Gossip St. Jude- 1ª temporada escrita por Salada


Capítulo 8
A vingança é um prato que se come numa festa


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou enoooorme, mas vale a pena ler tudo, no final tem um surpresinha....



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– JÉSSICA!

Foi o que Dylan conseguiu gritar para aliviar a raiva que sentia ao ler a atualização da Gossip St. Jude, que continha a foto do beijo dele com CeCe. Ele desceu os primeiros lances da escada mas acabou pulando do corrimão. Ele correu até a sala, esperando encontrar Jéssica mas a menina não estava lá. Ele procurou na cozinha e na varanda e no quarto Jéssica, mas a menina não estava na casa.

– Oh, eu mato essa menina!- ele exclamou enquanto pegava o celular e discava o número da irmã.

Jéssica, que estava no elevador do prédio de Jill, pegou o telefone e viu que o irmão estava ligando pra ela. Ela revirou os olhos e guardou o telefone na bolsa novamente. A festa de Jill estava começando, e os poucos convidados estavam chegando. Jill estava usando um vestido Chanel, com sapatos Chanel e brincos Chanel. Resumindo, Jill estava toda de Chanel. Ela estava na frente do elevador, recebendo os convidados, e quando viu Jéssica entrando, ela disse:

– O que está fazendo aqui, pequena Dylan? Isso é uma festa para adolescentes maduros, e você tem 14 anos.

– Ah, eu estava...- ela pegou uma taça de Marguerita- entediada.

Ela sorriu e Jill pegou a taça da mão dela.

– Garota, você tem 14 anos! Vá para casa brincar de boneca. Essa é uma festa para adultos.

Mas Jéssica não era como Jenny Humphrey. Ela era esperta e sabia exatamente, de tanto assistir Gossip Girl, como entrar na sociedade de adolescentes do Upper East Side; enfrentar a Quenn B, ou nesse caso, Queen J. Ela se voltou a Jill e disse:

– São só 2 anos de diferença, J. Se liga. E acho que você tem coisas mais importantes com o que se preocupar do que o que eu bebo e o que não bebo. Como por exemplo, o seu namorado beijando sua melhor amiga. Não acha?

Jill sentiu vontade de dar um soco na cara da garota, mas ela já havia partido. Ela ajeitou seu vestido e voltou a sua posição no elevador, esperando os outros convidados chegarem. E enquanto isso, pensava em Dylan. Se, durante todos esses anos de namoro, Dylan escondia essa paixão secreta por CeCe, então por que ele simplesmente não terminou com Jill? A garota não entendia. Mas, depois de um tempo, seus pensamentos foram interrompidos com as portas do elevador abrindo. Jill achou que era Dylan, então se levantou rapidamente da cadeira, mas eram na verdade, amigos de Louise, a mãe de Jill. Após eles se cumprimentarem, os amigos de Louise se direcionaram a festa. Jill não era obrigada a ficar ali, sentada, esperando, mas ela gostava de fazer isso, desde que era pequena. Gostava de ser uma boa anfitriã. Quando era pequena, todas suas amigas se comparavam com a personagem Rachel, de FRIENDS, enquanto ela se comparava mais com Mônica. Ela não tinha certeza se gostava disso. E seus pensamentos foram interrompidos novamente pelas portas dos elevadores se abrindo. E dessa vez, era Dylan. Ele andou até Jill, que havia se posto em pé.

– Oi- disse a menina. Ela era uma garota complicada, porque, apesar de toda a raiva que sentia de Dylan, ela esquecia tudo isso quando o via, porque o amor a dominava.

– Oi- Dylan respondeu- Olha, eu tenho que falar com você.

Ele parecia sério, então, Jill arregalou os olhos. Eles foram até um canto da sala.

– Jill, eu sinto muito. De verdade- ele disse, tentando ser o mais sincero possível. A verdade é que ele sentia pena dela- Eu faria tudo para voltar no tempo e consertar tudo.

Jill olhava para ele, encantada. Isso era tudo que ela precisava ouvir.

– Você me aceita de volta?- ele perguntou.

Jill queria dizer não e dar um soco na cara dele; claro que queria. Mas ela era apaixonada por ele. Só quem já foi apaixonado sabe o que é isso. Ela olhou para os olhos de Dylan. O garoto estava mentindo, claro. Ele estava cumprindo o combinado que havia feito com CeCe, mas mesmo assim ele ainda tinha esperança que, se Jill o aceitasse de volta, ela aceitaria transar com ele. Eles se olharam por bastante tempo, até Jill decidir. Ela sorriu e disse:

– Aceito. Mas você tem que me prometer uma coisa.

– Sim, claro- respondeu Dylan- Qualquer coisa.

– Você nunca mais vai ver a CeCe.

