Terminei de calçar minha bota e dei uma checada no espelho, hoje seria. O ultimo dia de Carlos e Vera aqui em Boston, iriamos almoçar juntos e depois deixa-los no aeroporto..

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– amor. Ta pronta? – Rafa disse entrando no quarto

– ta bom? – perguntei dando uma voltinha

– maravilhosa – respondeu com um caloroso beijo

– vamos logo. – me separei rindo e descemos para a sala

– Max. Cadê a chave da Dakar? – Rafa perguntou a Max que tava jogando algo no Xbox com Jenn

– ali na bancada da pia

– não Rafa. Você vai ficar com a TR4 aqui, quando nos viermos para cá pegamos ela para rodar- Carlos disse estendendo a chave do carro

– hm... ok pai.

– tchau gente – falei e saímos de casa.

Entramos no carro com Carlos dirigindo e logo entramos no shopping.

– onde vamos querido? – Vera perguntou estranhando o shopping

– quero milk shake do Mc Donald’s e um hambúrguer também – Carlos respondeu como criança

– pai, hoje ta frio e você pode pegar um resfriado - Rafa disse o repreendendo

– Rafael aprenda uma coisa. O que é errado é melhor – disse e todos riram

– seu filho tem razão. Vamos para um restaurante mesmo – Vera pediu

– Bia escolhe. Onde quer ir Bia? – Carlos me olhou sorrindo pelo retrovisor

– Mc Donald’s – falei rindo

– essa é minha nora. Viu só Vera. Ela sabe o que é bom.

Entramos no shopping e Vera e Rafa foram comprar comida de sal mesmo enquanto eu e Carlos pedíamos nosso hambúrguer com milk shake

– quando você gripar senhorita Bia, não venha me pedindo carinho – Rafa disse tentando ficar serio na mesa

– e eu digo o mesmo pra você Carlos – Vera disse rindo

– gente.. morram de éveja, somos vida loka. – falei rindo

– bate ai – Carlos estendeu a mão e fizemos um toque doido na hora

Quando deu 15 horas saímos do shopping e pegamos a estrada para o aeroporto. Começara a chover e o transito só aumentava e endoidava.

– Carlos. Vamos parar um pouco, a visibilidade ta ruim – Vera disse preocupada

– to bem querida. – disse e continuamos o trajeto

Seguimos mais um pouco e a chuva só aumentava então de uma vez só vimos dois faróis vindos em nossa frente e só deu tempo de Rafa me abraçar forte e Vera gritar. Depois tudo se apagou.

Acordei e estava em um quarto claro apenas com um curativo no braço. Olhei para o lado e vi Meg e April deitadas uma escorada na outra. Olhei pelo quarto e percebi que estava no hospital, então me lembrei da tempestade, e dos faróis, depois apenas gritos e um braço forte ao meu redor. Me movi na cama e do nada uma vontade enorme de ir no banheiro

– gente – sussurrei e April levantou a cabeça assustada

– BIAAA – disse sorrindo e Meg caiu de cara na parte sofá onde estava April.

– aaa. – Meg disse assustada

– banheiro - falei e April rápido me ajudou a descer

– BIaa. Meu amor – Meg me abraçou e ajudou a me levar no banheiro

– agora faço sozinha – falei rindo e as meninas saíram do banheiro

– cadê ela? – escutei uma voz feminina falando no quarto e sai do banheiro

– oi – falei para a enfermeira

– sente um pouco, o doutor já vem para libera-la – disse e saiu do quarto

– filha? – Vera apareceu na porta e correu me abraçando

– onde ele ta? – perguntei

– quem? – ela disse me analisando

– Rafael

– ah minha filha. – ela disse e me abraçou novamente, mais forte dessa vez.

– não não. Cade ele? – perguntei a afastando

– ele... ele.... – ela disse e começaram a escorrer lagrimas

– não, não. Para. Me diz onde ele ta. – falei mais alto e Max apareceu no quarto me abraçando

– Max. Cadê meu Rafa? – perguntei já chorando em seu peito

– ele ta desacordado meu amor. Levou uma forte pancada na cabeça. – Jenn disse me abraçando por tras

– calma. Ele vai ficar bem – April disse com Meg e fizeram um abraço coletivo puxando vera

– e.. e Carlos,? – perguntei abraçando Vera

– numa cirurgia.. as ferragens prenderam ele, e ele perdeu muito sangue – disse e começou a chorar novamente

– com licença – o doutor disse entrando no quarto

– opa. – todos se afastaram e me sentei na cama

– Bia? – perguntou me olhando

– sim.

