Não sou gay!! escrita por Signature Black


Capítulo 43
Tudo eu resolvo nesta noite!


Notas iniciais do capítulo

Se não tiverem muitos comentários, vou tacar um foda-se nessa fic! Falo sério. Caralho.



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Acordei, tomei banho e café da manhã. Fui para a escola. Terça-Feira, dia de ficar até as 18:00 na escola. Que saco...

Chegando lá, vi Tonny e Diego conversando. Fui em direção deles.

Eu: Então, o que vocês tem para me contar?

Tonny: Nada, por que?

Diego: Aconteceu alguma coisa?

Eu: Não, mas quase todo dia tem treta nessa escola.

Tonny: Isso é verdade... As coisas estão ficando um pouco mais agitadas por aqui.

Gabriel chegou correndo, pegou no meu ombro e disse quase sem fôlego:

Gabriel: Ontem... Eu não disse o que eu tinha para dizer.

Eu: Ontem...

Gabriel: Na sala de aula lembra? Então. Eu queria falar outra coisa. Me dê outra chance? Vamos lá de novo?

Eu: Mas por que você veio correndo dizer isso?

Gabriel olhou para o chão por um tempo.

Gabriel: Cara, não sei. Vamos vamos.

Subimos as escadas. No corredor, novamente, Renan fazendo cara de retardado. Começou a rir dessa vez sem dar pulinhos e gritou:

Renan: Seus arrombados, vão se comer de novo?!
Gabriel parecia não ligar desta vez. Continuei andando normalmente.

Renan: Quer chupar meu pau Gabriel?

Gabriel parou. Eu olhei para ele. Gabriel estava com os olhos fechados, como quem estivesse contando até 10 para não explodir. Não demorou muito até ele se virar e ir na direção de Renan dar um soco em sua barriga. Eu vi a briga de longe. Os dois se batendo sem parar. Se fosse o Felipe eu até ajudava, mas é diferente. eu não entraria em uma briga por ele. O diretor subiu as escadas, pois sua sala também é no último andar e viu os dois se batendo.

Diretor: Diretoria. Agora.

Os meninos se levantaram e seguiram o diretor. Os três passaram por mim. Gabriel estava com uma bochecha um pouco machucada, mas Renan estava inteiramente destruído. Eles entraram na sala dos professores. Eu fui para a minha sala de aula. Henrique estava lá escrevendo no seu caderno. Eu deixei minha mochila em uma das cadeiras e sai da sala. Do lado de fora, fiquei pensando um pouco na encrenca que Gabriel se meteu. Henrique saiu da sala e esbarrou em mim. Seus materiais caíram. Eu ajudei a pegar tudo novamente, mas ele não disse nada. Até que... Vi aquele caderninho do capeta aberto. Haviam desenhos de patins.

Eu: Você anda de patins?

Henrique: ...

Eu: Eu te fiz uma pergunta.

Henrique: Não sei andar...

Eu: Eu sei.

Henrique: Sério?!

Eu: Sim. Se quiser eu te ensino.

Henrique olhou para seus materiais empilhados. Fechou o caderno e colocou em cima da pilha.

Henrique: Seria uma honra.

Eu: Qualquer dia te chamo pro parque.

Henrique: Ok.

Ele se levantou, pegou a pilha de materiais e saiu andando pelo corredor. Acho que fiz um novo amigo.

O sinal tocou. Todos os alunos entraram na sala. Isso é, todos menos Gabriel. Minha dupla foi Tonny. Ficamos conversando baixo, para que o professor não fizesse nenhuma gracinha.

Depois da aula, sai para almoçar. Peguei um pastel e voltei para a esola. Me sentei no corredor da secrtaria. Larissa e seu namoradinho chegaram perto de mim. Ela, como sempre, saltitando.

Larissa: Queridinho, por que você não foi no shopping?

Eu: Ah, preguiça...

Larissa: Preguiça?!

Larissa se sentou ao meu lado. Mendes sentou do lado dela.

Larissa: Conta.

Eu: O que?

Larissa: O que você e o Gabriel estavam fazendo?

Eu: Nada! Só conversando.

Larissa: Conversando?

Mendes: Sem mentir.

Eu: É sério!! Acha que eu estava fazendo o que?

Larissa: Não sei. Fazendo um lanche da tarde talvez.

Mendes: Uma banana e duas laranjas para cada.

Larissa: Salada de frutas com leite moça bem branco e cremoso.

Pensei um pouco e entendi. Minha mente não é muito pervertida, então demorei para compreender a linguagem maliciosa.

Eu: Que nojo!! Eca! Eu nunca faria isso!

Larissa: Um dia vai fazer.

Eu: Um dia quem sabe. Por enquanto não.

Larissa: Eu também.

Eu: Você...

Larissa: Nunca fiz nada disso. Nada além de beijo.

Eu: Sério?

Larissa: Sim. Pareço pervertida mas sou quietinha.

Eu: Até que você tem um jeitinho pervertido.

Larissa: Acredite, é só o jeito. Eu sou uma santa completa.

Eu: Bom, eu acredito.