Dylan olhou pidão para Jill. Nunca mais ver CeCe significava nunca mais ver a garota que ele amava. Ele ficou num dilema. Um dilema que nenhum homem jamais deveria ficar: sexo ou amor?

– Espere- ele disse, após alguns segundos de reflexão- Você quer que a gente não fique mais no mesmo quarto ao mesmo tempo?

Jill concordou com a cabeça.

– Nunca mais-ela disse- Eu não quero ver aquela vadia nunca mais e, se for para ficarmos juntos, você também não pode querer.

Dylan se sentia sem ar.

– Então?- perguntou Jill, estranhando que Dylan estava demorando para responder.

Nesse exato momento, o elevador abriu, um pouco longe deles. E CeCe saiu de lá. Acompanhada de um homem alto, musculoso de olhos pequenos e negros, cabelos castanhos bagunçador e um sorriso sedutor. Ele estava de smoking. CeCe estava usando uma jaqueta dourada Alexander McQueen, um sapato Jeffrey Campbell, uma carteira dourada e uma blusa preta e decotada. CeCe costuma usar roupas decotadas e um pouco revoltadas, porque ela não é a maior fã das roupas apertadas de grife do Upper East Side. Eles saíram do elevador e viram Jill e Dylan. Os mesmos olharam para eles também. A típica raiva de Jill pelas roupas de CeCe se misturou com o ódio pela garota ter beijado seu namorado e ela sentiu vontade de se jogar em cima dela. Mas não o fez. Continuou olhando para eles, com ódio. O único que sorria era Pierre. Coitado, ele não fazia idéia da tensão que estava pairando sobre as cabeças daqueles adolescentes mimados de Nova York.

– Olá- disse Pierre, andando até Dylan e estendendo a mão para ele- Sou Pierre.

– Bom pra você- responde Dylan, com ciúmes pelo garoto estar levando a garota que ele ama mais longe dele.

Pierre fica vermelho e se ajoelha na frente de Jill.

– Prazer em conhece-la- ele diz, e dá um beijo na mão delicada de Jill.

Ela olha para o homem com um certo triunfo, como se fosse dona dele. Ele se afasta dela e volta até CeCe.

– Não vai cumprimenta-los?- ele perguntou.

CeCe sorriu forçadamente.

– Claro.

Ela andou lentamente até Jill. As duas se encaravam com fúria, e quanto mais perto CeCe ficava de Jill, mas a tensão subia sobre elas. Quando chegou o mais perto possível de Jill, ela aproximou sua cabeça a dela, e disse no seu ouvido:

– Eu só não acabo com você nesse momento por causa de Pierre.

Ela disfarça com um beijo na bochecha e da outro beijo na outra bochecha. Enquanto dava o beijo na outra bochecha, ela sussurrou:

– Se prepare.

CeCe se afastou e Jill e foi cumprimentar Dylan, mas achou melhor não.

– Então, Jill- ela disse- Onde estão as bebidas.

– No bar, ora- responde Jill, ainda olhando para CeCe com raiva. Ela não conseguia parar de pensar em como seria divertido se um corvo entrasse pela janela e arrancasse seus olhos. Sorriu ao pensar nisso- Divirtam-se.

CeCe e Pierre se viraram e andaram até o bar. Dylan, tentando se safar de responder a pergunta disse:

– Caramba! Esqueci de cumprimentar sua mãe!

Ele andou rapidamente até a sala. Jill suspirou e cruzou os braços. Andou até a mesa cheia de alimentos. Pegou um prato, botou dois pedaços gigantes de bolo e correu até a cozinha Esperou sua empregada, Amelia saiu e enfiou o garfo num pedaço de bolo, com raiva. Enfiou o pedaço de bolo na boca rapidamente. Continuou fazendo isso repetidamente, até acabar o bolo. Ela gemeu e apertou a barriga, fechando os olhos. Correu até o banheiro. Abriu a tampa do vaso e enfiou o dedo na garganta.

X-X-X

Matt, que já estava na cobertura de Jill, bebia sozinho na grande varanda. Ele olhava para os prédios brilhantes de Nova York, imaginando cada história que poderia estar acontecendo dentro daqueles monstros de vidro.

– O que você está fazendo aqui?

Ele escutou uma voz feminina atrás dele. Suspirou e virou. Jill estava lá, a mão na cintura e um olhar devorador. Eles estavam sozinhos na varanda, e o vento batia nos cabelos castanhos e cacheados da garota, esfriando suas bochechas rosadas.

– Eu te desconvidei, esqueceu?

Matt sorriu, meio bêbado.

– Foi mal, Jill, eu esqueci. Mas eu estava entediado. Qual é, da uma trégua?

Jill suspirou e botou uma das mãos na testa.

– Quer saber?- ela disse- Pode ficar, eu tenho coisas mais importantes para me preocupar.

