Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 8
Coquetéis aleatórios.


Notas iniciais do capítulo

Demorei? ;-;Deixem reviews ♥ ♥



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– Como assim o lorde sem coração namorando?- duas vozes masculinas soaram ao mesmo tempo. Virei-me e dois gêmeos, pálidos de olhos escuros deram de cara comigo (ou eu de cara com eles?). Aquilo foi um pouco assustador, confesso.

– Uau!- realmente, a semelhança dos dois era de assustar qualquer um.- O-oi.

– Prazer gracinha, eu sou Matt, e esse aqui é o Taylor.- o gêmeo com óculos escuros disse com um sorriso cafajeste nos lábios.- Aquela ali é a Lana.- apontou para a loira que perguntou o que eu estava fazendo ali.- E ali a Emma.- Ei! Aquela é a guria morena que estava no carro quando Carter me largou no meio do nada! Vadia.- E lá vem a Julie.- apontou para outra loira se aproximando, pois é, ela também estava no carro. Outra vadia.

– Ah sim.- sorri abertamente acenando pra todo mundo. Mas minha vontade era de espremê-los em socadores de alho gigantes. Menos os gêmeos, porque, bem, eles eram bonitos. E isso bastava.

– Bem.- Carter começou, tossindo levemente fazendo com que todos prestassem atenção nele.- Já podemos ir?

– Ah, falta a Judy, ela disse que precisava de uma carona para o curso de dança dela.- Taylor informou.- Daqui a pouco ela está aqui.

O idiota do Singleton não parecia nem um pouco nervoso. Parecia até bem seguro de si. Se fosse eu, minha reação seria mais ou menos: Fujam para as colinas! E tragam M&M’s!

– Tudo bem, vamos esperar.- o loiro respondeu por fim, de forma tranquila.

O pessoal começou a conversar e Carter se manteve calado o tempo todo. Bem, esse era o jeito dele, então não estranhei. Talvez estivesse pulando por dentro pela chegada da falsa-ruiva, que particularmente, me pareceu bem antipática no dia das línguas loucas. Ou eu que sou chata mesmo.

Suspirei entediada. Mas que merda! Será que ninguém cumpre horários corretos nessa por... Ah, lá vem ela!

– Judy!- as garotas do grupo correram até a ruiva que estava bem sorridente e a abraçaram. Parece que o tal Steve estava logo atrás. Se não fosse alucinação minha, acredito que estava.

Após cumprimentar todos com bom humor, o casalzinho apaixonado caminhou até nós. O Singleton fez questão de passar seu braço sobre minha cintura e me aproximar mais de si. Como se fôssemos o casal mais feliz do mundo. O que certamente estava bem longe de acontecer. Primeiro motivo porque nosso namoro era falso, e bem, eu também era feia.

– Olá Carter.- o outro garoto começou, e o loiro apenas acenou com uma sobrancelha arqueada.

– Como estão?- revidou com certa frieza em sua voz. Por um momento, gelei por dentro.

– Muito bem.- dessa vez a garota decidiu dizer algo.- Quem é ela?

– Bem, Essa é a...

– Elisa!- interrompi-o.- Elisa e namorada do Carter.- sorri cinicamente.

A mesma arregalou os olhos verdes brilhantes para a minha direção e se calou. Pareceu em choque por alguns segundos, e logo retornou a sorrir (falsamente, acredito).

– Ah... Que bom! Nossa, isso foi inesperado.- indagou timidamente.- Nós... Nós... Já podemos ir?

– Claro!- os gêmeos intervieram.- As meninas querem ir no shopping, e já iríamos ir no cinema assistir Guerra Mundial Z mesmo.

– Guerra Mundial Z?- meus olhinhos brilharam e começaram a piscar convulsivamente.- Por favor me deixem ir! Por favor! Por favor!- pedi igual uma criança de cinco anos puxando a camiseta de Matt (eu acho que era, pois os óculos escuros ainda estavam ali).

– Elisa. Chega, por favor. Nós temos um compromisso marcado, lembra?- o loiro interrompeu minha suposta apelação.

– Temos?

– Sim, temos, agora vamos!- afirmou puxando meu braço para seu porsche preto enquanto eu batia o pé e ameaçava me atirar no chão em qualquer momento. Judy e o tal namorado vieram logo atrás.

É. Parece que nunca conseguiria assistir aquele filme.

– Ah!- uma voz feminina surgiu do nada do banco de trás. Confesso que estava quase dormindo no banco da frente e levei um pequeno susto.- Eu conheço você!- a branquelinha apontou para mim.

– Oh, é mesmo?- retruquei ao escárnio.

– Sim, sim. Você e o Carter estavam se agarrando no corredor um dia desses!- entregou-nos de bandeja.- Lembra, amor? Até apontei para eles na ocasião.- dessa vez se virou para Steve.

– Hã... Lembro sim. É uma garota de sorte Elisa.

Oi? Cara, mal conheço esse azarado do Steve, contudo já gosto dele. Carter poderia ser gentil assim.

