Addicted escrita por Uchiha Yukari


Capítulo 6
Something Has To Change




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Itachi ‘s POV.

 

 

 

   Quando a porta do elevador se abriu eu sai correndo procurando por Sakura, naquelas condições ela não poderia ter ido tão longe, eu tentava me distrair na busca para não voltar lá e quebrar a cara do meu irmão... Foco, Itachi! O que importa agora é achar à irritante.

   Eu a encontrei ali, sentada, na verdade encolhida, no chão ao lado da maquina de salgadinhos, com o rosto escondido, apoiado no joelho, qualquer um teria pena dela, principalmente se soubesse de tudo que ela passou.

- Sakura. – murmurei baixinho me agachando na frente dela.

   Sakura se encolheu ainda mais ao ouvir a minha voz, eu gostaria de falar a ela que tudo ia ficar bem, mais eu não tinha certeza se realmente ficaria, ela respirou fundo.

- Sakura. - A chamei mais uma vez, colocando minha mão no ombro dela.

   Ela respirou fundo, e finalmente levantou a cabeça para me encarar, seus olhos estavam vermelhos e inchados, ela não ficava assim a muito tempo, na verdade eu nem lembro direito quando foi a ultima vez que isso aconteceu.

   Rapidamente ela desviou o olhar e passou as costas das mãos sobre os olhos na tentativa de conter as lagrimas, Sakura odeia chorar, principalmente chorar por ele, e. Ah dude! Eu sou horrível para consolar alguém, não faço idéia de como fazer isso, e nesse momento ela realmente precisa, e eu repito: eu não sei o que fazer!

- Eu... – A voz dela era um sussurro quase inaudível, não escutaria nada se não estivesse na frente dela.

- Shii. – Murmurei em resposta. – Eu estou aqui.

   Nunca fui bom com as pessoas, muito menos com meninas delicadas e frágeis como ela, Sakura fez um barulho estranho como um soluço bem abafado, eu soltei um suspiro, não sabia o que fazer com ela.

- Eu... E-eu... – Nem formular as frases ela conseguia.

   Merda, estava pior do que eu imaginava!

- Shii. – Murmurei com a voz mais suave que consegui, me sentando ao lado dela.

   Se ela estivesse em seu estado normal teria me dado um tapa por ter mandado – mesmo que indiretamente – ela calar a boca.

- M-me... – Ela tomou fôlego. – Me deixe falar.

   Apenas acenei com a cabeça.

- Eu achei que... – Um soluço. – Não sei, eu achei que...

   Ela não conseguiu terminar a frase, desabou em lagrimas piorando o meu desespero, então fiz a única coisa que me veio à mente, passei meu braço pelo ombro dela tentando confortá-la.

- Eu sei que isso dói, mas você vai dar um jeito nisso... – Me arrisquei a falar algo. – Como sempre faz.

   Sakura meio que se arqueou para cima, como um gato faria, tentando esconder o rosto inchado, eu passei a mão pelos cabelos dela na tentativa de ajudá-la ou apoiá-la.

   A única coisa que eu consegui foi fazer com que ela encostasse a cabeça na parede, bom pelo menos agora eu podia ver o rosto dela, era um avanço certo?

   Ficamos em silencio, a única coisa que podia ser ouvida era a respiração irregular e os soluços dela, nunca pensei que aquele reencontro poderia deixá-la nesse estado, merda, o estado que ela se encontra está começando a me afetar.

- Eu estou aqui. – Repeti.

- E-eu s-sei. – Ela soluçou.

   A cada minuto que passava a choradeira piorava, ou era impressão minha?

- Eu achei que... Você sabe... – Os olhos verdes me encararam melancolicamente. – Eu achei que tinha superado...

- Eu sei. – Concordei.

- Merda! – Sakura gritou jogando a cabeça para trás para depois apoiar a testa nas mãos.

   Vê-la assim descongelaria o mais gelado dos corações.

- Olha. – Ela se virou para me encarar, como se falasse para eu continuar.

- O que? – Sakura sussurrou.

- Você é muito nova para se apaixonar. – Respondi depositando um beijo na testa dela.

   Ela me olhou surpresa e simplesmente concordou com a cabeça

- Obrigado. – Sakura murmurou.

- Pelo que? – Eu perguntei confuso.

- Por estar aqui por mim. – Ela respondeu limpando uma lagrima.

