O Olho Do Deus escrita por Rebecka Albuquerque


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

GALERE, desculpa a demora para postar, é que deu um monte de coisa errada essa semana (além de estar estudando que nem louca para o ENEM)então não deu para eu postar antes.
Mas está aí o Capítulo, meio curto mesmo, mas espero que gostem.
Beijinhos e boa leitura!



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Espreguicei-me preguiçosamente, sentindo cada músculo do meu corpo responder ao esforço. Virei-me delado e dei de caracom Luna, que me observava com olhos preocupados.

Em um instante todos os fatos da noite passada voltaram, acertando-me como um soco na boca do estômago. Senti o ar escapar dos pulmões e as lágrimas voltarem aos meus olhos. Luna me abraçou imediatamente, sussurrando besteiras sobre tudo ficar bem, que aquilo iria passar logo- mentiras bem intencionadas que não melhoravam em nada a situação.

Depois de chorar tudo aquilo que havia reprimido no dia anterior, suspirei e desvencilhei-me de Luna dizendo que não poderíamos ficar de luto eternamente e que Marcel não iria gostar nem um pouco de ignorarmos as atividades do Nomo por causa da sua morte.

- "Besteira", ele diria. "Agora levantem da cama e vão botar os shabti para trabalhar"- Sorri com a minha péssima imitação do falecido diretor.

Luna assentiu, esfregando os olhos lacrimosos. Não parecia menos abalada, mas tampouco discutira comigo. Sabia tão bem quanto eu que era verdade: de uma forma ou de outra tínhamosque seguir em frente, a vida não pararia para que nos recuperássemos.

Fui para o banheiro e tomei uma longa ducha. Deixei que a água percorresse o meu corpo, lavando toda a tristeza da noite anterior. Demorei mais tempo do que de costume, pois ainda tinha que pensar no que faria em seguida. Era segunda-feira, então a minha manhã deveria ser tomada pelos estudos da genealogia egípcia que o velho Marcel insistia em me ensinar. Eu nunca entendera o motivo daquilo. "Você vai saber quando tiver que saber, Mason. paciência. O Egito não foi construído da noite para o dia." era o que ele dizia quando eu o questionava. Agora eu nunca saberia a resposta. E era incrível como mesmo isso, apenas um detalhe da nossa convivência, me enchia de saudades e pesar.

Saí do banheiro ainda com aqueles pensamentos, deixando um fio de vapor à minha passagem. A primeira coisa que percebi foi que Luna não estava mais lá- em seu lugar ficara uma tulipa vermelha que ela aprendera a materializar recentemente. Eu não fazia ideia do que aquilo significava, nem me preocupei em saber naquele momento. Em vez disso, dirigi-me ao meu guarda-roupas e vesti o traje de mago padrão, constituído basicamente de peças variadas de linho. O tecido não poderia ser outro porque os antigos egípcios acreditavam que o uso do couro atrapalhava a sua magia. Particularmente, eu achava que aquilo era besteira, mas quem pedira a minha opinião?

Depois de devidamente coberta por um vestido de linho branco, saí para a Biblioteca, que ficava no segundo andar. Agora que tinha tanto tempo livre, não sabia o que fazer com ele. Decidi me enfurnar em uma das várias mesas para estudo que haviam sido dispostas ao longo do lugar para que pudéssemos fazer pesquisas e aprimorarmos os nossos conhecimentos sobre a Magia Egípcia. Pedi a um shabti que me trouxesse livros sobre as faces de Sekhmet, a deusa da Caça, cujo caminho eu escolhera seguir.

Mal havia começado a ler o primeiro livro quando uma sombra avultou-se sobre mim. Virei-me e me deparei com Durian Gray de pé à minha frente, parecendo mais carrancudo que o habitual.

Durian era uma espécie de guarda-costas e braço-direito de Marcel. Vivia junto ao falecido diretor onde quer que ele estivesse. Era um homem de poucas palavras, mas parecia disposto a vida pelos seus. Não era o tipo de cara que se deseja encontrar em um beco escuro- com a estatura de quase dois metros, braços negros e fortes e cabelos cortado ao bom estilo militar, era de se esperar que a maioria das pessoas ficasse com um pé atrás ao esbarrar com ele.

Então você não pode me julgar por quase ter cuspido o meu coração quando ele apareceu atrás de mim.

- Hum... Sim, pois não?- Gaguejei, perguntando-me mentalmente se eu soara tão idiota quanto me sentia.

- Scarlet Mason, não é? Venha comigo.- Ele não esperou por uma resposta. Apenas virou as costas e caminhou para fora da Biblioteca. Esforcei-me para acompanhar seu passo rápido.

- O que houve?- Perguntei. Ele não se dignou a responder. Continuou andando até chegar a uma porta de madeira escura e lisa que reconheci como a estrada da sala de Alexandra Korloff.

Olhei para Durian, visivelmente perturbada. Não precisei falar nada. Ele abriu um sorriso torto, deixando a mostra duas fileiras de dentes brancos perfeitos, e disse em uma voz de zombaria:

- Ela quer conversar com você.

Ah, deuses. Aquilo não podia ser bom.


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Notas finais do capítulo

É, é isso. Desculpa não ter colocado mais ação logo de cara, mas é que a fic ainda está muito no começo, então ainda não deu para introduzir cenas de tirar o fôlego. Mas prometo que elas virão.
Espero que você não desista de ler essa história.
Beijos, até outro dia.



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