A Menina de Olhos Cinzentos II escrita por almofadinhas


Capítulo 25
Susie Black Mckinnon


Notas iniciais do capítulo

Bom este é o sexto ano de Susie, depois da morte de Sirius. Susie quer ficar próxima de seus pais, e não tem medo de admitir que é uma Black - e agora também Mckinnon -. As coisas vão começar a complicar um pouquinho depois que nossa pequena Susie descobrir algumas coisas sobre seus amigos, passado e várias coisas que podem encadear um problema sério para todos, e principalmente para ela. Em seu sexto ano ela para com um pouco das marotagens ( mas nem tanto né? :p ) e tenta focar um pouco na questão de deter Travers e Dominique, e uma nova(o) inimiga(o).
Espero que gostem!!



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Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Sirius Black

04/11/1959 – 18/06/1996

Um Amigo Leal e Melhor Pai do Mundo.

O vento batia sobre meus cabelos, fazendo-os bater sobre meus olhos enquanto eu molhava suas pontas com minhas lágrimas. Eu não conseguia parar de ler a lápide de meu pai, eu a lia e relia várias vezes, tudo o que Lupin havia pedido para escrever doía profundamente em mim, mas tudo era verdade.

Tonks, Quim, Moody e até mesmo Dumbledore também estavam comigo a algumas horas no enterro de meu pai. Não havia corpo, seu enterro foi apenas um simbolismo.

O que mais me doeu foi o fato do tumulo de minha mãe estar ao lado do de meu pai, mas não eu tinha coragem de olhar para o lado e ver seu nome escrito, eu não queria sentir mais dor, deixar mais lágrimas caírem.

Eu estava sozinha.

Harry não se deu o trabalho de aparecer e nem de falar comigo nos últimos dias. Na verdade ele não veio me procurar.

Eu estava lá, sozinha, enfrente a lápide de meu pai. Os outros já tinham ido embora fazia mais ou menos duas horas. As vezes me pegava segurando a barra de meus vestido preto, ou apertando meus ombros sobre o casaco de lã preto para não chorar. Mas nada do que eu tentava me fazia parar de chorar.

— Sabe, eu acho que no fundo, bem no fundo, eu já desconfiava de que você não ia cumprir a sua promessa de sermos uma família - começo a falar sozinha.- Quero dizer, a vida é assim, as promessas difíceis são as mais complicadas de se fazer e realizar, mas... Do que estou falando? Eu sinto sua falta - me pego soluçando de novo.- Sinto falta de seus abraços, sinto falta do jeito que me dava broncas, sinto falta do seu jeito sério, sinto falta de rir com você, sinto falta dos nossos planos juntos, pai eu sinto tanta a sua falta.

Caio de joelhos em frente a lápide e cubro as mãos com o rosto, chorando, eu não conseguia suportar aquilo.

Então eu escuto passos ao longe. Me levanto depressa e seco meus olhos, mas eu ainda sentia dor.

— Olá? Quem está aí?

O cemitério era rodeado por uma floresta, havia alguém atrás de um tronco de árvore, sua silhueta era reconhecível.

— Quem está aí? Por favor responda.

Ando mais um pouco até ver realmente a pessoa de perto, ela está de costas, toda de preto, apenas seu cabelo loiro e sua pele me dizem quem é.

— Draco? O que está fazendo aqui?

— Susie – ele se vira e olho em seus olhos, parecem cansados, mas são os mesmos.- Esperei todos irem embora, queria falar com você.

Ele me lança um olhar, um olhar de pena e eu abaixo a cabeça.

— Susie eu sinto muito.

Draco me abraça, e eu me sinto leve, acabo chorando em seus braços.

— Eu sinto muito, muito mesmo.- ele repete isso várias vezes enquanto choro.

— Draco, você não tem culpa, a culpa é toda minha.

— Não, a culpa não é sua – ele olha para os lados, preocupado com algo, então segura minha mão.- Vamos dar uma volta, me leve para alguma lugar trouxa onde possamos conversar, por favor.

