A Caçadora escrita por Swiper


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Quando Louis viu aquele corpo inerte no chão apavorou-se. Correu até ela e ajoelhou-se.

– Nina, Nina – chamou Louis batendo de leve em seu rosto.

Não adiantava. Seu corpo não continha ferimentos evidentes, mas ela estava muito mal. Estava muito branca e em estado febril.

– O que houve Louis? Quem é ela? O que aconteceu? Fale logo – disse Quinn.

– Dá pra você fazer um pouquinho de si... – Louis foi interrompido por um barulho estranho.

Louis não sabia como, mas sentia que algo os estava observando. Sentia o perigo muito próximo a eles. Sua preocupação com Nina e o medo do que poderia ter ali o assombravam. Seu coração estava cada vez batendo mais rápido.

Louis puxou sua irmã mais para perto dele e tentaram enxergar algo. Como Quinn era mais “sensível” a esse tipo de coisa, logo começou a tremer e ficar realmente assustada.

– Nina – alguém chamou.

Alerta como Louis estava, ele se virou rapidamente em direção ao som. Era uma mulher jovem de cabelos negros curtos e vestida de preto. Ela correu para perto deles, olhou ao redor e fez algo estranho aos olhos de Louis. Ergueu suas mãos com as palmas viradas para fora e circundou a área onde estava. Quando parou para prestar atenção, notou-o perto dela.

Ao vê-lo, adquiriu uma expressão assustadora e derrubou Louis no chão.

– Quem é você? – perguntou a mulher.

– E-e-e...

– Responda – esbravejou.

– Deixa meu irmão em paz, sua louca – gritou Quinn.

Louis não podia acreditar em quão corajosa e estúpida era sua irmã.

– Ahn? Seu irmão? E quem é você?

– Não se faz uma pergunta dessas para o primeiro que vê – disse Quinn.

A mulher intercalou seus olhares assustadores entre eles por um tempo antes de decidir que eles não eram ameaça.

Ela voltou sua atenção para Nina e ajoelhou-se ao seu lado.

– Ahn, er, o que aconteceu aqui? O que houve com Nina? – perguntou Louis nervoso.

– Conhece ela?

– Ahn, amigos de infância.

– Entendo.

– E você quem é?

– Irmã dela.

– Não sabia que ela tinha uma irmã – disse Louis se lembrando do passado. A garota nunca tinha apresentado sua irmã. Será que ela morava fora?

A mulher tateou o corpo de Nina em busca talvez de algum ferimento. Ela estava com uma cara preocupada. Por fim chamou Louis:

– Ei garoto, qual o seu nome?

– Er, Louis.

– Certo. Me ajude a carregá-la – disse a mulher erguendo o corpo de Nina.

Louis com medo da suposta irmã de Nina, não hesitou. Pegou a amiga e a ergueu, carregando-a nos braços. Ele olhou para ela e viu o quão ruim estava. Sua pele estava da cor de papel, parecia ter dificuldade em respirar e estava tremendo.

– Vamos, vou levá-los a minha casa – virando-se e seguindo o caminho.

– Ah certo – disse Louis não se atrevendo a desobedecê-la – Venha Quinn.

Depois de alguns minutos de caminhada rápida, Louis finamente tomou coragem e resolveu perguntar para a mulher de preto:

– Er, desculpe, mas qual é o seu nome?

– Lucy.

– Certo, e a casa dela não era para o outro lado?

– Nos mudamos e chega de perguntas.

– Sim senhora.

O resto do caminho foi feito silenciosamente e tudo o que Louis podia pensar era em como tinha sorte por sua mãe estar fazendo plantão no hospital onde ela trabalhava. Se estivesse em casa, com certeza estaria chamando até a polícia par aprocurá-los.

Algum tempo depois, Lucy finalmente anunciou que haviam chegado ao destino. A casa era pequena e simples, bem diferente da antiga. A outra casa de Nina era uma daquelas típicas casas bonitas, com gramado, cerca e um vantajoso quintal. Porém, a casa dela não era tão arrumada quanto a das vizinhas. Afinal, uma pirralha brincalhona, uma mãe trabalhadora e uma casa enorme não se davam muito bem.