Larissa: Vou ao banheiro. Já volto ~

Larissa saiu pulando rapidamente. O banheiro feminino ficava no final do corredor. Assim que ela saiu de nossa vista, Mendes me olhou por um tempo, se aproximou.

Eu: Que foi?

Mendes: Se precisar de alguma ajuda, eu estou aqui.

Eu: Ajuda para o que?

Mendes: Não sei. Caso o Gabriel esteja te atrapalhando em alguma coisa, tanto faz. Eu te ajudo seja o que for.

Eu: Cara, atrapalhando o que?

Mendes: Eu fiquei sabendo que ele bateu no Renan hoje. O próximo pode ser você...

Eu: Para de falar tantas bobagens. Por acaso sua namorada sabe que você quer chifrar ela com um homem?

Mendes: M-Mas o que?

Eu: É, acho que ela não ficaria feliz com uma notícia dessas. E ela está chegando.

Mendes se afastou um pouco olhando para o chão e mordendo os lábios. Ele parecia um pouco triste ou desanimado. Não sei.

Larissa: Amor, vamos. Minha mãe chegou.

Eu: Vocês não vão ter aula de tarde?

Larissa: Não. Essas aulas são só para o ensino médio. Eu ainda estou no fundamental lembra?

Eu: Ah é... Me esqueço as vezes.

Larissa: Vamos vamos.

Mendes: ...

Larissa: O que foi?...

Mendes: Nada meu amor... Vamos.

Mendes levantou e pegou na mão Larissa. Eles saíram da escola juntos. Talvez os dois iam para a mesma casa ou moravam perto. Não sei. Pouco depois, Tonny entrou na escola e sentou do meu lado. Não falou nada. Ficou com as sobrancelhas bravas encurvadas.

Eu: Eai, não vai me dizer o que houve?

Tonny: Luiz.

Eu: Luiz? Então ele voltou a aprontar contigo?

Tonny: Pois é cara.

Eu: O que ele fez?

Tonny: Ah tipo, eu tava almoçando com a Milena e ele chega no mesmo restaurante. Beleza né. Depois começaram a conversar na minha cara.

Eu: Ficou bravo?

Tonny: Não cara. Eles são meio amigos mas a farra não começou aí. Ele começou a cantar ela.

Eu: Tipo dar em cima?!

Tonny: É cara. Sei lá. Ele ficou chamando ela de linda, dizendo que se não estivesse ninguém naquela mesa, ele sentava. Falou várias coisas.

Eu: O que você fez?

Tonny: Bati nele.

Eu: O que?!

Tonny: Zoeira haha. Não bati não.

Eu: Cadê a Milena?

Tonny: Ela ficou em casa. Daqui a pouco volta.

Em questão de segundos Luiz e Milena entraram na escola. Milena veio em nossa direção com Luiz te seguindo. Ela chegou perto de nós e ficou encarando Tonny. Luiz chegou do lado dela, olhou para mim e ficou rindo igual um retardado mental. Deu uma vontade de aproveitar essa moda de aluno bate em aluno. Aí eu metia um pau nele. Só de olhar para o seu rosto já me dava raiva. Luiz saiu por um tempo.

Milena: Tonny, tira ele de perto de mim.

Tonny: O que ele te fez?

Milena: Nada, mas fica enchendo o saco. Meu, toda hora ele fica atrás de mim. Pelo amor de Deus não me deixa mais sozinha.

Tonny: Beleza... Senta ae.

Milena se sentou ao lado de Tonny.

Milena: Ah, oi Miguel. Nem falei com você hoje. So Sorry.

Eu: Relaxa.

Milena: Então, sabe quem eu vi hoje?

Eu: Quem?

Milena: Felipe.

Apesar de não parece, eu tenho uma raiva imensa da Milena. Talvez seja um pouco de falsidade, não sei. Eu gosto dela mas toda vez que olho em seu rosto, me lembro que Felipe ficou com ela. Apesar de ela não saber na época... Sei lá. Me sinto um pouco traído. Ela não teve culpa então nem compensa armar barraco.

Eu: Ah é? E o que vocês fizeram?

Milena: Nada, só vi ele na rua.

Eu: Ficou com ele de novo?

Milena: Que?!

Tonny: Que isso Miguel?!

Eu: Desculpe...

Tonny: ...

Milena: ...

Eu: ...

Milena: Você ainda gosta dele não é?

Eu: Sim...

Milena: Vai fazer três meses que vocês estão separados. Certo?

Eu: Quatro meses.

Tonny: Cara... Tenta superar. Você consegue.

Milena: Não compensa viver das magoas. Tenta superar.

Pensei um pouco no assunto e decidi. Tudo se encerra na noite de hoje! Voltei para casa 18h. Gabriel não deu nenhuma notícia. Entrei em casa. O céu já estava escuro com estrelas bem brilhantes. Clima agradável. Não muito calor e nem muito frio. Subi, deixei as coisas no quarto, me troquei e desci as escadas.

Mãe: Onde vai?

Eu: Mas como você sabe que vou sair?

Mãe: A roupa. Você colocou roupa de sair.

