15 de Abril de 1979

Sabe o que eu mais odeio na vida? Mudança. Hoje mesmo, eu estou saindo do interior de Nova York pra o Sul da Georgia. Eu tenho uma vida perfeitamente perfeita aqui em Nova York, mesmo não tendo amigos, eu sou praticamente feliz aqui.

Nesse momento, estou na caminhonete dos meus avós na estrada indo pro Sul da Georgia. Sim, eu moro com meus avós, minha mãe era uma adolescente que sempre bebia e sempre ia pra festas, um dia ela se engravidou de mim quando tinha 15 anos, quando estava no 5 mês de gravidez, eu nasci. O mais estranho, é que ela não sabia que estava grávida. Ela teve muitas cumplicações no parto, quase morreu, então, me odiou assim que botou os olhos em mim. Ela não tinha jeito pra ser mãe, ela não tinha responsabilidade, me deixou sozinha em casa 3 vezes e me deixou com fome 5 vezes, ela queria me bota na adoção mas meus avós decidiram cuida de mim. É fizeram.

Que falta de educação minha né? Meu nome é Angelica, Angelica James, mas pode me chama de Angel, tenho 10 anos, data de nascimento, 19 de Maio de 1969. Tenho cabelos loiros lisos e compridos, chegavam até a minha cintura, iguais da minha mãe, minha pele é pálida, sou baixinha e magra, meus olhos são verdes clarinhos. Ninguém da minha família tinha olhos verdes, minha mãe diz que são iguais do meu pai, nunca tive a chance de conhece-lá, ela diz que ele é um canalha...igual a mim...

Nesse momento, estou na camionete do meu avô indo pro Sul, eu estava no banco de traz olhando a estrada, estava quase chegando na cidadezinha da Georgia, em apenas 15 minutos, chegamos a pequena cidade. A cidade era um pouco pobrinha mas parecia legal, via crianças brincando e pessoas trabalhando, eu ia morar um pouco longe da cidade.

– Não é lindo essa cidade? - Disse minha avó Elizabeth Marie James, ela tem 59 anos, tem cabelos ondulados loiros quase brancos e olhos claros.

– É sim, seja bem vinda ao Sul Angel Haha - Diz meu avô Eduard Jay James, ele tem 67 anos, tem cabelos brancos e olhos castanhos.

Fiquei olhando á cidadezinha pela janela, a pequena brisa fazia meus cabelos loiros e longos voar, até a gente parar a camionete, meu avô tinha pegado um atalho mas não sabia como chegar a casa nova.

Enquanto meus avós discutiam sobre como chega lá, eu fiquei olhando as casinhas, uma casinha me chamou a atenção, mas não fou a casa, é sim um garoto.

Ele estava sentando debaixo de uma árvores, usava uma calça comprida preta e uma camisa de manga curta azul escuro, ele tinha cabelos loiros curtos, iguais aos meus, ele estava abraçado aos joelhos e escondendo o rosto neles. Ele parecia solitário, sozinho, queria ajuda mas quem ia aceita ajuda de uma menina de 10 anos?

Quando ia fechar a janela, espirrei, isso acabou chamando a atenção do garoto.

Levantou a cabeça e me olhou, ele tinha olhos azuis, azuis céu, ele tinha aparência de um garoto de 13 anos, ele é lindo. Ele tinha um olhar triste, um olhar solitário, parecia que ia chorar a qualquer momento mas fazia força pra não.

Nós ficamos encarando um ao outro, aquele mar de olhos azuis me deixou...Parar Angel!! Você só tem 10 anos e um garoto como ele nunca te daria atenção!! Nem sua própria mãe dá!

Mas, não consegui virar o rosto, ele era tão lindo. Quando ia dizer uma coisa, o carro liga e começa a andar, olhei pra janela de traz do carro e ainda olhei o garoto, que estava no meio da rua me olhando parti, em pouco tempo, sumiu da minha vista...Talvez Pra Sempre.

