Não sou gay!! escrita por Signature Black


Capítulo 17
O Novo Aluno




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Segunda-Feira. Entrei na escola. Primeira coisa que eu bati o olho: Um garoto novo. Negro, cabelo tingido de loiro. Bem ridículo. Da altura do Felipe, ou seja, um pouco maior que eu. Usava óculos e um topete puxado para moicano. Usava um agasalho e bermuda. Combinação terrível. Fui em direção ao Tonny.

Eu: Quem é o baiano alí?

Tonny: Hahahaha. É o Luiz. Ele é novo por aqui.

Eu: Ele é legal?

Tonny: Não sei. Mudando de assunto, quanto tempo não nos falamos né?

Eu: Acho que conversei com você na Sexta.

Tonny: Acho que é porque não nos falamos no fim de semana. Onde você tava?

Eu: Com o Fe-li-pe!

Tonny: Eita! Saíram de novo?

Eu: Tivemos uns rolos lá. Ele ficou bravo por eu não contar segredos.

Tonny: Que tipo de segredo?

Eu: De quem eu gostava...

Tonny: Putz.. Entendi. Bom, vamos subir?

Eu: Vamos.

Subimos a escada. Tonny sentou na cadeira da frente, na esperança de que Felipe viesse para o meu lado. Ficamos conversando até dar o sinal.

Felipe chegou e realmente sentou ao meu lado. Fizemos o toque comum. Felipe parecia mais silencioso.

Milena entrou na sala mas se sentou ao lado de Larissa. Nessa hora eu me lembrei daqueles tais fakes.

Bateu o sinal. Todos os alunos entraram na sala. O novato ficou do lado do Tonny, na frente de Felipe.

Luiz: Fala Tonão!

Minha reação foi inexplicável. Tonão? Tipo, velho, se mata!

Tonny: Bom dia.

Luiz: Qual é teu nome chará?

Felipe: Felipe Nougueira.

Luiz: Aqui quem fala é Luiz Barros.

Ele olhou bem para mim e fez um comentário.

Luiz: Essa coca aí é fanta né?

Olhei sério pra ele. Como se quisesse bater nesse otário. Na moral...

Felipe deu uma leve risada. Tonny deu altas gargalhadas. O resto da sala ficou sem reação. Não acreditaram nele, é claro, mas se impressionaram com a intimidade que o garoto tem comigo.

Luiz: Mau ae. Qual teu nome?

Eu: Miguel Azevedo.

Luiz: É Nois.

Odiei ele... Decidi me afastar um pouco. Fiquei quieto durante a aula. No intervalo, eu estava com Tonny e Felipe, papiando como diariamente. Ele chegou para pedir o ketchup. Aproveitou e ficou trocando ideia com o Felipe.

Luiz: Felipão, quem é aquela gata ali?

Felipe: Milena? Ela é da nossa sala.

Luiz: Me apresenta ela.

Felipe: O Tonny gosta dela.

Tonny: Pois é jovem, mas você ficou com ela.

Senti um clima de indiretas entre os dois.

Felipe: Eu não tive intensão...

Tonny: Se não tivesse intensão, talvez não te...

Eu: OW. Isso é passado né? Vamos esquecer.

Luiz: O passado é reflexo do presente. Relaxa ae. Chega mais Felipão. Vamos ver as gatas.

Eu: Felipe, fica aqui.

Felipe: Vou ficar.

Luiz: Calma Felipão. Bora lá. Isso é, se o maridão deixar né.

Felipe arregalou os olhos. Sem pensar suas vezes foi com ele.

Eu: Tonny bate nesse filho da puta.

Tonny: Relaxa... É o primeiro dia. Vamos aguentar muito mais.

Fiquei em silêncio no resto da aula. Felipe se preocupava, mas tinha medo de acabar sendo zoado pelo Luiz caso tentasse me consolar.

No final das aulas, saí da escola sem esperar ninguém. Felipe veio correndo atrás de mim e me encontrou no meio do caminho. Felipe chegou, com a respiração agitada pela boca, e me disse com tom cansado.

Felipe: Miguel! Cara por que não me esperou?

Eu: Esqueci.

Felipe: Ficou bolado por causa do Luiz? Desculpa, se eu te ajudasse ele ia zoar.

Eu: Como é Felipe? Você prefere não ser zoado do que me ajudar?

Felipe: Não é isso.

Eu: É isso sim Felipe. No intervalo, só porque ele disse aquilo você ficou todo bobadinho e foi ver as meninas com ele.

Felipe: Eu só não queria que ele falasse aquilo de nós.

Eu: E você se importa? Você sabe que não somos um casal! Por que ainda se importa com o que o LUIZ vai pensar?!

Felipe começou a ficar irritado.

Felipe: Não somos um casal mas somos grandes amigos Miguel! Eu me importo com você, comigo, com a nossa imagem na escola!

Eu: A opinião das pessoas nunca vai mudar nada Felipe!

Felipe: E no dia que eu contar tudo? O que vão pensar?

Eu: Tudo o que Felipe?!

Felipe: Argh... Nada Miguel, nada!!

Felipe foi pela rua de baixo para não se encontrar comigo. Fiquei bravo com ele. As palavras dele acabaram ficando presas na minha cabeça. Será que eu magoei Felipe?...

No protão de casa, vi Felipe secando lágrimas enquanto abria o portão. Abri minha porta rápido e entrei rapidamente. Deitei na cama... Braços estirados, barriga para cima. Será que ofendi Felipe?

Bom, no momento só tenho um pensamento: Uma pedra surgiu no meu caminho. Só preciso destruir, fazer pó desse tal Luiz, colocar um tapete e passar por cima.


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