Não sou gay!! escrita por Signature Black


Capítulo 26
Fofocas e mais Fofocas




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Mais tarde, do mesmo sábado, liguei o computador para conversar com Tonny. Contei sobre tudo que houve na casa de Felipe.

Tonny: Miguel... Será que você gosta dele?

Eu: Como?

Tonny: Tipo, talvez você goste dele porque Felipe te trata melhor. Felipe te deixa acima de qualquer outro amigo. Brinca com você, te protege, talvez isso que esteja te atraindo.

Eu: Então... Você diz que eu não gosto dele?

Tonny: Não sei como funciona sua mente, mas é uma das hipóteses.

Eu: Vou pensar melhor. Boa noite.

Tonny: Já vai dormir?

Eu: Está cedo demais?

Tonny: 22:00 ainda.

Eu: Mesmo assim, estou com sono. Falou.

Fui dormir.

Segunda-Feira. Acordei, tomei banho, tomei café e fui para a escola. Chegando lá, vi que Luiz estava no corredor. Eu não quis passar. Tonny talvez estivesse no final do corredor. Não sei.

Ken, o japônes estava por perto. Conversei com ele por um tempo.

Ken: Oi daiko.

Eu: Que?

Ken: Daikou.

Eu: Que isso?

Ken: E ai Miguel.

Eu: Oi.

Ken: Vamos lá no corredor da secretaria?

Eu: Por que?

Ken: O Tonny está lá.

Felipe chegou. Passou pelo corredor. Lindo como sempre. Bermuda e camisa. Um rostinho de cansado, talvez com sono, não sei.

Felipe foi no corredor da secretaria. Normalmente é por lá que todos nós nos encontramos. Digo, a nossa sala.

Bateu 7 horas e eu subi as escadas até chegar na classe. Entrei na classe e em poucos segundos, os outros alunos entraram também. Felipe sentou ao meu lado. O dia passou normalmente. Até que, nas últimas aulas...

Chegamos do intervalo. Eu sentei ao lado de Felipe novamente.

Felipe colocou o braço nos meus ombros. Ficamos conversando como todos os dias. Tonny sentou na fileira da frente para conversar com Milena e Patrícia. Depois de um tempo, reparei risadas descontroladas vindo daquele montinho. Milena olhava pra mim e ria sem graça. Patrícia tentava disfarçar que queria olhar. Tonny ficou tentando me informar alguma coisa. Não entendi absolutamente nada. Felipe puxou assunto comigo. Ficamos conversando intensamente. Conversando sem pausas. Milena, colocou a mão no rosto e riu mais ainda. Tonny ficou simplesmente sem reação. Eu olhei em minha volta, e não tinha nada. Do que eles estavam rindo tanto?

As aulas acabaram. Sai da sala e puxei Tonny para um canto.

Eu: O que houve?!

Tonny: Patrícia está achando que você e o Tonny são um casal. Digo, ela estava dizendo que vocês dois são gays e tem um caso.

Eu: Por que diabos a Milena estava rindo?

Tonny: Ela queria chamar a sua atenção. Cara, acho que todos pensam assim...

Eu: O que?!

Tonny: A escola inteira percebeu uma ligação entre vocês dois! Cara a escola inteirinha está falando pelas suas costas que você e o Felipe são gays!!

Eu: Cara eu não acredito. Desculpa mas não acredito.

Tonny: Estou falando mano!! Tente prestar mais atenção. Direto comentam de vocês dois!

Eu: Cara... O que a Patrícia disse exatamente?

Tonny: Ela falou que vocês dois andam muito juntos e sempre tem carinho um pelo outro.

Eu: E ela com isso?!

Tonny: Ah não sei, mas ela ficou falando.

Eu: Beleza. Vou pra casa. Até.

Sai da escola e fui para casa. Felipe me avisou hoje, que voltaria para casa com os pais agora.

Não me importei muito. Na verdade eu me importei sim mas fingi que não.

Voltei para casa. Não tinham lições de casa. O telefone tocou.

Eu: Alô.

Felipe: E ai MIGUEEEL.

Eu: Quem é?

Felipe: É o Felipe...

Eu: Ah e ai. Que que você quer?

Felipe: Só bater papo.

Conversamos por uma hora e meia. Contei da Patrícia mas não todos os detalhes. Eu disse que Patrícia estava falando mau de mim pelas costas.

Ele achou chato mas não foi brigar nem nada do tipo. Nem ligou muito, só disse que eu não precisaria me importar com esse tipo de gente.

Terça-Feira. Acordei, tomei banho, café da manhã e fui para a escola. Acabei chegando um pouco atrasado, então subi direto para a sala. O professor ainda não tinha entrado para dar aula. Me sentei ao lado de Felipe, e Tonny ficou atrás de mim.