– Obrigada.- sorri timidamente.

Acho que para irritar o casalzinho atrás que depois de alguns minutos da conversa, começaram a trocar alguns selinhos, o loiro sem coração moveu suas mãos até minha coxa indo para cima e para baixo, a fim de procurar minha mão, pois estava dirigindo e olhando pra frente. Mordi os lábios em contradição. Motivo? Aquilo me dava uma cósquinha da pega. Mas tudo bem. Encaixei minha mão na sua e logo percebi certo incômodo no olhar da garota de trás.

Uau. Eu sou um monstro.

O que pareceu uma eternidade, finalmente foi compensado pela chegada a tal aula de dança de Judy. Suspirei aliviada, enquanto o Singleton estacionava seu carro na esquina. Antes de saírem, a ruiva comenta:

– Hoje é sexta-feira e... A galera vai se encontrar a noite no Open’s Bar sabe... Eles me pediram para convidar vocês.- sorriu fraco.

– Tudo bem, obrigado.- Carter respondeu rapidamente e com seu jeito grosseirão de sempre, fazendo o vidro se erguer no momento seguinte. Ele engatou o pé no freio e partiu tão rapidamente que os pneus se derraparam contra o asfalto. Tive um mini ataque cardíaco, enquanto ele ligava o som tranquilamente e abria o porta-luvas colocando seus óculos escuros.

– Open’s Bar?- perguntei momentos depois de me recuperar do susto.

O garoto se calou. Achei que não tivesse ouvido a minha pergunta, então fiz menção de repetir, porém, quando abri a boca para reformular a frase, o mesmo interrompeu:

– É um bar que frequentamos aos fins de semana, também um pouco misturado com balada. Nós iremos.- afirmou com convicção.

– Como assim “nós iremos?”- surpreendi-me.

– Bem, eu preciso mostrar a Judy de que estamos bem e completamente apaixonados, aparecer lá sozinho não vai ser uma boa.- respondeu com sarcasmo.

Revirei os olhos.

– Sabe, às vezes eu não preciso fazer tudo que você manda, falou? Já te passou pela cabeça de que tenho minha própria vida social?

Minutos depois, o cara estaciona seu carro na frente de minha casa. Suspiro aliviada. Finalmente meu lar! Quando eu ia sair, ele complementa:

– Ter uma vida social é se empanturrar de pringles e brigadeiro no tapete da sala durante a tarde toda?

– Como sabe essas coisas?- perguntei assustada.

– Tenho meus aliados.

Quando me viro novamente para a casa, vejo um Nick na janela acenando para nós com um sorriso malvado e um óculos escuros no rosto parecido com o do maldito. Mas o qu...

Baixinho melequento!

– Ta legal, ta legal. Passe aqui para me pegar as oito, caso o contrário, desisto de ir com você.- indago com grosseria e saio do automóvel, batendo a porta do carro com força logo em seguida.

Vejo os vidros se abaixarem e um Singleton com um sorriso torto surgir do nada. Idiota.

– Serei pontual “amor”.

O que houve com o mundo hoje?

E assim, seu carro perde-se do meu ponto de visão.

**

Ok. O que as pessoas costumam vestir ou fazer nesse tipo de ocasião? Porque eu simplesmente não faço à mínima ideia do que fazer.

Saí do banheiro enrolada em uma toalha do Scooby-Doo, e me certifico de que a porta está trancada. Não que eu tenho algum tipo de dúvida de que alguém entraria ali, pois acredito que nenhum ser humano da face da terra queira me ver nua, mas... Eu perdi um jogo de baralho com Geny no verão passado e fui obrigada a colocar um... piercing no umbigo. É. Triste realidade.

Procurei esquecer esse mal passo em minha vida, e abro o armário à procura de algo que me agradasse. No mesmo momento, um bolo de roupas cai sobre mim.

– Caralho!- esbravejei, agarrando as peças de roupa e enfiando tudo de uma vez nas gavetas.

Por fim, optei por um short mediano um tanto rasgado, uma blusa cinza com uma jaqueta de couro preta por cima, um salto pequeno e o cabelo preso em um coque alto. Decidi chamar mais atenção nos olhos, e reforcei um pouco a maquiagem ali. Suspirei um pouco receosa, me olhando fixamente no espelho.

– Que confusão...- murmurei lembrando-me de meu trato com Carter.

Sou acordada de meus pensamentos, com as buzinas de algum otário do lado de fora. Corri até a janela e logo percebo o porsche preto estacionado próximo a calçada, e um Singleton totalmente impaciente. Reviro os olhos e vejo que são oito e ponto no meu despertador.

No fundo, fui eu que me atrasei.

Dou uma última olhada no espelho e respiro fundo. Agora já era tarde para cair fora dessa.

**

O ambiente era composto por luzes coloridas que piscavam a todo o momento. Músicas eletrônicas me deixavam surda. O cheiro de sexo, bebidas e cigarros embriagavam meu nariz e casais se pegavam em todos os lados, deixando minha auto-estima mais baixa ainda. O Open’s Bar era de um tamanho considerável e relativamente luxuoso. O que já me deixava com certo nojo. Tinha até área vip, e os DJ’s eram realmente bons.

