A Menina de Olhos Cinzentos II escrita por almofadinhas


Capítulo 20
Orientação Vocacional


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, não sei se demorei muito mas enfim, aqui esta, espero que gostem!!
Eu adorei escrever esse capítulo, fiquei em dúvida se fazia com a parte do filme ou do livro mas eu amei a do livro então eu decidi escrever da do livro!!! Obrigada pelos comentários me sinto tão feliz que tenham gostado.
OBS: Alguém sabe se alguém tem como fazer uma capa para essa fanfic, como a outra (A Menina de Olhos Cinzentos)?? Eu gosto muito dessa mas queria uma melhor!!.



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Lembra que eu disse que as coisas haviam melhorado?

Eu estava enganada, não melhoraram porcaria nenhuma.

Aconteceu a pior coisa que podia acontecer, Dumbledore foi expulso do cargo de Diretor porque ele acabou levando a culpa pela Armanda de Dumbledore, pois tinha o nome dele e ao invés de negar ele mentiu dizendo que ele instruiu os alunos a fazerem a organização, o Ministro então achou mesmo que Dumbledore estava fazendo um exercito de alunos, ele quase foi para Askaban, mas como todos sabem Alvo Dumbledore é o maior bruxo de todos os tempos.

Só tinha um problema.

Agora Dolores Umbridge ocupou o lugar dele como Diretora de Hogwarts.

No momento quero me jogar da Torre Astronomia.

Todos os membros da AD foram castigados, mas eu fui quem recebeu mais detenções, minha mão não parava de sangrar um minuto se quer, parei na enfermaria duas vezes e voltei a usar as luvas. Dolores sempre me ameaçava expulsar a mim e a Harry se eu não contasse onde estava meu pai, mas acreditem eu sou dura na queda.

Os N.O.M.s estavam chegando e eu só tinha tempo para estudar à noite, porque ou eu estava em aula ou estava com uma Dolores psicopata tentando me matar mutilando minha mão.

Depois que todos da Grifinória souberam o que eu fiz alguns voltaram a falar comigo, mas como sempre, os três mosqueteiros ( Andrew, Simas e Dino) me evitavam, apenas Andrew tentava falar comigo, mas só as vezes.

Hoje era o dia da orientação vocacional, e eu não fazia ideia do que dizer ou falar, pois eu não sabia o que eu queria ser ou fazer da vida. Meu sonho era ser jogadora de quadribol, Gina também queria ser, mas também gosto muito de escrever e eu me interessei em escrever para o Profeta Diário, pelos menos tentar salvar esse jornal. Os alunos teriam que conversar com dos diretores de suas respectivas casas, eu teria que falar com Minervas as quatro da tarde.

Enquanto isso, algumas pessoas conversavam.

– Você precisaria muito mais do que um bom senso de humor para fazer a ligação com o meu tio — comentou Harry sobriamente.- Bom senso para saber a hora de se proteger, o que é mais provável.- Ele estava na metade de um panfleto sobre o sistema bancário bruxo.- Escutem só isso: Você está procurando uma carreira estimulante que oferece viagens, aventuras e substanciais abonos do tesouro para compensar os riscos? Então pense em trabalhar para o Banco Bruxo Gringotes, que no momento está recrutando desfazedores de feitiços para emocionantes cargos no exterior. Mas exigem Aritmancia: você poderia se candidatar, Hermione!

– Não gosto muito de bancos.

– Nem eu, que graça tem?.- comento e Hermione concorda.

– Eí.- chamou uma voz ao ouvido de Harry eram Fred e Jorge.

– Gina nos deu uma palavrinha sobre você.- disse Fred, esticando as pernas na mesa em frente e fazendo vários livretos sobre carreiras no Ministério da Magia escorregarem para o chão, deixando Hermione furiosa.- Ela diz que você precisa falar com Sirius?

– Que?.- eu e Hermione dissemos em uníssono.

– É...- disse Harry tentando parecer displicente.- é, achei que gostaria...

– Não seja ridículo - disse Hermione, se levantando e encarando-o como se não conseguisse acreditar no que ouvia.- Com a Umbridge metendo a mão nas lareiras e revistando as corujas?.