Acabo concordando e vamos andando até um parque ao lado do cemitério, havia algumas pessoas e o dia antes azulado estava começando a ficar cinzento. Eu e Draco nos sentamos em um banco bem enfrente a um lago, ele parecia preocupado e ao mesmo tempo nervoso por estar andando por ali.

— Está mais calma?

— Sim, obrigada por vir me ver, não tenho recebido muitas visitas sabe? – dou de ombros.

— Acredite nem eu, depois que todos descobriram o que meu pai é realmente.

— Sinto muito Draco, a culpa...

— Não, não é sua, você foi para salvar pai.

— E eu não consegui.

Silêncio, ficamos um bom tempo assim, em silêncio, mas não constrangedor.

Draco então respira fundo, ele estava encarando uma família brincando com uma menina de cabelos castanhos, os pais começam a fazer cócegas na criança e Draco sorri, como se aquela fosse a primeira cena feliz que ele vira na vida, dava para ver seu sorriso sincero, que eu conhecia por mais tempo do qualquer outro sorriso.

— Susie, eu precisava falar com você sobre mim – ele fala, mas não me encara nos olhos, fico com medo.- Eu tomei um decisão, na verdade não foi uma escolha fácil, eu não tive uma, muitos tiveram mas eu não, acredite eram mínimas minhas escolhas, tive que aceitar pela minha família, pelo meu pai.

— Do que está falando? – pergunto preocupada.- Draco o que você fez?

— Eu sei que você vai me odiar, mas por favor me entenda, eu precisava disso, para provar que...- me levanto do banco o encarando assustada.

— Draco por favor, diz pra mim que você...

Antes mesmo que eu pudesse dizer ele levanta a manga de seu paletó e eu vejo a marca, a tatuagem, a marca negra.

Perco o chão, sinto uma enorme ânsia de vomito. Mas apenas choro, com a mão tapando minha boca para eu não soltar um grito.

— Susie por favor, me perdoa.

— Draco, por que fez isso? Por que? – pergunto aos choros enquanto ele segura meus pulsos, eu quero estapeá-lo, bater nele até que recobre o juízo perdido.

— Susie, entenda eu fiz isso por meu pai, pela minha mãe.

— Não, você é melhor do que isso, lembra? Você não pode mais ter dois papeis, o bom e o mal, tem que tomar uma decisão.

— E se essa for minha decisão, e se eu preferir isso? – Draco começa a gritar.- Susie, ele vai me matar.

Olho para ele com pena e Draco solta meus pulsos lentamente, e eu o abraço, da mesma forma que ele fez comigo a algumas horas enquanto eu estava chorando por meu pai. Mas no momento nós dois estávamos chorando.

— Draco, por favor, tente sair disso, você não pode ser um deles, sei que seu pai está preso, mas se isso for por vingança por favor pare.- Draco olha para o lado, tentando, provavelmente, não me olhar nos olhos.

Os primeiros pingos de chuva caem sobre minha testa, e uma pequena garoa começa sobre o parque, as pessoas começam a correr para suas casas, mas eu e Draco continuamos ali, parados um na frente do outro.

— Susie, eu vim aqui te dizer que não podemos mais ser como antes, amigos.

— O que..?

— Você iria atrapalhar as coisas, principalmente pelo fato do assassino de sua mãe, Bellatrix e porque eu...- Draco volta a chorar, mas dessa vez ele se afasta de mim.

— Draco, por favor, me explique, eu posso te ajudar.

— Não você não pode, nem se quisesse, Susie isso é complicado – ele começa a andar para trás se afastando.- Eu sinto muito, mas juro, eu nunca vou esquecer de você, de tudo o que passamos juntos, vamos nos ver em Hogwarts mas não podemos mais nos falar. Você foi a minha única melhor amiga.

— Draco, por favor, não faça isso, eu no momento só tenho você, por favor não vai embora.- eu não queria chorar, mas enquanto eu via Draco se afastando eu sentia mais e mais dor.

Corri em sua direção e segurei seu ombro, o fazendo ficar novamente frente a frente de mim, seus cabelos estavam molhados e os pingos de chuva caiam sobre seus olhos, mas eu não sabia se eram realmente pingos de chuva.

