Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 20
Nós não estamos em um musical.


Notas iniciais do capítulo

Hei! Desculpem a demora, estava trabalhando na minha história pro desafio de natal do Nyah, por que vocês não participam também? http://fanfiction.com.br/noticia/255/o_desafio_de_ferias/.
Queria agradecer a duas leitoras muito fofas que me mandaram lindas recomendações: Lanynha Mikaelson e Renaira Pantoja, obrigada *u*
Não revisei o capítulo, então me digam se acharem algum erro.
Sem mais delongas, boa leitura! E não se esqueçam dos reviews



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/426041/chapter/20

— O que? — perguntei um tanto hesitante. O sono havia passado e minha respiração estava mais pesada.

Como Peter descobriu aquilo? Será que o maldito havia contado a ele? Não pode ser… Hoje à tarde Singleton estava quase o matando com o pensamento.

— Esse seu namoro com Carter… Ele é de mentira, não é? — sorriu um pouco sem-graça colocando o copo de água na pia. — Pode falar… você não confia em mim?

— Não é isso, é que… Bom… — desisto. Mentir para Peter é igual mentir para a avó dizendo que não está com fome. — Ta legal, não é de verdade! — ergui as mãos, como se estivesse me entregando. — Como descobriu?

O garoto se aproximou, com um sorriso enigmático estampado nos lábios, enquanto eu cruzava meus braços na altura dos peitos aguardando uma resposta convincente.

— Eu te conheço como ninguém, garota. — apertou meu nariz com certa força, balançando-a minimamente. Droga. Peter era estranho demais para confessar alguma coisa de primeira.

— Isso não é o bastante! — resmunguei fazendo bico. — É sério Pit! Como descobriu?

— Eu já disse! — admitiu. — Liza, é impossível alguém esconder algo de mim. — glorificou-se me puxando para um abraço caloroso que eu facilmente correspondi. Ter Peter ali era meio que um sonho antigo, e bem… Uma promessa que fizemos antes dele ir embora. Eu sabia que ele voltaria. E esse dia finalmente chegou.

— Porra, por que você é tão esquisito? — zombei infiltrando minha face na dobra de seu pescoço enquanto aspirava seu cheiro que tanto senti saudades.

— Bem, você ainda precisa me contar muitas coisas. — murmurou passando as mãos sobre meus cabelos que no momento deveriam estar parecendo uma caca. — Hm… — colocou as mãos sobre o queixo como se estivesse pensando. Eu sabia que ele já havia bolado alguma coisa, mas o idiota adorava fazer um charme. — Tenho uma proposta tentadora.

— Fala. — rolei os olhos, rindo um pouco da sua voz.

— Durma comigo hoje. — o encarei confusa e com um leve toque de “é brincadeira né?”, mas o garoto estava mais sério do que nunca.

— É brincadeira né? — verbalizei.

— Claro que não. — defendeu-se. — Igual na fazenda! Construíamos casinhas com cobertas e nos protegíamos dos monstros lá dentro, você não se lembra?

— Claro que sim. — afirmei de prontidão. — Mas é que… — seus olhos estavam semelhantes aos de um cachorrinho pidão. Não tinha como recusar. — Tudo bem! — sorri.

— E terá que me contar tudo sobre esse seu namoro “ardente.” — zombou.

**

E… Sim. Eu contei tudo para Peter. Tudo mesmo. Contei sobre como era ameaçada pelo loiro e também sobre aceitar sua proposta louca. Contei sobre Judy e como o maldito queria reconquistá-la. Contei sobre Matt e como aquele garoto mexia comigo. Contei tudo que estava ao meu alcance, até sobre aquele beijo maluco no circo.

— Cara, você é louca. — disse, ao fim das minhas explicações, rindo um pouco. — Tem noção na encrenca em que se meteu?

— Na verdade, era isso ou ter meu blog descoberto. — rolei os olhos, puxando um pouco de sua coberta pra mim.

— Porém você pode acabar com isso. — o olhei com confusão. — Judy não voltou a gostar dele?

— Sim, mas… Mas é que… — gaguejei. Ok, eu não sabia o que dizer. — Bem…

— Você gosta dele, certo?

— O QUE? — berrei. Peter fez um sinal zangado para que eu falasse mais baixo. — Desculpe. — sussurrei. — Só que você está louco, eu não gosto daquele… Daquele… Exibido desgraçado.