– Bom, achamos que podemos contornar isso.- disse Jorge, se espreguiçando sorridente.- Basta simplesmente promover uma distração. Ora, você talvez tenha notado que andamos muito quietos nas férias de Páscoa?.

– De que adiantava, nós nos perguntamos, estragar a temporada de lazer? — continuou Fred.- De nada, respondemos. E, naturalmente, estaríamos também atrapalhando as revisões dos colegas, o que seria a última coisa que íamos querer fazer.

Fred sacudiu a cabeça fazendo cara de santo para Hermione. Ela ficou bastante surpresa com a sua consideração.

– Mas amanhã recomeçamos vida normal — continuou ele animado.- E se vamos causar um certo tumulto, por que não fazer isso de modo que Harry possa bater um papo com o Sirius?

– Sei, mas ainda assim - falou Hermione, com ar de quem explica uma coisa muito simples a alguém muito obtuso.- mesmo que vocês promovam uma distração, como é que Harry vai falar com o padrinho?

– Na sala da Umbridge.- digo baixinho.

– Você enlouqueceu, Susie? — exclamou Hermione num sussurro. Rony baixara o folheto sobre carreiras no Comércio de Fungos Cultivados, e observava a conversa desconfiado.

– Acho que não.- respondeu Harry sacudindo os ombros e rindo.

– E como é que você vai chegar lá, para começar?.

– O canivete de Sirius.

– Como?.

– Você anda armado?.- pergunto e Harry revira os olhos.

– No Natal do ano retrasado Sirius me deu um canivete que abre qualquer fechadura — explicou Harry.- Então, mesmo que a Umbridge tenha enfeitiçado a porta com um Alorromora, o que aposto que fez, não vai adiantar.

– Então está decidido, os gêmeos distraem o pessoal e eu e Harry vamos falar com Sirius.

– Eu prefiro fazer isso sozinho.

– Harry meu querido, esqueceu que ele é meu pai?.

– Por um infeliz acaso do destino.- dou um tapa na cabeça de Rony e isso faz todos em volta rir. Era a primeira vez que ele se dirigia a mim.

Tivemos aula de poções e mesmo eu ignorando o fato de Snape ter me dado um dois pela minha poção, eu estava nervosa com a orientação, eu não tinha a mínima ideia do que eu podia ser ou o que eu queria fazer.

– Susie, se continuar assim você que vai acabar ficando toda rosa.

– Estou nervosa Rosemary, nervosa por causa da orientação.

– Não fique nervosa antes de mim garota, minha orientação é em minutos, a sua é só as quatro.

– Que horas são?.

– Duas e meia.- responde Silene.

– Meu Deus.

– Acho que Susie vai ter uma hemorragia.

– Você ainda tem o kit mata aula dos gêmeos?.- pergunta Chester e ao mesmo tempo Silene.

– Será que vocês podiam parar de falar um minuto, minha cabeça dói e eu estou ansiosa, isso não esta ajudando.

– Desculpa.- os três respondem juntos, me fazendo rir.

– Susie, olha só quem está olhando pra cá.- Silene vira meu ombro e eu dou de cara com Draco.

Ele tinha um olhar triste, Parkison estava o abraçando pelo pescoço enquanto ele tentava rir de alguma piada de Crabbe ou Goyle. Eu não havia falando com ele desde o dia em que pedi para ele me entregar no lugar de Harry.

– Ele me perguntou de você, eu contei o que aconteceu, eu soube por Rosemary, pedi para ele dar um tempo.- diz Chester.

– Por que fez isso?.

– Susie, você precisa de tempo, reconquistou a confiança dos grifinorios, mas você não sabe se eles vão continuar aceitando uma menina da Grifinória ou um menino da Sonserina como amigos.

– Mas você e eu somos amigos, você é da Sonserina, eu sou da Grifinória, sua irmã é da Grifinória.

– Estamos falando de Draco Malfoy e Susie Black, ele é um metido a rico, filhinho de papai dedo-duro e egocêntrico, você é a rainha do quadribol, popular e filha do assassino mais procurado, isso faz de você uma estrela. Não seria meio estranho vocês dois serem amigos, sendo que a alguns anos ele sempre pegava no seu pé?

– Eu sei, mas não me importo com isso, ele é diferente comigo, sempre conversamos civilizadamente, ele me conta os seus segredos e eu conto os meus.

