Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 16
Você me deve uma... Ou nem tanto assim.


Notas iniciais do capítulo

Nhaaa desculpem a demora! Vou explicar mesmo que ninguém queira saber o motivo: Estou chateada por não estar participando da formatura da sala (a otária aqui desistiu no começo do ano, por achar que a professora estava explorando a turma) agora tenho que aturar o povo postando foto deles no resort, fazendo arvorismo, paintboll e festas no facebook T-T Mas finalmente a vontade de escrever apareceu. Curtam o capítulo e deixem reviews e recomendações para eu poder me animar :3



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– Certo, e o que mais? – Geny ainda me retirava informações do dia desastroso de ontem. Ela ria a cada explicação, e eu ficava mais que puta. Qual é! Eu poderia ter sido presa! Não tem graça nenhuma.

Estávamos na arquibancada do campo de futebol aproveitando o sol que finalmente resolveu sair e falando alto. Pra falar a verdade, o dia estava lindo, a paisagem não era nenhum pouco ruim (os garotos do terceiro ano estavam jogando) e a arquibancada estavam cheia de outras garotas desocupadas como nós.

– Daí meus pais chegaram e tive que explicar que apenas eletrocutei o cara. – informei de olhos fechados, enquanto aproveitava um pouquinho do sol. Fala sério! Eu estava parecendo um fantasma.

– Não acredito! – berrou, agora rindo mais ainda. Não quero ser presa por matar minha melhor amiga. – Onde você achou uma arma de choque elétrico?

– Nick. – não precisava ser um gênio pra concluir isso. – E ele projetou a arma, ainda acho que ele pode ser preso por tráfico.

– Seu irmão é demais, tem armas em casa e é um quase formando em advocacia! – exclamou com os olhos brilhando. – O máximo que o meu faz é pedir dinheiro pra minha mãe e tirar meleca do nariz, e olha que ele tem vinte e três anos.

Não pude evitar minha risada catastrófica.

– Não tenha tanta certeza. – afirmei, ainda rindo um pouco. – Sou chamada de atendente de Mcdonalds por um garotinho de dez anos. É deprimente. – revirei os olhos.

– E o Carter? – ok, aquilo me pegou de surpresa. – Você disse que ele também estava lá!

– Er... Disse? – merda. A que grau meu nível de estupidez pode chegar?

Geny arqueou uma sobrancelha e meneou a cabeça positivamente. É como se ela dissesse “É claro que disse vadia, foi ele que brigou com o bendito do Matt pare de mentir, você não consegue.”

– Ta legal. – bufei. – Ele foi ver meu pé, e depois da briga toda... Levei-o pro meu banheiro.

– O que? – surpreendeu-se, gritando. Queria causar esse impacto mesmo. – Elisa, você é uma tarada.

– Não é nada disso, bosta! – me imaginei pegando o Carter no banheiro e chacoalhei a cabeça em reprovação. Se bem que...

– Então você leva o cara pro banheiro pra conversar?- a maldita interrompeu meus pensamentos sujos, da forma mais irônica possível, só pra variar.

– Na verdade, eu fui fazer uns curativos no machucado dele. Sabe, os dois ficaram bem acabados. – confessei, com uma vergonha desastrosa.

– Você nasceu com a bunda virada pra lua. – zombou, e eu a olhei meio “What?” – É uma expressão de dizer que você é sortuda.

– Nem sei por que me esquento com isso. – revirei os olhos e me levantei. – Preciso ir.

– Pra onde?- questionou, em tom de reprovação.

– É... Hãm... Vou comer alguma coisa e ir pra casa, não estou me sentindo muito bem.

– Claro que não. – a garota murmurou como quem definitivamente não acredita no que você está dizendo. E bem, ela estava certa.

Suspirei profundamente, jogando a mochila nas costas e olhando pela última vez para a garota naquele dia.

– Vou lhe mandar os emails hoje. – finalizei, caminhando para fora da arquibancada e seguindo em frente. Os emails eram os pedidos do blog. Minha caixa de entrada estava cheia, mas não estava com cabeça para tacar abelhas em pessoas. Não hoje.

E quem ainda usa email?

Só posso ser doente.

