Seeking Shelter escrita por MrsHepburn, loliveira


Capítulo 35
Términos e Começos


Notas iniciais do capítulo

oie então fskdjfhsdkfjhsdkjfhskdjfhskdjhfskdjfhskjfh eu não sei o que falar bye



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Estou no apartamento da Harvey. Para falar a verdade, ele é oficialmente do Fletcher, já que está no nome dele, mas ela vive aqui também, então considero o apartamento tanto dela quanto del. Harvey está no telefone, mas Fletcher está sentado na mesa da cozinha, do meu lado.

Logo, ela desliga.

–Era minha melhor amiga. Ela quer que eu vá para o México com ela ou algo assim... -Balança a cabeça. -Lennon é meio louca da cabeça. Enfim. O que está fazendo aqui? Eu vi seu namorado descer todo arrumado e pensei que vocês iam para algum lugar.

Namorado! É a primeira vez que alguém se refere assim a Max, desde que eu voltei. É a primeira vez que isso parece... soar certo.

–Ele vai no baile de formatura com a irmã.

–E por que você não está lá?

–Eu quero ir em um lugar. -Um último lugar, só para fechar com chave de ouro essa longa caminhada que eu tenho vivido desde que meus pais morreram. Harvey arqueia uma sobrancelha. -É como se eu estivesse seguindo passos, passos pra seguir em frente. Primeiro o cemitério, depois a casa que eu costumava morar, a escola do meu irmão, a minha escola, o clube de música, todas essas coisas são pedaços de um quebra-cabeça, que só quando terminar, vou poder guardar e considerar um assunto acabado. Eu finalmente estou voltando aos trilhos, sabe? Eu preciso ir em último lugar. E então, acabou. -Eles assentem, distantes. -Mas eu vim aqui só para agradecer vocês, pelo que fizeram essa semana. E antes, também. Obrigada por cuidarem de mim.

–Carter, não teve problema nenhum.

–Eu sei, por isso mesmo. Vocês me ajudaram porque quiseram, e isso significa muito para mim. É... diferente, ter gente cuidando de mim, sem ser Connor. Obrigada. -Eles sorriem, doces.

–De nada.

–Agora eu vou.

–Espera. A gente pode ir junto. -Harvey diz, com a voz delicada, como se ela ainda estivesse emocionada com o que eu disse.

–Só se vocês quiserem...

–A gente não tem nada melhor pra fazer.

–Na verdade... -Fletcher começa a falar, mas Harvey lhe lança um olhar profundo, silenciosamente comunicando para que ele cale a boca. Sinto vontade de rir.

–Muito engraçado. -Diz.

–Eu estou brincando. Vou pegar meu casaco.

Vinte minutos depois, estamos parados no acostamento da rodovia principal, quase no limite da cidade, algumas quadras de distância do clube que eu fui, na noite do acidente.

Saio do carro, mas eles ficam, por vontade própria. Eu trouxe flores. Lentamente, me preparando, vou até o exato lugar onde o carro bateu. Quando fomos embora, tivemos que passar por essa rodovia para sair da cidade. Na época, ainda tinha pedaços de vidro no chão e manchas de sangue (aquilo não foi muito legal) na estrada. Agora, não há restos de nenhum dos dois. A única coisa que resta é uma fita, aquela usada pela polícia para isolar a área, presa em uma planta, no lado da rua. Exceto por isso, não há indícios de que alguém morreu aqui. Quem entra ou sai da cidade não faz ideia do que aconteceu, e as chances de nunca descobrirem são bem altas, o que na minha opinião é bom. Ninguém precisa saber o que aconteceu, como aconteceu, todos os detalhes. Eu sei, Connor sabe, e aqueles que me conheciam antigamente também, e isso é suficiente. Quando fecho os olhos, a cena volta a minha mente. Nas poucas vezes que eu parava de pensar no que aconteceu com meus pais e começava a pensar em mim, eu sempre imaginava aquele momento que as luzes do outro caminhão vinham correndo na direção do nosso carro, e então, eu abaixava para me proteger, sem nem perceber. Isso foi o que salvou minha vida. Charlie estava a dos assentos de distância, preso na sua cadeira de bebê, e foi isso que o matou. No hospital, consegui perguntar para o policial que estava investigando o caso se eu poderia ter salvo meu irmão, e ele disse que não daria tempo. Ajudou um pouco. Abro os olhos novamente e sou trazida ao presente.

"Se está lendo isso, quer dizer que morri mesmo. Não posso imaginar como, nem porquê, mas... está tudo bem. Acredito que morrer não é algo frio e sombrio, então depois de morrer, eu vou estar bem conformada, portanto não se preocupe comigo..."

Eu consigo fazer isso. Boto as flores no chão.

–Eu sinto falta de vocês, mas eu vou ficar bem. Ouço a porta do carro sendo aberta, e um segundo depois, sinto uma mão no meu ombro. Fletcher.

–Está tudo bem?

–Sim.

–Foi aqui? -Assinto.

–Depois que você contou o que aconteceu com seus pais, eu pesquisei as reportagens. Tinha algumas coisas na internet, mas eu achei a notícia do canal 3. Eu vi você, na maca. -Fletcher diz, e Harvey aperta seu ombro também. -Foi um acidente bem feio.

–Foi, sim.

–Você pode dar um minuto para a gente? Quero falar com a Carter, sozinha. -Harvey pede. Fletcher sorri e se afasta, indo até o carro. Olho curiosa para ela. -Posso perguntar uma coisa? É meio pessoal...

–Manda ver.

–Como é perder os pais? -Oh. Não era o que eu esperava. -Minha mãe. Ela está bem, mas ela vai morrer. Eu aceitei isso, mas ao mesmo tempo não consigo imaginar. Eu só estou com medo.

