Gossip St. Jude- 1ª temporada escrita por Salada


Capítulo 34
Nada melhor que uma encenação




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Stace estava voltando de seu encontro com Matt, num táxi. Ele passava pela rua 85 West, onde Stace morava. Matt não era o cara mais romântico do mundo, isso ela já percebera. Se fosse desse jeito, teria dado dinheiro a ela para pagar o táxi, ou até mesmo levar ela pra casa no táxi, e é claro, pagar. Mas ele se despediu dela com um selinho tímido e um sorriso de idiota. Mesmo assim, ele era uma gracinha.

O táxi parou com um baque, e ela ajeitou o cabelo, que se bagunçou por causa da batida. Ela pegou o dinheiro na carteira e entregou o taxista bigodudo, com um leve sorriso. Ela abriu a porta e saiu do carro. Pegou as chaves de sua casa e abriu a porta, entrando. O lugar estava iluminado, o que era estranho, pois já passava das 11h. Espera. Já passava das 11h. Merda!

– Finalmente!- exclamou Patrícia, a tia de Stace. Ela se levantou do sofá que estava, com as pernas e os braços cruzados, e olhou para a sobrinha com um olhar superior- Onde você estava?! Combinamos que você só ia ver o lago do Central Park e conhecer um pouco a cidade, e voltaria pelas 9h. Eu tentei te ligar, mas você não atendia.

Stace passou basicamente o dia inteiro com Matt. Eles fizeram um piquenique no Cedar Hill, depois foram caminhando até o cinema da 86. Depois dali, eles jantaram no Subway, na Lex. Foi um sonho, apesar de Stace ter se lambuzado toda com seu sanduba.

– Desculpe- respondeu Stace, largando a bolsa no chão- Estou exausta!- ela exclamou, e deixou seu corpo cair no sofá frio, e enfiou a cabeça numa almofada.

– Se desculpar não vai tirar minha preocupação- reclamou Patrícia- Eu fiz macarronada pra você, e você não apareceu. Eu quase morri de preocupação, Stace!

– Ah! Desculpa, desculpa! Foi mal, o que você quer que eu faça?!- exclamou Stace- Relaxa!

Patrícia ia falar algo, prestes a dor uma bronca na sobrinha, mas ao invés de berrar, suspirou.

– Ok...- disse ela, reprimindo a raiva- Você não pode ter ficado mais de 9 horas fora descobrindo a cidade. Já viu o tamanho dessa ilha?!

Stace suspirou também.

– Então o que você sugere que eu fiz?

– Bem- retrucou sua tia-Eu pensei que você ia voltar para o almoço e andar pela Quinta Avenida depois. Mas 9 horas é demais.

– Aonde você quer chegar?- perguntou Stace, sentando-se no sofá.

– Você estava com alguém?- perguntou Patrícia, levantando uma sobrancelha, desconfiada. Ela estava em pé, e cruzou os braços ao dizer isso.

Stace enrubesceu. Ela era boa em mentir, mas ela ficara tão surpresa que a tia percebera que ela não estava sozinha naquela Quarta-Feira.

– Até parece- disse Stace, deitando no sofá de cabeça pra cima, tentando parecer relaxada- Com quem eu poderia estar andando?

– Ora, eu sei lá- disse Patrícia, dando de ombros. Ela andou até a cozinha e começou a lavar a louça. Alguns instantes depois, quando Stace achou que o assunto tinha morrido, ela falou:- Talvez alguém daquele site de fofocas que você vivi vendo?

Stace parou de mexer no telefone e se sentou, num pulo. Como a tia sabia disso?

– Patty- disse Stace, lentamente- Você mexeu no meu laptop?

– Depende- disse Patrícia, virando-se pra ela- Você conhece alguém que tenha ‘M’ como inicial?

– Tia Patty!- gritou Stace- Aquilo é particular!

– Por que você não me contou nada disso?- Patrícia controlava sua voz ao máximo- Você mentiu pra mim, e eu realmente não esperava isso de você. Eu nunca pensei que teria de fazer isso, mas você não me deixa escolha. Está de castigo pelo resto da semana. Sem sair. Sem filmes. Sem mesada. Sem telefonemas. Sem e-mails. Sem nada.

– Não é justo!- gritou Stace, se levantando- Eu não sei quem é dono desse site, não é minha culpa!

– Isso não muda nada- balbucia Patrícia- Eu vou te vigiar feio um falcão para garantir que você não saia, porque claramente não é digna de confiança.

– Não!- berrou Stace, as lágrimas saindo lentamente de seus olhos raivosos- Isso não é justo! Eu te odeio!

– Desde que me odeie dentro de seu quarto, eu não tenho problema com isso- disse Patrícia, apontando para o quarto. Stace chorava demais.

– Eu não ligo pra o que você pensa! Não fizemos nada de errado!- gritava ela.

