Jily - How I met you escrita por ChrisGranger


Capítulo 35
Somente a espada escolhe quem empunhá-la


Notas iniciais do capítulo

Olá meus tão queridos leitores!!! :)) Aqui está, fresquinho o novo e penúltimo capítulo!!! Após esse só tem mais um e o epílogo!! E depois, a próxima fanfic (continuação!!!). Espero que gostem!!!



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Tom Riddle avaliava a espada de Gryffindor em suas mãos com uma fissura em seu olhar. Havia lutado para conseguir aquela relíquia, mas ninguém, nem mesmo Dumbledore, o impedia de conseguir o que queria.

Ninguém imaginava mais o que ele, Tom Riddle, era capaz de realizar. Há pouco tempo havia adotado outro nome, aquele que muitos desconheciam e temiam. Mas Voldemort os faria reconhecer seu nome. Os faria reconhecer quem ele era, e o que havia alcançado.

– O que você vai fazer com essa espada? - disse uma vozinha atrás de Tom.

Voldemort virou-se como se uma sombra passasse em uma noite escura e assombrasse todos os cômodos de uma casa. Como se deslizasse em seu gélido manto de escuridão.

– Considere-se sortudo por ainda estar vivo, criancinha - respondeu o homem, friamente. A verdade era que nunca gostara de crianças. Desde a época em que vivia num orfanato, Tom aprendera que todas eram iguais, tão inocentes, tão ingênuas… nenhuma delas conhecia a realidade, conhecia o poder. Preferiam ficar chorando atrás de alguém, se escondendo da própria

sombra. Voldemort nunca fora assim. E ele alcançaria o poder, ao lado de seus seguidores, seus aliados.

– Mas… existem outras espadas. Essa é importante, é de Dumbledore. Você não pode roubar - replicou Henry, incrédulo.

Voldemort sentiu uma fúria percorrer todo o seu corpo. Uma fúria que sentia quando o desafiavam, quando acreditavam que ele não podia fazer algo. Era a mesma sensação que sentia com Dumbledore. Quase como se eles não soubessem quão poderoso ele era. Ele riu desdenhosamente. Uma risada fria e sarcástica, que demonstrava o quanto esse comentário passara como algo insignificante, vindo de uma criança.

– Por que acha que o soltei no castelo assim que chegamos? Eu nunca me importei com você, criança nojenta. Esperava que você pudesse me fazer o favor de… eu não sei, ser comido por um lobisomem, ou algo assim. - disse ele, empurrando Henry para o lado com um aceno de varinha, enquanto seguia para a porta da sala do que um dia havia sido do seu diretor. - Afinal já tenho o que quero.

– Então, por que não me mata? - questionou Henry, sem um pingo de medo. - Se sempre me odiou, por que me manter vivo?

Voldemort o fitou por alguns segundos com uma frieza em seu olhar. A espada de Gryffindor situava-se em sua mão, firmemente segura, enquanto começava a empurrar a porta da sala.

– Eu sou um Lorde misericordioso - respondeu Voldemort. - e cumpro o que prometo para os meus servos, que me servirão até o dia em que todo o poder será meu. Não é que eu não possa te matar, mas eu cumpro o que digo.

Henry franziu as sobrancelhas.

– Do que você está falando? Você cumpriu o que? - perguntou Henry. Todavia Voldemort, já sem paciência para perguntas, somente com mais um aceno de varinha, fez com que o garoto batesse contra o armário de objetos distintos na sala de Dumbledore. Vidro explodiu no rosto do menino e este gritou no meio de tanto sangue em seu rosto e em seus membros.

– Veja, você não se lembra de nada, pois eu o fiz esquecer. Você acha que se perdeu. Que seus pais estão são e salvos em suas casas. - continuou Tom Riddle, se divertindo com o que ocorria. - Eu vou lhe dizer a verdade, criança entrometida. Sua mãe, que você tanto ama, está...

Nesse exato momento, Tiago e Lílian adentraram a sala, e Tiago arrancou das mãos de Voldemort a espada de Gryffindor. Em segundos, os dois encontravam-se de fronte a Tom Riddle, segurando suas varinhas, enquanto Voldemort parecia estar no mínimo achando graça de tudo o que ocorria.

