Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 7
Uma proposta diferente.


Notas iniciais do capítulo

Quem não demorou pra postar? Eu o//
Quem fez um capítulo enorme? Eu o//
Bem, acho que vou ganhar o prêmio Nobel do ano u.u
Boa leitura! *u*





Deixem reviews ♥



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Carter me levou para uma lanchonete em uma esquina perto da minha casa, já que eu estava azul de fome e de saco cheio (cheio mesmo!) de lugares luxuosos. Desci do carro assim que ele terminou de estacionar. A lua estava em falta, e a única coisa que clareava o local era os poucos postes dali. Sentei em uma das mesinhas da calçada, e uma garçonete com cheiro de cigarro, com um ruivo desbotado, algumas tatuagens e magrela me trouxe o cardápio do local. Ai vai ele:

– Hot dog simples.

– Refrigerante.

Ela me olhava com tédio, e um bloquinho em mãos. Revirei os olhos e pedi:

– Quero um hot dog simples e um refrigerante.

– Certo.- anotou com preguiça na folha.- E o garoto?- perguntou com um pouco mais de emoção enrolando uma mecha de seu cabelo lentamente com o dedo indicador.

Segurei a risada.

O loiro se sentou de frente para mim, com um olhar confuso, como se estranhasse o ambiente e aquela garota com cheiro de nicotina.

– Hum, o mesmo, por favor.- respondeu tirando algumas notas do bolso e as entregando.- Fique com o troco.

– Claro, o pedido já está a caminho.- e saiu.

Soltei um riso rápido, me virando para Carter que também deu algumas risada. Outras poucas pessoas começaram a chegar, e a se sentar nas outras mesas. Revirei os olhos brincando com o potinho do sal, esperando que Singleton dissesse alguma coisa.

Mas ele estava calado, brincando com as suas chaves, sem prestar atenção em mais nada. Foi aí que eu poderia ter dado seu atestado de boboca com doutorado em idiotices. Não foi ele que tinha alguma coisa pra falar, caralho? Mas esperei mais um pouquinho. Foi quando, definitivamente atestei que deveria ter algo corroendo sua língua por dentro. Talvez soda cáustica. Suspirei alto, o que fez com que ele olhasse pra mim. Com aquela imensidão azul, que estava mais escura agora.

– E então?- tomei a iniciativa.

– E então o que?- retrucou.

– Quero dizer por que diabos você me trouxe pra cá e da tal proposta, inferno!

Ele riu sarcasticamente. Estava demorando.

– Foi mal, é legal te ver irritada.- respondeu tirando uma parte do cabelo que estava cobrindo seu olho. Ai que droga. Eu amo quando ele faz isso.

Filho da puta!

No mesmo momento somos interrompidos pela chegada dos pedidos. Bem, não parecia tão ruim quanto o lugar, aliás, eu deveria parar de reclamar, quem estava comendo caramujos mais cedo? Revirei os olhos com tais pensamentos, e dei uma mordida grotesca no hot dog, dando vários goles de refrigerante logo em seguida. Isso é uma sensação que nenhum rico cu gelado sentiria.

– Sabe, eu estive pensando em um porque da Judy estar saindo com aquele otário.- o loiro falou de repente. Fazendo com que eu parasse de enfiar o sanduíche guela a baixo. Mas de que merda aquele ordinário estava faland...

Ah sim, a falsa ruiva.

Ai não.

A FALSA RUIVA!

– Defina otário.- pedi calmamente. Como quem não tem vontade de estourar os miolos de alguém e sugar minimamente seu fígado, mas que na verdade tem!

– Steve Edwards, cara, esse nome não soa ridículo?- perguntou com nojo enquanto me olhava esperando uma resposta “concorde comigo vadia”.

– Hum... Na verdade não, era o nome do meu vô.

Ele desfez sua expressão de nojo parecendo envergonhado, engoliu um seco, dando longos goles no refrigerante depois disso.

– Ele faleceu faz três anos.- informei-o novamente.

– E-eu...Hã... Desculpe, é que...- tentava se desculpar, contudo não achava as respostas certas. Ok, todos nós concordamos que o senhor Singleton ficava muito fofo envergonhado. O que soava muito estranho.

Por que eu o odiava.