1 Hora Depois

1 hora se passou e chegamos a casa nova, ela ficava atras de uma floresta, ela era todas branca, era de dois andares, tinha uma varanda com uma cadeira de balanço, uma chamine de tijólos, tinha duas janelas na frente da casa, no primeiro e segundo andar. É...Lar Doce Lar.

– Bem Vinda á Casa Nova Angel - Disse meu avô saindo do carro

– Vamos morar aqui por quanto tempo? - Perguntei pra minha avó assim que meu avô se distanciou, ela sabia que eu não queria morar aqui.

– Com a posentadoria do seu avô, acho que um bom tempo - Respondeu - Eu sei que não quer morar aqui, mas, vai ser bom pra você, pode conseguir amigos e se diverti. Você vai gosta daqui - Disse sorrindo - Agora vamos, vamos conhecer á casa nova - Terminou saindo do carro e indo até a casa

Lá em Nova York, eu sofria bullying na escola, as crianças me chutavam, me jogavam no chão, pisavam nos meus livros e riam da minha cara. Sempre fui a melhor aluna mas era a mais que sofria bullying lá, tiveram até coragem de me jogar no lixo.

Saí do carro e entrei na casa, a entrada levava direto a uma escada e um corredor que levava até a cozinha, no meu lado esquerdo era a sala de estar que levava pra cozinha e a direita, á sala de jantar que também levava até a cozinha também.

– Pode ir lá pra cima, é sua casa nova agora - Disse meu avô e na hora, subi as escadas, lá só tinha um corredor, no final do corredor da esquerda, era o quarto dos meus avós, na frente a porta do banheiro, e no final do corredor á direita, era o meu.

Fui até ele e abri, ele era todo lilás e branco, tinha uma cama de solteiro com edredons lilás e branco, um criado-mudo branco ao lado da cama, um amario branco, uma banheiro e uma janela grande.

Nunca tive um quarto só meu, sempre dividia o quarto com minha mãe, não eramos mãe e filha, parecia que eramos irmãs.

Fiquei olhando o quarto até senti braços envolta da minha cintura e me levanta, dei um pequeno grito, era meu avô.

– Gostou? Agora é seu novo quarto querida, vai começa uma nova vida aqui. Você vai gosta - Disse sorrindo - Seja Bem Vinda Ao Sul.

Dois Dias Depois

Dois dias se passaram, eu fiquei arrumando minhas coisas e ajudando minha avó á arruma a casa, enquanto meu avô construía umas coisas que faltavam.

Era 06:30 da manhã, hoje tinha aula e eu meio que não queria ir. Medo de não gostarem de mim e de sofre bullying de novo mas tive que levanta.

Estava com um vestido xadrez vermelho e uma camisa branco por baixo, uma meia calça branca e sapatinhos vermelhos. Tomei café da manhã e fui pra escola de camionete com meu avô, eu terei que ir pra casa sozinha, minha avó vai está fazendo compras e meu avô vendendo animais, vou fica sozinha em casa.

Chegamos na escola e vi várias crianças brincando e umas conversando, não saí do carro, fiquei olhando pra eles.

– Não se preocupe querida, aqui vai ser diferente - Disse meu avô botando a mão no meu ombro - Agora vai lá, faz amigos. Te vejo as 4 - Disse

Dei um beijo na bochecha dele e saí do carro junto com minha mochila verde escuro, fui andando até a porta da escola, todas as crianças me olhavam de cima á baixo, eu só ficava de cabeça baixa e o sinal tocou e todos entraram, eu fui a última...bom...quase.

Tinha um menino que usava calças jeans e um casaco preto, ele estava usando capuz pra cobrir o rosto mas consegui ver a cor dos olhos, eram azuis. Fiquei olhando ele até entrar na escola e segui seu caminho até minha sala.

Caminhei ao seu lado até minha sala, era a sala 13 e a dele era a do meu lado, a sala 14. Nos olhamos e entramos. Assim que entrei a professora e os alunos me olharam, eu fiquei de cabeça baixa, a professora era magra, cabelos castanhos em um coque e usava óculos meia lua, também usava uma roupa muito formal, um vestido preto até os joelhos.