– A sangue-ruim e um traidor do próprio sangue… como não matei essa garota ainda? - murmurou Voldemort, entretido nos dois.

Lílian correu para Henry, que encontrava-se encostado no armário estilhaçado de Dumbledore. Seus olhos mal conseguiam manter-se abertos e ele murmurava coisas sem nenhum nexo. Com um reflexo rápido de luz verde, Lílian virou o rosto em direção a Tiago, que havia largado a espada no chão quando todos os seus membros eram esticados por cordas elásticas, como gigantescas cobras prontas para atacar o garoto. Tiago sufocava-se com uma das cordas que apertava seu pescoço cada vez mais e Voldemort ria friamente, enquanto apertava mais e mais sua própria mão.

– Pare! - gritou Lílian, segurando um dos maiores cacos de vidro que conseguira encontrar e jogando-o em direção ao rosto de Tom Riddle. O vidro acertou bem na bochecha direita do homem e um pequeno fio de sangue saiu lentamente enquanto Voldemort virava o rosto para a garota, parecendo mais furioso do que nunca.

– Como pôde fazer isso, sangue-ruim? - gritou Voldemort, enfurecido, soltando as cordas de Tiago e dirigindo-se em direção a garota. Quando Tiago tombara no chão, uma sequência de tosses fora ouvida por parte ele, que estava mais vermelho do que nunca em busca do ar.

– Lílian… corre… - ofegou ele, sua voz saindo fina diante da falta de ar.

Tom Riddle olhava diretamente para Lílian, concentrando-se em cada feição de seu rosto e acenando gestos rápidos com a varinha. A garota gritava de dor enquanto sentia milhares de feridas abrirem-se em todo o seu corpo, escorrendo tanto sangue que a garota estava prestes a desmaiar de tontura e de falta de sangue.

“Crucio!” – gritou Voldemort, justo quando a garota tombou no chão sem forças para continuar de pé. Mas ela franziu o cenho levemente quando continuara sentindo somente as ardências das feridas de sua pele. Ela não sentia a dor que Tom Riddle a fizera passar a poucos minutos atrás. A dor de sentir-se sozinha, abandonada por todos que a amavam. Tampouco era o seu grito que ecoava de dor. Lílian virou rapidamente a cabeça quando vira os olhos castanhos esverdeados de Tiago apertarem-se de agonia enquanto o seu próprio grito era ouvido em todo o castelo.

***

Tudo parecera muito rápido. Belle conseguia ouvir, sentir, falar, tudo distantemente. Ela conseguia enxergar tudo o que acontecia ao seu redor, como se fosse um dos antigos filmes de seu pai, ou um dos livros que sua mãe havia deixado para trás. Como se tudo ocorresse com outra pessoa, e ela fosse somente a espectadora, torcendo para que tudo desse certo no final. Mas pareciam que as luzes não acabavam e elas não vinham em sua direção de uma tela, mas de todos os lados. Também não havia nada de alegre nem que fizesse o espectador chorar de emoção. Havia somente o horror, a dor e a tristeza.

E em o mísero de segundos que demorou para Belle se sentir fazendo parte de outro lugar fora aquele em que o rosto de Thomas era destroçado por um dos lobisomens mais temidos do mundo bruxo.

Mas no segundo seguinte, tudo pareceu terminar. Os gritos, as luzes, os rosnados, tudo. Tudo acabou com um único e avermelhado brilho final, aquele que faria toda a platéia se levantar e aplaudir que incrível filme que acabaram de assistir. Belle virou-se lentamente para o lado, ainda distante de tudo o que acontecia. McGonagall estava parada ao lado de Abbey e Sirius que olhavam para tudo aquilo com um terror presente nos olhos. A mulher alta e esbelta, com um olhar severo, encarava toda a cena palidamente, com a varinha ainda apontada para Greyback, que encontrava-se no chão paralisado.

Belle virou seu rosto para o chão. Aos seus pés encontrava-se alguém. Alguém coberto de sangue, seu rosto arranhado em todos os lugares possíveis. Seus olhos azuis e brilhantes permaneciam fechados, como se alguém houvesse decidido que assim ele não sentiria dor, não sofreria. Belle tombou ao lado do garoto, com os joelhos falhando, sem forças para se manter em pé.