   Eu dei a ela um meio sorriso, Sakura entenderia aquilo como um de nada, obvio que ela não precisava agradecer, eu sempre estaria ali pela minha melhor amiga.

- Vem, eu vou te levar para casa. – Murmurei me levantando e estendendo a mão para ela.

 

 

Ino’s POV.

 

 

   Não acreditei quando Deidara me contou, quer dizer o reencontro não foi o esperado mais mesmo assim deve ter acabado com a minha amiga, só Deus sabe o quanto ela deve estar sofrendo.

   Com esses pensamentos peguei o elevador para a cobertura do Highway, sim, o Highway um dos prédios mais caros de Nova York, mas é a Sakura não? E eu não posso reclamar, já que moro no prédio ao lado.

- Keiko-san, como ela está? – Perguntei ao ver a empregada que cuida desse apartamento e de Sakura desde que eu me entendo por gente vir em minha direção.

- Nada bem, Ino-chan, nada bem. – Ela me respondeu cabisbaixa.

   Suspirei profundamente.

- Vá falar com ela, a menina está trancada no quarto desde que o Uchiha-san a trouxe para casa. – Keiko me respondeu.

   Uchiha-san? Eu arqueei a sobrancelha confusa.

- Itachi. – Ela explicou.

   Murmurei um “vou vê-la” e comecei a subir a escada em direção ao quarto de Sakura, eu queria saber de tudo, mais sabia que teria que ir com calma ela deve estar muito abatida ainda.

   Bati algumas vezes na porta e não recebi nenhuma resposta, o que aumento a minha preocupação.

- Amiga, sou eu, a Ino! – Disse suavemente batendo mais algumas vezes. – Abra a porta, por favor.

   Nenhuma resposta, isso já está me irritando, será que ela se suicidou?O pânico começou a tomar conta de mim.

- Sakura se você não abrir essa porra dessa porta eu juro que arrombo!

   Não sei como mais arrombo, é isso é só um detalhe.

- Haruno Sakura, eu estou começando a perder a paciência! – Eu gritei

   Ainda não ouve resposta, porra será que ela duvidava da minha capacidade de arrombar essa porta? Se bem que eu mesma duvido...

    Ah, cheguei à conclusão que essa vaca não está me ouvindo! E eu me esgoelando aqui!

- Sakura! – Gritei mais uma vez, a esperança é a ultima que morre certo?

- Ino!- Sakura gritou com a voz abafada ao abrir a porta. – Que diabos você está fazendo aqui?

- Como assim “ que diabos você está fazendo aqui”? – Retruquei incrédula.

   Sai do estúdio fotográfico às pressas porque estava preocupada e é assim que eu sou recebida? Contei até dez mentalmente para não pular no pescoço dela.

- Entra. – Sakura me puxou pela mão sorrindo, ou pelo menos tentando.

   Sentei-me ao lado de Sakura assim que ela se sentou na cama, eu respirei fundo segurando o ar por o maior tempo que eu pude.

- Sakura, Deidara me contou o que aconteceu. – Eu informei com a voz mais suave que consegui.

   Sakura suspirou pesadamente jogando a cabeça para trás apoiando-a nas mãos e os cotovelos nos joelhos.

- Então... – Murmurei ao perceber que não obteria uma resposta.

- Até onde você sabe? – Sakura finalmente cedeu.

- Sei que não houve gritos, chutes, coisas quebradas e afins. - Respondi calmamente.

- Mesmo assim ainda foi horrível. – Ela murmurou em resposta.

- O que foi tão horrível? – Perguntei abraçando minhas pernas.

- Saber que ele continua frio. – Sakura murmurou.

   Eu sabia como estava sendo difícil para ela... E por um momento quase esqueci o que eu tinha ido fazer ali.

- Então você está depressiva? – Perguntei travessa.

- Porca, eu não... – Ela começou a me responder arqueando a sobrancelha quando viu o meu sorriso travesso.

- Sabe testuda, que pena, por que se você estivesse depressiva, nós poderíamos passar algumas horas ouvindo “Girls Just wanna Have Fun” afundadas em chocolate. – Disse fingindo desapontamento.

- É... – Sakura considerou, entrando na brincadeira. – Talvez eu não esteja tão bem assim...

 

 

Hinata’s POV.

