Pov. Estelar

Mas um dia aqui nessa droga de lugar, labirinto ou seja lá o que for. Eu não aguento mais, nem sei como sobrevivo. Ah espera sei sim, algumas vezes vemos uma fonte de agua, ela limpa e não tem veneno nem nada, o que é estranho, e algumas frutas pequenas e roxas, são deliciosas e matam nossa fome. Mais uma vez estava caminhando com o Robin num silencio ensurdecedor, até que quebro o silencio.

– Sabe de uma coisa...

– O que?

– A essa altura, todo meu ódio e minha vontade de te matar já passou. - falo sem o encarar

– Jura?

– Juro.

– Sabe... Acho que meu ódio e toda minha vontade de arrancar seus cabelos também passaram. - disse mexendo com meu cabelo.

– Serio e... Ei queria arrancar meu cabelo?!

– Fio por fio, admita você era muito chata. - disse rindo, acho que é a primeira vez que o vejo sorrindo.

– E você era o dobro. - disse rindo também.

– E você triplo.

– E você era o... o... o... não sei o que vem depois do triplo.

– Quádruplo! - falou sorrindo de novo com certeza pela minha falta de ensinamentos terráqueos, fazer o que vim de outro planeta.

– Isso aí, você era o quádruplo.

– An... Estelar me diz você veio de que planeta?

– Tamaran, por que?

– Nada só queria saber mesmo.

– Robin.

– Sim.

– Posso te pedir uma coisa?

– O que seria?

– Tira a mascara.

– O-oque p-p-porque? - falou parecendo ter medo.

– Não precisa ficar assustado, pode confiar em mim. - disse dando um sorriso sincero.

– N-não é medo é so que...

– E só que...?

– Eu escondi a minha vida inteira isso, acho que se tirar não serei mais o Robin só uma pessoa normal.

– E o que tem de ser uma pessoa normal? - parou de andar e eu o fitei.

– Não seria mais um super-herói. - respondeu cabisbaixo.

– Ah, qual é, minha amiga ela se chama Selly, também não tem super poderes como o resto da equipe, e nem usa mascara, mas nem por isso ela deixa de ser uma super-heroína.

–T-talvez tenha razão acho que... - parou e desviou sua atenção do chão para trás, não podia ver seus olhos mas aposto que estavam arregalados.

Pov. Robin

Eu levava meu "papo'' com a ruiva, quando escuto passos de muitas pessoas ou coisas vindo em nossa direção, paro de dar minha resposta que já estava saindo meio constrangedora, e agarro seu braço e começo a correr,ela não resiste mas também não é a alienígena mais rápida que já vi.

– Robin, o que está fazendo?!

– Tem algo vindo, corre mais rápido! - falo ainda sem olhar para ela.

– Mas eu não ouvi nada.

– Confia em mim, eu sei o que ouvi.

– Tudo bem. - continuo correndo até que não ouvi mais nada, paramos para recuperar o ar.

– Pronto acho que ninguém mais está seguindo. - estava de costas para a garota, até que...

– Aaaaaaaaaaahh!! - ouvi um grito e torci para que não fosse de quem eu estava pensando, mas infelizmente era da...

– Estelar!?! - corri desesperado para ver o que tinha acontecido, ela estava de joelhos no chão e gemia de dor segurando o braço.

– Robin CUIDADO!! - ela gritou e automaticamente pego meu bastão e bloqueio o ataque do meu inimigo.

De repente, uns dez caras encapuzados, com roupas todas pretas que não deixavam nenhuma parte do corpo amostra, chegaram com bastões longos e com uma ponta bem afiada, comecei a lutar com eles a Estelar também, admito que ela ta ficando melhor em se defender sem poderes, mas foco na luta.

Derrubei um, depois outro e outro e cada vez que eu os atingia com o meu bastão eles simplesmente evaporavam como poeira negra, aos poucos todos sumiram. Guardei meu bastão de volta e peguei um pouco de ar, vi a ruiva andando até uma parede e escorregando até o chão, ainda com as mãos no braço. Andei devagar até ela e fitei seu braço, sua mão tentava esconder, mas vi um pouco de sangue cair pelos seus dedos, nisso um sentimento estranho de preocupação e medo me invadiu e corri até ela e me ajoelhei na sua frente, pude ver algumas lágrimas caindo pelo seu rosto e pude ouvir também gemidos baixinhos.

– Estelar, está tudo bem?

– Ah, e-está sim, sem problema...Aiii!!

– Não, não está deixa eu ver seu braço.

– N-não precisa esta be... Aiii!!

– Estelar, para me deixa ver. - pedi calmamente, e ela cedeu e eu vi um corte não muito profundo, mas também não superficial, tinha muito sangue, mas não era um corte enorme acho que tinha uns seis centímetros, talvez.

– Ai, ai! - continuou gemendo.

– Ah, Estelar tá muito feio vem logo vou fazer um curativo e... - me interrompeu.