– Não… - ela se ouvia dizer ao longe, como se tudo não passasse de um livro que estava lendo aos pés da lareira no Natal. Mas aquilo estava acontecendo e estava longe de ser um mero presente. - Thomas, abra os olhos… olhe para mim…

Ela não ouvia nada, nenhum som. Parecia que todos haviam se silenciado, prestando atenção na garota e no garoto jogados lado a lado no chão. Belle colocou uma de suas mãos levemente em seu rosto, e com sua própria capa, limpou o sangue que ainda jorrava de seu rosto.

– Volte para mim… olhe para mim - dizia ela, tentando fazê-lo abrir os olhos. - Thomas! Por favor…

Thomas ainda estava lá, com os olhos fechados e o rosto destroçado. Belle não conseguia enxergar nem mesmo sua respiração, que ela mal sabia se estava de fato funcionando. Ela só queria enterrar-se nos braços do garoto e chorar. Ouví-lo dizer que tudo ficaria bem, pois os dois se amavam. Belle, mesmo diante da situação, sentiu o impacto das palavras percorrerem todo o seu corpo “pois os dois se amavam”.

– Thomas, eu te amo, não me deixe por favor - gritou ela, frustrada, enterrando a cabeça no peito do garoto. - eu te recompensarei. Um dia, serei eu que me jogarei na sua frente, que te salvarei. Me deixe fazer isso, volte para mim, para eu te recompensar…

Ela sentia seu rosto cada vez mais molhado, à medida que sentia que se algo acontecesse… se o pior acontecesse, ela não saberia o que faria. Como suportaria… ela levantou a cabeça e fitou o grupo que os observava tristemente. Abbey com os olhos marejados, Sirius encarando o chão sem saber o que dizer, McGonagall que ainda se encontrava no mesmo lugar, como se não pudesse se aproximar naquele instante dos dois. Remus ainda com a varinha na mão, encarava tudo com horror no olhar. Zac e Miandra choravam e se abraçavam, acreditando que nunca mais veriam o amigo.

– Façam alguma coisa! Me ajudem! - gritou Belle, para o grupo, furiosa demais para se controlar. Ela sabia que nada daquilo era culpa deles, mas queria descontar em alguém tudo o que estava sentindo naquele momento, apesar de saber que aquilo era errado. - É o Thomas! Vocês têm que fazer alguma coisa! Professora...

Todavia neste exato momento, um movimento rápido e ritmado no peito do garoto começou a ocorrer, e uma tosse alta, porém fraca, era ouvida. Belle virou o rosto, com os olhos arregalados e fitou os olhos azuis e brilhantes de Thomas, que assim como os de Belle, estavam molhados de lágrimas.

– Não precisa me recompensar… - sussurrou ele, esforçando-se para dar um sorrisinho maroto.

Belle nunca havia sentido tanto alívio em toda a sua vida. Ela sentiu toda a tristeza, toda a culpa todo aquele peso, se dispersar no segundo em que viu os olhos de Thomas. Os olhos que havia se apaixonado desde o dia em que os vira pela primeira vez. O grupo ao lado deles, parecia esperançoso. Mia e Zac haviam se soltado e observavam tudo incrédulos, mas felizes.

– Thomas… - disse ela, colocando as mãos na boca. - seu idiota…

Thomas deu uma curta e dolorosa risada, diante do esforço que tivera que conquistar para soltá-la.

– Você está bem? - indagou ele, segurando a mão dela.

Belle assentiu e se jogou nos braços do garoto, abraçando-o levemente para não machucá-lo. Mia e Zac comemoraram, assim como Abbey que abraçou Sirius aliviada, fazendo com que seu rosto se tornasse completamente vermelho. Remus parecia tão aliviado quanto Belle e McGonagall, recuperou seu semblante severo, apesar de parecer emocionada com a cena.

Thomas! - esganiçou Mia, correndo para abracá-lo.

Os outros também vieram, ainda chocados e aliviados com a sorte que o garoto teve. Mas alguém escapara no meio de toda a confusão. Enquanto todos estavam ocupados, prestando atenção em Greyback, Augustus havia fugido. E só havia um lugar onde ele poderia ir atrás de Voldemort: a sala da torre mais alta de Hogwarts, onde se encontravam Tiago e Lílian.

