Vingue-se Ou Morra. escrita por Holden


Capítulo 10
Passeio no parque = Testa rasgada


Notas iniciais do capítulo

Heei o/ O capítulo não está tão grande, mas foi só pra matar a saudade ♥ Quero deixar claro que estou em semana de prova, e caso eu passe em tudo postarei com mais frequência. Então rezem, façam mandinga, vendam suas almas e deem oferenda aos deuses do mar, terra, sol, fogo e o que tiver pela frente. Boa leitura c:



Deixem reviews *U*



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Acordo com uma claridade irritante batendo sobre meus olhos, fazendo-os arder no momento seguinte, e meio que mecanicamente jogo uma almofada sobre aquela janela aberta maldita. Porr...Caria! Aquilo não tinha cortina não?

– Carter!- gritei com ódio. Muito. Muito ódio.- Vem fechar essa merda agor...

Calei a boca, pois me dei conta de que (1) eu não estava na minha casa, (2) por um acaso aquele era o apartamento do Singleton e que (3) ele não era meu escravo nem nada do tipo, pois não tinha nada ainda para poder chantageá-lo. (Eu também já citei o fato de estar no próprio apartamento dele?).

Revirei os olhos, joguei o cobertor para o lado e meu sono só pareceu aumentar, contudo, as dores de cabeça e ânsias de vômitos estavam totalmente curadas. Agradeci ao deus do fubá por isso.

Quando terminei de fechar a maldita da janela com a cortina, decidi que não dormiria mais (só por hoje hehe) e que deveria estar frita por ter passado uma noite fora sem nem ao menos avisar o pessoal lá de casa.

Corri até o banheiro e lavei o rosto com desespero, tentando tirar qualquer requisito de inchaço ou marca de travesseiro dali. Peguei uma pasta de dente e coloquei uma quantidade considerável sobre meu dedo indicador (eu com certeza não usaria a escova de dente do gorila) e comecei a passar sobre meus dentes com violência. Assim que terminei, achei um elástico no fundo da prateleira, e prendi meu cabelo que se encontrava no modo caminho de rato, em um coque alto.

Decidi ir para a cozinha, pois meu estômago estava quase me estuprando pela fome que eu sentia no momento.

Caminhei até o andar de baixo, apreciando o luxo que eu jamais teria nem com novecentos anos de trabalho. Fala sério. Pra que tanta injustiça?

Ok... Cadê aquele diabo sem coração?

– Carter?- minha voz soou pelo apartamento inteiro, e minha única resposta foi meu próprio eco.

Dei de ombros.

Tendo comida na geladeira ou na dispensa estava tudo ótimo.

Abri a geladeira, revirando a coitada inteira. Meu Deus, como é que aquele coitado estava em forma? Bem... Não sou lá aquela pessoa saudável, mas também não sou daquelas de comer até um porco e não engordar. Sinceramente, pessoas assim me dão raiva (ou inveja hehe).

Ah esqueci. Ele faz esportes.

E eu sou uma vagabunda.

Ao fundo, dou de cara com salgadinhos de uma aparência ótima e várias latas de cerveja. Claro que eu não seria idiota o suficiente para beber de novo, então pego um resto de refrigerante que estava ao lado juntamente com os salgadinhos, e com eles, estava anexado um bilhete com uma letra mal-feita e um tanto curvada.

Ai vai ele:

“Elisa, tem um monte de outras coisas pra você comer. Os salgadinhos e as cervejas são para mim e meus amigos quando voltarmos ao meu apartamento enquanto assistimos a filmes de ação e jogamos no Xbox. Então até mais.

PS: Você vai comer não é mesmo? Bem, deixe pelo menos um pouco.

PS²: Se você sujar meu apartamento te faço limpá-lo todinho com a língua.

Agora sim, até mais.

De: Carter.”

Uau, amável como sempre.

Só por causa disso não perdoarei nos salgadinhos.

Eu não iria perdoar mesmo.

Sentei naquela mesa de café da manhã gigantesca, iguais aos filmes, e me senti igual a uma protagonista de novelas das nove. O que nos diferencia é que eu não darei simples goles em um suco de laranja.

E também não sou bonita como uma.

Mas e daí? Eu tenho salgadinhos baby.

Quase morri engasgada com uma bolinha de queijo na goela, mas por fim, consegui acabar com tudo. Tirei as migalhas da mesa e lavei o pouco de louça que tinha. Não queria que Carter ficasse de cu doce por conta da sujeira.

Procurei minhas peças de roupa, e as achei jogadas no chão do banheiro. Não tive tempo para pensar o quão nojento aquilo era só queria sair dali e ir para casa logo.

Corri até o saguão, e não deixei ninguém me ver (ou foi o que pensei). Fui me escondendo por todos os obstáculos que eu encontrava, e finalmente consegui sair do local enquanto respirava um pouco de ar puro daquele lindo dia.

Estava nublado e frio.

E eu não estava de tão bom-humor assim.