Percorri o gramado inteiro da área de saída da escola, e meio que fiquei “vagando” por aí. Não estava a fim de ter aula, e eu já havia entregado o trabalho de química monstruoso. Você não ganha nota para vir às aulas, só precisa chegar cedo, assinar sua presença e ir bem nas provas! Digamos que eu posso explorar um pouco o Nick nesse aspecto...

Parei em frente ao bebedouro e liguei a torneirazinha, agachando-me um pouco para satisfazer minha sede. Quando retornei a minha postura reta novamente, levo um susto, soltando um pequeno grito de pavor.

– Judy! – apontei para o ser de cor de cabelo falso na minha frente, após o quase infarto. – Ta fazendo o que aqui? – tentei manter minha pose. O que definitivamente não era o meu forte.

– Elisa, querida! – indagou calmamente, com a voz de lambisgóia dela. – Que coisa nos encontrarmos aqui, não é mesmo? – sorriu tentando parecer doce.

– Ãhn... Talvez seja o fato de estudarmos na mesma escola. – rolei os olhos, e saí a passos largos dali.

– Ei! Espere! – santa bicicletinha! O que eu fiz pra merecer isso?

A garota conseguiu me alcançar, e me lançou um olhar meio que de reprovação. Estava avaliando-me de cima a baixo, como se deixasse evidente que queria me irritar. E bem... A maldita estava conseguindo.

– Soube da briga de ontem. – afirmou, após longos segundos de “supervisão” com o narizinho em pé. – Carter é bem ciumento quando quer. – riu timidamente, como se estivesse lembrando-se de alguma coisa.

– Tanto faz. – retruquei com a voz monótona, dando de ombros.

– Bem... Você sabia que essa sua blusa... – finalmente sua voz fina e irritante é interrompida. E ainda bem, se ela falasse mal da minha blusa do Bob Esponja, iria torcer seu pescoço.

– Ei, estava procurando você. – eu conhecia muito bem aquele timbre rouco atrás de mim. Me virei, e lá estava um Carter completamente suado e com praticamente todo o cabelo loiro, que agora parecia escuro grudado na testa. Estava com um short branco largo e apenas com o colete vermelho do time do futebol.

– Pena que me achou. – brinquei me desvencilhando um pouco de seu corpo. Qual é! Vocês já ficaram perto de um garoto suado?

– Oi Carter. – a ruivinha olhou para baixo envergonhada.

– Fala Judy! – ele acenou um pouco sem-graça, bagunçando o cabelo molhado. Não vi mais os dois tão próximos depois do tal beijo. – Ei Elisa, vamos comer alguma coisa? Acho que estou com um buraco negro no estômago. – virou-se para mim de maneira exagerada.

– Você paga? – o mesmo acenou, revirando os olhos. – Então vamos.

Caminhamos de mãos dadas (foi ele) em direção dos armários do time masculino de natação, enquanto nos distanciávamos do diabinho sem misericórdia, deixando-a fervendo para trás.

– Você vai tomar uma ducha, não é? – lancei um olhar frio em sua direção, quando já estávamos próximos de onde a equipe treinava.

– Não gosta de homens molhados, minha cara Elisa?- zombou com uma voz sensual forçada, mas que provavelmente deu certo enquanto meu rosto havia se tingido de um vermelho absurdamente vergonhoso.

– Idiota! – insultei-o um pouco alto demais. – E-ei, por que está tão perto? – o gorila bombadão, estava com um sorriso de sacanagem nos lábios, deixando-me completamente sem escapatória. Tentei passar por ele, contudo, sei que sou uma sedentária de merda, e o maldito conseguiu me puxar pelo pulso, abraçando-me de maneira fervorosa no momento seguinte.

– Carter! – repreendi-o tentando empurrá-lo à força, contudo, ele mal se moveu. – Me larga! Você ta molhado, porra! – meus tapas só faziam com que ele me colasse mais ainda ao seu corpo deprimentemente atlético. Confesso que não era ruim sentir seus músculos contraindo-se por cima de mim, mas eu ainda tinha lá meus requisitos de dignidade.

Ou... Nem tanto.

– Você ta me sufocando! Aaahhh eu vou morrer. – exagerada, oi. – Singleton!

