A Menina de Olhos Cinzentos II escrita por almofadinhas


Capítulo 24
Recomeçar


Notas iniciais do capítulo

Bom sei que demorei bastante para postar, mas para compensar vocês, postarei dois capítulos, e acreditem vão ser demais!!!
Espero que gostem, e por favor comentem!!.
Beijos, Almofadinhas!



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Harry se debatia, se debatia sobre Lupin, o mesmo tentava conter um menino desesperado, chorando e ao mesmo tempo nervoso.

– Não se foi, não! - bradou Harry.

Ele não acreditava, não queria acreditar, mas eu também não acreditava, mas era a verdade. Mesmo assim Harry continuava a lutar contra Lupin com todas as suas forças.

– SIRIUS! – berrou, assim como eu.- SIRIUS!

– Ele não pode voltar, Harry.- disse Lupin, a voz embargando enquanto se esforçava para conter Harry.- Ele não pode voltar porque está m...

– ELE – NÃO – ESTÁ – MORTO! – bradou Harry.- SIRIUS!

No momento em que disse isso, Harry olhou para mim e vi que a situação era realmente verdadeira. Meu pai estava morto. Por um momento eu fiquei zangada com ele, zangada por estar demorando tanto a aparecer, eu havia pensando que ele reapareceria a qualquer minuto, lutando contra os Comensais alegremente, como se aquilo fosse divertido.

Mas ele não voltou.

Eu sabia que ele faria qualquer coisa para tentar me ver ou ver Harry, ele faria qualquer coisa para nós dois. Ele nunca nos deixaria esperando.

Ouviu-se um forte estampido e um berro vindo de trás do estrado. Harry viu Quim tombar no chão, berrando de dor. Bellatrix Lestrange deu meia-volta e fugiu correndo, e Dumbledore se virou depressa. Ele atirou um feitiço contra ela, mas Bellatrix o desviou, agora estava na metade da escadaria.

– Harry, não!.- exclamou Lupin, mas o garoto já se desvencilhara de seu aperto já frouxo.

– ELA MATOU SIRIUS! – bradou Harry. – ELA O MATOU... ELA O MATOU!

E o garoto saiu correndo, subindo os degraus, as pessoas gritavam para ele, mas Harry não deu atenção. Até que eu me levantei do chão e corri atrás dele.

Eu não vou mais perder ninguém.

– SUSIE, NÃO! – Lupin grita comigo, antigamente eu teria medo de sua voz autoritária mas agora eu não queria perder mais ninguém, eu não ia perder Harry.

Mesmo com minha perna altamente dolorida e provavelmente quebrada eu corria como eu podia. Alcancei Harry e Bellatrix, ela lançou um feitiço por cima do ombro. O tanque se ergueu no ar e virou. Harry recebeu um dilúvio de líquido malcheiroso: os cérebros se desprenderam e escorregaram por cima dele, girando os longos tentáculos coloridos, mas ele gritou "Wingardium Leviosa!" e eles voaram para longe.

Tropeçando e escorregando, Harry correu para a porta, saltou por cima de Luna, que gemia no chão, passou por Gina, que exclamou "Harry... quê?", por Rony, que ria bobamente, e Hermione, ainda inconsciente.

– Susie o que está acontecendo? – Gina me perguntou enquanto eu passava correndo por ela e os outros, mas tudo o que eu puder fazer foi apenas olhá-la.

Os dois então entraram em uma sala, entrei na mesma em seguida, aquela sensação de tontura tomou conta de mim e eu fui com tudo no chão. Quando finalmente abri os olhos Harry e Bellatrix discutiam sobre a profecia, Harry ria de uma maneira que me dava calafrios.

– Não tem nada aqui! — gritou Harry.- Nada para convocar! Ela quebrou e ninguém ouviu o que disse, pode informar ao seu chefe!

– Não! - ela gritou.- Não é verdade, você está mentindo! MILORDE, EU TENTEI, EU TENTEI... NÃO ME CASTIGUE...

– Não perca seu fôlego! — berrou Harry.- Ele não pode ouvir você daqui!

– Não posso, Potter? – disse uma voz aguda e fria.

Alto, magro e encapuzado, sua medonha cara ofídica pálida e magra, seus olhos vermelhos de pupilas verticais encarando-o. Lord Voldemort aparecera no meio do saguão, a varinha apontada para Harry, que ficou paralisado, incapaz de se mover.

Me levantei depressa ficando bem atrás de Voldemort.

