Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 15
Nunca tenha um revólver de choque elétrico em casa.


Notas iniciais do capítulo

Hehe, voltei o/ Só posso dizer que estou animada demais com os comentários! Só no capítulo passado recebi 13! 13! Nunca consegui 13 reviews em um capítulo ç.ç Por favor, não parem ~Sorriso político~ Zuera. Só quero dizer que to acompanhando uma fic legal demais chamada Aquarius, vale a pena dar uma olhadinha :3 Boa leitura, deixem reviews



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Com os olhos enfurecidos, e os punhos fechados de ódio, Carter nos fitava (o ruivo e eu) como se fôssemos dois garotos que haviam se pegado em uma batalha de línguas loucas, mesmo com a garota namorando.

E bem... Nós havíamos nos pegado.

E eu estava namorando.

Droga.

– Ei, Carter! – ouvi Matt começar. Não. Não faça isso. Por favor. – E-eu posso explicar.

– Calado. – o loiro rosnou, com frieza. Trazendo o silêncio à tona novamente ao ambiente.

Engoli um seco, temerosa.

Como eu me odiava! Mas em que bela droga fui me meter?! Será que é uma péssima hora para me explodir em centenas de pedacinhos?

– Por que ainda está comigo, Elisa? – perguntou cabisbaixo, depois de longos minutos, mas ainda sim com autoridade na voz. Não sei por que, mas senti nojo de mim mesma naquele momento.

– Escuta. – comecei, com o timbre falho. – Não é nada disso, é só que... Bem, não é o que parece. – ok, eu mesma não me reconhecia.

– Não é o que parece? – repetiu com escárnio, e um sorriso irônico brotou do canto de seus lábios com um pesado ar de deboche. Caminhou até nós lentamente, como um leão que ronda suas presas. – Bem, então eu devo estar bêbado. Eu pareço bêbado?

Segurei uma lágrima insistente, e abaixei a cabeça. Não conseguia fitar aquela imensidão azul violenta. Não naquele momento.

Meneei a cabeça negativamente.

–Foi o que eu pensei. – sentenciou. – E você Hagen? Tem algo a acrescentar? – virou-se para Matt com certa crueldade na voz. Esse era o sobrenome dos gêmeos

O branquelo levantou-se da cama, e com a mesma calma de outrora, caminhou até o loiro. Os olhos calmos e sem expressões. Completamente livres de culpa agora. Estranhei o fato, já que minutos atrás, parecia uma garotinha encolhida.

– Se quer saber, Singleton. – suspirou, exalando um ar de superioridade. – Foi delicioso. Não é mesmo, Elisa?

Ok, aquele cara tinha enlouquecido.

O punho direito, até agora fechado de Carter, golpeou violentamente a bochecha do outro, que por sua vez, cambaleou pra trás, tropeçando tonto sobre os próprios pés e caindo de costas no chão. Parecia que o ódio havia dominado o capeta esquizofrênico de uma maneira realmente assustadora.

Surpreendei-me quando ele andou novamente até a imagem patética de Matt caída no chão, e começou a depositar mais socos contra seu estômago. O garoto atingido tentava se proteger com as mãos na barriga e na face, finalmente conseguindo acertar o nariz de seu oponente, que acabou calculando mal seu desvio, e sendo acertado mais uma vez. Dessa vez Matt, estava por cima, desferindo chutes pelo corpo de Carter.

Foi aí que eu raciocinei direito, e vi que não deveria estar parada igual a uma trouxa e sim, buscando ajuda. Já que agora, ambos sangravam. Fui pulando de um pé só (sou uma ninja) até fora de meu quarto, escorando-me na parede. Gritei a ajuda de meus pais e ninguém respondeu, logo concluí que eles não estavam mais em casa.

– Nick! – batia fervorosamente na porta de seu quarto. – Nick! Por favor, preciso da sua ajuda!