 

 

 

“Hey, aqui é a Sakura acho que vocês sabem o que fazer”

   Desliguei antes do bip, era a quinta vez que eu ligava e caia na caixa de mensagens, fato que estava me deixando muito preocupada! Mal acreditei quando Temari me contou o que Deidara disse a Gaara! Sasuke e Sakura tinham finalmente se encontrado!

   Suspirei pesadamente, talvez devesse dar um tempo a ela, afinal, não deve ter sido muito fácil encará-lo, mas ela era a minha melhor amiga e eu estou preocupada com ela, principalmente nesse momento.

   Ok, de novo, pensei antes de digitar aquele numero tão conhecido, rezando para que dessa vez eu obtivesse alguma resposta.

- Hey. – A voz fraca de Sakura me cumprimentou.

- Sakura-chan! – murmurei em resposta.

- Hinata! – Sakura gritou, me assustando.

- Er... Tudo bem? – Perguntei tímida, não tinha a mínima idéia de como começar esse assunto.

- Ah... – Ela murmurou. – Você também sabe? Quem te contou?

   Suspirei pesadamente.

- Deidara contou a Gaara que contou a Temari que me contou. – Respondi, por fim.

- Oh, minha vida esta escrita em algum mural? – Sakura perguntou revoltada, me fazendo sorrir.

- Algo assim – Respondi. – Você é cantora e famosa;

- Obrigada por me lembrar do meu carma. – Ela murmurou.

- Como você está? – Decidi mudar de assunto.

- Cansada! – Sakura me respondeu. – Muito cansada!

- Desculpe por não estar ai. – Respondi, suspirando pesadamente.

   Sakura era a minha melhor amiga, já fez tanto por mim e quando ela mais precisava eu não estava lá com ela, me sentia culpada.

- Hina, não se culpe ok? Você está em turnê. – Ela me lembrou.

   Sorri levemente com isso.

- Mesmo assim, desculpe.

- Se você me pedir desculpa mais uma vez eu não perdôo ok? – Sakura disse impaciente.

- Ok. – Concordei. – Mas e ai como está tudo?

- Confuso. – Ela me respondeu sincera, muito sincera para falar a verdade.

- Hmm... – Comecei meio apreensiva.

- E não quero falar sobre isso. – Ela me cortou.

   Eu deixei pequenos risos escaparem.

- Ino me entupiu de chocolate! – Sakura reclamou. – E depois ainda reclama quando aquelas roupas estranhas não entram em mim!

   Eu sorri, a antiga Sakura estava começando a voltar.

- Roupas estranhas? – Perguntei inocentemente, vindo de Sakura não sei o que pode ser considerado estranho.

- Saia Tutu De Tule, quem diabos usa esse tipo de saia durante um show? – Sakura perguntou indignada – Eu tenho cara de quem usa esse tipo de roupa?

   Segurei com muita dificuldade os risos ao imaginar a cena.

- Não responda! – Sakura gritou apressada.

   Acabando com todos os meus esforços para segurar o riso.

- Não ria da desgraça alheia! – Sakura avisou com a voz chorosa. – Hina-chan! Não ria de mim!

   Sakura parecia uma criança às vezes, e ainda reclamava do Deidara...

- Eu parei. – Murmurei me recompondo.

- Eu sinto a sua falta. – Ela murmurou baixinho, aquela afirmação era só para mim.

   Eu sorri, Sakura tinha a mesma criação que eu, em famílias ricas mostrar sentimentos é considerado fraqueza ou algo cafona, mas nós nos expressamos por meio da musica, desde pequenas.

- Eu também, muito. – Respondi, afinal por que eu iria privá-la da verdade?

- Quando você volta? – Ela perguntou animada.

- Em três dias. – Respondi. – Quais são os planos?

- Noite das garotas o que você acha?

- Hmm... Não fazemos isso há um tempo, é uma boa idéia – Concordei.

- Ino com certeza concordará e Tenten e Temari estão na cidade. – Ela estava realmente animada.

- Isso é bom... – Murmurei em resposta.

- É ótimo! – Sakura me corrigiu e eu sorri.

- Acho que você deveria estar dormindo... – Murmurei quase me esqueci do fuso horário. – Boa noite Sakura.

- Boa noite Hina. – Ela murmurou antes de desligar.

 

 

Sakura’s POV

 

 

 

    Minha vida é um livro aberto, cheguei a essa conclusão após desligar o telefone, estava falando com Gaara, antes disso com Temari, Tenten, Naruto e até Neji tinha me ligado, agora não sabia se tinha amigos maravilhosos ou fofoqueiros.