Eles entraram na casa e Lucy logo tratou de dar ordens.

– Coloque-a no último quarto a esquerda. Depressa, tenho que dar um telefonema. E você fica aqui na sala – nessa última frase, Lucy se referia a Quinn, que num instante virou um anjo e ficou quietinha sentada no sofá.

Louis correu para o lugar indicado. Entrou no quarto e depositou o corpo da amiga na cama. Ela estava mal, mas sabia que a irmã dela conseguiria fazer alguma coisa em relação a isso. Pensando nela, e esperou mais ordens vindas de Lucy. Como não venho nenhuma, ficou admirando o quarto de Nina. Era simples, como o resto da casa. Era pintado de azul e na parede da escrivaninha, continha fotos pregadas. Imediatamente sua curiosidade despertou. Andou até lá e ficou observando.

Nas fotos geralmente continham ela e amigos. O mais engraçado era que quanto mais velha ficava, mais amigos diferentes apareciam. Não tinha exatamente um certo grupo de amigos, como Louis tinha desde o ensino médio. Assim, Louis sentiu algo estranho. “Fala sério, a garota some durante anos e enquanto ficávamos preocupados, ela fazia sua lista de amizade em uma máquina fotográfica?” Pensou Louis. Ela sentia um pouco de raiva por isso, mas também enciumado por não poder presenciar o crescimento da garota.

– Hey – chamou Lucy, despertando-o de seus devaneios – O que ainda faz aqui? Vamos, saia, preciso tratar dela.

Como tinha medo da mulher, resolveu não contrariá-la e saiu do quarto. Entretanto, ficou colado na parede ao lado da porta. Como a porta estava aberta, não havia muito problema em espiá-la. Ela ajoelhou, de costas para o garoto e começou a murmurar algumas palavras incoerentes com suas mãos sobre Nina.

– Droga, como você foi se deixar ser amaldiçoada, hein Nina - disse Lucy com pesar.

A partir disso, as coisas realmente ficaram assustadoras no ponto de vista de Louis. A área ao redor delas começou a ser contornada por uma espécie de fumaça negra. Lucy dizia mais coisas estranhas e pelo o que Louis pode ver, suas mãos estavam queimando em um chama negra. De repente, Nina começou a se debater violentamente e a gritar. Não eram gritos rápidos de como alguém que cai em uma calçada e se machuca ou cai de uma cadeira, eram gritos realmente horríveis.

Louis estava sentindo seu coração apertar cada vez mais. Os berros de Nina eram agonizantes e estava se perguntando se aquela mulher estava realmente ajudando ela. Assustado e se lembrando da própria irmã, correu para a sala de estar.

– Louis o que está acontecendo? Por que a menina tá gritando? – perguntou uma Quinn assustada de olhos arregalados.

– Shh – disse Louis abraçando-a – Ela está ajudando-a.

– Desse jeito?

Continuaram abraçados até Nina parar de gritar, o que devia ter demorado um bom tempo. Depois, foi a vez de Lucy aparecer. Ela parecia cansada, mas ao mesmo tempo aliviada. Quando os viu, pareceu surpresa.

– Por que ainda estão aqui?

– Por que ela estava gritando? – perguntou Quinn.

Lucy pareceu mais surpresa ainda, como se estivesse admirada por Quinn ter conseguido ouvir os berros de Nina. Louis ainda nem podia acreditar que a casa não havia sido invadida por pela SWAT.

– Er – disse a mulher – Eu estava tratando de sua ferida. É pequena, mas profunda. Desse jeito é muito dolorida. Não se preocupe, ela já está bem.

– Er, eu posso vê-la? – perguntou Louis.

– Sua mãe não deve estar preocupada?

– Ela é enfermeira e está de plantão.

– Entendo. E quanto sua irmã?

– Depois disso não durmo tão cedo.

– Tudo bem. Quer comer alguma coisa? – pela primeira vez, Louis viu Lucy agir gentilmente e calma.

