Após chegar em casa, tudo que Jéssica queria fazer era ir dormir, mas é claro que não foi isso que aconteceu. Dylan olhou para ela com fúria na ante sala, e começou a gritar com ela sobre a merda que ela tinha feito ao contar para duas meninas, que antes nem eram amigas dela, sobre o plano do pai dele, e como a notícia se espalhou de modo a sair na Gossip St. Jude. Ele também mencionou que nunca mais confiaria nela.

– Eu ainda não acredito que você fez isso. Eu fui realmente idiota ao confiar em você- ele insistia a gritar, mas não muito alto porque se seu pai acordasse e ouvisse o que eles fizeram, mataria os dois. E Dylan ainda passava por outro mistério secreto: ele tinha descoberto um cofre no closet do pai cheio de dinheiro. Até hoje ele não entendia a existência daquele dinheiro, e não pretendia mesmo contar a alguém sobre isso. Pra falar a verdade, ele não fazia idéia do que ia fazer. Pra variar- Não diga que sente muito, porque eu sei que é mentira. E eu espero que você faça o mesmo que eu farei a partir de agora; agir como se você não fosse minha irmã.

Jéssica ficou calada enquanto subia as escadas, e Dylan continuou parado na ante sala, nada chocado. Lá em cima, ao entrar no quarto, Jéssica deu uma risadinha. Como se precisasse do irmão gato pra chegar ao topo. Ela o via como um dos vários pescoços que pisaria pra se tornar uma rainha. Nada mais que isso.

X-X-X

Stace, enquanto entrava em sua casa tentando não fazer barulho algum, lembrou-se que esqueceu o celular no apartamento de Matt, mas tudo bem, ela podia voltar ali no dia seguinte. Eram 1 e meia da manha e ela havia saído da casa do namorado fazia um tempo, e tinha pego um táxi de lá até sua casa. Dessa vez, Matt pagou. Ainda bem, ela não tinha tanto dinheiro assim. Quando entrou na sala, as luzes se acenderam num raio e ela levou um susto. Uma Patrícia com olheiras e vestindo um roupão rosa claro estava de pé num canto, parecendo furiosa. O coração de Stace estava acelerado. Deus, como ela estava ferrada!

– Já chega- Patrícia disse, se contendo- Você vai voltar para Bridgeport amanhã. Já fiz suas malas. Vá para cama antes que eu te deixe de castigo, pois isso é trabalho dos seus pais.

– Não!- gritou Stace, as lágrimas se apoderando nela em questão de segundos. Seu nariz ficou vermelho e ela se fez de sonsa:- Por que?!

– Não se faça de sonsa, Stace! São quase 2 da manhã e você ficou fora o dia todo. Onde você estava?!- a tia dela gritou, autoritária.

– Eu fui numa festa. Eu te avisei!- Stace se defendeu, com os braços cruzados.

– Sim, você me avisou. Avisou que ia a uma festa e que voltaria no máximo às onze horas.

Stace olhou para os lados, procurando uma resposta decente.

– Eu não prometi nada- ela disse- Mas eu posso prometer. Minhas notas estão no alto, eu estou gostando da cidade. Se eu jurar me comportar, eu posso por favor ficar na cidade?- ela perguntou, quase implorando- Por favor.

– É sua última chance- Patrícia cedeu- Mas não desfaça sua mala, a decisão não é só minha. Vou ligar para sua mãe.

Stace foi para seu quarto, agradecida, enquanto Patrícia pegava o telefone na bancada da cozinha e discava o número da mãe de sua sobrinha.

– Melissa?- ela disse- Me desculpe te ligar tão tarde, mas é uma emergência. Eu... Acredito que sua filha não seja tão santa quanto você acha. Por favor, venha pra cá com meu irmão quando puder. Precisamos conversar. Beijinhos.

Ela desligou.