– Não querendo sair do assunto, como foi que o pessoal da Sonserina reagiu a tudo isso?.- Rosemary pergunta para Chester.

– Bem...acho melhor eu não...

– Começou agora termina Motclair – cruzei os braços e Chester se assustou.- Anda, fala.

– Pansy deu a ideia de Draco falar que você era apenas mais uma pra lista.

– Como é?.

– Pansy teve a ideia de Draco falar pra todos que você era a primeira menina da Grifinória com quem ele ficou, mas ele não disse nada ela que começou, afinal ele é bem popular na nossa casa por ficar com as meninas.

Eu não sabia daquilo, ele nunca me falou, por que eu estava com ciúmes?.

Sai da roda de onde estava meu amigos e fui em direção aonde estava a roda do grupinho de Draco. Quando ele me viu esboçou um sorriso mas depois o mesmo se apagou quando viu minha cara de poucos amigos e o meu cabelo.

– Olha só se não é a Black.- Pansy começou, aquilo não prestou.

– Só passei aqui para dizer que eu não sou um brinquedo Parkison, eu não sou uma vadia como você, não tentei quase três anos da minha vida dar o rabo pro garoto mais popular da Sonserina.

– Como você...

– Eu minha querida, tenho muito mais coragem do que você, assumo que estou falando com Malfoy e ele é meu amigo, não preciso de uma demente como você para inventar coisas idiotas e tentar inverter a história.

Todos em volta gritavam “Toma essa” ou “Vamos lá Susie, acaba com ela”, Pansy se jogou em cima de mim e puxou meu cabelo.

Aquele foi o primeiro erro dela.

Eu a empurrei e ela caiu no chão mas ela se levantou rápido me dando um soco, e eu acabei com minha boca sangrando. Umbridge chegou na hora em que ela havia me socado, alguns alunos foram a meu favor e acho que foi a primeira detenção de Pansy Parkison.

– Temos que levar você até a ala hospitalar.- Chester me segura pelo ombro, mas eu recuo.

– Não precisa, eu to bem, só preciso de água.

– Desculpa galera, mas tenho que ir para minha orientação, a gente se vê mais tarde.- Rosemary entra na sala de Minerva e eu fico sentada com Chester e Silene.

– Eu nunca mais conto nada pra você garota, está tentando se matar?.

– Quantos socos já levou esse ano Susie?.- perguntou Silene risonha.

– Quer por ordem alfabética ou pode ser no aleatório mesmo?.- Chester e Silene caem na gargalhada.

Ficamos assim até Rosemary sair e ir Silene e Chester, claro que ele foi ser orientado por Snape, coitado.

Depois eu fiquei sozinha, sentada, segurando a alça de minha mochila e respirando fundo. Depois da confusão Draco não veio falar comigo, ele acompanhou Pansy até a enfermaria ou a sala de Umbridge. Eu queria não estar incomodada, mas era impossível.

Quando Harry saiu da sala ele parecia triste e atordoado, ele passou por mim sem me cumprimentar. Me levantei e fui até a porta de Minerva, a abri e lá estava Dolores Umbridge.

Eu disse, aquilo já era perseguição.

As duas estavam de pé, encarando uma a outra, Minerva se sentou no exato momento em que me viu.

– Black, ande, pode entrar e se sentar.

– Eu não sei se demorei mas...

– Não, chegou até mais cedo, por favor, sente-se.

Me sentei de frente para Minerva, Umbridge estava bem ao meu lado mas atrás de mim, anotando alguma coisas em seu caderno, aquele barulho ia me enlouquecer.

– Bom, Black, esta reunião é para discutirmos as idéias sobre carreiras que você já tenha, e ajudá-la a decidir que disciplinas você deve fazer no sexto e sétimo anos.- começou McGonagall.- Você já pensou no que gostaria de fazer quando terminasse Hogwarts?.

– Sim eu pensei em ser jogadora de quadribol, ou auror.

Auror? Susie de onde você tirou auror?.

Será que eu enlouqueci?.

Por que eu falei aquilo?.