– Você deve ser a Srt. James certo? - Perguntou e eu assenti

– Bom, seja bem vinda, sou a senhorita Holmes. - Disse me puxando na frete de sua mesa - Pessoal, essa é Marie Angelica James, ela saiu de Nova York pra morar aqui, então ela vai estudar conosco, deem boas vindas a amiga - Disse e todos dizerem "bem vinda Angelica" em um tom de tédio - Por favor Angel, se sente-se e vamos começa a aula - Disse apontando a mesa do meio e me sentei, todos me olhavam e eu ficava de cabeça baixa, eu ouvia todos dizer "Olha a novata, tão sem noção" "Ela é muito feia cara" "Ela tem cara de maluca" "Não, ela tem cara de boba"

"Não sou maluca, nem feia, nem boba, só sou diferente" - Pensei e a professora Holmes começou a aula, algumas horas depois a porta abriu, era uma professora, ela segurava um menina pelo braço, era o mesmo garoto de hoje cedo.

– Senhora Holmes, o senhor Dixon pode fica na sua sala? Ele está de castigo por te brigado com um aluno hoje - Disse a professora com raiva.

– Claro Senhora White, Dixon pode se senta ao lado da senhorita James, ela é nova na escola - Disse a senhora Holmes apontando pra mim.

Ele se soltou da professora e foi até meu alcance, se sentou ao meu lado e ficou me olhando de canto, eu tentava ignora mas não conseguia. Também consegui de novo ouvi os alunos dizerem "Coitada, além de boba tem que fica ao lado do Dixon" "Tenho pena dela gente" "O primeiro dia de aula sempre é o pior mas fica com o Dixon, é muito pior"

Eu não entendia eles, ele parece legal, nem tinha cara de encrenqueiro. A aula continuou e ele sempre ficava me olhando, tentava me concentrar na aula mas não dava com ele me olhando, aqueles olhos azuis lindos.

A aula acabou 2 horas depois, assim que o sinal tocou, o tal Dixon saiu da sala correndo, estranhei mais ainda, parece que ele também estava pensando coisas ruins sobre mim.

Sai da escola e segui pra casa, o caminho ia ser longo mas não ligava, queria fica sozinha, pensei que ia me dá bem mas só ganhei mais inimigos, como queria conhece aquele garoto de olhos tristes.

Não queria morar aqui, queria volta pra minha casa, em Nova York, sair desse pesadelo. Senti as lágrimas caírem no meu rosto e comecei a correr de olhos fechados até tromba com um garoto.

– Ei! Presta atenção por onde anda muleca! - Gritou o garoto gordo

– Desculpa...eu não...

– Espera aí - Disse o outro garoto ao lado dele - Essa é aquela novata estranha que chegou hoje, tinham razão, ela é bem estranha mesmo Haha

– Eu não sou estranha! - Gritei - Só sou diferente!

– Sei olha pra você ó nanica - Disse o outro menino, só que magro

– Você é muito feia e estranha, ninguém chegaria perto de você, com certeza todos te odeiam, até mesmo seus pais Haha- Disse o garoto gordo.

Isso foi a gota d' água. Ninguém fala dos meus pais, ninguém!

Sem pensa direito, soquei o nariz dele, fazendo ele cai no chão com força.

– SUA VACA!! VAGABUNDA!! AGORA SIM VOCÊ APANHA!! - Gritou o garoto cheio de raiva - Segurem ela meninos!

Tentei correr mas os dois meninos me seguraram pelos braços, comecei a grita mas ninguém me escutava. O garoto gordo se levantou e veio até mim, o nariz dele estava vermelho e sangrando muito.

"Nossa, sou 7 centímetros mais baixa que ele, e consegui fazer isso?"

– Agora você vai ver!! - Gritou levantando o punho - Vagabunda!

Fechei os olhos esperando a dor, mas só consegui ouvi uma voz.

–Vão me dizer que viraram mariquinhas? Covardes. Se não soltarem ela, eu vou dá uma surra em vocês até você virarem homens - Ouvi a voz, era masculina.

Abri os olhos, o punho estava a centímetros do meu rosto, os meninos olhavam pra direita, olhei e vi que era o tal Dixon.