X-X-X

– O champanhe chegou!- CeCe Cooper pulou da cama com sua lingerie vermelha e saltitou até a porta, onde ficou nas pontas dos pés para olhar no olho mágico. Um homem sério segurava uma grossa garrafa de champanhe e parecia entediado, aguardando a porta abrir. CeCe girou a maçaneta e abriu um pouco a porta, enquanto o garço entregava o champanhe pra ela, dizendo:

– Aqui está, senhorita- ele não olhou nos olhos de CeCe e manteve a cabeça baixa, enquanto fechava a porta. CeCe agradeceu com uma exclamação feliz e bateu a porta. Ela se virou nos calcanhares e abriu a garrafa, de forma que a rolha voou para a parede, onde quicou e rolou no chão. Ela riu e virou a garrafa em sua boca. Pulou de volta pra cama e deu para Adam, que estava deitado na cama com seus jeans escuros em relevo. Nos últimos 20 minutos, eles se agarraram na cama, e conseguiu deixá-la de roupa de baixo, e ela tirou-lhe a camiseta preta de seda Armani que ele usava. Era a segunda garrafa de champanhe que eles pediam, porque estavam mortos de sede e queriam ingerir mais bebida alcoólica do que já tinham ingerido. Além disso, estava frio e nada melhor que álcool- e uns amassos- para esquentá-los.

– Eu amo ser rica!- exclamou CeCe completamente bêbada, girando pela grande cama da suíte, enquanto Adam se levantava e se inclinava pra mesa de vidro cheia de cocaína.

O cartão rosa da Barney's de CeCe estava sendo usado para juntar as porções da droga. Adam a cheirou e deu uma risada grossa. A ruiva pegou uma almofada da cama e jogou no homem, mas acabou acertando num vaso de flores e o quebrou. Ela pressionou a mão pela barriga ao rir, e saiu da cama com a intenção de quebrar mais. Ela chutou a mesa de cabeceira, que despencou com o abajur, o relógio, a plantinha e a chave no chão. O abajur quebrou e apagou, o relógio ficou com uma rachadura no vidro e a terra da planta se espalhou pelo caro tapete o quarto. CeCe deu uma exclamação e começou a chutar tudo, desde a porta do banheiro até as poltronas na frenre da cama. Adam continuava a se drogar. Depois de um tempo, quando a maioria do quarto estava acabado, ficou chato- Deixa eu usar um pouco também- pediu ela, empurrando Adam pro lado e cheirando a cocaína. O nariz dela pinicou, mas ela já tinha feito isso em festas antes, então não foi uma sensação nova.Ela se jogou na cama para curtir a sensação confortavelmente e quando ela acabou, a garota coçou o nariz e ligou a TV. Estava no noticiário local, e uma repórter cheia de botox dizia:

– ... então talvez o caso tenha chegado ao fim, após eles terem pego a câmera de segurança da loja e verem uma garota, aparentemente adolescente, saindo do lugar em que o empregado foi encontrado com um ferimento sério no coluna, no provador. Para quem não não sabe, o homem, Keith Sandman, morreu depois de chegar no hospital. A garota saiu dali apressadamente e parecendo suspeitosamente preocupada, como mostra o vídeo.

Assim, o vídeo de segurança começou. Os olhos de CeCe estavam ardendo de tanto ficar vendo televisão sem piscar. O vídeo mostrava uma garota ruiva saindo de um provador olhando ao redor, e depois correndo pra fora da loja sem levar nada. O coração da garota acelerou. O quarto girava a seu redor. Ela ouviu barulho de sirenes na rua, la embaixo e continuou ouvindo o noticiário. A mulher prosseguiu:

– A polícia está nesse momento indo ao lugar que está a menina, identificada como Cecília Cooper, no hotel Plaza. Eles descobriram a localização da garota por um interessante site de fofoca, chamado Gossip St. Jude, que interpreta na vida real a temática da famosa série Gossip Girl, também passada em Nova York.

CeCe congelou. Depois, se jogou para a janela e viu várias viaturas parando na frente do hotel, na Quinta Avenida.

– Porra!- ela exclamou- Esconda as drogas! Estamos ferrados!

Porém, não deu tempo de fazer nada. A porta se abriu com violência e policiais apontaram armas para os dois. A garota levantou as mãos e Adam a imitou, completamente confuso. O quarto estava destruído, drogas estavam espalhadas pelo quarto e CeCe tinha sido acusada de matar um cara. Afinal, ninguém espera que os fantasmas do passado voltem. Especialmente os que você acha que já morreram.

Bu!