Alguns segundos depois, a imagem de um baixinho irritado, surgiu, destrancando a porta.

– O que foi agora, senhorita atendente de Mcdonalds? – esbravejou com um exemplar de uma enciclopédia na mão.

– Argh! Depois discutimos sobre o meu futuro! Matt e Carter estão se matando no meu quarto!

– Não acredito em você. – respondeu de prontidão. – Nenhum cara brigaria por Elisa Borns Wel!

Isso era verdade.

Até agora.

– Ah não? – fiquei em silêncio por um momento. Tempo suficiente para Nick escutar algo ao lado se quebrando, e corpos batendo contra a parede. Tornei a olhar pra ele.

– Ok, entre aí. – deu espaço, e eu me infiltrei em seu quarto, ainda me apoiando nas paredes.

Era um quarto do mesmo tamanho que o meu só que muito mais organizado e sem rastros de pedaços de pizza no chão. Os móveis eram brancos e o garoto optou por não ter uma TV, já que ele dizia que desprendia sua atenção.

– O que vamos fazer? – questionei-o desesperada.

– O que você, vai fazer. – retrucou, revirando seu guarda-roupa. Depois de milissegundos, ele tirou um revólver prateado de lá de dentro.

Espera aí?

Um revólver?

Eu vou matá-los?

– Nick! O que significa isso? – berrei, apontando para a arma.

Ele revirou os olhos.

– É uma arma de choque, seu gênio.

– Ah sim, falando desse jeit... Uma arma de choque? Você tem autorização pra isso?- gritei mais insistentemente.

– Acho que sim, eu mesmo a desenvolvi. – sorriu satisfeito. – Tome, só dispare contra um dos dois, o efeito é temporário.

Nada que viesse desse garoto me surpreenderia mais.

Mas e daí? Eu estava desesperada.

Agarrei o objeto, e pedi para que ele me ajudasse, pois não aguentava mais me apoiar nas paredes. E assim, o nanico foi na frente, e eu segurando firmemente em seus ombros.

Quando cheguei novamente ao meu cômodo, os dois rolavam sobre minha cama espatifando as fuças um do outro, ai droga!

Apontei o revólver (me sinto uma delinqüente falando isso) para a direção dos dois e disparei. Acabou que eu atirei em Matt, que ficou se sacudindo loucamente entre os choques, e acabou paralisado no chão.

– Tem certeza que eu não matei ele? – me virei ao moreno, com a sobrancelha arqueada.

– Sei lá, nunca testei isso! A culpa é sua! – tirou minha mão de seu ombro e correu novamente para seu quarto. Batendo a porta com violência no momento seguinte.

– NICK! – rugi igual a uma louca, porém não obtive respostas.

Olhei para Matt, e fui pulando com um pé só até ele, dando leves batidinhas em seu rosto.

– Ai não, ai não! – senti um nó se formar em minha garganta. – Matt! Responda! Pelo amor de Deus! Matt!

– Parece que ele ainda esta com pulsação. – a voz falha de Carter, surgiu ao meu lado, segurando o pulso do outro garoto. – O efeito deve ser temporário. – explicou ofegante.

Virei na direção do loiro, e seu rosto estava ruborizado, enquanto sua mão direita afagava o canto de seu lábio, que agora sangrava, manchando-o de sangue. Um canto de sua testa estava roxo e com certeza aquilo ficaria inchado depois.

Comparei a situação dos dois e Matt parecia fudido. Vários cortes invadiam sua face pálida, fazendo com que os ferimentos aparecessem mais. Marcas de punhos se tornavam roxas por todo seu corpo, e ele parecia agonizar de dor em sua inconsciência.

– Me desculpe. – ele murmurou longos minutos depois. – Eu perdi a cabeça. Lamento ter estragado seu quarto. – abaixou a cabeça, ainda passando insistentemente a mão sobre o ferimento, que agora parecia latejar.