— Ah não? — ele fingiu beijar a palma de sua mão com euforia. — Não como você. — fez uma voz fina e afeminada, singularizando o meu pós-beijo com o Singleton.

— Seu otário! — bati meu travesseiro em sua cara, resultando em risadas abafadas. — Eu me deixei levar, só isso.

— Vamos lá, Liza. — incentivou-me ainda rindo. — Se eu fosse uma garota não reclamaria em ficar com aqueles bíceps sarados.

— Cara, larga de ser veado. — zombei daquele momento gay.

— Ei! Eu falei, se eu fosse uma garota. — piscou para mim. — Aliás, você poderia me apresentar umas amiguinhas suas né? Papai aqui precisa se reabastecer.

— Eu só tenho uma amiga, e no momento ela deve estar com outro amigo. — estava falando de Will e Geny. — E pare de ser tão pornográfico, sou uma moça de respeito. — brinquei.

— Sim, uma moça que já ficou com um ruivo, um loiro... — contou nos dedos. — Quem sabe um moreno sarado dono de um tanquinho lindo…

— Ei, isso absolutamente não vai acontecer. — ri mais alto ainda, não acreditando na sua cara de pau. É claro que aquilo era uma brincadeira, Peter poderia ter a garota que quisesse e na hora que quisesse.

— Tanto faz. — deu de ombros. — Aliás, dona moça de família, boa noite, já são quase quatro da manhã!

**

Dia seguinte. Aula.

Ficar acordada até as quatro, certamente não foi à atitude mais inteligente do mundo. Se eu já sentia sono mesmo dormindo até a uma da tarde, imagine agora.

— Depois ele me levou para um restaurante francês e disse que eu podia pedir o que quisesse! — Geny sussurrou ao meu lado, em uma aula de história narrando seu encontro perfeito com Will. Não tem nada melhor que ouvir pessoas contando seus relacionamentos lindos e você mais sozinha que pulmão de fumante. — E depois do fondue de chocolate… Ele me beijou! Cara, William Parker me beijou, você tem noção disso?

— Que legal. — respondi monótona. — Me empresta o apontador?

— Credo, Elisa! — rebateu, mas me passando mesmo assim o pequeno objeto. — Você deveria ficar feliz por mim!

— Eu estou! — defendi-me. — Sério, acredite! É só que… — rolei os olhos. — Nada, esquece.

— Ás vezes você é tão esquisita. — bufou. — Por que está com essa cara de cachorro manco?

— Peter voltou. — respondi de prontidão, agora bocejando. — E tudo que aconteceu ultimamente está acabando comigo e meu sono.

A garota me olhou, como se não estivesse acreditando em alguma coisa que eu disse.

— Você não está falando daquele Peter magrelinho da fazenda… está?

— Teoricamente. — revirei minha a bolsa a procura de meu celular. Quando finalmente o achei, mostrei a foto que eu havia tirado de Pit enquanto dormia. E sim, eu sou uma stalker hoho, fuja. Brincadeira, eu só achava engraçado sua posição de dormir e também poderia usar contra ele no futuro.

— OMG! Elisa, que pedaço de pão!

Hã? Certo, eu não estaria perdendo muita coisa se tivesse ficado em casa.

— Geny, seu vocabulário me entristece. — rolei os olhos. — Enfim, ele voltou ontem à tarde e está hospedado em casa.

— Se eu tivesse um desses em casa, já estaria na cadeia. — brincou. Mas nem tanto.

— Ah, por favor, chega disso! — sim, meu humor não estava nas melhores condições hoje. — Olha ali quem chegou. — apontei para Will que havia entrado após o segundo sinal.

— Er… Você não se importa se eu fizer dupla com ele, não é?

Dei de ombros.

— Vá lá engravidar aos dezesseis e se encher de pelanca. — sorri. — Por mim tudo bem.

— Te amo, Liza! — ergueu sua carteira e se mudou para o outro lado da sala onde um moreno sorridente estava a sua espera. É… E eu estava sozinha novamente.

**

Horário do fim do treino do maldito.

Mesmo com aquele tempo nublado e chuvoso eu estava me sentindo um pouco melhor. Ver Geny e Will felizes daquele jeito me alegrava (embora os apelidinhos melosos me causassem náuseas). O sono ainda precisava ser reparado, mas me lembrei que ainda precisava me encontrar com Carter no treino dos garotos da natação (afinal, ele que me dava carona depois da morte de Lola, minha pobre lata-velha).