— Draco me diz, você disse que eu iria atrapalhar as coisas, por isso está se afastando, por favor me diz eu posso tentar, a-ajudar.- gaguejo, o que eu estava pensando?.

Draco anda de um lado para o outro, passando as mãos pelo cabelo e chorando, então ele me olha e grita:

— Porque eu amo você, droga, eu amo você Susie, e eu não quero que eles saibam, principalmente Travers, Bellatrix ou até mesmo Você-Sabe-Quem eu não quero que machuquem você.

— V-Você m-me ama?

— Lembra de quando Chester me chantageava? Sim eu amo você desde o terceiro ano, mesmo eu odiando você, eu odiava gostar de você, porque você andava com o Potter, a Granger e o Weasley, mas então eu pensei que era mais fácil ser eu mesmo com você – ele limpa seu rosto.- Mas não importa, você não sente o mesmo, mas eu não me importo, não importa mais, agora que sabe você não ira mais querer olhar na minha cara.

— Draco, eu estou confusa, mas eu...- respiro fundo.- Eu amo você como amigo, por favor me perdoa, você é a única coisa que eu tenho no momento.

Draco solta uma risada estranha, macabra.

— Se o Potter estivesse aqui, você e ele estariam se abraçando e sendo o casal que toda Hogwarts quer. Acha que eu não sei, sobre vocês dois? Eu não me importei, mas agora sim, sim eu me importo, estou fazendo o melhor para você me afastando e fazendo você ficar com ele, estará mais segura com o Potter.

— Draco, por favor, eu sinto muito, por favor.

— Susie, não piore as coisas por favor, essa é a minha decisão, como eu disse antes nunca vou esquecer você.– Draco me dá um beijo na testa e depois me abraça rapidamente virando as costas para ir embora.

Eu estava sem chão, sem rumo, eu apenas chorava. Acabei de perder um pai e um de meus melhores amigos.

— Não, eu não vou deixar.- sussurro para mim mesma, eu sabia que aquela minha decisão poderia não melhorar as coisas.

Enquanto andava pela rua desértica e chuva, eu fui atrás dele o chamando.

— Draco, espera, Draco, por favor...- mas ele não escutava, ou fingia que não escutava.

— DRACO.

Quando finalmente grito mais alto ele para, mas ainda de costas para mim, eu tremo só de pensar em qual seria sua reação, de raiva? Ódio? Pena?. Acho que no momento não importava para que eu estava prestes a fazer.

Draco se vira para falar qualquer coisa comigo e eu corro em sua direção, segurando sua nuca e o beijando. Ambos queriam se afastar, mas ao mesmo tempo não, aquela não era a melhor decisão para se tomar, mas eu queria que Draco não fosse embora, eu queria ele comigo. Mas meus sentimos estavam confusos demais.

O primeiro de nós a se render foi Draco, que começou a me puxar para si com tanta força que pensei que ele iria quebrar o resto de costelas que ainda me restavam. E o pior, eu estava gostando.

Mas você não pode.

Enquanto meu subconsciente gritava, eu apertava cada vez mais Draco sobre mim, enquanto ele apertava minha cintura. Mas eu tive que parar, eu não podia estar confusa e estar prolongando ainda mais o sofrimento de ambos.

Draco fecho os olhos e coloca nossas testas molhadas, coladas, ficando próximos um do outro.

— Você não sabe o quanto isso piora as coisas.

Ele me beija na bochecha e se vira, novamente, voltando a andar.

Mas desta vez eu não fiz nada, eu apenas engoli o choro e fui andando para casa.

Andei sobre a chuva e não me importei de estar molhando meu vestido e meu cabelo. Eu não conseguia tirar as cenas de minha cabeça. O enterro, Draco me mostrando a Marca Negra, o beijo. Tudo parecia tão impossível, mas estava acontecendo.

Quando cheguei na casa de Lupin, ele saltou do sofá e veio até mim, me olhando preocupado.