– Ahn, er... quero.

– Qual o seu nome?

– Quinn.

– Venha Quinn, acho que tenho alguns biscoitos no forno.

Quinn se levando pelas palavras calmas de Lucy seguiu-a até a cozinha. Louis não ligou realmente para isso. Não os havia matado antes, não os mataria agora. Confiante desse pensamento, foi novamente para o quarto de Nina.

Ao voltar lá, percebeu com certo alívio que não tinha mais aquela fumaça. Será que havia sido uma alucinação? Será que estaria ficando louco?

Lentamente foi até a cama de Nina e viu que ela realmente parecia melhor. Ainda estava molhada de suor, mas ao menos a cor havia voltado ao seu rosto. Aliviado, Louis sentou no chão enquanto olhava para ela. Ele achava estranho e engraçado o vínculo que eles tinham. Haviam brigado durante três anos na sua infância e agora e tornara uma espécie de amigo para ela. Ele provavelmente era aquele amigo irritante, mas que tinha algum valor. Para ele, ela era uma amiga perdida que por voltar havia pouco tempo, se sentia distante dela, mas era realmente importante.

Louis começou a viajar no tempo. Se lembrando da infância, lembrou-se de muitos episódios em que fez brincadeiras com ela e suas amigas. Como era infantil naquela época. Pensando melhor, Louis concluiu que ainda era um pouco crianção.

De repente, Nina começa a se debater novamente. Louis assustado levantou-se imediatamente, mas não sabia o que fazer. Não era médico. Sua mãe só o havia ensinado coisas básicas, como saber o que fazer no caso de queimaduras, desmaios e cortes sérios. Maldições? Aquilo era novo.

Tentou encostar nela, mas sempre retraia sua mão. Estava desesperado.

Inesperadamente, algo estranho aconteceu. Louis assistiu horrorizado sair um líquido preto de sua boca e seus cabelos ficarem ruivos. Louis achava que já tinha tido muita emoção por um dia, mas aquilo superou tudo o que já tinha sentido na vida.

Ele andou pra trás até encostar na parede oposta e seu coração quase parou quando ela se acalmou e abriu seus olhos extremamente azuis e virou-se para ele.

– Louis?

– Louis você quer alguma... Nina! – disse Lucy parada na porta.

Depois se virou para Louis e levantou sua mão. Ele viu o mundo escurecer e caiu no chão.

– O que você fez, sua louca? – perguntou Nina.

– Já se olhou no espelho? Experimente.

Nina ainda incerta e desconfiada do que Lucy disse, foi até seu guarda roupa e abriu uma porta que continha um espelho. Levou um susto na hora. Seu já acostumado cabelo preto fora substituído por seu antigo ruivo. Ao invés das íris estarem pretas, elas estavam extremamente azuis. Contudo, o pior, era que já não sentia aquele poder que tinha.

– O que aconteceu comigo?

– É isso que quero saber. Sente-se e me conte o que houve quando os astonianos atacaram.

– Mas o que foi que houve?

– Me conte primeiro. Não posso afirmar nada sem fatos.

Nina, mesmo de mau gosto, obedeceu e começou a relatar o ocorrido.

Flashback On//

Nina estava de prontidão esperando algum ataque dos astonianos, mas já era um pouco tarde da noite e se perguntou se os caras iriam mesmo aparecer. Justamente nesse momento de dúvida, foi que ouviu uma explosão.

A explosão aconteceu muito perto de Nina, o que a fez ensurdecer por alguns instantes. Nesses instantes, um astoniano apareceu e Nina atacou. Eles começaram a lutar, mas aquele inimigo era diferente. Era poderoso. Nina tentou atacá-lo, mas ele era rápido.