– Bom, se você quiser realmente ser jogadora de quadribol não precisa de muita coisa, certo? Apenas talento, e se me permite dizer, você tem muito.- eu sorri com o que Minerva disse.- Mas se você quiser ser auror precisaria de notas excelentes para isso.- disse a Profª McGonagall, puxando uma folhinha escura de baixo dos papéis em sua mesa e abrindo-a.- Exige-se um mínimo de cinco N.I.E.M.s, e nenhuma nota abaixo de "Excepcional", pelo que vejo. Depois você teria de passar por uma série de testes rigorosos de caráter e aptidão, na Seção de Aurores. É uma carreira difícil, em que somente se aceitam os melhores. De fato, não me lembro de terem aceito ninguém nos últimos três anos. Suponho que queira saber que disciplinas precisará estudar, não.- assenti e Minerva continuou:

– Naturalmente - disse a Profª McGonagall.- Eu também aconselharia, Transfiguração, porque os aurores muitas vezes precisam se transfigurar e destransfigurar em seu trabalho. E devo preveni-la, Black, que não aceito alunos nas minhas turmas de N.I.E.M que não tenham obtido "Excede as Expectativas" ou notas mais altas no N.O.M. Eu diria que sua média é "Excede as Expectativas" no momento, então está tudo bem. Depois, terá de estudar Feitiços, sempre útil, e Poções - acrescentou, com um sorriso quase imperceptível.- Venenos e antídotos são disciplinas essenciais para os aurores. E devo lhe dizer que o Prof. Snape absolutamente se recusa a aceitar alunos que não tenham obtido "Excepcional" nos N.O.M.s, e pelo que vejo você está um pouco abaixo, mas sei que irá melhorar, portanto... Ah, não.- Minerva revirou os olhos quando Umbridge se pronunciou.

– Susie Black não tem talento para ser auror, como Potter.

– Ora, vamos, por que ambos não podem ser aurores? Eles são excelentes alunos, Susie é maravilhosa em Transfiguração e Potter é quase perfeito em Defesa Contra Artes das Trevas.

– Os dois tem ficha criminal.

– Eu tenho ficha criminal?.- pergunto baixo mas Dolores pareceu escutar pois deu um risinho.

– O pai dela, isso não quer dizer que ela tenha.

– Ela mora com um lobisomem, foi criada por um, isso não é uma boa criação ainda mais por ela ser sangue puro, Black deveria reconhecer o que é bom para ela, reconhecer de que auror é um sonho impossível.

– Está me dizendo que eu não posso ser auror pelo simples fato de meu pai ter ficha criminal e pelo fato de eu ter sido criada por um lobisomem? – dessa vez eu me levanto, eu era bem mais alta que Dolores.- Meu tio foi como um pai pra mim durante todos esses anos, ele nunca se quer fez algum mal a mim, meu pai também, se ele fosse mesmo um assassino acho que ele teria me matado.

– Mas ele é seu pai.- responde Dolores.

– Assassinos não querem saber se são seus filhos, mães ou qualquer que sejam eles apenas matam.

– Você está pensando como um, isso é influencia paterna, ela não pode ser uma auror.

– Susie, conversaremos mais tarde, sua orientação acabou.- Minerva me empurra da sala e eu saio respirando fundo, quase que parando.

Mal deu tempo para pensar em alguma coisa, alguns alunos faziam uma confusão nos corredores. Fred e Jorge começaram a missão.

– Susie! - Harry puxa minha mão e saímos de onde todos estavam.

Dolores e Filch acabavam de chegar quando fomos embora.

Chegamos ao corredor da sala de Umbridge, estava deserto.

Harry abriu a mochila apanhou o canivete de Sirius e nos cobriu com a Capa da Invisibilidade. Inseriu a lâmina do canivete mágico na fresta de contorno da porta e deslizou-a para cima e para baixo com delicadeza, em seguida puxou-a para fora.
Ouviu um estalido mínimo, e a porta se abriu, nós entramos na sala, fechou a porta e olhou à volta.

Nada se movia exceto os horrorosos gatinhos que continuavam a brincar nos pratos de parede acima das vassouras confiscadas. Aquilo me dava náuseas.

Harry tirou a capa que nos cobria e, dirigindo-se à lareira, encontrou em segundos o que procurava: uma caixinha contendo Pó de Flu.

Agachou-se, então, diante da grade vazia da lareira, as mãos tremendo. Acho que ele nunca fizera isso antes, aquilo já era normal pra mim, correr riscos e perigo era coisa de família.