– Não é essa a questão- disse Patrícia, calmamente. Ela puxou Stace pelo braço e a levou para o quarto, enquanto a menina se debatia, com força.

– Por favor, por favor, me deixe provar que eles são legais!- gritou Stace, e a tia a soltou.

– O que você quer dizer?- disse ela.

– Eu posso mostrar que eles são legais, e eu estava segura com o Matt. Convide eles pra cá, ou sei lá. Chame eles para jantar!- ela exclamou.

– Hmm, vou pensar nisso- disse Patrícia, e Stace ficou surpresa dela até mesmo considerar isso. A tia costuma ser uma pedra no sapato.- Mas, enquanto isso, vá para seu quarto. O castigo permanece.

Stace geme e vai para o quarto.

X-X-X

Jill tomava de sua garrafa numa sentada em cima de uma daquelas mesinhas do pátio da St. Jude’s. Ao contrário do que todos achavam, na garrafa não tinha água, nem suco, e sim gim tônico, café e conhaque. Ela precisava ficar acordada para a porra do teste que tanto se preparou no dia seguinte. Mas era fácil, porque havia 3 meninas tagarelando sobre coisas inúteis ao seu lado.

– Eu ouvi que o Matt beijou Malibu Hegerage do banheiro daquele bar idiota em Williansburg, mas eu escutei isso da Emy Hiltland, então não posso confirmar nada-explicava Lana Springers, prendendo o cabelo no coque. Afinal, ainda era verão, e estava uns 27 graus- O que você acha, J?

– Que?- perguntou ela, distraída, mas quando Lana foi repetir de uma forma chata o que tinha dito, Becky interrompeu:

– Ah, eu acho bem possível. Aquela garota tem o que, uns 14 anos? Ela era legal, mas o Matt devia ficar com alguém que pelo menos tenha hormônios, não é?- dizia ela, enquanto mastigava uma maçã, e olhava para Matt, que estava andando em direção a elas.

– Oi Lana. Becky. Sasha- cumprimentou ele, sorridente- E aí, Jill? Você viu a Stace por aí?

– Hmm, não- disse Jill. Ela nem tinha se lembrado de Stace. A cabeça estava cheia por causa do casamento de mãe e o sentimento de idiotice de ainda estar com Dylan. A mãe pediu para guardar segredo até o misterioso cara vir para Nova York. Ela disse que ele tem um apartamento em New Haven, e a chave da casa de Maine de sua ex-mulher, e que eles podiam invadir, contanto que não fizessem nenhuma merda. A mãe ria toda vez que mencionava a casa, e Jill achava isso insanamente irritante.

– Ta legal-disse Matt, dando de ombros- Você leu o livro de literatura? Eu dormi na metade, quando Nicolau se declarou pra prima. Isso é incesto, espero que Tolstói saiba disso- Becky riu igual a uma idiota. No geral, ela agia feito uma idiota quando estava perto de Matt. Ah meu Deus, pensou Jill, tudo que eu não preciso na minha vida agora é uma garota me enchendo o saco e me perguntando coisas sobre o Matt.

– Li- respondeu Jill, vagamente. Ela não queria parecer distraída, pois chamaria a atenção e perguntariam pra ela o que estava acontecendo, então disse:- Eu posso falar com voc~e sobre uma coisa, Matt?

– Claro- respondeu ele. Jill fez sinal para que Becky, Lana e Sasha saíssem, e foi o que elas fizeram, cochichando. Ela não podia fazer nada ser haver fofoca sobre, mas Jill já tinha se acostumado com isso.

Matt andou até a mesa e se sentou em cima dela, ao lado de Jill. A mesma ofereceu a ele sua garrafa. Ele a pegou e bebeu, achando que era água ou café sem descafeinado, mas acabou por cuspir na sua frente, derramando a mistura de Jill por todo o chão de pedras.

– Isso é gim?!- perguntou ele, com aquela cara acabei-de-chupar-limão.

– E café- disse Jill, pegando a garrafa da mão dele e bebendo o resto num longo gole só.

– Meu Deus, Jill- disse Matt- Não vá se embebedar antes da primeira aula.

– Não garanto nada- disse Jill, sorrindo. Ela estava meio zonza.- Enfim, eu tenho que falar com você. Você não era apaixonado pela minha amiga?

– Você ta falando da Stace?- perguntou Matt, de forma ingênuo. Ele olhava para o belo rosto de Jill.

– Você sabe de quem eu estou falando- retrucou Jill, arqueando uma das sobrancelhas de forma sábia.

Ai. Matt suspirou e esfregou as mãos. Ele olhou para frente, concentrado. Não era seu assunto favorito.

– Desculpe tocar nesse assunto- disse Jill, percebendo que Matt estava desconfortável- Eu só acho que... você a esqueceu muito rápido. Você tem certeza absoluta que não sente mais nada por ela?