    Suspirei pesadamente me jogando contra o macio colchão da minha cama, senti saudades dele por mais estranho que pareça, mas não sei... Eu sinto como se ainda faltasse algo ou alguém que eu não tivesse visto ou ouvido a voz, agora não me perguntem quem.

    Quando estava quase pegando no sono pensando sobre isso me veio esse estalo, só tem um lugar que eu ainda não visitei e que eu definitivamente preciso ver, levantei da cama em um pulo colocando o primeiro sapado que vi pela frente e saindo correndo do quarto procurando o telefone para chamar um taxi.

    Dei um pequeno sorriso ao relembrar que era exatamente isso que eu fazia sempre que meus pais transformavam a sala em um ringue de luta, e sempre ia para o mesmo lugar, aquilo me acalmava, tocar quero dizer.

    Pedi ao taxista que me deixasse duas quadras antes do endereço certo, preferia fazer aquele caminho sozinha, era nostálgico eu sei, mas eu queria relembrar essa parte do meu passado, ok a verdade é que eu queria fazer de tudo para que o Sasuke não me viesse a mente.

     Quando eu era pequena fazia todos os dias esse caminho seja com a babá de manhã ou sozinha à noite, de qualquer jeito era para me distrair, aquele lugar foi, é e sempre será a minha válvula de escape.

     Foi lá que eu chorei todas as minhas lagrimas e fui consolada na maioria das vezes, esse era o único lugar onde nenhum dos meus meninos conhecia, e eu fico feliz por isso.

     Eu já conseguia ver a escada de emergência, pulei me agarrando a um dos degraus, exatamente o que eu fazia quando era menor, continuei a subir até encontrar a janela como sempre fácil de abrir pelo lado de fora.

     Pulei para dentro da sala, era agora que eu geralmente encontrava Sasuke sentado no chão escorado ao espelho, ele me mandava aquele sorriso de canto irritante e dava espaço para que eu me sentasse ao lado dele.

     Balancei a minha cabeça, isso não aconteceria hoje, eu sabia, e teria que matar essa esperança de uma vez por todas, nunca voltará a ser o que era, ou o que não foi, às pessoas mudam, mas a vida continua, certo?

     Suspirei pesadamente passando as pontas dos dedos pelo piano preto, sentia falta dele, foi o primeiro piano que eu toquei em toda a minha vida, os moveis e os instrumentos continuavam no mesmo lugar como se fosse uma parte do meu passado que foi congelada.

      A melhor parte do meu passado, conclui ao me sentar no banquinho do piano esticando o braço para alcançar o violão, era exatamente assim que eu ficava toda noite quando eu tentava esquecer algo muito ruim.

 

 

 

“Any day it'll all be over

Qualquer dia isso tudo acabará

Everyday there's nothing new

Todo dia não há nada novo

And now I just try to find some hope

E agora eu só estou tentando encontrar um pouco de esperança

To try to hold on to

Para tentar me segurar

But it starts again

Mas começa de novo

It'll never end

Isso nunca vai terminar”

 

 

   Meus dedos deslizavam pelas cordas a fim de tocar essa melodia tão conhecida, eu murmurava as palavras, era a primeira vez que eu tocava essa musica sem Sasuke ao meu lado, e pela primeira vez ela estava fazendo com que as lembranças do passado retornar.

   Suspirei pesadamente tentando afastar essas malditas lembranças dos tempos felizes ou algo assim...

 

“I'm heavily broken

Estou extremamente arrasada

And I don't know what to do

E não sei o que fazer

Can't you see that I'm choking?

Você não vê que estou sufocando?

And I can't even move

E eu nem posso me mexer

When there's nothing left to say

Quando não há nada mais para dizer

What can you do?

O que se pode fazer?

I'm heavily broken

Estou extremamente arrasada

And there's nothing I can do

E não há nada que eu possa fazer”

( Heavenly Broken – The Verônicas)

 

   Ouvi palmas vindas da porta, feche os olhos respirando fundo não sabia quem era e sinceramente nem me importava!Só sabia que não deveria estar aqui! Pelo menos não agora...

   Suspirei pesadamente levantando meus olhos para a porta e tentando ver o intruso e sinceramente era a ultima pessoa que eu esperava encontrar aqui.

- O que você esta fazendo aqui? – Perguntei incrédula.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora, capitulo grande e espero que vocÊs aproveitem, reviews? :*



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