Felipe: Quase que você não entra na aula.

Eu: Dormi demais hoje.

Felipe: Que horas você foi dormir ontem?

Eu: Era umas duas da manhã.

Felipe: Caraca! O que você estava fazendo?

Eu: Falando com o Diego.

Felipe: Ah, bonito hein mocinho.

Eu: Hahaha para vai.

O professor de história entrou na sala com um computador na mão. Ele deu uma vídeo aula. Ficamos vendo um filme sobre a era Vargas. Sinceramente, chato pra caralho. Felipe deixou o braço entre as duas mesas. Depois de um tempo, pegou uma caneta e tentou equilibrar no braço. Conseguiu. Depois me deu o estojo dele e foi passando algumas canetas. Entendi que era para eu tentar fazer o mesmo, equilibrar os materiais no braço dele. Que bobeira, eu pensei. Mas aceitei. Fiquei equilibrando algumas canetas, borrachas, corretivos etc. no braço de Felipe. Na verdade, no braço peludo de Felipe. Não tinham muitos pelos mas também não tinham poucos. Eu achei muito... Digamos assim... Atraente! Qualquer outro braço de homem com tantos pelos eu acharia ridículo, ou até mesmo nojento. Mas já que era o do Felipe...

Equilibrei todos os materiais. Felipe sorria, como uma criança brincando. Quando olhei para o lado, Milena, Patrícia, Ken, Luiz e mais um monte de alunos da nossa sala olhavam com um sorriso maroto, um sorriso malicioso. Me veio na mente o que o Tonny tinha dito.

Fingi que não tinha percebido. Tirei os materiais do braço muito atraente de Felipe e guardei nos devidos estojos. Felipe passou a mão no braço, como se estivesse um pouco dormente. Colocou o braço sobre os meus ombros. Olhei para o lado. Luiz estava segurando uma alta gargalhada. Tonny tocou no meu ombro e cochichou:

Tonny: Cara o que você está fazendo?!

Eu: Por que?

Tonny: Todo mundo está olhando!!

Eu: ...

Tonny: Você está gostando né?

Eu: Claro.

Passei o queixo no braço de Felipe, já que eu estava virado para trás conversando com Tonny. Virei para frente e continuei assistindo o filme.

No intervalo, eu não quis comer nada. Estava totalmente sem fome. Tonny me ofereceu um pedaço do seu lanche e eu disse que não queria. Felipe me ofereceu também mas eu não aceitei. Felipe tirou um pedaço do seu lanche com os dedos e tentou colocar na minha boca. Isso é, esqueci de citar o detalhe: era uma rodinha com todos os meninos da sala. Eu virei o rosto dizendo que não queria. Felipe aproximou mais. Abri a boca e Felipe colocou sobre minha língua, o pedaço de seu lanche. Em outras palavras, ele me deu comida na boca. Tonny me olhou com o sorriso malicioso. Fiquei um tanto furioso.

Voltando na sala, quase no final das aulas, Felipe ficou cantando um Rap. Nem prestei atenção.

Eu: Felipe, você vai comer pastel hoje?

Felipe: Ah mano, nem sei. Está calor demais. Pastel nesse calor vai me dar enjoo.

Eu: Então não vamos comer hoje.

Felipe: Beleza.

Sai da aula. Felipe foi com seus pais, como eu havia citado antes. Eu saio rápido da escola, pois não quero aceitar a carona de Felipe. Tenho vergonha de seus pais...

Mais a noite, eu conversei com Diego no computador. Contei sobre os acontecimentos na sala.

Diego: Cara, FODA-SE o que eles pensam! Você é feliz com o Felipe?

Eu: Sim.

Diego: Então manda aquela negada tomar no cu e continua se divertindo com o Felipe. Quem eles são para dar opinião nas suas atitudes? NINGUÉM.

Eu: Ah cara...

Diego: Você não deve mudar o seu jeito porque o inimigo não aceita.

Eu: Verdade.

Diego: Se Felipe te faz feliz, continua conversando com ele. Continua brincando. Eles olham para o que você faz? Se sim é porque você encontrou uma pessoa que te faz feliz. Eles não acham ninguém e ficam olhando. Ué Diego, eu não entendi. Ah eu explico, caro eu. Se tem felicidade em um canto, e eles não tem, vão tentar destruir para que seja infeliz também. Não segue o fluxo deles cara.

Eu: Você é meio doente. Você fala sozinho.

Diego: Eu sou um pouco retardado mesmo, mas isso não vem ao caso.

Depois de conversar mais um pouco com Diego, fui dormir.

Graças a Deus, essa Sexta-Feira seria o feriado. 3 dias em casa, que eu acabei passando na casa da minha vó...


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