–Porque vais ao ‘Stars Club’?– perguntei com a minha cabeça no peitoral de Edward lembrando-me de quando ele falou comigo pela primeira vez.

–Não vou, simplesmente precisava de falar contigo e o único local que me ocorria perguntar era esse clube visto que sou o dono dele.

Sua última frase deixou-me de boca aberta. Dono de um clube de strip?

–Foi o meu primeiro negócio, era fácil conseguir prostitutas – murmurou como se pudesse ler a minha mente.

–Uau, não esperava isso de ti – fiz uma careta imaginando o que ele fazia quando lá ia.

–Nunca tive relações com nenhuma delas – falou outra vez e eu olhei confusa para ele. Outra vez, leitor de mentes.

–Não, eu não leio mentes – um riso estrondoso saiu dele fazendo com que seu peitoral- quente e duro – vibrasse.

–Então como sabias o que pensava? – acusei.

–O teu rosto é como um vidro, transparente – disse e sua mão começou a fazer vaivéns nas minhas costas me arrepiando com seu toque.

A campainha tocou antes que eu pudesse falar.

–Esperas alguém? – ele perguntou confuso.

–Não – respondi da mesma maneira que ele.

–Eu vou me vestir e atender – beijou minha testa e levantou-se.

Espreguicei-me como uma gata, envolvendo meu corpo nos lençóis. Fiquei observando Edward vestindo uma boxer e uma calça de treino rapidamente. Meu corpo acendeu-se observando seus cabelos desarrumados e as formas de seus músculos quando se movimentavam.

–Se continuares com esse olhar, ignoro a campainha e salto para essa cama – falou com seus olhos brilhando maliciosos acabando de vestir as calças-

–É algo muito difícil de recusar – murmurei fingindo pensar um pouco – mas vou ter que dizer não, pode ser alguém importante lá em baixo.

A campainha tocou duas vezes seguidas depois de eu ter terminado de falar.

Edward bufou e abriu a porta com pressa. Olhei para o relógio e surpreendi-me ao reparar que eram uma da tarde. Também com uma noite destas! Edward deve ter usado preservativo, certo? Eu não tinha a certeza se já estava grávida, ainda teria de fazer os exames.

–Aleluia, Edward! – ouvi uma voz feminina e estridente. Não reconhecia alguém com aquela voz da família de Edward.

Levantei-me da cama e coloquei um robe preto à minha volta de Edward. Desci as escadas devagar e observei Edward com uma cara de desgosto à frente de uma mulher loira. Tanya. Uma fúria entrou em mim ao ver seu decote, não tapava nem metade das mamas! Mas quando olhei para baixo, minha raiva dissipou-se.

Jake estava ali olhando aborrecido para o nada. Ele não queria estar aqui.

–Jake, entra. Adeus Tanya – Edward falou frio e fechou a porta na cara de Tanya depois do Jake entrar. Ouviu-se um grito do lado de fora da porta.

Corri escada acima para me lavar. Não iria conhecer o filho de Edward com cheiro a sexo e pegajosa. Lavei-me rapidamente, estava ansiosa para conhecer Jake. Vesti um blusão preto, uma calça de ganga clara e um par de sapatilhas pretas. Prendi meu cabelo e passei uma maquilhagem leve pela cara.

Desci as escadas quase correndo – sem falar de que quase cai – e vi a sala desarrumada. As almofadas estavam no chão devido à noite quente, latas de cerveja, caixas de pizza e alguns sumos. Coloquei as almofadas nos sofás, peguei nas caixas e nas latas de cerveja. Caminhei até à cozinha onde encontrei Edward no fogão e Jake sentado no banco do balcão.

Corei ao sentir os olhos curiosos de Jake em cima de mim.

–Pai, quem é ela? – desviou seus olhos para o pai que nem se virou.

–Isabella, minha noiva – falou como se não fosse a primeira vez que conhecia seu filho.