***

– Pare com isso, seu monstro! - Tiago ouvia Lílian gritar enquanto uma dor incondicional percorria todo o seu corpo. Era como se estivesse num castigo que nunca fosse acabar, uma agonia eterna, que era produzida somente por um simples movimento de varinha.

– Milorde! - exclamou uma voz ao longe e Tiago abriu os olhos espremidos por um mísero segundo, distinguindo a forma de seu professor, Oswell.

A dor excruciante que sentia em todo o corpo passou, tão rapidamente quanto havia começado. Ele permaneceu deitado e imóvel, tentando encontrar forças suficientes para se levantar.

– O que está fazendo aqui, Oswell? - indagou a voz fria de Voldemort, virando-se para o servo.

Lílian ainda estava ao lado de Henry, que começava a retomar a consciência aos poucos. Oswell focou o olhar nos dois, com um horror crescente, enquanto suas mãos tremiam incontrolavelmente.

– Estão todos nos corredores, milorde. Os alunos quero dizer. Os que descobriram - informou o homem, indicando com um gesto quase imperceptível, Tiago largado no chão de mármore de Dumbledore e Lílian agachada ao lado de Henry.

– O que estão fazendo aqui, Oswell? Como tantos descobriram? - questionou Riddle, furioso, explodindo mais uma das prateleiras de vidro do armário onde os garotos estavam encostados. Lílian se encolheu quando um dos pedaços voou diretamente para seu olho esquerdo, atingindo um centímetro ao lado e formando um corte ardente e fino.

– Eu não sei, Milorde. Perdão, meu senhor. Conseguiu a espada? - continuou Oswell, tremendo mais ainda, com uma preocupação imensa no olhar, ainda fitando Henry e Lílian.

– É claro que sim, idiota - retrucou Tom Riddle, rindo friamente quando a espada voou do chão aos pés de Tiago, para as suas mãos novamente.

– Pai… - murmurou Henry, tremendo incontrolavelmente nos braços de Lílian e abrindo lentamente os olhos.

– O que? - disse Lílian, franzindo o cenho.

Augustus deu um passo em direção aos dois, mas fora interrompido por Riddle, que permaneceu em seu caminho.

– Que fique claro, Oswell, que eu retirei a memória de seu tão adorado filho. Ele não faz ideia do que aconteceu nos últimos meses. Ele sabe quem são seus pais, mas não faz ideia de que eu matei sua preciosa mãe sangue-ruim… - disse Riddle, acenando um gesto em direção a Henry.

Um choque de realidade e de horror percorreu todo o corpo de Lílian enquanto se revezava em olhar para Augustus e para Henry. Como não pudera perceber antes que quem estava ao seu lado, era filho de seu professor? Que na verdade, o porquê de Oswell estar ajudando Riddle era para justamente recuperar seu filho?

– Por que fez isso? - sussurrou Oswell, baixinho.

– Para ele sofrer mais ainda quando você tiver que contá-lo de como perdeu tudo nos últimos meses e de como tem sofrido em minhas mãos...

Nesse exato momento, uma luminosidade incrível atingiu toda a sala. Lílian perguntou-se se já começava a amanhecer, mas quando conseguiu abrir um pouco os olhos, percebeu que toda a fonte daquela luz vinha do centro da sala, que fazia com que os móveis e o próprio piso da sala do diretor, tremessem com todo aquele impacto luminoso. Tom Riddle parecia, pela primeira vez na noite, surpreso, com os olhos vermelhos fitando com um ódio crescente a fonte de luz. Tiago recuava para longe, ainda se arrastando no chão, com um espanto percorrendo todo o rosto.

E quando Lílian sentiu todo aquele movimento acabar, que mais se assemelhava a um terremoto no mundo trouxa, ela olhou para o centro da sala, tão abismada e aliviada, que sentiu todo o peso de seu corpo diminuir. Dumbledore estava parado, fitando com interesse, Tom Riddle, que o examinava com uma certa apreensão.