– É brincadeira!- afirmei dando risadas altas.- Cara, como você é sensível! Meu vô odeia a família toda, tem um dente de ouro e se chama Zac, e não, infelizmente ele não está morto.

Carter colocou o refrigerante de lado e me olhou com uma expressão de raiva, mas ao mesmo tempo um tanto aliviado (isso é possível?).

– Você é idiota.- insultou-me.

HAHAHA morra.

– E esqueça o nome dele, só quero que me ajude em uma coisa.- continuou.

– É? E no que?- perguntei voltando a devorar o lanche.

– Quero a Judy de volta.- afirmou seriamente, com os olhos mais escuros que nunca. O que particularmente, foi muito sexy. Elisa, você está merecendo uns tapinhas de lutadores de sumô.

Caramba, e o nome do tal Steve que era grotesco?! Quem em sã consciência coloca o nome “Judy” em um filho? Bem, Jude é bonito, porque é uma música dos The Beatles (Na verdade Hey Jude) Aliás, por que eu estou discutindo o nome da vaca louca com o meu subconsciente, mesmo?

– Cara, pelo que eu vi, ela ama o cara e...- suspirei profundamente.- E não fez nada quando você me beijou, isso não é o bastante?

– Não, não é.- discutir com Carter Singleton é em vão.- Ela está cega, é uma questão de tempo para perceber isso e voltar para mim! Sou eu que ela ama.- afirmou lentamente, contudo, mesmo com o timbre alto, parecia que estava falando mais consigo mesmo.

– Hum... Ta bem.- falei.- Mas, onde eu me encaixo nisso exatamente?

A maneira como o bronzeado sorriu não me levou a achá-lo fofo, e sim fazer um frio correr sobre a minha espinha. Pense você falando coisas impróprias no telefone e logo, descobre seu irmão atrás de você.

Acredite, o sorriso não irá ser fofo. Isso quer dizer que ele vai: Pedir algo, te ameaçar e mandar em você até seus 50 anos (bem, Carter já fazia isso antes mesmo).

– Está é a questão pequena Elisa.- riu novamente.- Eu quero que seja minha namorada.

O refrigerante estava ótimo, contudo, foi inevitável cuspi-lo para não morrer engasgada pelo susto. O garoto arregalou os olhos, e correu até mim dando leves batidinhas em minhas costas, para se livrar daquele líquido preso em minha garganta, enquanto eu tossia freneticamente.

Foi impossível as outras pessoas não olharem para nós e ficarem espantadas, mas minha paciência com pessoas já havia se esgotado. (OBS: Culpa da festa multimilionária.)

– Já estou bem.- respondi ainda tossindo minimamente o líquido para fora.- CARA VOCÊ ENLOUQUECEU?

Carter deu um piso para trás assustado com o meu grito e logo mais tornou a ficar sério. Voltou para sua cadeira e cruzou as mãos enquanto apoiava o rosto nelas, típico de analistas achando que você tem algum tipo de problema mental.

– Não vai ser de verdade! É só para a Judy ficar impressionada e... e... Bem, voltar para mim.

– Quer dizer que a grama do vizinho é sempre mais verde? O cara tem que ser mais gostoso só por que está namorando?- perguntei curiosa.

– Teoricamente sim.- finalizou com bom humor e eu sorri um pouco quase esquecendo que estava tendo UM ATAQUE EPILÉTICO.

– Carter Singleton, você é estranho, nem eu namoraria comigo mesma! Nem se fosse de mentira, droga!- rosnei.

– Escuta, você é a única menina da escola que deve ter um pouco mais do que ervilhas no cérebro. Se eu pedisse para outra garota, certamente ela entregaria o plano de primeira!- insistiu.

Revirei os olhos.

– Tem a Geny.- informei-o.

– Gen o que?- confundiu-se.

– Geny!- repeti com força.- Aposto que ela adoraria ser sua namorada de mentira.

– Sério? E quem é ela?- me olhou de maneira duvidosa e mordeu o canto dos lábios, deixando-os mais vermelhos ainda. Ai caralho, pare de ser tão perfeito seu idiota!

– Ah, ninguém importante, só a garota que você recusou na oitava série no intervalo que chorou o resto do mês inteiro na minha casa gritando para todos os cantos de como a vida é injusta e terrível!

