– Susie tente se acalmar, não vai adiantar nada ficar nervosa.

– Como quer que eu me sinta Hermione? – pergunto limpando meu rosto.- Como quer que eu me sinta sabendo que meu pai pode estar morto?.

– Como é que vamos chegar lá? — Harry se pronuncia. Fez-se um momento de silêncio. Então Rony perguntou:

– Ch-chegar lá?

– Chegar ao Departamento de Mistérios para poder salvar Sirius!.- disse Harry em voz alta olhando para mim.

– Mas... Harry...- disse Rony com a voz fraca.

– Quê? Quê?.- exclamou Harry.

– Harry - disse Hermione com a voz muito assustada.- ah... como... como foi que Voldemort entrou no Ministério da Magia sem ninguém perceber a presença dele?

– Como é que eu vou saber?.- urrou Harry.- A questão é como nós vamos entrar lá!

– Mas... Harry, pense.- disse Hermione, chegando mais perto dele.- são cinco horas da tarde... o Ministério da Magia deve estar cheio de funcionários... como é que Voldemort e Sirius entraram lá sem serem vistos? Harry... eles são provavelmente os dois bruxos mais procurados do mundo... você acha que poderiam entrar em um prédio cheio de Aurores sem ninguém perceber?

– Eu não sei, Voldemort usou uma Capa da Invisibilidade ou qualquer outra coisa.- gritou Harry.- De qualquer maneira, o Departamento de Mistérios sempre esteve completamente vazio nas vezes que estive...

– Você nunca esteve lá, Harry.- disse Hermione com a voz calma.- Você sonhou com aquele lugar, foi só.

– Não são sonhos normais!.- gritou Harry para ela, se levantando e por sua vez se aproximando mais dela.- Como é que você explica, então, o pai de Rony, o que foi aquilo, como é que eu soube o que tinha acontecido a ele?

– Ele tem razão.- disse Rony baixinho, olhando para Hermione.

– Mas isto é simplesmente... simplesmente tão improvável! — disse Hermione desesperada.- Harry, como é que Voldemort poderia ter pegado Sirius se ele tem ficado o tempo todo no Largo Grimmauld?

– Sirius pode ter pirado e tido vontade de tomar um ar fresco — disse Rony, parecendo preocupado.- Está desesperado para sair daquela casa há séculos...

– Mas ele prometeu, prometeu que não iria sair, além do mais ele tem Tonks e Lupin para ficar com ele.- digo baixo.

– Mas por que.- insistiu Hermione.- Voldemort iria querer usar Sirius para apanhar a arma, ou seja lá o que for a tal coisa?

– Não sei, haveria um monte de razões! — berrou Harry.- Vai ver Sirius é só alguém que Voldemort não se importa de ferir...

– Sabe de uma coisa, acabou de me ocorrer – disse Rony aos sussurros.- O irmão de Sirius não era um Comensal da Morte? Talvez tenha contado a Sirius o segredo para conseguir a arma!

– É... e é por isso que Dumbledore tem insistido tanto em manter o Sirius trancado o tempo todo!.- disse Harry.

– Olhe, sinto muito — exclamou Hermione.- mas nenhum de vocês dois está fazendo sentido, e não temos provas de nada disso, nem mesmo uma prova de que Voldemort e Sirius estejam lá...

– Hermione, Harry viu os dois!.- disse Rony, se voltando para ela.

– O.k. — disse a garota, parecendo assustada, mas decidida.- Mas tenho que lhe dizer uma coisa...

– O quê?

– Você... e isto não é uma crítica, Harry! Mas você tem... meio que... quero dizer... você não acha que tem um pouco a... a... mania de salvar as pessoas?

Harry lançou a Hermione um olhar feroz, eu sabia que os dois iriam começar a discutir.

– ANTES DOS DOIS COMEÇAREM UM DUELO IDIOTA BEM NA MINHA FRENTE, SÓ ESTOU PASSANDO PARA LEMBRAR QUE SE ISSO FOR VERDADE, SE MEU PAI ESTIVER MESMO NAS MÃOS DE VOLDEMORT NO MINISTÉRIO, ELE PODE MORRER A QUALQUER MINUTO E ATÉ AGORA NÃO NOS MEXEMOS UM DEDO SE QUER PARA VER SE ELE ESTÁ BEM.

– Susie...- Harry ia começar a falar mas a porta se abriu e Gina Weasley apareceu.

– Oi — disse Gina, insegura.- Reconhecemos a voz de Harry e Susie. Por que é que estão gritando?