Metendo a cabeça dentro da lareira, apanhou uma boa pitada do pó e deixou-a cair nas achas cuidadosamente empilhadas atrás dele. Na mesma hora elas espocaram em chamas verde-esmeralda.

– Largo Grimmauld doze!.- Harry ordenou em alto e bom som.

Logo depois fui eu, a sensação era horrível, a rotação cessou. Me sentia enjoada como se estivesse usando um abafador excepcionalmente quente na cabeça, abri os olhos e me vi olhando para fora da lareira da cozinha e para a comprida mesa de madeira, Harry estava ao meu lado, o espaço era pequeno para nós dois.

Um homem estudava um pergaminho ma comprida mesa de madeira.

– Sirius?.

O homem se sobressaltou e olhou para os lados. Não era Sirius, mas Lupin.

– Harry, Susie! — exclamou muito chocado.- Que é que vocês...que aconteceu, está tudo bem?

– Está. Pensei...quero dizer, tive vontade...de bater um papo com o Sirius.

– E Susie?.

– Sabe como eu sou tio, sinto falta de falar com vocês e mandei cartas para Sirius, mas sei que ele não pode responder.

– Vou chamá-lo.- disse Lupin se levantando, ainda perplexo.- ele foi lá em cima procurar o Monstro, parece que anda se escondendo no sótão outra vez...

Lupin saiu correndo da cozinha. Agora não tinha nada para olhar exceto as pernas das cadeiras e da mesa.

– Harry, por que você quer tanto falar com Sirius?. – perguntei, afinal nunca vi Harry tão desesperado.

Então ele me contou que estava tento aulas de Oclumência com Snape e sobre a lembrança dos Marotos, eu me lembrei da lembrança do diário de minha mãe e o contei sobre o diário.

Lupin voltou com Sirius em seu encalço momentos depois.

– Que foi? — perguntou Sirius com urgência, tirando os cabelos compridos e escuros dos olhos e se ajoelhando diante da lareira, de modo a ficar no mesmo nível que Harry. Lupin também se ajoelhou, parecendo muito preocupado.- Vocês estão bem? Precisam de ajuda?

– Não.- disse eu e Harry juntos

– Não é nada disso... eu só queria falar... sobre o meu pai.

Eles se entreolharam com grande surpresa, e eu apenas concordei.

– Acho que vamos bater um papo bom.

Meus joelhos doíam, faziam já 5 minutos que estávamos ali, Jorge lhe garantira apenas vinte.

Harry contou sobre a lembrança de Snape na Penseira, quando terminou, nem Sirius nem Lupin falaram por um momento. Então Lupin disse em voz baixa:

– Eu não gostaria que você julgasse o seu pai pelo que viu, Harry. Ele só tinha quinze anos.

– Eu tenho quinze anos!.- disse Harry com veemência.

– Olhe, Harry — disse Sirius querendo conciliar.- James e Snape se odiaram desde o primeiro momento em que se viram, foi uma dessas coisas, dá para você entender, não da? Acho que James era tudo que Snape queria ser, era popular, era bom em quadribol, bom em quase tudo. E Snape era apenas uma figurinha difícil, metido até o nariz nas Artes das Trevas enquanto James, com todos os defeitos que você pode ter visto, Harry, sempre odiou as Artes das Trevas.

– É, mas ele atacou Snape sem a menor razão, só porque, bom só porque você disse que estava chateado.- terminou com um ligeiro tom de pedido de desculpas na voz.

– Não me orgulho disso — apressou-se Sirius a dizer. Lupin olhou de lado para Sirius, então falou:

– Olhe, Harry, o que você tem de entender é que seu pai e Sirius eram os melhores alunos da escola em tudo que faziam, todos achavam os dois o máximo, se por vezes eles se deixavam levar...

– Se por vezes bancávamos uns idiotas arrogantes, você quer dizer.- completou Sirius.

Lupin sorriu.

– Ele não parava de despentear os cabelos.- disse Harry constrangido.

Sirius e Lupin riram.

– Eu tinha me esquecido de que ele costumava fazer isso.- disse Sirius carinhosamente.

– Ele estava brincando com o pomo?.- perguntou Lupin ansioso.

– Estava.- respondeu Harry, vendo Sirius e Lupin sorrirem saudosos.- Bom... achei que ele era meio idiota.