– Não precisa Robin, é serio está bem. - falou me dando o pior sorriso falso do mundo.

– Estelar... - ela me encarou olhei nos seus olhos e continuei. -Você confia em mim?

– S-sim.

– Jura? Você confia de verdade em mim?

– S-s-sim.

– Você confiaria em mim a ponto de confiar sua vida a mim? - perguntei, ela me olhou assustada, mas depois fitou o chão.

– N-não, me desculpe.

– Porque não confia em mim?

– No meu planeta existe um ditado que diz " Os olhos dizem mais verdades que seu coração", não posso ver seus olhos Robin, por isso não sei se posso ou devo confiar inteira mente em você.

– Entendo.

Pov. Estelar

Me senti meio mal pelo Robin mas não podia mentir, meu povo consegue saber quando um pessoa é sincera ou não olhando em seus olhos, mas aquela porcaria de mascara não me deixa ver, eu quero confiar nele mas não consigo, ficamos em silencio, meu braço latejava mas guardava a dor pra mim, naquele momento a dor era o de menos.

– Robin eu sei que pode parecer bobo mas eu... - ele me interrompeu.

– Estelar acho que está na hora de eu fazer uma coisa que estava sem coragem a muito tempo. - antes de eu falar qualquer coisa, vejo ele fazer uma coisa incrível, surpreendente.

Ele leva as mãos ao rosto, e calmamente vai tirando aquela maldita mascara, ela sai e ele fica de olhos fechados, a curiosidade me mata por dentro, até que ele abre e me revela um belo par de olhos azuis.

– É como eu sonhei. - sussurro para mim.

– O que disse?

– N-nada.

– Mas, me diz se eu te perguntar se confia em mim. - me encarou não podia deixar de ver aqueles olhos.

– A-agora sim! - respondo com um sorriso, essa era a prova que eu precisava.

– Ótimo, agora vamos cuidar desse machucado que esta fica feio.

– Ok! - e ele me levou para um fonte próxima.

Pov. Robin

Não acredito que fiz isso, porque eu fiz? Ah, não sei mas não tinha volta, ela concordou em cuidar daquele corte, pra nossa sorte, uma fonte que parecia ter saído de um filme romântico, toda enfeitada com agua limpa jorrando por toda fonte aparece, não sei de onde vem ou para onde vão só sei que nos ajudam muito, caminhamos até lá e ela lavou seu corte, gemeu bastante e eu entendo devia estar doendo muito. Voltamos para o lugar onde estávamos, rasguei um pedaço de minha amada capa e tentei envolver seu ferimento mas ela desviou o braço.

– Qual o problema? - perguntei.

– O que vai fazer?

– Enfaixar seu braço para que não fique jorrando sangue por ai.

– O-ok.

Pov. Estelar

Ele estava do meu lado com um pedaço da sua capa, ele começou a enfaixar meu braço, no começo não senti nada mas depois ele começou a apertar, e não pude evitar meu grito de dor.

– Desculpa se tiver doendo mas eu juro vai passar, só confie em mim ok? - assenti com a cabeça, e de novo essa palavra 'confiar' não sei se gosto muito dela, principalmente porque só confio em meus amigos.

– Pronto eu termi...nei. - ele quase não terminava a frase, de repente ele começa a me fitar, eu faço igual.

Não sei o que aconteceu, mas estávamos tão próximos que sua respiração e a minha se mesclavam, nos aproximamos mais e mais, quando me dei conta estava beijando o Robin, era um beijo calmo, tinha sentimento nisso eu sei que tinha, o beijo foi ficando mais intenso, ele colocou suas mão em minha cintura e eu acariciava seu rosto, admito que gostava disso, mas acabou o ar, mas que falta de sorte. Nos separamos mais vermelhos que o meu cabelo.

– D-desculpa Estelar eu... - eu o interrompi.

– Não, me desculpa eu não devia ter te beijado.

– É eu também não, desculpa.

– Não tem problema, o que acha de descansarmos um pouco em?

– Boa ideia! - disse ele e eu me deitei, o dia de hoje foi cheio.

Me deitei do lado oposto a ele e toquei meus lábios anda sentindo o sabor de menta de sua boca. Foi exatamente igual ao que senti no sonho.

O que é isso? que sentimento é esse? Estou apaixonada? Não posso! simplesmente não posso! Depois dessas perguntas consegui dormi um pouco. Mas uma pergunta me intrigava: O que é isso?

Pov. Robin

Não acredito! Eu beijei ela ? Eu beijei ela! E tenho que admitir foi bem melhor que o sonho. Toquei meus lábios ainda sentindo seus nos meus, como isso foi acontecer? Eu não sei, simplesmente não sei. Mas não me interessa nem um pouco agora, só quero aproveitar a sensação. Mas o que será isso?

Pov. Narradora

Isso meus jovens, é amor!