– Não é da sua conta.- respondeu Harry grosseiramente. Gina ergueu as sobrancelhas.

– Não precisa usar esse tom de voz comigo - disse tranquila.- Eu só pensei que talvez pudesse ajudar.

– Pois não pode.- respondeu ele secamente.

– Você está sendo muito grosseiro, sabe?.- disse Luna com serenidade.

Harry disse um palavrão e deu as costas. A última coisa que ele queria agora era conversar com Luna Lovegood.

– Espere - disse Hermione de repente.- Espere... Harry, elas podem ajudar.

Harry, Rony e eu olhamos para Hermione.

– Escute - disse ela com urgência.- Harry, precisamos determinar se Sirius realmente deixou a sede.

– Eu já lhe disse que...

– Harry, estou lhe suplicando, por favor! — insistiu Hermione desesperada.- Por favor, vamos verificar se Sirius está em casa antes de sair correndo para Londres. Se descobrirmos que ele não está lá, então juro que não vou tentar impedir você. Vou junto, farei o que for preciso para tentar salvá-lo.

– Sirius está sendo torturado AGORA! — gritou Harry.- Não temos tempo a perder.

– Mas se isso for um truque de Voldemort, Harry, precisamos verificar, simplesmente precisamos.

– Tenho uma ideia – digo e todos se viram para mim.- Temos a lareira de Dolores, Harry e Hermione podem ir até lá com a Capa de Invisibilidade, eu e Rony vamos tentar distrair Dolores e Filch dizendo que Pirraça está destruindo o departamento de Transfiguração. Gina e Luna ficaram em cada ponta do corredor onde Hermione e Harry irão passar e dirão que está infestada de Gás Garroteante.

Todos me olham espantados, Hermione foi a que mais ficou surpresa.

– Olha, quando se trata de planos contra Umbridge eu até me dou bem.

– Esse foi o plano mais bem bolado que já ouvi, melhor que um dos gêmeos.- Rony diz erguendo a mão e eu bato como um cumprimento.

– Nem tanto, provavelmente alguém da Sonserina irá falar para Dolores que eu e Luna estamos interrompendo a passagem.- diz Gina.

– Posso cuidar disso também.- digo.

– Ah claro, você pode pedir ao Draco Malfoy.- quando Luna diz abaixo a cabeça, Harry bufa e Rony revira os olhos enquanto Gina e Hermione se entreolham. Sei que Luna não fez por mal.

– Vamos colocar o plano em pratica então?.

– Espera e como vamos chegar ao Departamento de Mistérios depois?.

– O Departamento de Mistérios?.- perguntou Luna, parecendo ligeiramente surpresa. - Mas como é que você vai chegar lá?

Harry a ignorou.

– O.k. – concordou Hermione.- Bom, então, Harry, você e eu vamos usar a Capa da Invisibilidade e entrar na sala da Umbridge, e você pode falar com o Sirius.

– Ele não está lá, Hermione!

– Quero dizer, você pode... pode verificar se Sirius está ou não em casa enquanto eu vigio, acho que você não devia ficar na sala sozinho. Lino já provou que a janela é um ponto fraco, mandando aqueles pelúcios por lá.

Harry reconheceu no oferecimento de Hermione para acompanhá-lo à sala da Umbridge um sinal de solidariedade e lealdade.

– Eu... o.k., obrigado — murmurou Harry.

– Certo, bom, mesmo se fizermos tudo isso, acho que não vamos poder contar com mais de cinco minutos.- disse Hermione, com um ar de alívio ao ver que Harry parecia ter aceitado o plano.- Não com o Filch e a maldita Brigada Inquisitorial soltos pelos corredores.

– Cinco minutos serão suficientes — disse Harry.- Vamos andando, então...

– Agora? — exclamou Hermione, parecendo chocada.

– Claro que é agora! — disse Harry, zangado.- Que é que você pensou, que íamos esperar até depois do jantar ou outra hora qualquer? Hermione, Sirius está sendo torturado neste momento!

– Eu... ah, tudo bem — disse a garota, desesperada.- Vai apanhar a Capa da Invisibilidade e encontraremos você no fim do corredor da Umbridge, o.k.?

Harry subiu as escadas correndo enquanto eu, Hermione, Gina, Rony e Luna fomos direto para o nosso plano.

Gina e Luna ficaram distraindo os alunos, eu e Rony fomos procurar Filch e Dolores, o que não foi tão difícil.