– Então, você destruiu minha profecia? - perguntou Voldemort mansamente.- Não, Bella, ele não está mentindo, vejo a verdade me encarando de sua mente inútil, meses de preparação, meses de esforço e os meus Comensais da Morte deixaram Harry Potter me frustrar mais uma vez.

– Milorde, sinto muito, eu não sabia, eu estava lutando com o animago Black! — soluçou Bellatrix, atirando-se aos pés de Voldemort quando ele se aproximou lentamente.- Milorde, o senhor devia saber...

– Fique quieta, Bella — disse Voldemort, ameaçador.- Cuidarei de você em um momento. Você acha que entrei no Ministério da Magia para ouvir você choramingar desculpas?

– Mas milorde... ele está aqui... está lá embaixo.- Voldemort não lhe deu atenção.

– Não tenho mais nada a lhe dizer, Potter — falou ele calmamente.- Você tem me aborrecido muitas vezes, por tempo demais. AVADA KEDAVRA!

– PROTEGO.

Fui lançada para trás, a força do feitiço de Voldemort me fez cair aos pés de Harry.

– Ora, o que nós temos aqui? Uma outra Black.

Lord Voldemort me encarou com aqueles olhos vermelhos, me analisando de todos os jeitos possíveis antes de soltar uma risada baixa.

– Pelos menos uma coisa útil você fez Bella, deixar essa menina sozinha.

– Eu não estou sozinha! – respondo baixo, mas aquilo não adiantou muito pois Bellatrix deu uma gargalhada medonha e Voldemort esboçou um sorriso.

– Acho que vai ver seus entes queridos cedo Black, como dizem, primeiro as damas. AVADA KEDAVRA.

Fecho os olhos, se aquela era minha hora eu pelo menos sabia que havia tentado proteger alguém que amava.

Mas nada aconteceu.

Eu não senti nada além de uma brisa sobre meu rosto e quando abro meus olhos lentamente vejo a melhor cena que eu podia ter visto. Uma estátua dourada de um bruxo, agora sem cabeça, ganhou vida na fonte, saltou do pedestal e aterrissou com estrépito no soalho entre mim, e Voldemort. Assim, o feitiço apenas ricocheteou no peito da estátua quando ela abriu os braços para me proteger.

– Quê...?.- exclamou Voldemort, olhando para os lados. E então sussurrou: — Dumbledore!

Dumbledore estava parado à frente das grades douradas. Voldemort ergueu a varinha e um segundo jato de luz verde coriscou no ar contra Dumbledore, que se virou e desapareceu com um rodopio da capa. No segundo seguinte, ele reapareceu atrás de Voldemort e acenou a varinha em direção ao que restara da fonte. As outras estátuas ganharam vida. A da bruxa correu para Bellatrix, que gritou e lançou feitiços, mas estes deslizaram inutilmente pelo peito da estátua, que se atirou sobre a bruxa e a pregou no chão. Eu sem querer ri, mas no fundo eu sabia que não podia ter feito isso. Dumbledore avançou para Voldemort.

– Foi uma tolice vir aqui hoje à noite, Tom.- disse Dumbledore calmamente.- Os aurores estão a caminho.

– Altura em que estarei longe e você morto!.- vociferou Voldemort. Ele lançou outra maldição letal contra Dumbledore, mas errou o alvo atingindo a mesa do guarda de segurança, que incendiou.

– Susie precisa sair daqui.

– Não, Harry eu não vou deixar você.

– Eu nunca vou te deixar, mas precisa ir embora ou pode se machucar – Harry me ajuda a levantar do chão e eu sinto uma pontada pelo meu corpo me fazendo ir para frente, eu não conseguia andar.- Consegue andar?.

– E-Eu não sei, não sinto minhas pernas direito, tudo dói.

– Sabe que eu não posso sair daqui, precisa tentar ir sozinha, encontre os outros e fuja.- Harry até então me ajuda a correr para um lugar longe da briga de Dumbledore e Voldemort, quando não posso mais ter sua ajuda tento correr o mais rápido que consigo mas não era muito possível.

– ONDE PENSA QUE ESTÁ INDO PESTE? CRUCIO.

Caio de cara no chão com uma dor insuportável, Bellatrix estava bem em cima de mim com a varinha sobre minha cabeça, estava tudo embaçado mas dava para ver nitidamente seu rosto já com alguns machucados.

– Pronta para se juntar ao seu papaizinho? – eu queria gritar, estapeá-la e matá-la, mas não para pedir clemência, e sim por ter citado meu pai.

Bellatrix demonstra um riso torto e a varinha estava já sobre meu peito, mas antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa uma luz vermelha a atinge no ombro com força a fazendo cair para trás e bater a cabeça em alguma coisa, antes de apagar totalmente olho para o lado.