– Olhem só, o pequeno Dixon quer apanha hoje de novo, não aguentou apanha hoje e agora quer protege essa estranha? - Disse o garoto

– Thomas, você que apanhou, agora quer logo solta-lá ou eu que vou ter que fazer o serviço - Disse frio

Os meninos ficaram com tanto medo, que me jogaram no chão, fazendo meu tornozelo torce.

Os meninos correram mas o tal Thomas parou

– Isso não vai fica assim Dixon! - Gritou e voltou a correr ou tenta.

Fiquei no chão resmungando por causa da dor, o tal Dixon se aproximou de mim e se abaixou.

– Você está bem? Te machucaram? - Perguntou

– Estou bem, só o meu tornozelo que torceu

Ele tirou o capuz e pude vê-ló melhor, era o mesmo garoto dos olhos azuis solitários.

– Vou te leva pra casa, depois resolvemos o seu tornozelo, vai doer um pouco mas vai melhorar, onde você mora? - Perguntou

– Não muito longe daqui - Respondi

Do nada, ele me pegou no colo e fomos andando até minha casa. Eu não tirava os olhos dele em nenhum momento, ele só olhava pra frente, eu tinha meus braços envolta do pescoço dele. O silêncio estava um incomodo pra mim, então tentei quebra-ló

– Você é de onde? - Que pergunta mais besta em Angel! Sou uma retardada mesmo.

– Sou daqui mesmo, moro com meus pais e meu irmão - Respondeu - Você é nova aqui né?

– Sim, vim de Nova York mas tive que morar aqui por causa da posentadoria do meu avô

– Mora com seus avós?

– Sim - Respondi de cabeça baixa

– Hum - Foi a única coisa que dizer.

Eu dizia os lugares pra onde ir e em poucos minutos chegamos na minha casa. O Dixon teve que entrar pelo porão da minha casa, minha chaves estava na mochila e eu meio que não achei. O porão dava um caminho até a cozinha e ele e levou pro meu quarto.

Me botou na casa e foi pro banheiro, tirei meus sapatos e minha meia calça, meu tornozelo estava roxo, muito roxo. Em pouco tempo, ele voltou com uma toalha molhara e botou no meu tornozelo.

– Ai! - Reclamei

– Eu dizer que ia doer

– Eu não ligo, eu sou forte

– Tão forte que quase apanhou do Thomas James White, o filho da professora White

– James? Esse é o meu sobrenome

– Então você é a Angelica James

– Por quê todo mundo fala de mim? Eu só cheguei e todos já falam mal de mim

– Todos sim, menos eu - Assim que ele falou, olhei pra ele, ele estava me encarando, fiquei vidrada de novo naqueles olhos.

– Você é a garota da camionete de dois dias atrás né? - Disse depois de um momento em silêncio

– Sou, e você é o garoto da árvore né? Não sei seu nome

– Daryl, Daryl Dixon - Respondeu, dei um sorriso

– Daryl, até que é um nome bonito

– É Angelica também é - Assim que disse, eu fiquei corada.

Ficamos uns minutos em silêncio, ele cuidava do meu tornozelo e eu só ficava encarando ele, até meu tornozelo melhora.

– Acho que já tá bom. - Disse - Eu vou indo, tchau - Disse se levantando e indo até a porta

– Daryl - Chamei ele e ele me olhou - Nós vamos se ver amanhã?

Ele abaixou o olhar e ficou pensativo, uns segundos depois:

– Claro, até amanhã baixinha - Disse indo embora

– Até amanhã caipira - Gritei e ouvi uma risadinha dele e eu também.

Não sei por que mas eu acho que estou apaixonada, os dois garotos misterioso se tornaram um, acho que finalmente consegui me apaixona por alguém.

Vire-me e fiquei olhando a janela, o sol estava se pondo, eu estava muito feliz e em pouco tempo, dormi sorrindo pensando em Daryl

Marie Angelica James = Avril Lavigne

Elizabeth Marie James = Helen Mirren

Eduard Jay James = John Malkovich