Não sou gay!! escrita por Signature Black


Capítulo 36
Pela Rua de Pétalas Brancas




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Acordei. Tomei banho e comi o café da manhã. Já que estou finalmente de férias, tenho o dia todo livre. Porém, algo está errado. É uma sensação estranha, um pouco triste, insegura. Não sei. Talvez seja por causa do ocorrido de ontem? Não. Não é isso.

Sentei na ponta da cama. Fiquei olhando fixamente para o chão tentando entender o que há de errado.

Depois de um tempo a resposta lógica veio em minha cabeça. Felipe. Sinto falta do Felipe. Talvez hoje ele esteja mais calmo, então decidi ir até a casa dele para conversar.

Chegando lá, a mãe dele me recebeu.

Mãe: Oi Miguel. Quer ver o Felipe?

Eu: Sim, por favor.

Mãe: Os meninos estão no quarto. Pode entrar.

Entrei na casa e subi as escadas, até que parei em um degrau.

O que exatamente ela quis dizer com " Os meninos " ?. Minha preocupação aumentou. Fiquei aflito, com baixa estima. Fui andando pelo corredor. Coloquei a mão na maçaneta da porta do Felipe, que estava fechada.

Ouvi voz de garoto dizendo " Ai Felipe, para haha ". Ambos estavam rindo, provavelmente brincando de alguma coisa. Fiquei um tempo segurando a maçaneta tentando reconhecer a voz da pessoa. No final, não reconheci aquela voz. Desta vez não fiquei sem reação. Fiquei triste, deprimido, sem energia para fazer nada. Lágrimas não caíram do meu olho, pelo o menos naquele instante.

Soltei a maçaneta e voltei para a porta de entrada.

Mãe: Já vai embora?

Eu: Sim.

Mãe: Não quer nem um pedaço de bolo? Fiz agorinha!

Eu: Não valeu... Estou sem fome.

Voltei para casa andando lentamente sobre a rua branca de pétalas, olhando para o chão com as duas mãos nos bolsos. Será que cheguei tarde demais? Quero dizer, fazem dois dias! Ele está namorando alguém?... Ou pode ser algum parente. Não importa. Se eu fosse lá perguntar, provavelmente eu não conseguiria conversar sobre namoros com o Felipe.

Olhei para o céu. Pétalas brancas passavam o vento. O céu estava azul, sem nuvens. Clima agradável com um pouco de vento. Dia perfeito para ir ao parque.

Voltei para casa e me isolei no quarto. Pensei em ligar o computador para conversar com Tonny. Desde o penúltimo dia de aula, eu praticamente não conversei com ele nem com a Milena.

Ouvi a voz de Felipe na rua. Foi na janela olhar o que estava acontecendo. Felipe estava andando com seu skate pela rua branca. Perto do mesmo, estava o Gabriel. Esse garoto eu não via por muito tempo. Muito mesmo. Se não me engano, ele fazia aulas de inglês comigo, mas esse ano saiu da escola.

Não imaginava que ele fosse voltar, ainda menos para me atrapalhar. Estava maior que o Felipe. Seus olhos negros pareciam um pouco mais profundos e bonitos. O cabelo não mudou nada. Continua uma franja na frente da testa e moreno. E pelo jeito, andou fazendo academia. Se bem me lembro, Gabriel é gay assumido, mas não tem o jeitinho. Ele tem um jeito todo play boy na verdade.

Os dois estavam andando juntos com skate em mãos, tentando pegar algumas das pétalas que caiam. Felipe pegou algumas, fez um enroladinho com as mesmas e mostrou para Gabriel.

Felipe: Para você. Um buque de rosas brancas.

Gabriel deu risada, mas não no mal sentido. Ele riu como se tivesse achado bobo/engraçado o buque pequeno de Felipe, na qual cabia na palma da mão.

Sai da janela. Me sentei na cadeira do computador, dessa vez um pouco mais aborrecido.

Gabriel: Ei, aquela ali é a casa do Miguel?

Felipe: Sim.

Gabriel: Eu me lembro de ele falar que mora por aqui. Bela casa, não?

Felipe: Também acho.

Gabriel: Vamos visitar ele? Sepá, ele pode ir no parque com a gente!

Felipe: Ah... Melhor não...

Gabriel: Por que?

Felipe: Deixa pra lá. Vamos só nós dois.

Essas gralhas conseguem falar mais alto que um alto falante. Por sorte eu tinha saído da janela antes de ele olharem, se não eu iria fazer questão de ir, Felipe querendo ou não.

Fiquei mexendo no computador, conversando com alguns amigos.

Contei para Tonny os acontecimentos. Ele ficou impressionado com algumas coisas que eu disse. Conversei com Milena para saber se ela vai continuar na escola ano que vem. Contei para Diego o mesmo que disse ao Tonny. Diego me aconselhou a esperar Felipe voltar. Se ele amar o tal Gabriel, eu perdi. Mas se ele me ama de verdade, vai voltar. O papo ficou muito romântico e eu decidi mudar de assunto.

Todos passaram de ano. A sala ano que vem será um pouco mais tranquila sem Luiz nem Felipe para me atrapalhar. Isso é, na sala. A escola vai ficar um caos com Marlon, Renan e sua gangue e Henrique.


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