– Ah sim, aquela loirinha?- lembrou-se.

– Essa mesma.- rolei os olhos tomando mais um gole de refrigerante.

– Não serve, eu já chamei você.- vociferou.- E então? Você aceita?

Credo, que cara sem coração.

– E o que eu ganho com isso?- o olhei desconfiada.

– Hum... Minha gratidão eterna?

– Elisa Borns Wel não é movida a gratidão.- ri.

– Ok, ok.- suspirou.- O que você quer?

– Que você pare de me chantagear/ameaçar/gritar e pegar nos meus mamões é isso ou nada.- desafiei-o.

– Ótimo, eu aceito.- sorriu animadamente e esticou as mãos como uma forma de contrato.- Me encontre amanhã depois do treino, ah, pode continuar suas vinganças, não vou entregar seu jogo.

Sorri com o canto dos lábios. Vingue-se ou morra havia voltado!

**

Dia seguinte.

10h30min da manhã.

– Quem é o próximo?- suspirei atrás da lata de lixo juntamente com Will e Geny.

A nossa frente estava Clary Mesclote com gemas de ovos por todas as partes e enrolada em sacolas recicláveis. A garota gritava agudamente por socorro, mas todos estavam no pátio ouvindo uma palestra de instruções de como evitar a gravidez na adolescência (clichê, eu sei). Geny, Will e eu havíamos conseguido sair fingindo um desmaio bem sucedido de minha amiga. Fomos mandados a guiá-la até a enfermaria.

Foi tudo meramente calculado (hohoho)

– Lore Grayson.- o garoto ao meu lado sussurrou informando-nos a próxima vítima.- Participante do clube de matemática. Porém, ela obriga os pobres nerds a fazerem seus deveres de quinto ano.

– Quinto ano?- quase gritei. Mas logo voltei a falar baixo. Clary não sabia os autores de sua desraça, pois conseguimos vendá-la a tempo.

– Sim, ela repetiu vários e vários anos.

– Ok. Geny me passe a fita isolante e o saco de batatas.- ordenei. A loira passou no mesmo momento.

Will conseguiu rastrear o número de celular da garota e mandamos uma mensagem anônima para ela nos encontrar no segundo pátio coberto (tínhamos um celular para as vinganças, e sim, eu não ganho mais mesada, pois devo todo dinheiro do mundo aos meus pais). Corremos para lá com todos os apetrechos e esperamos. Minutos depois, uma garota baixinha e com cabelo azul surgiu confusa. Ela era pálida e tinha curvas bonitas, uma boa garota se não fosse tão cruel (defendo os oprimidos esqueceu?).

Lore começou a olhar em volta confusa, e retornou a fitar o celular em busca de alguma resposta. Aproveitei isso para chegar por trás e cobrir seu rostinho esculpido (blé) com o saco de batatas. Ela se debatia e tentava se desvencilhar de meus braços, mas William se aproximou e começou a amarrá-la com a fita isolante. Rodei-a até a mesma ficar tonta e cansada de tanto gritar. Geny se encarregou a guiá-la próxima do primeiro pátio (da palestra) e deixá-la por lá. Nosso plano era de que a menina entrasse igual a uma bêbada por lá, e estragasse todo o discurso.

Após isso, corremos na velocidade da luz até e enfermaria e nos livramos de todas as provas. Desliguei o celular Guerreiro (sim, nós o batizamos e daí?) e jogamos Geny em uma das macas. Colocamos várias bolsas de gelos sobre ela e a mesma fingiu muito bem uma tontura.

Momentos depois um garoto de terceirão (3° colegial) bate na porta um tanto desconfiado. Com certeza foi mandado para caçar os vingadores do colégio (mas jamais iríamos ser pegos muahaha) e logo começou a revistar tudo.

– O que houve?- perguntei inocentemente, fingindo preocupação com Geny.- Está a assustando.

– Desculpe, mas o cretino agiu de novo.

– Quem? Aquele metidinho a liga da justiça barato?- Will perguntou despreocupadamente jogando em seu celular.

– Sim, Clary foi encontrada com ovos no corredor e Lore do quinto ano invadiu a palestra com um saco de batatas.