– Meu quarto é estragado por si só. Você não teve culpa. – teve sim, mas aquele não era o momento certo para acusações. Até porque, eu também tive. – Vem, isso aí vai ficar horrível. – apontei para seu rosto, me levantando no momento seguinte.

Caminhamos até o banheiro do andar de baixo e abaixei a tampa do vaso, ordenando para que o mesmo se sentasse ali. Tirei a caixinha de primeiros socorros de dentro do pequeno armário dali, indo na direção do garoto.

– Sabe, eu não sei por que você veio aqui. E o motivo de ficar tão nervoso. – desabafei, passando um pano molhado com um pouco de sabão por cima do corte profundo. – Você também beijou a Judy, caralho. – apertei seu machucado com mais força.

– Ai! Cuidado! – vociferou. – Eu vim ver como estava seu pé, sua mal agradecida. – bufou, em contradição. – E eu a beijei só uma vez.

– Opa, claro.

– Ei! É sério! – defendeu-se. – E meu desentendimento com Hagen, é de longo prazo.

Tirei o paninho dali e o olhei profundamente, procurando tentar decifrá-lo.

– O que aconteceu entre vocês? – questionei, tentando parecer indiferente. Pegando um algodão com álcool ao lado.

– Bem, foi a muito tem... Ei o que vai fazer com isso? – assustou-se.

– Com o que? – olhei para minha mão. – Ah, é só algodão com álcool.

– Vai arder! Tire isso daqui! – colocou as duas mãos, bloqueando o ferimento.

– Cara, é pra limpar a porra do corte. Agora tire as mãos daí! – ordenei.

– Nem pensar.

Revirei os olhos.

– Não vai arder, eu juro.

– Pare de me tratar feito uma criança. – trovejou, e eu vi a oportunidade perfeita, já que ele tinha afastado os braços para gritar. Enfiei o algodão em seus lábios, segurando a cabeça dele com minha outra mão, para o mesmo não sair do local. Acabamos criando uma guerrinha (na verdade eu criei, ele só queria se desvencilhar dos meus braços mesmo.)

Quando paramos com aquela bobeira, vi que eu estava com as mãos apoiadas na parede, e o rosto do garoto quase enfiado nos meus peitos. Ele parecia hipnotizado, e eu totalmente avermelhada.

– Carter! – berrei, fazendo o mesmo piscar diversas vezes. – Que merda você ta fazendo?

– E-eu... Foi você que enfiou isso na minha cara!

– Seu demente! – acusei-o e fui para o outro lado do banheiro, dando as costas pra ele, enquanto guardava as coisas. Ainda totalmente corada.

Quando me virei novamente, o idiota do Singleton já havia se levantado e estava vindo em minha direção, um pouco sério, com a testa ruborizada e os lábios comprimidos em uma linha reta. Dei alguns passos para trás, e acabei ficando colada na parede. O garoto se aproveitou disso, e apoiou um braço, na altura da minha cabeça, impedindo-me de fugir.

Eu deveria estar mais do que patética.

– O que diabos, voc...

– Na verdade. – interrompeu-me, com um timbre baixo, mas mesmo assim exigente. – Queria te pedir uma coisa.

Permaneci em silêncio, completamente sem-graça com aquela aproximação repentina.

Falou à garota que dormiu com ele.

– Seria muito te pedir para se afastar do Hagen, não é mesmo? – arriscou, como se aquilo fosse uma coisa óbvia. Um cachinho de madeixa loira estava esparramado por sua testa, e os lábios um tanto inchados, bastante avermelhados.

– Teoricamente. – revidei sem muita paciência para aquilo tudo. – Qual seu problema com ele afinal?

Ele apenas fechou os olhos, os forçando com raiva. E saiu de perto de mim.

– Carter! – exclamei, fitando suas costas. – Vou ter que te obrigar ou...

– Elisa! – a voz do meu pai, soou no andar de cima. – Chegam... Ei! Por que tem um cara morto no seu quarto?


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