Pois toda minha genialidade foi em vão. Adivinhe?! Não planejei como voltaria para casa e estava sem dinheiro para pegar qualquer busão.

Maravilha Elisa.

Já estava pronta para me jogar no chão e fazer um escândalo. Quando um cara de jaqueta e capacete escuros estaciona próximo a mim com uma moto estilosa.

“Fuja Elisa, é o maníaco do machado.”- pensei.

Haha seria cômico, ser o mesmo tiozinho de O Iluminado. Pena que não estávamos em um hotel para ele me dar um susto, quebrando a porta e sorrindo maniacamente.

Meu Deus. Sou uma tapada.

Foi quando um último requisito de juízo me deu uma patada, e decidi correr igual a uma louca pela pracinha que eu estava. Trombei em um monte de crianças, e sem querer dei uma testada em uma árvore enorme.

Quem colocou aquela árvore ali?

– AI!- grunhi atirada no chão, massageando o canto da minha testa atingida. Elevei os dedos próximos aos meus olhos e me deparei com um pouco de... sangue?

– Ei garota!- olhei para cima, e o mesmo maníaco do machado estava ali, me dando sua mão para que eu me levantasse.

– Fique longe de mim!- berrei.- Eu sei quem você é o que quer, seu... seu... Maníaco!

Algumas crianças começaram a chorar e correram para o colo de suas mães e outras ficaram rindo enquanto apontavam para mim, deixando a mostra aquelas lindas janelinhas na gengiva.

E o tiozinho ali também ria, tendo sua voz abafada pelo capacete.

– Me desculpe.- indagou ainda rindo, só que dessa vez ele puxou o objeto sobre sua cabeça, revelando aquela cabeleira ruiva e bagunçada.

Os mesmos olhos escuros.

O mesmo sorriso contagiante.

– Taylor?- perguntei ainda estirada no chão.

– Não, Matt.- respondeu bem-humorado.- Cara, acho que você precisa anotar meu nome.

– Ahn... Me desculpe.- sorri um pouco sem-graça.

O garoto deu de ombros e se agachou em minha direção, fazendo com que eu me sentasse próximo ao seu corpo coberto por aquela jaqueta linda de motoqueiro e uma calça jeans coberta de rasgos.

– Ei, o que é isso perto da sua testa?

– Cabelo?

– Não.- afirmou, empurrando meu machucado.- Isso.

– AH! Está doendo seu desgramado!- tirei sua mão dali, massageando o hematoma que agora latejava.- Aliás, o que faz aqui?

– Eu? Sei lá, só peguei a moto e quis dar algumas voltas. Faço isso com frequência.- informou enquanto se levantava, e me dava a mão novamente. Dessa vez aceitei.- Vamos, vou te dar uma carona.

Não pestanejei. Era isso que eu queria não era?

Subi naquela coisa gigantesca e logo agarrei a cintura de Matt, sentia a qualquer momento que iria me esborrachar no chão e terminar o serviço da testa.

O rapaz deu a partida, e acelerou, fazendo com que eu o apartasse mais seu corpo de encontro ao meu. Até que não era tão ruim. Aliás, era maravilhoso ter o vento batendo sobre meu rosto e a sensação de liberdade me atingindo. Encostei a ponta do meu nariz nas costas do ruivo, e afundei meu rosto ali. Enquanto o automóvel só parecia estar cada vez mais rápido.

Falei o caminho quando ele se aproximou do meu bairro, e finalmente chegamos até minha respectiva casa. Suspirei um pouco desapontada, enquanto Matt me ajudava a descer.

– Er... Obrigada por hoje, você... Não quer entrar?- perguntei toda sorridente.

– Na verdade eu adoraria. Mas tenho um encontro agora.

É... Sabe quando aquela tábua de macarrão atinge sua cabeça? Me senti exatamente assim.

– Hum... Ta bem então. Vai lá, uma garota não aguenta ficar esperando.- disse como se aquilo não me afetasse.

– Garota?- arregalou os olhos.- Não, não, vou na casa do Carter. É um encontro de amigos. Sabe como é... Jogar, falar de mulheres que nunca teremos e assistir filmes recheado de sangue.

Haha. Nossa. Que alívio.

– Mesmo que o soco tenha doído ontem, não tiro a razão do lorde sem coração.- ele piscou pra mim.- Te vejo depois Elisa.

– Hum... Então até mais.

Mas do que diabos ele estava falando?

“- Você ficou bêbada. Engoliu-se com Matt. Estragou meu encontro com Judy. E me fez te trazer até aqui, deslocando meu ombro.- sorriu de forma sarcástica.- Acho que é só.”

As palavras de Carter me deram um soco no estômago no momento em que me lembrei delas. Fitei Matt se perder do meu ponto de visão com sua moto super turbinada, enquanto deixava uma Elisa pra trás com uma cara tingida de vermelha e com vontade de ser enfiada em uma cratera no chão.

Obrigada destino, por ter me feito passar como uma qualquer na frente do ruivo mucho caliente.

Se bem que... Beijá-lo não parecia uma opção assim tão ruim.


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