–Já encontrou alguém?- Carter perguntou procurando a “galera” pela multidão. Ele estava excepcionalmente lindo hoje (ei, olhar não tira pedaço). Seus fios loiros escuros estavam maiores e muito mais bagunçados do que o normal, vestia uma calça jeans preta com partes rasgadas juntamente de uma camiseta branca e uma jaqueta de couro invejável por cima, um all star de cano baixo e aquele sorriso torto que me matava.

– Ainda não.- murmurei entediada.

– Mas que merda!- esbravejou passando os dedos sobre os fios rebeldes nervosamente. Bufou.- Vem, vamos beber alguma coisa.- segurou levemente meu pulso, guiando-me até o barmen.

– Hum... Não vai dar não.- respondi.- Acho que ficarei só na água.

O garoto se virou para mim assustado, e ficou me fitando com uma expressão do tipo “Você não ta falando sério né?”

– Você não ta falando sério né?- verbalizou. Uau. Acho que sou algum tipo de cigana.

– Na verdade, sim.

– Quer dizer que você não bebe?

– Não é isso... É que sou muito sensível quanto ao álcool. Qualquer coisinha já fico tonta, mando alguém pra merda do inferno e não me lembro de nada no outro dia. Você não quer que eu... OMG aquilo é batidinha?- meus olhos brilharam quando um garçom másculo passou por nós, apenas com uma gravata e uma calça. Típicos de despedidas de solteiros.

– Elisa... Hã... Acho melhor não exagerar na dos...

– Isso é o céu.- comentei virando o copo todo.- Olha lá seus amiguinhos!- apontei para os gêmeos que chegavam.- Veja! A Judy! E sem o tal de Steve! Aproveite e a engula de uma vez enquanto ele não chega.- pisquei e fui para o outro lado da festa.

Singleton não se preocupou em vir atrás de mim, e achei bom. Beber com alguém te espionando é que nem você limpar a bunda com um banheiro repleto de câmeras. Ou transar com escutas na camisinha.

Acho que o álcool já estava fazendo efeito.

– Não acredito que o senhor frieza deixou a garota sozinha.- ei... conheço essa voz.

Virei-me em sua direção. Já me encontrava do outro lado, próxima a outro bar da festa.

– Taylor?- chutei o nome.

– Não, Matt.- sorriu.- Me veja um coquetel com uísque.- pediu ao barman.

Matt também estava muito bonito. Vestia uma camiseta xadrez quadriculada vermelha, um tênis branco e uma calça jeans azul marinha. Seu óculos escuro dava um charme ao seu ar, mas ele retirou quando começou a falar comigo.

– Qual é a do topete?- me referi à ondinha na frente de seu cabelo ruivo.

– Não me pergunte. Ele sempre fica assim.

– Posso arrumar pra você.- sorri dando o último gole da segunda batidinha. Aproximei-me de seu corpo e fiquei um pouco sobre a ponta dos pés, começando a “bagunçar” seu cabelo. Ele ria de forma deliciosa e eu comecei a rir também. Deixei de ficar na ponta dos pés e cambaleei um pouco para trás, o mesmo segurou meus dois braços, impedindo-me de cair.

E a tapada aqui não parava de rir.

– Me desculpe.- murmurei de forma lenta e bêbada.- Vai terminar de tomar isso?- apontei para o uísque.

– Hum... Não. Eu peço outro.- informou e eu dei de ombros, pegando seu copo e o virando numa golada só.- Você está bonita.

E quase me engasguei de novo. Fala sério. Devo ter alguma falha na minha garganta.

– Sério?- ri agudamente.- Cara...- iria dizer o quão estranho aquilo soou, mas ele tirou uma mecha do meu cabelo que não estava presa de frente dos meus olhos. Fiquei quieta, aproveitando o aroma de sua colônia forte. Me deu tontura, mas tudo bem.

– Seria muita indelicadeza de minha parte, beijar você agora mesmo?- murmurou no pé do meu ouvido, e o senti mordendo seus lábios, deixando-o mais sensual ainda.

Fechei os olhos me levando por suas carícias suaves, ficando completamente arrepiada. O álcool já estava em alta, e a carência que aquele lugar me dava também.

– Tentar é o que há.- sussurrei já fechando os olhos e me envolvendo no clima.

No mesmo momento, o garoto colou seus lábios aos meus de maneira violenta e rápida, enquanto eu enterrava minhas mãos em seus cabelos os desgrenhando-os, o mesmo aproveitou e entrelaçou minha cintura com seus dedos ágeis até me tirando um pouco chão. Arfei. Sua boca era macia e sua língua já invadia totalmente meu espaço. O beijo tinha um gosto muito forte de álcool e um leve aroma de cigarro, então logo desconfiei de que fumasse também.

É. Eu realmente não deveria ter exagerado na bebida.


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