– Veio se juntar a nós, Dumbledore? - perguntou Tom, mais friamente do que nunca.

Oswell ainda estava parado no mesmo lugar, parecendo ainda mais preocupado do que há alguns segundos atrás. Os cantos da boca de Dumbledore se alargaram um pouco, formando um leve e despreocupado sorriso. Ele parecia cansado, com sua barba quase inteiramente branca cobrindo a parte debaixo de seu rosto.

– Oh, sim… não sei se já está a par da notícia, mas esta é a minha sala agora - replicou Dumbledore, indicando um retrato de si mesmo numa das paredes.

Tom Riddle estreitou os olhos, profundamente irritado e impaciente. Seus dedos ainda seguravam a base da espada de Godric Gryffindor, ainda mais firmemente do que há alguns intantes atrás. Dumbledore virou os olhos lentamente para Lílian e para Tiago, como se estivesse percebendo somente naquele momento que os dois não deveriam estar ali.

– O que está fazendo aqui está noite, Tom? - perguntou Dumbledore, ignorando o fato de estar bem de frente para a espada de Gryffindor presa nas mãos de Riddle.

– Isso não é muito da sua conta, Dumbledore. - retrucou Voldemort, uma aura verde e ameaçadora rodeando seu corpo ameaçadoramente.

– Ah… veja Tom, você nunca acreditou que fosse. Mas quem está nesse exato minuto na minha sala mais uma vez, segurando um de meus bens mais preciosos é o senhor - disse Dumbledore, ainda sorrindo como se estivesse contando como a sua viagem fora divertida. - e vejo que também quebrou grande parte dos meus objetos… muitos inúteis de qualquer jeito.

– Você sempre me tratou como uma criança, sempre me vigiando acreditando que eu estava fazendo algo errado. Desconfiou de mim desde o momento que me conheceu no Orfanato. Não venha me dizer que você está certo em tudo o que faz Dumbledore. Essa espada não é inteiramente sua e nunca foi. - gritou Tom Riddle, pronunciando cada palavra com repugnância.

– Não, não é. - replicou Dumbledore com tranquilidade. - Pertence àquele que provar ter direito de usar a espada, somente àquele que provar ser um verdadeiro grifinório. E acredito que o senhor não tenha provado nem mesmo que é um grifinório.

Tom Riddle riu, como se o diretor tivesse acabado de lhe contar uma piada de mau gosto.

– Nunca, Dumbledore, nunca. Agora se me dá licença… - respondeu Tom, apressando-se em alcançar a porta da sala.

Todavia naquele exato instante, Dumbledore abriu a palma de uma das mãos, e com um rápido e simples gesto, todos os caquinhos de vidro que encontravam-se ao redor de Lílian e Henry, voaram em direção a Tom. O homem ainda parado na porta, abriu os braços e todos os pedacinhos microscópios de vidro, passaram pelo seu corpo sem atingí-lo, como se aquele sólido se transformasse em uma mera e pura fumaça que era difundida no corpo de Voldemort.

Dumbledore puxou a varinha de um dos bolsos, com uma graciosidade que Lílian não conseguia compreender. Ele a apontou para Tom Riddle, que parecia estar sendo puxado de alguma forma em direção à Dumbledore, como um imã. O homem gritou de fúria quando fora arrastado da porta e somente com este grito, outros objetos explodiram na sala de Dumbledore, transformando toda a cena numa explosão de cristais e objetos preciosos que pareciam rodear Dumbledore e Riddle. Folhas de pergaminho e livros foram arrancados das prateleiras e das mesas, e assim como os outros objetos de Dumbledore, juntaram-se à mistura de redemoinho no centro da sala. Tiago estava boquiaberto e assistia a tudo com uma admiração incrível. O garoto se levantou decidido e correu para o redemoinho onde se encontravam os dois homens.

– Potter! O que está fazendo? - gritou Lílian, tentando segurar seus cabelos ruivos que cobriam todo o seu rosto com o poderoso vento.

– Entrando no redemoinho - respondeu Tiago, com um sorrisinho e sem mais nem menos, pular para dentro dos objetos, cacos de vidros e pergaminhos, já quase em chamas devido aos feitiços que Riddle e Dumbledore lançavam um ao outro.

