Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 5
Tire suas mãos dai.


Notas iniciais do capítulo

Heei o/ Demorei? Bem, desconsiderem minha falta de criatividade pra títulos... E pra história toda t-t









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Cara, se você acha que sorvete de baunilha é a melhor coisa mundo, te digo uma coisa: Sorvete de baunilha é a segunda melhor coisa do mundo.

A primeira é beijar Carter Singleton.

Por que... Bem... Ele é o Carter Singleton.

Aqueles lábios gélidos e macios valsavam junto aos meus, enquanto o mesmo emperrava sua mão em minha cabeça aproximando-me junto mais a si. De repente, a missão de respirar se tornou algo impossível. Seu cheiro, seu toque... Eram totalmente viciantes.

Eu poderia muito bem continuar, tipo, sei lá.- a minha vida toda ali.- contudo o loiro vai se distanciando pouco a pouco com a mesma expressão de indiferença rotineira.

- O que houve?- murmurei ainda sentindo sua respiração quente de encontro ao meu rosto.

Ele sorriu. Não um sorriso fofo ou sexy, do tipo “acabei de te agarrar no corredor”, um sorriso sarcástico, maldoso.

- Ela já foi?- perguntou após desfazer o riso, olhando no horizonte atrás da imagem ruiva de poucos momentos antes.

E foi aí que minha cabeça começou a dar um “loading”, e percebi na furada que havia me metido. Havia sido usada, enganada, pisoteada, condenada! Ok, talvez não tudo isso, por que... Bem... Eu estava gostando do agarra-agarra.

- Quem? A falsa-ruiva?- retruquei de forma agressiva. Qual é, todos nós sabemos que aquela cor não era natural.

Seus olhos se voltaram furiosos para mim.

- A Judy não é uma falsa-ruiva.- rosnou.- Agora me de licença!

Hum... Eu deveria achar que algo estranho estava no ar, por que:

1° Ele estava por cima de mim.

2° Ele realmente estava por cima de mim.

3° Carter Singleton havia me usado, com a sua língua louca.

4° E o maldito ainda estava com ciúminhos da ruiva barata.

Bufei enquanto empurrava aquele peito estufado para longe de mim. Aproveitei para deixar um:

- Cretino.- solto no ar.

Como o sinal já havia tocado há alguns minutos, tive que pedir licença para entrar e - adivinhe.- fui mandada para a coordenação quando a aula acabasse.

Minha vida é uma droga.

Geny me mandou algumas mensagens e respondi em caps lock um “TE CONTO DEPOIS, INFERNO” para todas.

Por que eu sou uma ótima amiga.

Tive que aturar aulas e aulas de biologia e história, mesmo estando em um péssimo humor. Até que o maldito sinal tocou. Não deu nem um tempinho para eu tentar fugir, e os meus dois amigos já estavam ali. Fui contando tudo que havia acontecido pelo corredor, enquanto caminhava até a diretoria, assinando o livro negro e saindo logo em seguida.

Geny se propôs em ir até minha casa, mas recusei, Will (graças aos deuses do vulcão, chuva, sei lá) concluiu o trabalho pra mim, e eu voltei pra casa com um terço de mim, felizona.

**

Passei à tarde jogada no tapete da sala, com uma panela enorme de brigadeiro com M&M's assistindo uma série policial na TV.

Cara, eu não podia passar minha vida toda assim. Gorduras e diabetes iriam me assombrar logo logo.

Foi quando um Nick vestido de roupa social, gravata e muito gel no cabelo dando a impressão de cimento no asfalto, apareceu na sala.

- Mas que merda é essa?- quase me engasguei com um M&M na garganta e sujei meu queixo de brigadeiro sem querer.

Ele tossiu de forma elegante e tirou um lencinho do bolso, limpando o suor de sua testa.

- Irei para um encontro beneficente bancário, com a finalidade de conseguir um empréstimo para o meu site de aulas onlines.

Hum... Ok. Eu não entendo porque o garoto era assim, então nem me perguntem.

- Cara, você bebeu?- perguntei enquanto rolava os olhos e voltava e me esticar no tapete branco da mamãe que ela definitivamente odiava quando comiam/deitavam/pisavam/babavam ou peidavam. Porque aquele era o xodó dela, acho que ele era mais filho que a gente.