–Dói. No começo. Pelo menos menos para mim, mas você é diferente. Você já sabe que vai acontecer e acho que isso vai ajudar um pouco. Morrer não é tão ruim, se ela já aceitou. -Ela franze o cenho, mas assente.

–Hmmm, acho que entendi. Ah, eu queria falar uma coisa para você. Eu só não queria falar na frente do Fletcher porque ele ficaria meio sensitivo.

–Agora eu estou curiosa.

–Você nos ajudou bastante também. Quando eu perdi o bebê, eu achei que era porque eu não servia para ser mãe. Isso aconteceu com a minha mãe também, e ela não tentou engravidar outra vez. Mas quando eu estava ajudando você essa semana eu percebi que estava enganada.

–Você foi feita pra ser mãe! Harvey, você cuidou da sua mãe a vida inteira.

–Eu sei, eu sei, é que alguns meses atrás eu não tinha percebido isso. -Responde, meio na defensiva. -Então é isso. Você trouxe a confiança que eu precisava.

–Você vai tentar de novo?

–Agora, não. Foi um choque quando eu engravidei, e a gente vai esperar. Mas eu vou tentar, sim.

–E vai dar certo.

–Espero que sim, qualquer coisa, podemos adotar.

–Se você engravidar de novo, tem chance do bebê nascer com a doença da sua mãe? -Ela assente.

–Mas eu estou preparada. Ele vai viver bastante, só com algumas mudanças.

–Espero que sim.

–Pronta para ir?

Voltamos para o carro. Eles fazem piada de mim e Max o tempo todo, só para me deixar vermelha, e quando vão entrar no apartamento, piscam para mim e saem. Abro a porta, jogo as chaves no balcão e prendo meu cabelo, indo até a sala, cantando uma música do Black Files que está na minha cabeça há um século.

Dou um grito assim que vejo Max sentado no sofá, com os cotovelos apoiados nos joelhos, olhando para mim.

–Meu Deus, Max. -Levo uma mão até meu peito, sentindo meu coração voar pela janela.

–Desculpa. Eu não quis te assustar.

–O que você está fazendo aqui? Como você entrou?-Ele está com o terno e gravata ainda, mas a gravata está frouxa envolta do seu pescoço. Os primeiros botões da camiseta estão abertos também. -Você deixou a Jill lá? Sozinha? -Ele sorri.

–Connor me deu uma cópia da chave antes de ir embora. Eu achei que era hora de dar um espaço para Jill. Se eu olhasse mais uma vez para ela com aquele garoto, acho que minha irmã me dava um tiro. -Deixo escapar um risinho, e ele volta a olhar para mim, com intensidade. Sinto um calor subir pelo meu pescoço.

–Por que você voltou?

–Aquele foi um beijo e tanto.

Oh.

Ele se levanta. Se aproxima.

–O que você foi fazer? -Ele questiona, curioso.

–Falar com os meus pais. -Respondo, simplesmente. Ele passa a mão pela curva do meu pescoço e não percebe quando eu PARO DE RESPIRAR.

Sem pensar, seguro a camiseta dele. Provavelmente para me equilibrar.

–Como você está? -Tonta.

–Bem. Foi legal ir lá. -Respondo, porque sei que ele está falando da minha saída. Sua mão para na minha cintura.

–Hmmmmm. Que bom. A senhora Birkin me parou no ginásio, ela quer falar com você.

–Agora? -Nove horas da noite?

–Segunda feira. -A mão dele volta a subir, e ele traça uma linha invisível com o dedo, nas curvas do meu corpo. Olho para ele até ele encontrar meu olhar. A sua mão congela no lugar. Por um instante, ficamos assim, congelados no tempo, apenas processando o fato de que ambos estamos aqui e nossos sentimentos não mudaram e estamos diferentes, mas quando estamos juntos é como se tudo estivesse igual, apenas mais desenvolvidos. Mais preparados.

No segundo seguinte, estamos nos beijando desesperadamente. É como se fosse para compensar esses dois anos, aliviar a emoção, a tensão e tudo que veio nesse meio tempo. Cada toque é diferente, é delicado mas ao mesmo tempo desesperado, como se fosse acabar a qualquer momento.

Espero que não acabe. Ele começa a beijar meu pescoço e eu sinto que posso muito bem ter derretido ou virado areia nesse exato momento, porque eu me sinto muito, muito leve. Fecho os olhos, respirando fundo, tentando controlar meu coração descompassado, pressionando o seu corpo contra o meu.

–Vem. -Puxo a mão dele, guiando-o até o quarto. No meio do caminho, ele tropeça em um dos meus tênis e eu caio na risada, meio nervosa, meio animada com tudo isso. Seguro mais forte na sua mão, para ele não cair e continuamos até meu quarto. Ele me pressiona contra a parede assim que eu fecho a porta, e começo a tirar sua gravata, depois sua camiseta. Mas eu paro quando penso em proteção, porque eu não...

–Até parece. -Ele comenta, do nada, quando vê minha expressão, então tira do bolso da calça um pacotinho. Sorrio, então termino de tirar sua camisa, e ele me ajuda a tirar a minha. Não lembro como o resto das nossas roupas foram embora, mas quando estamos na cama, consigo perceber cada movimento, cada respiração ou gemido ou qualquer coisa que acontece entre nós. E eu não consigo respirar mas ao mesmo tempo estou tão feliz, tão entorpecida que eu nem ligo. Raramente fico sem fôlego por algo bom. E mesmo que tenhamos feito isso antes, mais de uma vez, essa parece a primeira, para nós dois.


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Notas finais do capítulo

FSDKJFD BYE
lololololollollolololol



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