– Claro que ele era meio idiota! — disse Sirius na defensiva.- Éramos todos idiotas! Bom, Aluado não era tanto.- disse ele honestamente, olhando para o amigo.

Mas Lupin balançou a cabeça.

– Algum dia eu disse a vocês para não atormentarem o Snape? Algum dia eu tive coragem de dizer a vocês que estavam agindo mal?

– Bom — disse Sirius.- às vezes você fazia a gente se sentir envergonhado, já era alguma coisa.

– E — disse Harry insistente.- ele não parava de olhar as garotas na beira do lago, na esperança de que estivessem olhando para ele!

– Ah, bom, ele sempre fazia papel ridículo quando Lily estava por perto — disse Sirius encolhendo os ombros.- não conseguia parar de se exibir sempre que se aproximava dela.

– E por que ela casou com ele? — perguntou Harry infeliz.- Odiava ele!

– Não, não odiava.- disse Sirius.

– Verdade, Lily gostava de James, mesmo ele as vezes sendo sendo um total idiota, mas ela lá no fundo gostava dele tanto que...

– Ela começou a sair com ele no sétimo ano.- Lupin me completou.

– Depois que James murchou um pouco a bola.- tornou Sirius.

– E parou de azarar as pessoas só para se divertir.- completou Lupin.

– Até o Snape?.

– Bom - disse Lupin lentamente.- Snape era um caso especial. Quero dizer, ele nunca perdia uma oportunidade de azarar Tiago, então você não podia esperar que ele aguentasse calado, não é?

– E minha mãe não se importava com isso?

– Ela não ficava sabendo, para falar a verdade — disse Sirius.- Quero dizer, James não levava Snape quando ia se encontrar com ela nem o azarava na frente de Lily, não é mesmo?

Sirius enrugou a testa para Harry, que ainda não parecia convencido.

– Olhe, seu pai foi o melhor amigo que tive e era uma boa pessoa. Muita gente é idiota aos quinze anos. Ele amadureceu.

– É, o.k. – disse Harry pesaroso.– Só que nunca pensei que sentiria pena de Snape.

O papo deles foi longo, eu me sentia um pouco ignorada. Depois que Harry recebeu uma bela bronca de Lupin e Sirius por ter parados com a Oclumência, Sirius se virou para mim.

– Mas e você Susie, recebi suas cartas e fiquei muito feliz em saber que conseguiu enfrentar aquela gente toda.

– Obrigada pai, mas acho que o senhor poderia dar uma bronca em Harry.

– Conversaremos depois.

– Ele sabia? SEU PAI SABIA?.- assenti com a cabeça e comecei a rir da cara de raiva de Harry. Acho que ele pensou que Sirius iria me espancar até a morte por eu ter um amigo Malfoy.

– Você tinha que ver Sirius, sua doce filha quase matou uma menina da Sonserina hoje.

– Se for a tal de Parkison pode ter certeza que o mundo não sentira falta dela.

– Você fez o que Susie?.

– Esqueci que Lupin estava aqui.- Sirius caiu na gargalhada, mas depois parou.

Ouvia passos a distância.

– É o Monstro descendo?.- perguntei.

– Não.- respondeu Sirius, olhando para trás.- Deve ser alguém do lado de vocês.

Meu coração parou por minutos.

– É melhor irmos embora!.- diz Harry e eu concordo.

Recuo a cabeça para sair da lareira do largo Grimmauld. Por um momento minha cabeça pareceu estar girando sobre os ombros.

– Rápido, rápido!.- ouvimos uma voz asmática do lado de fora da porta da sala, era Filch.- Ah, ela a deixou aberta...

Harry mergulhou para apanhar a Capa da Invisibilidade e me puxou junto, e conseguimos se cobrir bem na hora em que Filch adentrava a sala. Ele parecia absolutamente encantado com alguma coisa, e murmurava febril ao atravessar a sala, abriu uma gaveta na escrivaninha de Umbridge e começou a mexer nos papéis ali dentro.

– Aprovação para Açoitar... Aprovação para Açoitar... finalmente vou poder... faz anos que eles estão pedindo para ser açoitados.

Ele puxou um pergaminho, beijou-o, depois saiu depressa arrastando os pés e apertando-o contra o peito.