- Não.- o baixinho respondeu seriamente arrumando seu óculos.- Quer ir comigo?

Tá, dessa vez eu tossi que nem uma louca e me levantei, ficando de frente pra ele.

- Nick meu querido, pare de ficar tanto tempo na internet, está afetando seu cérebro.- respondi carinhosamente enquanto batia levemente sobre sua cabecinha dura de gel.

- É, sério.- retrucou se desviando de mim.- Eles querem que eu vou acompanhado de alguém responsável.

HAHA.

- Mamãe ou papai não podem ir?

- perguntei segurando a risada novamente.

- Eu disse responsáveis. Acho que você deve ser a pessoa mais... Hum... Sã dessa casa! Depois de mim, claro.

O duro que era verdade. Meus pais tiveram a brilhante ideia no verão passado de vender casquinha de sorvete sabor mamonas na frente de casa. Nem preciso dizer que eles alugaram uma Brasília amarela e colocaram “Pelados em Santos” o dia todo para todos ouvirem e saberem dos sorvetes. Nick os vê como terroristas, desde aquele dia.

- Olha... Isso parece muito chato. Mas vou me esforçar pra não morrer de tédio só por ter feito minha tarefa de matemática aquele dia.- pisquei para ele, subindo pro meu quarto logo em seguida. Na verdade, era porque eu estava sem nada para fazer mesmo.

Tomei um banho rápido, pois o calor estava deplorável. Fiz um coque alto, destaquei um pouco mais os olhos e passei um gloss clarinho. Coloquei um vestido elegante que mamãe havia me dado no natal passado. Ele era verde água, batia na altura dos joelhos e era um estilho meio “bata”. Uma sapatilha dourada e desci.

Nick já cochilava no sofá.

Maldito!

- NICK!- gritei enquanto o mesmo despertava assustado, se levantando no momento seguinte.- Vamos logo!

**

- Uau!- ainda estava de boca aberta.

O salão era lindo! Um lustre de cristal inundava os olhares de quem olhasse para cima. O azulejo era de um branco gélido, que dava até medo de pisar. As mesas eram em tons de vermelhos e dourados, e o local estava mais ou menos cheio. As mulheres se gabavam de suas joias e roupas, e os homens pareciam incomodados pelos ternos sociais e gravatas. Havia grandes janelas dando a visão da lua cheia e da noite estrelada de hoje. E eu estava em um tédio dos cacetes.

- Por favor, não faça nada que me envergonhe.- o garoto murmurou enquanto se aproximava de um senhor elegante. Os cabelos já davam rastros de tom grisalhos, mas ele estava muito bonito e preservado dentro de sua roupa social.

- Eu sou a finidade em pessoa, mou amou’r!- tentei, inutilmente, imitar a voz de algum francês.

O baixinho me ignorou enquanto caminhava até o cara.

- Senhor Singleton! É uma honra, que tenha recebido meu email!- começou, triunfantemente.- Podemos nos sentar?

Singleton? Onde eu já ouvi isso?...

AI NÃO.

AI NÃO.²

- É claro meu jovem, fique a vontade!- respondeu enquanto levava uma taça de champanhe à boca.

Acompanhei meu irmão, temerosa de que algum rastro do diabo claro me ferrasse inteira. Não estava com vontade de brigar ou tacar vinho naquele cabelo relativamente bom. Não mesmo.

- E então? Qual será minha margem de lucro se o site der certo?- o homem perguntou com a voz grossa de frente ao meu irmão, que parecia estar muito nervoso.

- Er... No começo, de acordo com meus cálculos, uns 16%.

Fala sério. Que papo chato.

Enquanto os dois voltavam a conversar, um dos garçons me serviu de algo bem nojento. Parecia uma casinha de caramujo e o cheiro não era dos mais agradáveis. O prato era bem enfeitado, mas com pouca comida. Ricos ainda são um mistério.

- O-o que é isso?- perguntei assustada.

- Porções de escargot.- o garçom respondeu de forma “fina”.- Aproveite.- e saiu.