Percorri o gramado recém-podado sentindo aquele cheiro de grama impregnar minhas narinas. Não era o melhor cheiro do mundo, pelo menos não pra mim. Contudo, já estava me acostumando com aquele ambiente. Não apenas com o ambiente material, digo, andar com os amigos do Singleton e aguentar suas esquisitices estavam dentro daquela lista também. E… (sei que me arrependerei disso depois) estava até gostando dessa nova rotina.

— Se você me jogar dentro dessa piscina eu realmente cumprirei minha promessa. — é claro que eu estava me referindo a cortar suas bolas.

Carter estava terminando de se enxugar e aquilo ainda me deixava um pouco sem-graça, porém, completamente vidrada. O treino já estava vazio (como sempre, aliás, cumprir horários nunca foi meu forte) e eu não via a hora de chegar em casa.

— Não se preocupe meu bem. — sim, ele forçou essas últimas palavras. — Não estou com animo e nem paciência pra isso.

Falando desse jeito até parece que eu sou alguém difícil de se lidar.

— Ótimo. — cruzei os braços, tentando prestar atenção em outras coisas que não fossem seu abdômen seminu e aquele maldito sorriso safado. — Só se apresse com isso, quero ir pra casa logo. — murmurei.

— Casa? — uma risada sarcástica tomou conta do ambiente. — Hoje é dia de passeio da turma, sua tapada.

Ai não.

Adeus sossego.

— O que? M-mas eu estou acabada!

— Certamente sua noite foi maravilhosa. — provocou. — Enfim, não me conte os detalhes. — dessa vez sua voz soou ríspida. — Mas estou sendo convocado para a festa à fantasia da Pâmela Doblin (uma loira peituda, sem mais explicações), quer dizer, a turma toda do terceirão foi.

— Hm… E o que eu tenho a ver com isso? — fiz de tudo para minha voz sair indiferente, o que certamente não ocorreu.

— Elisa… Minha cara, Elisa. — caminhou até minha direção, aproximando-se de minha imagem no mínimo patética. Seu jeito debochado já estava me dando nos nervos. — O trato é você agir como minha namorada e parece que você não está fazendo sua parte.

— Certo! — vociferei. — Irei com você nessa droga de festa, satisfeito?

— Muito. E você pode ir pra sua casa agora, ela começa a noite.

— Tenho uma condição também! — exclamei, o olhando de cima a baixo.

— Qual?— questionou impaciente, com os olhos semicerrados.

— Geny e Will também vão!

O garoto rolou os olhos de forma impaciente.

— Ta legal. — suspirou, tirando fios que atrapalhavam sua visão. — Eles também podem ir.

**

— Aaah! Elisa! Eu não acredito! — a loira alegrou-se, jogando-se em minha cama. — Uma festa a fantasia na casa da Doblin, cara! Quando eu iria imaginar isso?

— Não se alegre, estou sendo obrigada. — sim, meu mau-humor ainda estava ali. — Mas fico feliz por você e Will poderem ir.

A garota deu de ombros, enquanto ainda soltava seus gritinhos histéricos por finalmente ter uma boa festa para ir. Ficamos a tarde inteira se entupindo de pringles juntamente de Peter e assistindo séries policiais. Ela tinha as ideias mais loucas possíveis para fantasias e tentava me chantagear para poder usá-las em mim. Sem chances, não queria aparecer de lombriga na festa.

— Quase oito horas, Liza. — lembrou-me enquanto eu estava completamente vidrada na TV. — Levanta essa bunda gorda daí! — mudei de ideia, talvez exigir a presença de Geny não tenha sido a coisa mais inteligente que já fiz.

— Mas já? — revirei os olhos, me espreguiçando mais ainda no sofá. — Só mais quinze minutinhos…

— Nada disso! — berrou, caminhando até mim e puxando meus braços com força.

Desisti de tentar contrariá-la, e fomos até meu quarto.

Já havia decidido do que iria, não havia nada mais fácil: Janis Joplin. Simples, era só me vestir meio igual hippie e estaria pronta!

— Ah não! — essa foi a reação da Geny, quando informei minha decisão. — Vão achar que você fuma e não se depila!

— Ei, é só uma fantasia, garota! E Janis não era hippie, esse era só o estilo dela.

— Ok, ok, fique com suas caduquices! — uau, que amiga maravilhosa. — Acho que vou de capetinha, mesmo.

