menos.

– Por que? – perguntei sem tirar os olhos dela.

– Ela estava desnutrida – ele disse – O estomago dela deve esta vazio.

– Mas ela comeu hoje de manhã e comeu ontem – disse confuso, mas então caiu a ficha – A não ser que...

– A não ser que, o que? – perguntou meu pai.

– Ela tem bulimia, estava tentando parar e já fazia um mês que não vomitava mas, deve ter vomitado hoje. Deve não, com certeza vomitou hoje.

– Por que não me contou sobre ela antes? – perguntou meu pai a olhando.

– Tinha medo da sua reação – disse dando de ombros.

– Eu aceito qualquer decisão sua meu filho, qualquer uma, ainda mais sobre a garota que você ama – ele disse e eu sorri para ele.

– Obrigada pai – disse e ele acenou com a cabeça saindo do quarto – Qualquer coisa, se ela acordar ou você estranhar alguma coisa, toque a campainha.

– Tudo bem – concordei e me sentei numa poltrona ali adormecendo em seguida.

*****

POV – Rose Weasley

Acordei com minha cabeça doendo, olhei ao meu redor e eu não sabia onde estava, tentei me sentar mais meu corpo todo doía.

– Ai – resmunguei.

– Rose? – disse alguém e eu olhei para o lado assustada. Mas era Scorpius.

– Scorpius – disse tentando me sentar novamente.

– Shiu – disse ele me fazendo deitar – Está tudo bem, minha rosa, está tudo bem.

– Eu morri? – perguntei erguendo as sobrancelhas.

– Não – disse ele serio – Não fale isso novamente.

– Desculpe.

– Tudo bem, mas você quase morreu, meu sangue era compatível ao seu e eu consegui te doar a tempo.

– Eu estou no St Mungus – disse caindo a ficha. Eu não havia morrido, haviam me trazido para cá, aquela voz que ouvi era de Hugo e não te qualquer outra pessoa.

– Sim, está – confirmou ele – Mas esta fraca, e precisa se recuperar.

– Meus pais estão aqui? – perguntei baixinho, como se tivesse medo que eles escutassem.

– James disse que sim, mas não os vi – disse o loiro dando ombros.

– Eu não quero ver eles – disse as lagrimas voltando ao meu rosto.

– Não chore – pediu Scorpius baixinho limpando meu rosto com as mãos e me dando um selinho – Eu tenho que chamar meu pai.

– Seu pai? – perguntei confusa.

– Sim, ele que está cuidando de você – confirmou Scorpius sorrindo e tocou a campainha – Eu te amo, Rose. Nunca mais faça isso comigo.

– Também amo você.

Logo em seguida enfermeiros o afastaram de mim e começaram a me examinar. Eu apenas


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