***

A primeira coisa que Tiago sentiu quando pulou sem nem mesmo pensar duas vezes, naquele vento furioso que rodeava os dois feiticeiros no centro da sala, foi uma dor aguda no pescoço. Quando ele aterrissou logo ao lado de Dumbledore, viu que havia cortado com um dos objetos afiados do diretor, o lado direito do pescoço, de onde já saía bastante sangue. Ele apertou a própria garganta, tentando conter o corte e se levantou, puxando a varinha do bolso. Tom Riddle ainda segurava a espada, um pouco menos segura na mão do homem, enquanto Dumbledore a trazia para mais e mais perto dele quando lançava feitiços poderosos de magnetismo.

Quando Dumbledore girou a varinha num movimento rápido em direção ao homem, todos os objetos pertencentes àquele vento furioso passaram por volta do bruxo, transformando-se em chamas flamejantes que eram lançadas, em formas de águias e fênix, ameaçadoramente em direção a Tom.

Voldemort gritou de fúria, enquanto muitas daquelas chamas o acertavam e o queimavam e apontou a varinha para Dumbledore enquanto o bruxo ainda o lançava objetos flamejantes vindos de todos os cantos da sala.

Avada Kedavra!– gritou Tom e, antes mesmo que Dumbledore pudesse parar de lançar todos aqueles objetos em direção a Tom, Tiago apontou a varinha um mísero segundo depois de Voldemort e gritou:

Protego! - e com aquele simples feitiço, um barulho ensurdecedor de explosão ecoou por todo o castelo. Quem quer que visse o que acontecia naquele momento, não acreditaria.

Tiago encontrava-se de fronte a Riddle, ainda segurando a varinha firmemente enquanto um feitiço ao redor de Dumbledore e Tiago eram produzidos por meio dele. Ao mesmo tempo, ao redor da camada protetora, quase cristalina devido ao brilho que produzia, Dumbledore ainda lançava tudo o que se encontrava na sala em direção a Tom, em forma de chamas que lançavam-se ao ar, em misturas de amarelo e vermelho brasante. E Voldemort, ainda um pouco distante dos dois, recebia o impacto dos feitiços unidos porém ainda lançava o seu próprio, a maldição da morte, que o rodeava com uma aura verde esmeralda e lançava-se de segundo a segundo em direção aos dois.

Todavia naquele exato instante, a espada de Gryffindor reluziu seu brilho prateado aos olhos de todos eles e começou a tremer na mão de Voldemort. Enquanto a tremedeira do objeto prateado incrustado de rubis vermelhos acontecia, Tom Riddle lançava cada vez mais maldições em direção a Tiago e a Dumbledore e as chamas cada vez mais ameaçadoras rodeavam o homem que gritava de fúria. Então, de repente, a espada voou das mãos de Riddle, sem o homem ter nem mesmo tempo de segurá-la.

O tempo pareceu parar enquanto a espada rodopiava no ar, seu brilho prateado e avermelhado reluzindo em toda a sala, fazendo com que todos prendessem a respiração. Passando pelos objetos flamejantes e pelo feitiço protetor de Tiago, a relíquia que todos lutaram tanto para proteger, foi parar nas mãos de Tiago. E assim, todos os feitiços que os rodeavam e que vinham da varinha de Tom Riddle, sumiram, como se tivessem sido absorvidos pelo ar.

Tiago fitava a espada em suas mãos, sem conseguir entender como ela viera parar ali. O garoto levantou o rosto e viu que, Tom Riddle, o encarava com o mais profundo desprezo. E com mais um único e furioso grito, ele se transformou numa única massa de poeira escura e de trevas, que os rodopiou por alguns segundos até desaparecer pela enorme janela da sala, por onde já entrava a claridade do sol nascendo.

Dumbledore suspirou profundamente e apoiou uma das mãos em sua mesa. Ele parecia cansado, após seu tremendo esforço de controlar todos os seus pertences da sala e transformá-los em chamas. Tiago ainda segurava a espada em suas mãos e seu próprio sangue, vindo do corte da garganta, pingava lentamente na relíquia.