Eu: Ah sim. Vou na casa de uma amiga. Já volto.

Mãe: Uma amiguinha hein. Boa sorte.

Eu: Valeu!

Abri a porta da sala e tive uma surpresa. Felipe estava lá. Ele me olhou com uma cara de assustado e surpreso. Eu tive a mesma reação na verdade. Ficamos sem falar nada por um tempo.

Eu: Então... Quer entrar?...

Felipe: Sim, por favor.

Felipe entrou em casa e subiu as escadas.

Mãe: Você não ia sair?

Eu: Mais tarde.

Subimos para o quarto. Fechei a porta. Felipe sentou na cadeira do computador e virou ela para mim.

Felipe: Onde você ia?

Eu: Comprar sorvete.

Felipe: Quer ir lá?

Eu: Ah não valeu. Perdi a vontade. Eai, o que foi?

Felipe: O que foi o que?

Eu: Você estava na minha porta. O que queria?

Felipe: Quer conversar comigo?

Eu: Estamos conversando.

Felipe: Por que está grosso comigo?!

Eu: Não estou grosso. Só estou sem paciência. Manda ae, o que você quer?

Felipe: Olha... Miguel... Eu fui um grande idiota. Desculpa. Sinto sua falta...

Eu: Prossiga.

Felipe: Ah cara... Eu fui dramático e tal, mas o Mendes também fic...

Eu: Mendes? O que ele tem a ver com isso?

Felipe: Mendes me disse que ia te pegar nesse ano.

Eu: Mendes? Dá um tempo vai. Continua.

Felipe: Olha, o fato é que eu te amo. Sim, eu te amo. Talvez tenha demorado um pouco pra perceber isso. Para perceber que meus dias nessa nova escola ficam totalmente incompletos sem você, Miguel. Eu sinto sua falta. Muito mesmo...

Eu: Você terminou comigo. Me fez prometer que nunca mais ia falar contigo.

Felipe abaixou a cabeça e começou a chorar. Aí que eu perdi a paciência mesmo. Não basta usar frases melosas, agora vai chorar na minha frente. Meu Deus cara.

Felipe: Desculpa Miguel. Eu sei que fiz muita merda mas te peço uma chance. Só uma...

Eu: ...

Felipe: Uma... Eu sei que você ainda gosta de mim...

Eu: ...

Felipe olhou para o chão. Enxugou as lágrimas, me olhou e começou a falar com uma voz mais madura, uma voz mais resistente.

Felipe: Lembra de quando você foi viajar? Eu te dei um abraço na frente da sua casa. Se lembra?

Eu: Sim.

Felipe: A partir daquele momento, eu comecei a te amar. E todos os dias badalava na minha mente "é hétero". Toda vez que eu te via badalava essa frase. Toda vez que eu te abraçava, ouvia essa frase. Mas mesmo assim, mesmo ouvindo tantas frases para abaixar minha auto estima, eu ainda quis acreditar que tinha chance com você... E eu tive, não foi?

Dei uma risada sem graça. Felipe pode ter feito muita mancada, mas ainda gosto dele. Sem dúvida alguma eu gosto dele.

Felipe: Se lembra de quando eu estava tentando desenhar na frente de casa? Deixei você pegar na minha orelha, e depois eu fingi que estava dormindo para você me carregar. E deu certo haha.

Eu: Você estava fingindo?!

Felipe: Sim. Achou que eu iria dormir na rua?

Eu: ...

Felipe: Lembra de quando eu e o Tonny nos batemos? Fiquei com várias feridas e você foi na minha casa. Nós ficamos juntos, brincando e nos divertindo. Você me fez esquecer a dor. Na verdade, aquele dia em que você ficou tentando pegar o álbum.

Eu: Como você sabe?

Felipe: Eu te conheço, meu amor.

Felipe se levantou e veio andando lentamente em minha direção.

Felipe: Se lembra de quando fomos ao shopping? Nosso primeiro encontro. Nós assistimos um filme de terror. E você ficou morrendo de medo.

Eu: Eu nada.

Felipe: Ficou sim.

Felipe se aproximou mais. Colocou as duas mãos na minha cintura.

Felipe: Depois, nós ficamos fora do shopping. Eu te prendi na parede. Ficamos bem pertinho.

Felipe se encostou em mim. Aproximou seus lábios dos meus lentamente.

Felipe: E se não fosse aquela criança desgraçada, eu teria te beijado muito tempo atrás.

Eu: Verdade...

Felipe: Eu posso?

Eu: Não.

Felipe não me deu ouvidos e me agarrou. Senti seu cheiro tão incrível. Cheiro que eu sempre gostei. Coloquei minhas mãos em seus ombros. Felipe me agarrou com mais força. Sua mão direita subiu para a minha nuca. Por um tempo parou e me abraçou.

Felipe: Eu te amo...

Eu: Eu... Eu também te amo...

Felipe: Sério?!

Eu: Sim...

Felipe: Me dá outra chance? Por favor...

Eu: Sim. Claro que sim. Só mais uma.

Felipe: Uma chance é o suficiente.


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