E a última coisa que vejo é um elfo.

(....)

Acordei com gritos. Gritos de dor, gritos de raiva, gritos altos. Meus gritos.

Não me importei com o fato de meu corpo estar altamente dolorido, ou com o fato de eu estar em um hospital, eu apenas gritei.

– NÃO, PAI, NÃO!

– Susie...- sinto dois braços se envolverem em mim e sinto meu corpo amolecer e os gritos diminuírem.

Meu coração desacelera e eu vejo Lupin, ele esta com o rosto cansado, mas mesmo assim se pós a ficar comigo.

– L-Lupin? Onde estamos?

– No St.Mungus, você estava muito mal Susie, a encontramos desmaiada no meio do confronto de Dumbledore e Voldemort - Lupin prende a respiração e volta a falar.- Você quebrou uma das pernas, fraturou não sei quantas costelas, quebrou o nariz, e eu estou aqui tentando entender como conseguiu correr e fazer tudo o que conseguiu.

– Lupin, Sirius...ele...

Lupin me olha com pena, e eu olho para o lado, não queria que ele me visse chorando.

Ele havia mesmo ido embora, ele realmente havia morrido. Por que eu ainda tentava me convencer de que não?.

– Susie, olha, eu não posso mais prender você. Sirius e você tinham uma ligação, se quiser vir morar comigo tudo bem, mas se quiser fazer outra coisa...

– N-Não, Lupin, eu só não sei o que fazer – sem perceber deixo as lágrimas caírem com mais intensidade.- Ele entrou e saiu da minha vida de uma hora pra outra, isso é tão injusto.

– Susie, no mundo nada é justo ou injusto, as coisas acontecem como deveriam acontecer.

– Mas eu não queria que acontecesse, eu queria ele aqui, comigo, nós dois, ele prometeu que seriamos uma família.- começo a soluçar, Lupin não tinha mais o que dizer a não ser me abraçar.

Ficamos assim por um tempo até eu me acalmar e perceber que meu cabelo não está mais rosa, eu odiava ser uma metamorfomaga.

– Eu pensei que você quisesse dar um último adeus a seu pai, então programei um enterro.- as palavras de Lupin soam pesadas, para ele também deveria estar sendo difícil.

– Não precisa fazer isso se não quiser.

– Que engraçado, era eu quem deveria estar dizendo isso para você Susie.- Lupin esboça um sorriso, mas sem mostrar os dentes.- Enfim, o hospital lhe dará alta daqui a alguns dias e você poderá ir pra casa.

– Mas meu ano letivo, ainda não terminou.

– Dumbledore entende a sua situação Susie.

– Mas talvez se eu estiver em Hogwarts eu esteja melhor, lá é minha casa.

Lupin olha para mim por alguns instantes, como se tivesse visto um fantasma. Então eu entendo, esse era o tipo de coisa que meu pai dizia e faria.

– Susie, as aulas acabaram e ...

– As aulas acabaram? – olho para Lupin assustada.- Não, eu já fiz os N.O.M.s mas, ainda temos aula e...

– Susie, estamos quase no final de julho.

– Por quanto tempo eu fiquei aqui?.- pergunto por fim, mas com medo da resposta.

– Mais ou menos seis semanas.

Olho ao meu redor assustada, nervosa, confusa? Eu não sei, mas tudo o que eu sabia era que eu havia dormido por seis semanas, e para mim pareciam apenas horas.

– Enquanto aos outros? Harry, Hermione, Rony, Neville, Gina e Luna? Eles estão bem?

– Claro que sim. Todos eles já estão em suas casas, estão todos bem.

Esperava que Lupin dissesse que eles tinham me deixado cartas, ou talvez vieram me visitar enquanto eu estava desacordada, principalmente Harry. Mas eu estava errada.

Lupin se levanta e se dirige a uma grande porta branca, eu não havia reparado mas eu estava em um quarto sozinha e não naquele quartos onde se divide com alguém. Meu quarto era branco, havia apenas uma janela, e uma escrivaninha pequena onde havia um vaso de flores vermelhas e uma muda de roupas pretas em uma cadeira ao meu lado esquerdo.

– Você sairá daqui a dois dias, a médica já lhe deu alta.

– Mas para que a muda de roupas pretas?

– O enterro é no dia em que você sai.

Tento parecer calma, mas eu não estava, meu corpo começa a tremer, olho para a muda de roupas pretas como se elas fossem monstros.

Eu não estava preparada para me vestir daquele jeito.

Não queria dar um último adeus a meu pai.


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Notas finais do capítulo

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