Respirei fundo, e ao lado do prato estava tipo uma pinça para eu pegar aquela gororoba e... bem... sugá-la. Meu estômago já se revirava por dentro e estava com vontade de vomitar ali mesmo. Acho que isso não seria muito bom para Nick.

Com um esforço fora do normal, agarrei a casquinha com a pinça e comecei... Bem... A comer aquele caramujinho.

Espere um momento.

Eu disse caramujinho?

Bem, de qualquer forma, aquilo tinha forma de caramujo. E o gosto também.

- Com licença.- afirmei rapidamente me levantando, colocando o guardanapo de lado no momento seguinte.

Corri com a mão na boca, com todos os convidados me olhando. Ao me aproximar do banheiro. Dou de cara com um grupo de jovens de ternos e quem eu menos queria ver no momento: Carter.

Que ótimo.

- Ei! É a garota do leite!- um de seus “amigos” me reconheceu, enquanto se aproximava lentamente, seguido pelo grupinho. Inclusive o loiro.

Pensa Elisa, pensa!

Fui de encontro ao garoto que havia reconhecido minha pessoa, e fiz um gesto para que ele levantasse sua taça de champanhe. Mesmo confuso, obedeceu. Levei meus lábios até o canto do vidro e cuspi o pobre caracolzinho ali dentro, enquanto sua casinha ficava boiando no líquido. Levantei a cabeça e vi que todos me fitavam com nojo e escrotidão. Sorri.

- Olá garoto do caracol!- retruquei.

- Eca.- foi tudo que ele murmurou. Depois disso, entregou a taça para alguém levá-la dali.- Você é nojenta.

- E você é feio. Por que não cala a boca?

- Ora sua...

Carter interferiu nossa pequena discussão. Talvez estivesse passando muita vergonha. O que era muito bom para mim.

- Ei, vocês dois! Já deu não é?

- Carter, seus amigos são tão idiotas quanto você.- informei-o.

Ele não respondeu apenas me puxou para longe do grupinho de antas alienígenas que olhavam a cena, espantados.

Como se ele tivesse direito de fazer aquilo.

- Cara, me larga.- exigi me soltando, na área mais reservada do salão.

- Ficou louca? O que está fazendo aqui?- rebateu quase que gritando e eu pude perceber o ódio brotar em seu olhar.

- Você não é dono de tudo, sabia?

E não era mesmo. Oras, por que é que eu não poderia estar ali?

Carter passou as mãos furiosamente sobre os cabelos enquanto suspirava pesadamente. Uma, duas, três vezes!

- Vou te levar pra casa.- disse por fim, enquanto puxava as chaves de seu carro.

- O que?- espantei-me.

Eu havia escutado direito?

- Hã... Vou te levar pra casa?

- Não sou surda, seu idiota!

- Então por que perguntou? Porra!- extravasou toda sua raiva nas palavras.

- Argh! Não vou pra casa com você!

- Ei, eu não perguntei se você queria, sua meretriz!- e antes que eu dissesse mais alguma coisa. O capeta mirim começou a me puxar para seu invejável porsche preto.

E bem, minha pessoa ainda tinha lá seu restinho de orgulho, e eu comecei a ir para a direção contrária. E meio que ficamos nos puxando. É claro que em outras situações, o maldito agarraria minhas pernas e me levaria para seu carro à força para sabe-se-Deus-lá-onde e venderia minhas tripas para o mercado negro. Contudo, seu papi e uma multidão de gente ainda estavam ali.

Foi aí que ele me puxou com tanta força, que acabei tropicando na minha sapatilha (isso mesmo, nem pra ser um salto, sou uma perdedora mesmo) e me espatifei no chão. Não percebi, quando o mesmo caiu por cima de mim e senti que iria morrer ali mesmo por falta de ar.

- Carter?- uma voz grossa soou acima de nós.

- Elisa?- ta, essa foi a voz do Nick.

Olhei para cima e vários olhos curiosos nos rondavam. Me virei para Carter, e percebi sua mão boba bem em cima... dos meus peitos.

- TIRE SUAS MÃOS DOS MEUS MELÕES!!!- surtei.


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