Jill se virou e voltou para dentro da cobertura, onde uma música clássica tocava. Matt fez uma cara do tipo “tudo bem então” e continuou bebendo na varanda.

Jill procurava Dylan por toda parte. Olhou na sala de estar, na sala de visita, na sala de jantar, no corredor, no outro corredor, na outra sala de estar, e em todos os outros lugares possíveis e imagináveis. Ela estava voltando para a sala de estar quando viu o talvez namorado falando com Jéssica. Dava pra ver que ele estava com raiva. Ele falava um tanto alto, e todos ao redor conseguiam ouvir.

– Qual é o seu problema?!- ele gritava- Por que fez aquilo?! Por que é tão importante para você entrar nessa merda de sociedade?!

As pessoas ao redor começaram a prestar atenção, até que eles viraram o centro de atenções da sala. A maioria das pessoas ali sabia dos problemas que Dylan tinha com raiva, então começaram a andar até ele para procurar acalmá-lo.

– Calma, Dylan...

– Relaxe..

– Esqueça isso...

Mas Dylan não queria saber. Quanto mais gritava, com mais raiva ficava, e gritava ainda mais alto.

– Dylan! Espere, não! Não faça isso!- gritou Jill, quando Dylan levantou a mão para bater em Jéssica. Ela se meteu no meio da briga e pulou na frente de Dylan para detê-lo e a mão frote dele acabou colidindo com o rosto de Jill.

Quando percebeu o que havia feito, Dylan levou as mãos ao rosto. E Jill caiu no chão, a mão no rosto e um olhar aterrorizado. Ela olhou para Dylan, que estava em pé a sua frente. Homens chegaram por trás dele e o afastaram de Jill, o levando para longe. Ele foi jogado no elevador com mais dois seguranças, que o levaram para o térreo e o jogaram na calçada fria e suja da rua de Manhattam.

Jill foi ajudada por alguns homens a levantar. Ela ainda estava chocada, e sua bochecha ainda mais vermelha que o natural. Jéssica continuava no mesmo lugar, com a mão no coração.

– Vai embora daqui- disse Jill, se referindo a Jéssica- Agora.

Jéssica continuou parada no mesmo lugar.

– AGORA!- gritou Jill.

Jéssica correu até o elevador e desceu. Algumas pessoas foram até Jill perguntar se ela estava bem e acabaram levando-a até a cozinha, onde bebeu um copo d’água sozinha, sentada no banquinho da bancada. Depois de ter bebido a água, ela ficou olhando para a janela, solitária.

– Como você está?-Era CeCe, que havia acabado de entrar na cozinha. Ela estava sozinha- Eu vi o que aconteceu.

Ela se sentou ao lado da amiga e pegou sua mão. Jill sacudiu a mesma, se soltando de CeCe. CeCe ficou olhando para Jill, surpresa.

– Desculpe- disse Jill, se voltando para CeCe e pegando sua mão. A ruiva percebeu que ela tinha lágrimas acumuladas nos olhos.

– Jill, eu sinto muito. Eu sei que você gosta dele.

– Então por que o beijou?- perguntou Jill, olhando Cece nos olhos. Não havia mais raiva. Ela queria sinceridade e para isso, precisava ser sincera também.

– Quer a verdade?- perguntou CeCe. Ela queria sinceridade e para isso, precisava ser sincera também. Jill consentiu- Eu fiz um combinado com Dylan. Se eu o beijasse, ele iria voltar com você.

– O que?- perguntou Jill, as lágrimas saltando de seus olhos azuis- Então... ele nem mesmo queria voltar comigo?

CeCe abaixou a cabeça. Jill começou a chorar de verdade, limpando as lágrimas de seus rosto, mas percebeu que era completamente inútil tentar limpá-las.

– Sinto muito- foi tudo que CeCe conseguiu dizer após ter feito tudo aquilo.

E elas passaram o resto da festa ali, sentadas na cozinha, deixando de lado as rixas para se consolar e sendo amigas. Pode se dizer tudo sobre a amizade de Jill e CeCe, menos que não era uma amizade sincera.

X-X-X

A festa já estava acabando. A maioria das pessoas já haviam ido embora, e Jill estava na varanda, sentindo o vento bater em seu rosto levemente corado. Ela achou que estava sozinha na varanda, quando ouviu passos atrás dela. Ela se virou rapidamente e viu Matt. Ele parecia tão lindo a luz do luar.

– O que você quer?- perguntou Jill.

Matt não disse nada. Só andou até ela, botou as mãos em sua cintura e pressionou seus lábios contra os dela. Eles ficaram lá por um tempo, se beijando, mas não se agarrando. O vento uivava pelas ruas de Nova York, e naquele momento, Jill sabia que sua aventura pela vida estava só começando.


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