— Hum… De quem era a ideia ruim mesmo? — retruquei recheada de ironia.

— Ah, me deixa! Tem alguma coisa melhor?

— Simples, vá com seu estilo mesmo, não vai ter diferença entre capeta.

— Sua vadia! — berrou, tacando todos os travesseiros que via pela frente em mim.

**

Will veio nos buscar lá pelas 09h00min da noite. Até que minha imagem não ficou tão ruim. Deixei os cabelos soltos, coloquei uma saia longa cinza com detalhes brancos, uma blusa solta branca e várias pulseirinhas, anéis e uma sandália baixa. Geny… Bem, ela colocou um vestido justo vermelho deixando seus seios… hã… Notáveis, um batom chamativo escuro, um arquinho com chifrinhos e saltos monstruosos.

— Heei, que vestido curto é esse? — o moreno fantasiado de Erick da caverna do dragão logo foi repreendendo minha colega que mal se pusera dentro do carro.

— Não enche. — revirou os olhos. — E parem de criticar minha fantasia, estou a ponto de matar alguém!

Dei de ombros com a bronca, enquanto Will dirigia ainda soltando algumas indiretas sobre seu descontentamento com o vestido. Não demorou muito para chegarmos à mansão da tal garota, e devo confessar: Nunca senti tanta inveja de uma casa.

A mansão era composta por um jardim enorme à frente com algumas estátuas e uma pequena fonte. As paredes eram de cores claras e o local parecia ter bastantes andares. Estava quase explodindo em gente. A música alta eletrônica quase explodia com meus ouvidos e por onde eu olhasse haveria pessoas dançando, bebendo, se pegando e curtindo a noite.

Claro que eu ainda preferia pringles e séries de TV.

Entramos os três depois do garoto finalmente achar uma vaga para estacionar. Mal dava para andar sem trombar com alguém bêbado/chapado/seminu, contudo, finalmente conseguimos achar uma mesinha ao fundo.

— Parece que está a escola inteira aqui! — Geny comentou bitucando alguns quitutes e bebidas que eram servidos.

— Nem me diga. — bufei apoiando meu rosto sobre as mãos, entediada.

— Ei, Liza. Gostei da sua fantasia. — William elogiou-me também mordendo alguns salgadinhos. — Janis Joplin?

— Sim, e obrigada. — sorri, começando a vasculhar o local com o olhar a fim de encontrar o demônio que havia me convidado.

Não foi preciso muito esforço, pois a “gangue” estava vindo aí. Judy estava fantasiada de bailarina e seu namorado bocó de Batman. Taylor (eu acho que era o Taylor) de Super Homem e as garotas que eu esqueci o nome de coelhinhas da Playboy. Carter não estava com eles, o que me decepcionou um pouco.

— Ei, Elisa, como vai? — pararam a frente da mesa.

— Muito bem… Taylor?

— Acertou, finalmente hein! — zombou.

— Foi um esforço de minha parte.

Trocamos algumas palavras e o grupo se distanciou. Geny e Will já começaram a pegação enquanto eu ficava ali, só de vela. Chegou um momento que pareciam que iriam se engolir, então achei melhor me levantar e dar uma volta pelo ambiente.

Escolhi o jardim, pois era o lugar “menos movimentado” dali, embora ainda houvesse bastantes pessoas. Senti-me um pouco deslocada, enquanto a brisa fria soava sobre minha face. Encolhi-me um pouco com frio, quando senti uma mão se encaixar perfeitamente em meu pulso.

— Elisa? — era Matt, tinha certeza disso. Estava fantasiado de Conde Drácula e os fios ruivos mais bagunçados que nunca. Usava uma roupa preta juntamente de uma capa (sem contar os caninos de vampiro falsos) e particularmente, me pareceu bem sexy naquele momento.

— O-oi. — fiquei um pouco tímida. Não nos falávamos desde o incidente da arma de choque.

— Como está? — forçou uma voz doce, acho que não deu muito certo.

— Er… Muito bem… Você viu o Carter?

O garoto bufou, cruzando os braços no momento seguinte.

— Sinceramente, eu não sei o que uma garota maravilhosa como você possa ter visto alguma coisa nesse cara.

— Matt, eu… — iria lhe mandar catar coquinhos, mas fui interrompida por seus dedos que tocaram levemente meu queixo.