Nina, então, cercou a área da moradia de Loki com chamas negras, para protegê-lo do astoniano. Ela ergueu a mão e canalizou boa parte de seu poder para acabar com ele. O maldito, no entanto, se protegeu contra o ataque e isso se tornou um ciclo. Ela atacava, mas parecia que nada o atingia. Querendo destroçar logo o inimigo, Nina juntou o máximo de seus poderes nas duas mãos e pensou em algo um pouco mais destruidor. Geralmente ela ataca internamente, como quando matou seu primeiro astoniano na cozinha de sua antiga casa, mas daquela vez, ela imaginou mãos gigantes negra espremendo a cabeça do astoniano. Aquilo realmente aconteceu, pois o inimigo caiu de joelhos com a cabeça nas mãos gritando. Nina queria continuar com aquilo, queria vê-lo sofrendo e agoniando.

No entanto, o astoniano conseguiu se levantar, mesmo que ainda com uma careta de dor, e rapidamente ergueu a mão e disse palavras esquisitas. A dor logo chegou a Nina. Ela gritou como nunca antes. Parecia que estavam abrindo um buraco a força em seu coração. A dor a estava enfraquecendo e logo sua visão ficou borrada. Era uma dor horrível. Bem maior que qualquer ataque que já tinha recebido. Nina já não conseguia aguentar e tudo o que pôde pensar foi se morreria definitivamente ali.

Flashback Of//

– E foi isso o que aconteceu. Agora dá pra me dizer o que houve? E o que você com Louis?

– Respondendo sua primeira pergunta, você foi amaldiçoada. Uma maldição muito forte, devo dizer. Acho que ela acabou com seus poderes.

– Quer dizer que não sou mais Humana?

– Nem todos os Humanos tem que ter poderes Nina, não vê Loki e Wilble? Quanto a sua outra pergunta, só o desacordei. Depois modificarei sua memória.

– Você o que? – perguntou uma menina que Nina não conhecia. Ela era pequena e tinha os cabelos louros

– Quem é você? – perguntou Nina.

– Peraí, você não era morena? Deixa pra lá, vocês não vão fazer nada com meu irmão.

– Você é irmã dele? Eu não sabia

– Chega – disse Lucy e também apagou a menina.

– Pra que fazer isso com toda pessoa que vê?

– Eles estavam a um passo de descobrir quem você é. Quer que descubram?

– Não, mas a menina...

– Tinha te vista com os cabelos pretos, agora está ruiva. A menina tem uns dez anos, acho que sabe diferenciar o real da imaginação.

Nina bufou. Lucy estava certa. Mesmo assim não achava muito ético mexer nas memórias das pessoas. Se bem que participar de uma guerra também não era muito ético. Lucy colocou sua mão nas testas de Louis e da menina e fez seu estrago. Depois olhou para Nina.

– Precisamos pintar esse cabelo.

Nina sabia que era a coisa certa a fazer, mas aquilo não a agradava. Fazia tanto tempo que não se via ruiva no espelho, mas as pessoas já a tinham visto com os cabelos negros. Tinha que esconder sua aparência. No entanto, um detalhe passou por sua cabeça

– Me diz uma coisa. Como foi que Louis e a suposta irmã dele chegaram aqui?

– Ele te encontrou no meio da rua e desacordada. Ele a trouxe para cá junto com a irmã. Agora, descanse.

– Mas eu estou bem.

– Você acabou de ser amaldiçoada. Precisa se recuperar direito.

– Mas...

– Deite-se. Vou levá-los para a casa deles – disse apontando para Louis e a menina – Amanhã conversamos.

Nina, novamente de mau gosto, obedeceu a mentora. Deitou-se na cama e esperou Lucy sair para começar a devanear. De repente, Nina se lembrou do porquê de aturar Louis tanto tempo durante sua infância. Ele, apesar de infantil e irritante, era gentil com as pessoas e leal com seus amigos. Como quando se conheceram. Ela tinha sete anos e estava perdida pela cidade. Ela tentava, mas não conseguia parar de chorar. Então Louis apareceu e a ajudou a voltar para casa junto de seus pais. Ele também sempre os ajudava quando se metiam em uma briga e sempre apoiou seus amigos quando estavam tristes. Ele era um bom amigo, no final das contas.


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Notas finais do capítulo

E aí??



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