– você terá sua alta agora. Apenas olhe para meu dedo – ele colocou uma lanterna em meu olho enquanto eu olhava para o dedo na frente do meu nariz

– tudo bem – disse e saiu do quarto

– suas roupas – Can entrou com Josh e uma mochila

– obrigada – sorri levemente e fui ao banheiro com a mochila

Hoje dia 21 estávamos todos sentados na sala de espera, aguardando alguma noticia. Rafael continua desacordado e os médicos falaram que as chances dele acordar são quase nenhuma. Ele precisaria de um milagre, muita oração. Carlos estava agora na UTI. a cirurgia foi demorada pois as ferragens perfuraram uma parte do pulmão. Ele respirava por aparelhos. Ainda não deixaram vê-los e até agora ninguém foi para casa.

– Bia, vem comer – Jenn disse pela decima vez

– não quero

– responsáveis por Rafael Albuquerque? – um medico apareceu na sala e Vera se levantou

– já podem ir visita-lo

– ele acordou? – Josh perguntou

– não.. – o medico disse de cabeça baixa e Vera se sentou novamente

– tem uma enfermeira no quarto. com licença – o médico disse e saiu

– Bia?. Pode ir – Vera disse

– obrigada – fui ate ela e a dei um abraço apertado

Andei até o quarto rapidamente e ao chegar na porta vi meu loiro pela janelhinha de vidro. Estava deitado com os olhos fechados, com tubos no nariz e no pulso. Entrei sem fazer barulho no quarto e dei um meio sorriso para a enfermeira que retribuiu. me aproximei da cama e olhei meu Rafael, agora seus lábios rosados estavam claros e quase sem vida, sua pele branca estava muito pálida, aqueles tubos não ajudavam em nada na aparência dele. Uma lagrima escorreu por minha bochecha e caiu em sua mão. A toquei para secar e percebi que ele estava frio, não aquele frio do vampiro Edward mas um frio que me deu medo, sua pele como um pêssego de lisa, peludinha e quente estava áspera e fria.

– Rafa – sussurrei e apertei mais sua mão rezando por alguma reação – não me deixa

– já volto – a enfermeira disse e saiu rápido do quarto

Me sentei na beira da cama ainda segurando sua mão. Olhei seu rosto, como eu queria aquele sorriso lindo novamente. Como eu queria escutar aquela voz rouca que me fazia arrepiar. Aquele toque quente. o cheirinho de Menta foi substituído por cheiro de hospital. Argh.

– volta Rafa. Por favor. Por mim, por sua mãe. Pelo Max. Pelo nosso Shake, – falei chorando e apertando sua mão.

Nenhuma reação. E isso acabou comigo. como eu queria aqueles olhos abertos, aquele azul profundo e cheio de brilho. Passamos por tanta coisa. Tá, nem tanta assim..... mas porra, por que todos que eu amo tem que partir? É macumba que jogaram para mim?

– Bia? Vem – Max apareceu e saiu me puxando do quarto

– Max. Eu preciso dele – falei chorando ainda mais em sua blusa.

– ele vai voltar. Calma. – disse e fomos ate a sala de espera

– Vera? – a chamei e ela passou correndo para o quarto

– vamos leva-la para comer algo – April disse com Josh

– não quero – me soltei de Max

– não é querer. – April pegou minha mão e saiu me puxando

Depois que fizemos um lanche reforçado voltamos para a sala de espera e ficamos no silencio mortal. Nem uma hora depois o medico volta falando que Carlos havia tido uma melhora e respondia bem à cirurgia. Foi uma alegria danada e então perguntamos de Rafael, e continuava na base do milagre.

As horas pareciam nem passar, a aflição só aumentava. Quando deu 18 horas me sentei entre Can e Meg. Max agora abraçava Jenn e conversava com Josh e Vera. April havia ido em casa pegar umas roupas.

– to com medo. – Falei para Can e Meg

– calma flor. Ele vai sair dessa – Can disse me abraçando de um lado e Meg do outro

– o médico – Jenn disse e avistamos o homem entrando na sala com uma cara nada boa.

– e então? – me levantei junto de Vera que estava ao lado de Josh