— Susie, está tudo bem? Você pegou uma baita chuva.

— P-Preciso...b-banheiro...

Lupin me conduz até o banheiro e eu me tranco lá, tirando a roupa e me jogando na banheira. Deixei que ela se enchesse enquanto eu estava dentro. Eu tentava não pensar no que havia acontecido nas últimas horas, mas era impossível.

E impossível deixar as lágrimas não virem.

Enquanto passo as mão repentinamente pela minha cabeça, afim de não pensar em mais nada, tiro o colar de meu pescoço e o abro. A foto minha bebê com minha mãe ainda estava lá, e a foto que eu havia colocado de meu pai a alguns dias me davam uma visão clara de ambos os sorrisos dos dois. Eram tão bonitos.

Penso que sou parecida com meu pai, não, eu queria poder ficar mais parecida com ele.

Saio da banheira e me enrolo em uma toalha qualquer, pego uma escova para tentar desfazer os nós de meus cabelos. Quem dera eu pudesse desfazer o nó que é minha vida.

Quando me olho no espelho solto um grito e deixo a escova cair.

Meu cabelo estava curto, igual ao de meu pai.

Meu cabelo ainda estava preto, mas o tamanho e sua forma eram iguais ao de meu pai, só que um pouco mais feminino.

Como eu havia feito aquilo?

Troco de roupa rápido e vou até meu tio correndo, desço as escadas apressada.

— Lupin, eu preciso lhe mostrar uma coisa, meu cabelo ele...

Paro de falar assim que vejo Dumbledore sentado ao lado de meu tio em sua poltrona.

— Susie, o que ouve com seu cabelo?

— E-Eu ia dizer isso – olho para Dumbledore de relance, ele esta me olhando curioso.- Enquanto eu estava no banheiro, olhei para a foto de meu pai no colar e quando fui pentear meu cabelo ele estava assim.

— Isso quer dizer que você agora é uma metamorfomaga completa.

— Mas Tonks disse que não sou, disse que eu só podia trocar simples cores do cabelo.

— Bom isso quer dizer que não mais, e que agora pode fazer coisas que metamorfomagos fazem.

— Então pode voltar com seu cabelo normal.- diz Lupin.

Olho para meu reflexo pela janela da sala, eu não estava tão mal, estava um pouco parecida com meu pai, deixo escapar um sorriso e me viro novamente para Lupin e Dumbledore.

— Acho que gostei desse visual.

Dumbledore deixa escapar uma risada, enquanto Lupin apenas sorri.

— Bom Susie, o Prof.Dumbledore me pediu gentilmente para deixá-la ir na casa dos Dursley conversar com Harry.

Fecho a cara.

— Com Harry? O que tem ele? – pergunto séria.

— Bom, Sirius deixou um testamento para você mas também para Harry, eu gostaria de ler com ambos presentes.- explica Dumbledore.

— Tudo bem e quando vamos?.- pergunto cruzando os braços.

— Agora é claro!.- Dumbledore se levanta.

Olho para Lupin boquiaberta e ele dá de ombros me empurrando para a porta.

Enquanto eu e Dumbledore caminhamos silenciosamente até um pedaço de rua, ele começa a me perguntar coisas.

— Como estão indo as coisas Susie?

— Bem, acho que vou ficar bem.

— Todos nós um dia vamos, só precisamos saber qual a forma de nos deixar bem.

— Acho que minha forma é deixá-los mais próximos de mim.

— E isso seria quase ter se transformado em seu pai?

— Talvez.- respondo sorriso.

— A propósito, gostei do visual, ficou mais, madura.

— Obrigada, senhor.- respondo sorrindo e Dumbledore pisca para mim.

Dumbledore estica o braço para mim e explica que vamos aparatar, antes de irmos digo mais uma coisa.

— Mckinnon.

— O que disse? – pergunta Dumbledore surpreso.

— Gostaria de acrescentar esse sobrenome em mim, por favor.

— Com certeza Srta.Black.

— Acho que agora seria, Susie Black Mckinnon.- e sorrio.


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Notas finais do capítulo

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