— Escute. — ordenou, com a voz suave. — Eu lhe perdôo por ter atirado em mim aquele dia, se me recompensar com uma dança. — presto atenção na música ambiente que agora estava mais lenta.

— Eu não quero seu perdão e muito menos dançar com você. — tiro suas mãos dali com certa brutalidade, quase berrando de raiva. Não sei por que fiquei tão nervosa, mas ele falava com tanto cinismo, como se eu tivesse a obrigação de dançar com ele ou deixá-lo me tocar.— Quer dizer, me desculpe, mas não. — sim, me arrependi um pouco por isso.

— Uou, a grosseria dele já está te consumindo. — indagou com severidade.

— O que está havendo com você, Matt?

— O que está havendo com você, Elisa?! — certo… esse cara estava louco. — Vamos, venha dançar comigo. — dessa vez seus dedos ágeis voltam a entrelaçar meu pulso.

— Eu acho que você é surdo. — outra voz trovejou próxima de nós, essa bem conhecida por mim. Era a voz dele. De Carter. — Ela já disse que não quer dançar. — respondeu um pouco mais ameno. — E se você se esqueceu, Elisa tem um namorado, que por sinal sou eu.

— Sempre aparecendo nos momentos mais importunos não é, Singleton? — o ruivo esbravejou.

— Você não faz ideia, Hagen. — retrucou com um sorriso cínico nos lábios, puxando-me pelo ombro para mais perto de si. — Esse é o momento que você da o fora. — semicerrou os lábios.

Matt não revidou a provocação apenas dando as costas para nós. Não sei por que, mas respirei aliviada.

Me virei na direção de Carter e meio que fiquei chocada pela fantasia (no bom sentido da coisa). Ele estava fantasiado de o Fantasma da ópera, meu personagem de musical preferido. Usava uma máscara branca que delineava metade de sua face dando destaque aos seus olhos azuis, e usava um paletó preto meio antigo, entretanto muito elegante, também acho que foi a primeira vez que vi seus cabelos alinhados com tanto capricho e seus lábios estavam entreabertos em um sorriso torto.

— Eu… Estava procurando você. — foi tudo que consegui dizer sem gaguejar.

— Costumam me procurar sempre. — ok, ele não é nada metido. — Brincadeirinha, aliás, por que está aqui fora?

— Porque tenho dois amigos quase se devorando lá dentro. — respondi de prontidão e o maldito riu de minhas explicações, entrelaçando seus dedos nos meus, conduzindo-me para dentro da mansão.

— Você viu a Judy? Ela está linda de bailarina. — provoquei.

— Sim, e está com o namorado idiota dela. — franziu a testa me analisando de cima a baixo. — Você quer dançar?

— Hã? — certo… aquilo estava me assustando. — V-você quer dançar comigo? Tem certeza?

— Você tem algum tipo de retardo mental? — estava demorando… — Sim, quero dançar. Essa fantasia demorou muito pra ser feita, quero aproveitá-la um pouco.

Assenti enquanto caminhávamos para o meio do “salão improvisado” vários outros casais aproveitavam o momento “a dois” e fiquei um pouco feliz por estar nesse meio. Seus braços se entrelaçaram na minha cintura e eu coloquei minha face sobre a dobra de seu pescoço, enquanto segurava seu ombro. Tentamos entrar no ritmo da música lenta e acho que estava dando certo. Acho. Estava ocupada demais sentindo aquele perfume forte e a maciez de sua mão tocando minha pele arrepiada.

“— Porém você pode acabar com isso. — o olhei com confusão. — Judy não voltou a gostar dele?

— Sim, mas… Mas é que… — gaguejei. Ok, eu não sabia o que dizer. — Bem…

— Você gosta dele, certo?”

É… Parece que as palavras de Peter começavam a fazer sentido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pra quem ficou curioso, essa é a fantasia que o Carter se inspirou: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/-nFQsuPeyXp4/T9gJbsse0yI/AAAAAAAAAT0/wntFLcZYJK0/s1600/opera1.jpg&imgrefurl=http://tatycasarino.blogspot.com/2012/06/o-fantasma-da-opera.html&h=485&w=383&sz=14&tbnid=ZZdEYPk0sDdp9M:&tbnh=100&tbnw=79&zoom=1&usg=__uBW88PBl2rC9eVZMDdhKRet-9KI=&docid=MFurkQ_ywptXoM&sa=X&ei=HPCkUua1LcPfkgee84HQBA&ved=0CEYQ9QEwBA