– Meu deus! Isso não vai ter fim?- opinei com voz chorosa.

– Creio que em breve, enfim, vocês não viram ninguém estranho andar por aqui?

– Não, é claro que não! E se passou não vimos, Geny está muito frágil.- informei-o.

– Elisa, estou com frio...- murmurou a garota tremendo.

– Bem, me desculpem, já vou indo, parece que ele não está por aqui.

– Claro.- sorri.- Obrigada por ter vindo!

Após longos minutos, caímos na gargalhada. Missão número 34 cumprida!

**

Mesmo dia.

Horário de saída.

Informei-me na secretária sobre o treinamento do time de natação. E que faltava menos de vinte minutos para o mesmo acabar. Os jogos de campeonato entre escolas estavam chegando, e todos os garotos treinavam a vapor em todas as modalidades. Futebol, vôlei, natação, basquete... Enfim, esses esportes que eu não sou boa.

Corri até a ala de piscinas e ainda podia-se ouvir o barulho de água espirrando e caras saltando em uma boa posição para dentro da água. A ala era coberta, mas não tão escura. Já era quase duas e meia da tarde, e queria logo vazar da escola.

– Hã, com licença.- parei um cara moreno e de belos olhos claros que passava com uma toalha e com o corpo totalmente molhado. Uau, eu com certeza deveria visitar Carter com mais frequência.

– Sim?

– Por acaso sabe onde posso encontrar Carter Singleton?- acho que sorria igual uma boba por um cara totalmente desconhecido.

– Quem é você?- perguntou desconfiado.

– Sou uma ami... Hã...

“Portanto, somos namorados diante da escola a partir de agora.”– recordei-me das palavras do maldito.

– Sou namorada dele.- afirmei com convicção.

O moreno arregalou os olhos em minha direção e por um momento pareceu petrificado.

– Você está brincando, não é?- olhou-me de cima abaixo e um sorriso debochado surgiu de seus lábios.

– Por que estaria?

– Por que... Bem... O Singleton não costuma... Hã... Namorar com garotas do seu porte.

– Ah, por favor!- irritei-me com suas palavras e continuei minha caminhada, ignorando-o. E daí que eu não era peituda com cirurgia plástica até na cartilagem do nariz? Eu hein!

Revirei os olhos e pude perceber vários garotos de sunga e molhados (ai ai) saindo da piscina olímpica. Alguns rindo, outros conversando. Porém, nenhum deles era meu destinário.

Quando o lugar ficou parcialmente vazio, percebo outro corpo dentro da água. Ele nadava com voracidade, e seus pés e mãos movimentavam seu corpo em uma sincronia perfeita. Percebi que era Carter ali, e me sentei em um banquinho para esperá-lo. Alguns minutos depois, o garoto sai da piscina, totalmente encharcado retirando os óculos de mergulho e toca logo em seguida. Seus dedos bagunçaram os fios loiros e bagunçados tentando retirar a umidade dali. Pegou uma toalha no chão e começou a passar sobre o corpo deixando-o parcialmente seco. Assim que me viu, acenei e ele veio e minha direção, com a toalha sobre o ombro.

– Então você veio.- sorriu de uma forma meio malvada.- A galera está me esperando lá fora, sempre dividimos a turma entre quem tem ou não carro e damos carona uns aos outros.

– Oh, como você é amável.- zombei.- E você faz parte de que time?

– Meu porsche preto responde sua pergunta?- ironizou puxando um short largo preto e o colocando. Assim como uma camiseta pólo branca que estava ao lado.

Revirei os olhos.

– Bem, vamos logo, eles odeiam esperar.- me puxou pelo pulso, e depois disso, já percorríamos até o portão de saída.

O seu grupinho de amigos era nada mais nada menos que: Os merdas.

Ta ta, os populares, e eu tenho nojo deles. Mas fazer o que? Trato é trato!

– Carter! Que demora!- uma guria loira com uma maquiagem exorbitante falou.- Hã... Quem é essa aí?

O loiro percorreu meu braço com seus dedos, até chegar aos meus entrelaçando-os. Ok, aquilo foi bom, muito bom! Sua mão era quente e macia, e era gostosa de apertar.

– Minha namorada.- sorriu de forma cafajeste.- Vamos?


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