–Olá –murmurei sem graça por sentir seu olhar esverdeado penetrante em mim. O mesmo olhar que o pai. Coloquei as caixas e as latas no lixo e quando me virei para trás, Jake estava com a mão apontada para mim.

–Sou o Jake, filho dele – apontou com a outra mão para Edward e continuou – tenho sete anos e minha mãe é uma vadia.

Comecei a tossir com sua última fala.

–Vadia? – perguntei vermelha olhando de Jake para Edward que continuava de costas.

–Sim, papá diz que é o trabalho dela – ouvi um riso.

Apertei-lhe a mão formalmente.

–É melhor não dizeres a muita gente o trabalho de tua mãe – disse dando um sorriso amarelo.

–Porquê? – questionou confuso.

–Porque é um trabalho, hmm … importante – uma gargalhada veio de Edward e fuzilei-o com os olhos – e algumas pessoas gostavam de ter esse trabalho então ficam com inveja e inveja é algo mau.

–Oh, okey, mas a minha professora disse que esse trabalho era vergonhoso.

–É melhor calares-te, Bella – Edward disse entre risos, colocando três pratos com ovos e salsichas.

–Também acho – murmurei ao cheirar os ovos.

–Os ovos vem do cu das galinhas – Jake informou sentando-se no banco.

–Dispensa-mos dessa informação - Edward murmurou ao atacar seus ovos.

–Quando é que te casas com Isabella?

–Não sei ainda, mas quanto mais depressa melhor.

–Ela vai ser minha mãe também?

–Se ela quiser.

–Queres ser minha mãe? – Jake virou seus olhos para mim. Arregalei meus olhos com essa pergunta.

–Queres que eu seja a tua mãe? – questionei sem saber o que mais dizer.

–Vais dar-me presentes? – perguntou.

–Acho que sim – murmurei.

–Então podes ser minha mãe.

–Filho de peixe sabe nadar – murmurei indirectamente para Edward que levantou seu olhar para mim.

–Isso foi uma indirecta?

–Eu acho que sim, ela manda indirectas para ti como eu – Jake falou continuando a comer.

Uma gargalhada saiu de mim.

–Não necessito de mais indirectas – choramingou fingindo-se de triste.

–Mamãe diz que vou ficar contigo – Jake anunciou mudando de assunto.

–O quê? –Edward falou chocado.

–Ouvi-a dizer que já não me queria.

Fiquei horrorizada com as palavras que Jake disse. Como uma mãe pode dizer isso de um filho?!

–Ela disse-te isso? – perguntei.

–Não, mas ouvi-a dizer ao telefone – disse dando de ombros continuando a comer.

–Eu não me importo, já vais ter um irmão e uma mãe – Edward deu de ombros como seu filho.

–Vou ter um irmão? – ele perguntou entusiasmado parando de comer.

Reparei que estávamos a mudar de assunto muito rapidamente.

–Sim, um irmão ou irmã.

–Fixe – murmurou olhando para a parede com se estivesse imaginando.

–Temos primeiro de ir fazer os exames – falei tentando eliminar as esperanças. Não gosto de desilusões.

–O preservativo rompeu-se – Edward comentou.

–Edward! – ralhei – estamos à frente do teu filho e a comer!

–Ele nem sabe o que é isso! – protestou.

–O que é preservativo? – Jake questionou inocente.

–Hás-de aprender depois, só não digas isso à frente de alguém – respondi tentando escapar daquela definição e o que levava ao uso dela.

–Os exames vão ser feitos hoje.

–Mas passou dois dias ou foi um? – perguntei já não tendo noção de que dia era hoje.

–Tanto faz, já marquei para as três da tarde.

–Eu vou com vocês?

–Sim – Edward respondeu a Jake depois de ter mastigado o último pedaço de comida que estava em seu prato.

–Lindo! Vou ver a parte genital de uma mulher.

E foi com isto que eu tapei minha cara.