O coração de Matt doeu, e ele sentiu aquele incômodo chato que o vinha enchendo o saco, aquele sentimento persistente toda vez que falavam de CeCe. Ele não falava com CeCe fazia um bom tempo, e ele esperava esquece-la desse jeito. Mas toda vez que achava qe estava conseguindo, alguém ou ele mesmo o lembrava da existência maravilhosa daquele ser de cabelos laranjas e olhos cor de folha, no outono. Matt achava isso um porre.

– Eu tenho que ir- disse ele. Para ele, a única maneira de escapar daquele sentimento era fugindo, e era isso que ele fazia de melhor. Além disso, Matt não queria mentir para Jill.

X-X-X

CeCe estava tentando desesperadamente ler alguns trechos alea tórios do livro Guerra e Paz, num canto da biblioteca na St. Jude, na esperança de entender qualquer detalhe do livro, pra ajudar no teste. Ela estava sozinha na grande biblioteca, cheia de estantes e poltronas de couro confortáveis. Faltavam 10 minutos para a aula, e o teste começarem. Ela olhou para seu relógio Rolex e rugiu e raiva. Ela lia trechos da página 38, depois da 46, depois da 99, e do 124. Mas ela não entendia nada. Pesquisou na internet o livro e leu a sinopse, mas ela sabia que não ia adiantar. Estava fudida, mas decidiu deixa pra lá.

Se levantou, saiu da biblioteca e andou pelos corredores da St. Jude’s. Acabou esbarrando em Jill, que estava distraída olhando para alguém. Ela não sabia, mas esse alguém era Dylan, que pegava seus livros pra aula de Sociologia, há alguns metros delas.

– Jill- disse CeCe, não muito alto. A garota olhou pra ela, meio confusa.

– Oi! Você queria falar comigo!- disse Jill, sorrindo meio tonta- Ah, não. Espere! Eu tenho que falar com você. Sim. Hm, eu tenho que te contar uma coisa, mas é um super segredo. Por favor, não conte a ninguém. Eu nem deveria estar te contando!- exclamou Jill meio alto demais, e acabou se sentindo mal por alguma razão.

– Beleza- disse CeCe, levando Jill para um canto.

– Minha mãe...- sussurrou ela, no ouvido da amiga- está noiva.

CeCe riu da amiga. Era impressão dela ou Jill estava bêbada?

– Ahn... Parabéns, eu acho- disse ela- Por que isso é segredo?

– Ah, você conhece minha mãe- disse a menina de cabelos castanhos, botendo uma mecha rebelde atrás da orelha, e olhando para baixo- Ela gosta de um drama. Ele é francês.

– Uh, lá lá!- exclamou CeCe, sorrindo com os lindos dentes- Você sabe o que dizem; os franceses são os melhores naquelas horas. E agora eu vou ter alguém pra compartilhar essa afirmação com alguém!- ela exclamou. Jill se sentiu enojada ao pensar na mãe e CeCe compartilhando dicas de transa. Um calafrio percorreu o corpo de Jill, e ela lembrou de algo.

– Ei –disse ela, engolindo um pouco de saliva que ficara presa em sua garganta- Você não tinha que me contar alguma coisa também.

– Tinha. Mas esse não é o melhor lugar- disse CeCe, olhando ao redor. Várias pessoas já olhavam para elas comentando. Elas iam achar que tinham voltado a se falar- Eu te encontro no Asphalt Green à 14h. É quando acaba seu treino, não é?

– Isso.

– Lá eu te falo tudo- disse CeCe, e de repente seus olhos brilharam de excitação- Essa garrafa tem café quente?- ela perguntou, olhando para a garrafa de Jill. Ela reestabeleceu de gim, café morno e conhaque, mas dessa vez botou um pouco de Ice nele.

Jill sacudiu a cabeça, com as sobrancelhas abaixadas, naquela cara “por que você quer saber?”

– Ótimo. Quando eu falar já, você joga em mim, está bem?- perguntou CeCe, sorrindo e mordendo o lábio. Aquela garota podia ser louca, mas era livre, e gostava de adrenalina. Aventura, diversão, descontração. E, ao contrário das meninas da St. Jude, ela não tinha medo de manchar a roupa- Já.

Jill estava um pouco bêbada, e não disse nada. Simplesmente jogou em CeCe, que fez uma cara de exclamação que ela sabia ser falsa, pois os cantos dos lábios estavam um pouco dilatados, e a língua de CeCe passava pelo queixo dela, e ela bebia as gotas da bebida alcólica. Jill deu uma risada verdadeira, e CeCe gritou, num falso tom raivoso:

– Filha da puta!

Por um segundo, Jill achou que CeCe tinha realmente ficado brava. Mas depois de todas as meninas ao redor delas derem várias risadinhas e exclamações, CeCe deu uma virada disfarçada e deu um sorriso cheio de adrenalina. E Jill leu os lábios de CeCe."Gim? Conhaque? Foda!"


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