Eu e Harry ficamos perto um do outro por muito tempo, até eu perceber que eu estava em seu colo. Harry ficou vermelho quando nossos olhos se encontraram, eu me levantei depressa.

– A-Acho melhor irmos.

– T-Tem razão.- Harry concordou.

Um andar abaixo da sala de Umbridge, Harry achou que seria seguro voltar a ficar visível. Tirou a capa, enfiou-a na mochila e continuamos andando depressa.

Havia muita gritaria e movimentação vindo do Saguão de Entrada.

Descemos correndo pela escadaria de mármore e encontramos reunida ali o que lhe pareceu a maior parte da escola. Professores e fantasmas também faziam parte da multidão. Destacavam-se entre eles os membros da Brigada Inquisitorial, todos parecendo excepcionalmente satisfeitos, e Pirraça, que flutuava no alto, observava Fred e Jorge no meio do saguão com o ar inconfundível de pessoas que acabavam de ser encurraladas.

– Então! — disse Umbridge triunfalmente. A diretora estava parada a poucos degraus à nossa frente, contemplando do alto suas presas.- Então vocês acham divertido transformar o corredor da escola em um pântano?.

– Achei bastante divertido.- respondeu Fred, encarando-a sem o menor sinal de medo.

Filch abriu caminho para se aproximar de Umbridge, quase chorando de felicidade.

– Apanhei o documento, diretora.- disse rouco, acenando o pergaminho.- Tenho o documento e tenho as chibatas prontas... ah, me deixe fazer isso agora.

– Muito bem, Argo. Vocês dois.- continuou ela, olhando para Fred e Jorge.- Vocês vão aprender o que acontece com malfeitores na minha escola.

– A senhora sabe de uma coisa? — disse Fred.- Acho que não vamos não.

Ele se virou para o irmão.

– Jorge, acho que já passamos da idade de receber educação em tempo integral.

– É, tenho sentido isso também.- comentou Jorge alegremente.

– Está na hora de testarmos os nossos talentos no mundo real, você não acha?

– Decididamente.

E, antes que Umbridge dissesse uma palavra, eles ergueram as varinhas e falaram juntos como verdadeiros gêmeos:

Accio vassouras!

Ouviu-se um estrondo ao longe. As vassouras de Fred e Jorge, uma delas ainda arrastando a pesada corrente e o gancho de ferro com que Umbridge as pregara na parede, voaram velozes ao encontro dos seus donos, viraram à esquerda e pararam bruscamente diante dos gêmeos, a corrente batendo com estrépito no chão lajeado.

– Não a veremos mais.- disse Fred à Profª Umbridge, passando a perna por cima da vassoura.

– É, e não precisa mandar notícias — disse Jorge, montando a própria vassoura.

Fred correu o olhar pelos estudantes reunidos, para a multidão que assistia silenciosa à cena, e quando me encontrou sorriu e piscou em minha direção.

– Se alguém tiver vontade de comprar um Pântano Portátil, conforme demonstramos lá em cima, pode nos procurar no Beco Diagonal, número noventa e três: Gemialidades Weasley — disse em voz alta.- Nossas novas instalações.

– Descontos especiais para os alunos de Hogwarts que jurarem que vão usar os nossos produtos para se livrar dessa sapa velha.- acrescentou Jorge, apontando para a Profª Umbridge.

– IMPEÇA-OS! — gritou Umbridge, mas tarde demais.

Quando a Brigada Inquisitorial se aproximou, Fred e Jorge deram impulso no chão e se projetaram quase cinco metros no ar, o gancho de ferro balançando perigosamente embaixo.

Fred olhou para o poltergeist que flutuava do outro lado do saguão no mesmo nível que os gêmeos acima da multidão.

– Infernize ela por nós, Pirraça.

E Pirraça, que eu nunca vira obedecer ordem de nenhum estudante antes, tirou o chapéu em forma de sino que usava e saudou os garotos, ao mesmo tempo que Fred e Jorge faziam a volta sob os aplausos dos estudantes, Fred antes de ir se inclinou na vassoura e beijou minha bochecha.

– Vamos sentir saudades baixinha.

E saíram em alta velocidade pelas portas de entrada abertas para um glorioso pôr-do-sol.


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Notas finais do capítulo

comentários??