– Diretora, diretora, por favor nos ajude, é Pirraça.

– Ele está destruindo o Departamento de Transfiguração, está tudo uma bagunça.- Rony completou para mim.

– Maldito poltergeist, vamos lá Sr.Filch.

Enquanto Umbridge e Filch andavam na nossa frente, dou uma piscadela para Rony e ele sorri, nosso plano estava dando certo. Quando andamos até o corredor encontrei Draco, sai discretamente do lado de Rony e fui falar com ele.

– Draco, oi.

– Susie, o que está acontecendo?.- ele me pergunta preocupado.

– Como assim?.

– Susie! – Rony grita.

– O que pensam que estão fazendo? Estavam tentando me enganar? Draco, peguem-nos.- Dolores grita.

Draco me olhou confuso e surpreso, mas eu não tinha outra opção.

– Me desculpa.- e o empurrei.

– RONY CORRE.

– VÃO ATRÁS DELES, ANDEM SEUS IDIOTAS.

Era a primeira vez que via Dolores com tanta raiva, a Brigada estava atrás de nós e o máximo que podíamos fazer era correr, mas eu não tinha mais consciência nem razão nenhuma.

Atirei o primeiro feitiço:

– Estupefaça.

– FICOU LOUCA?.- Rony grita.

– Precisamos fugir, se não ela irá descobrir...

– Estupefaça.- Rony caiu ao meu lado, e quem havia lançado o feitiço era Goyle.

– RONY.- grito mas dois da Brigada o haviam pegado.

– Susie corre.- faço o que ele manda e eu corro.

Esbarro e algumas pessoas ao longo do corredor, eu não conseguia me despistar de nenhum deles.

– Caramba.

– Andrew? – olho para trás, eles estavam perto.- Me ajuda, por favor Andrew me ajuda.

Andrew me olha desconfiado, quando olha para trás percebe minha situação, ele pega minha mão e corre comigo até a cozinha ( perto do salão comunal da Lufa Lufa) onde despistamos algumas pessoas da Brigada.

– Andrew eu não sei como lhe agradecer.- digo ofegante.

– Não precisa.- ele diz seco.

– Olha sei que está triste comigo, todos estão acredite, mas eu sou a mesma, sou a Susie que você conheceu, tente me entender.

– Entender o que? Que você mentiu pra todo mundo? Susie você sabe muito bem quem é Draco Malfoy, ele te perturba desde quando você colocou os pés em Hogwarts, eu via ele mexendo com você, vi o dia em que ele te empurrou e você caiu de joelhos no chão, vi o dia do trem em que ele brincou dizendo que você não tinha pais, vi você chorar por ele Susie.- olho para Andrew assustada, como ele sabia de tudo aquilo?.- Agora está aí, correndo atrás dele como uma cachorrinha idiota.

– Não fala assim.

– Como quer que eu fale Black? Draco conseguiu o que queria!

– O que então ele queria? Ele só quer ser meu amigo.- dessa vez perco a cabeça e quase grito.

– Você é mesmo muito burra Susie Black.

– O que disse?.- pego minha varinha e Andrew ri se aproximando.

– Draco conseguiu o que muito não conseguem, você.

– O que? Andrew do que...

Um barulho estridente veio da cozinha, um elfo acabara de derrubar uma lata inteira de alguma coisa vermelha, era Dobby.

– Dobby!.

– Srta.Black que prazer em revela.

– Dobby, preciso de sua ajuda, precisamos ajudar Harry Potter.

– Harry Potter, meu senhor, sempre o ajudarei.

– Ótimo, só precisa me levar até a sala de Umbridge e me deixar em um lugar bem escondido.

– Venha comigo Srta.Black.- Dobby segura minha mão, tive que abaixar minha coluna para ficar mais ou menos de sua altura.

– Ainda não terminamos isso Susie.

– Acredite Andrew, nos terminamos isso sim.- digo friamente e ele vai embora antes de mim.

Dobby então para no meio do corredor e fecha os olhos se concentrando, em poucos minutos eu não sentia mais o chão em meus pés. Uma sensação de enjôo tomava conta de mim enquanto minha cabeça girava bruscamente, quando a tontura passou eu estava dentro da sala de Umbridge e Dobby havia sumido.

– Susie?.- olho para o lado e vejo Gina, então me dou conta que alguns da Brigada estavam em volta de mim.

– Meu Deus.

– SE ABAIXA.- Rony grita.

– Estupefaça.

– Expelliarmus.