Agora suas risadas só tornaram a ficar mais altas e maléficas. Rolei os olhos, e finalmente o empurrei com raiva, e o maldito, finalmente teve a decência de me soltar. Enxuguei-me com as próprias mãos, o fuzilando com o olhar.

– O que foi? – gritei. – Anda logo! Vai tomar seu banho, droga!

– É tão fácil te irritar, que me sinto até um pouco desanimado. – fingiu tristeza no olhar, pegando sua toalha e correndo para seu respectivo box antes de eu acertar sua cabeça com uma jarra logo em seguida. De onde aquela jarra saiu mesmo?

Suspirei cansada, e me sentei em uma cadeira que havia próxima dali. Do outro lado podia-se ouvir os outros garotos pulando na piscina, e um treinador dando ordens. Ele parecia bem nervoso.

Após séculos no chuveiro, o loiro finalmente resolveu ressurgir das trevas para assombrar minha vida já desgraçenta. Já ia soltar um insulto e compará-lo com uma mulher, por estar tanto tempo dentro do box. Mas me esqueci completamente, quando ele apareceu apenas com uma calça jeans preta amassada, e com sua toalha branca envolta do pescoço. Gotículas de água percorriam seu abdômen levemente bronzeado, e uma corrente prateada se encontrava envolta de seu pescoço. Os fios loiros que se assemelhavam a um castanho mel respingavam gotas no chão, e só era preciso percorrer os dedos pela nuca, para deixar o cabelo “em ordem”.

Quando percebeu que eu havia travado ali mesmo, resolveu sorrir de maneira provocante, alinhando perfeitamente os dentes claros, fazendo com que duas covinhas “inocentes” surgissem nas maçãs de seu rosto límpido.

– Não conhecia esse seu lado safado, Elisa. – assim que sua voz trovejou pelo cômodo, pisquei diversas vezes, recobrando minha consciência até momentos atrás desaparecida.

– Não seja ridículo. – balancei a cabeça fazendo com que pensamentos inúteis desaparecessem. – Vamos logo que eu estou com fome!

– Certo, certo. – indagou de maneira entediada, sentando-se no outro banco de forma debochada. – Só falta o tênis e a camisa. – dito isso, puxou a mochila desgastada para perto de si, tirando uma camiseta pólo azul clara dali de dentro. Vestiu-a na velocidade da luz e calçou seus chuck taylor’s pretos de cano baixo que precisavam urgentemente de uma boa lavada.

– Argh! Depressa!

– Prontinho, Elisa mal-criada. – levantou-se jogando a mochila no lado direito de seus ombros largos.

– Até que enfim. – bufei indo na direção da saída. – Você não vai treinar hoje, certo?

– Se eu fosse treinar, não teria tomado ducha, sua anta. – respondeu como se aquela fosse à coisa mais óbvia do planeta.

– Grosso!

**

Havíamos decidido comer no mesmo local que vendia hot-dog do outro dia. Pelo menos a chance de nos perder era mínima. Não queria ser perseguida novamente por um porco selvagem do mato. Se bem que... Eu deveria estar em casa, MAS minha mãe colocou na cabeça de que eu já conseguia andar novamente e não poderia perder aula. Hehe, tolinha.

– Ah meu Deus! – exclamei. – Olha aquilo! – apontei para o parque principal da cidade.

– O que é? – murmurou com uma boa dose de tédio na voz. – Você não sabia que o circo havia chegado ontem?

– Haha, não. – o olhei com raiva. – Talvez por que houvesse dois garotos acabando com o meu quarto, para me preocupar demais com qualquer outra coisa.

– Águas passadas, baby.

– Que seja! – destravei meu cinto. – Vamos!

– Hã? Você ta brincando né? – me repreendeu com raiva. – Sem chances.

– Vamos lá, cara! Você me deve uma! – pisquei em sua direção.

Carter revirou os olhos, mas por fim acabou concordando. Estacionou o carro perto dali, e eu saí saltitante de dentro do automóvel.

– Você parece uma criança. – alfinetou-me, enquanto trancava o carro com o controle da chave.

– Eu sei, Nick me diz isso direto. – sorri, correndo em direção do local.


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