– Bom… terei que fazer uma reforma nessa sala… - comentou Dumbledore, com um sorrisinho cansado, dirigindo-se a Lílian e a Henry. Os dois, que ainda estavam encostados no armário totalmente destruído, olhavam para todos os lados com um espanto incondicional. Henry se levantou de um salto, já recuperado de seu desmaio, e correu em direção a Agustus, que se encontrava apoiado em numa das paredes da sala, completamente abatido.

Apesar de seu cansaço, o homem sorriu, mais feliz do que Lílian havia visto em meses e abraçou seu filho, aliviado. Dumbledore observou a cena tristemente e virou-se para Lílian, ajudando-a a se levantar.

– Obrigada - agradeceu Lílian, tentando demonstrar o quanto estava agradecida a Dumbledore por tudo o que ele havia feito. Se ele não tivesse chegado naquela hora, Lílian mal podia imaginar o que poderia ter acontecido. - Hum… como o senhor soube que Riddle estava aqui? E o que aconteceu com o Potter, professor?

Lílian havia visto tudo o que ocorrera desde o momento que Tiago lançara o feitiço protetor ao redor dele e do diretor e quando tudo na sala de Dumbledore passou a explodir e a se transformar em chamas até a espada de Gryffindor simplesmente voar para as mãos de Tiago e Voldemort se dissolver em trevas.

– Mais cedo nessa noite, a professora MgGonagall me comunicou com um patrono emergencial de que um ataque estava acontecendo. E, srta. Evans, o que você viu há alguns segundos atrás era a mais pura coragem.Tiago provou ser um verdadeiro grifinório. - respondeu o professor, fazendo com que o garoto se virasse à menção de seu nome. - ele provou ser alguém corajoso e leal, determinado a defender aqueles com que ele se importa. E a espada naquele momento, só poderia ser empunhada por ele e não por Tom Riddle.

Tiago não disse nada e continuou a fitar a espada. Como tal objeto fora capaz de… escolhê-lo? Aquilo realmente era possível? Ele limpou o seu sangue da espada em sua blusa escura, já completamente molhada de suor da noite inteira e a entregou a Dumbledore.

– Isso quer dizer que posso me livrar dos deveres? - perguntou ele, com um sorrisinho maroto.

– Potter! - repreendeu Lílian, balançando a cabeça.

– Meus parabéns, Tiago. Estou orgulhoso - continuou Dumbledore, ignorando seus comentários. -, esta noite você e seus amigos, provaram ser legítimos alunos de Hogwarts. Vocês a defenderam, sem nem ao menos pensar duas vezes.

Tiago sorriu, e deu de ombros um tanto envergonhado.

– Por que Tom Riddle foi embora, professor? Por que nem mesmo tentar levar a espada depois que ela veio para mim? - indagou Tiago.

Dumbledore sorriu, como se aquilo já tivesse passado por sua mente antes.

– Quando a espada voou para longe de um mal tão grande e uma infelicidade traçada por toda a vida de Tom Riddle e foi parar nas suas mãos, Tom soube naquele instante que não teria o poder de arrancá-la de você. A espada tem seu próprio poder mágico e somente ela pode escolher quem irá empunhá-la.

Tiago ergueu as sobrancelhas admirado. Mal conseguia acreditar no que havia acontecido há poucos instantes atrás, quem dirá em que Tom Riddle não conseguiria vencê-lo graças a espada.

– Agora, crianças se me dão licença… preciso ter uma conversa com o professor Oswell e com seu filho. Podemos conversar mais tarde, quando já estiverem descansados - continuou Dumbledore, pedindo para que Augustus aguardasse. O homem conversava baixinho com Henry, que parecia prestar atenção em cada palavra que o pai dizia, enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto lentamente. Lílian desviou o rosto com os olhos marejados. O garoto provavelmente acabara de descobrir que não havia mais mãe.

– Sim, senhor… - concordou Lílian, sendo acompanhada de Tiago em direção à porta da sala.

Antes que pudessem sair porém, Dumbledore os chamou novamente.

– Ah e… acho melhor os senhores passarem na enfermaria e chamarem seus amigos também. Conseguiram fazer uma grande bagunça no corredor mais cedo - comentou Dumbledore, com um sorrisinho feliz estampado nos lábios.


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Notas finais do capítulo

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