– Obscuro.- Pansy lançou em minha direção mas fui mais rápida.

– Protego.

– SUSIE ATRÁS DE VOCÊ.- dessa vez Gina grita.

– Estupefaça.

– Caramba, ela é boa.

Enquanto eu acabava com algumas cobras uma por uma consegui tirar meus amigos de lá. Foi então que eu reparei que Draco não estava ali,

– Valeu mesmo Susie.- disse Neville, e eu nem havia reparado que ele estava ali, mas quanto mais gente melhor.

– De nada, agora, onde está Harry e Hermione?.

– Hermione teve alguma ideia para se livrar de Umbridge, não sei ao certo o que é, mas temos que ir.

Quando encontramos Harry e Hermione, Rony entregou a varinha dos dois e voltamos para aquelas belas discussões que sempre tinham entre eles.

– Não quero ser chata nem nada, mas meu pai pode estar morto e vocês estão discutindo por coisas idiotas.

– Tudo bem, Susie está certa, como vamos até o Ministério?.- pergunta Neville cruzando os braços.

Ninguém tinha a mínima idéia, nem eu tinha, até que escutamos uma voz muito contente atrás de nós.

– Voando é claro!

(....)

– ESSA FOI A MELHOR IDEIA DE TODOS OS TEMPOS.- grita Rony atrás de mim.

– SENTI UM POUCO DE IRONIA NA SUA VOZ WEASLEY.- grito de volta e sinto uma gargalhada aguda de Gina bem ao meu lado.

– ALGUM PROBLEMA BLACK?.- Rony grita novamente e dessa vez eu me viro para trás e dou língua.

– OS DOIS PAREM AGORA.- Harry grita a minha frente.

Luna Lovegood, teve a brilhante ideia de todos nós irmos para o Ministério da Magia voando, mas não em um avião, ou em uma vassoura.

Mas sim em Testrálios.

Eu estava muito nervosa e ansiosa, Hermione já havia me avisado sobre meu cabelo, mas meu pai podia estar morto e eu torcia para que Harry apenas estivesse enganado e que Sirius estaria bem, são e salvo.

Quando chegamos ao Departamento de Mistérios, senti um peso enorme sobre meus ombros, alguma coisa estranha estava martelando em minha cabeça, e eu não sabia o que era.

– Alguém feche a porta — murmurou Harry.

Provavelmente ele se arrependeu de ter dado a ordem no momento em que Neville a obedeceu. Sem a longa réstia de luz que vinha do corredor iluminado pelos archotes, a sala se tornou tão escura que por um instante as únicas coisas que os garotos conseguiam ver eram os candelabros de chamas trêmulas e azuladas nas paredes e seu reflexo fantasmagórico no chão.

A sala circular estava girando.

Hermione agarrou o braço de Harry como se temesse que o chão fosse mexer também, mas isto não aconteceu. Durante alguns segundos, as chamas azuis ao nosso redor ficaram borradas, lembrando linhas de neon, à medida que a parede ganhou velocidade; então, com a mesma brusquidão com que o movimento começara, o ronco parou e tudo se imobilizou outra vez.

– Que foi isso? — sussurrou Rony cheio de medo.

– Acho que foi para nos impedir de saber por qual porta entramos – disse Gina com a voz abafada.

Gina tinha razão: identificar a porta de saída seria tão difícil quanto localizar uma formiga naquele piso muito negro; e a porta pela qual deviam prosseguir podia ser qualquer uma das doze que os cercavam.

– Como é que vamos sair na volta?.- perguntou Neville pouco à vontade.

– Bom, isso agora não tem importância.- disse Harry convincente, piscando para tentar apagar as linhas azuis de sua vista, e apertando a varinha com mais força que nunca, eu também fazia isso.- não vamos precisar sair até termos encontrado Sirius...

– Vamos procurar por ele pessoal.- digo.

Eu e Luna fomos por um lado enquanto eu grupo foi por outro. Nenhum sinal de meu pai.

Em alguns minutos escutei a voz de Harry dizer alguma coisa sobre seu nome estar escrito em um globo.

– Mas o que é isso?.- pergunta Gina.

– São profecias não são?.- Neville olha curioso para o globo.

– Profecias só podem ser tiradas por aqueles de quem elas falam.- falo olhando para os globos a volta.

– Está corretíssima Srta.Black - então, às nossas costas, uma voz arrastada falou.- Muito bem, Potter. Agora se vire, muito devagarinho, e me entregue isso.