Não sou gay!! escrita por Signature Black


Capítulo 16
Villa Lobos




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Levantei. Eram oito da manhã. Felipe ainda estava dormindo. Olhei para uma foto perto da cama. Tinha Felipe, com uma roupa de futebol. Aparentava ter uns seis anos de idade. Ao lado direito, seu pai com um troféu. Do lado esquerdo, sua mãe sorridente.

Felipe: Esse foi meu primeiro troféu.

Disse Felipe, se levantando.

Eu: Ontem era Sexta... Você não tinha futebol?

Felipe: Eu não fui ontem. Tinha visita em casa.

Eu: Quem?

Felipe: Você!

Eu: Puta verdade. Esqueci...

Felipe: Acordou agora?

Eu: Sim. Agorinha.

Felipe: Eu também. Vamos nos vestir? Hoje vamos ao parque.

Eu: Esqueci até.

Tomamos banho, separado é claro. Tomamos o café da manhã e saímos direto ao parque. Não era muito longe. Fomos a pé, sem conversar. Chegando lá, estava muito quente. Felipe tirou a camisa e prendeu em um lado da bermuda.

Felipe: Cara você vai ficar de camisa?

Eu não sinto calor. Pelo o menos não normalmente como as outras pessoas.

Eu: Por que?

Felipe: Está quente pra caramba. Tira vai.

Só porque ele disse eu tirei. Me senti à vontade.

Prendi parte da camisa em um canto da bermuda, como Felipe. Andamos um pouco pelo parque, até Felipe subir no skate e ficar andando em circulo. Não vejo a graça em skate... Me sentei na grama e deixei ele na pista por alguns minutos.

Felipe: Trouxe seu patins?

Eu: Não. Tô com desânimo hoje.

Felipe desceu do skate e se sentou ao meu lado. Olhou para mim. Seus olhos brilhavam com a luz do Sol. Coisa mais linda. Eu olhei para ele também.

Felipe: O que houve para todo esse desânimo?

Minha vontade era de beija-lo. Colocar a mão sobre seu pescoço e ir com tudo. Minha vontade era de agarrar ele ali mesmo. No meio de todo mundo, sem camisa em cima da grama.

Eu: Gosto de uma pessoa.

Felipe: Quem é?

Eu: Não quero falar.

Felipe: Pô. Eu posso te ajudar! Fala quem é.

Eu: Não Felipe...

Felipe: Você ama essa pessoa?

Eu: Amo, amo demais.

Felipe: E não vai me dizer quem é?

Eu: Não.

Felipe: Então é assim? Beleza.

Eu: Vai ficar bravo?

Felipe: Bravo? Por que? Só porque você não confia em mim?

Eu: Felipe... Não é assim.

Felipe: Qual é Miguel? Pensei que eu fosse um grande amigo pra você.

Eu: Felipe você é um amigo especial pra mim mas tem coisas que o Tonny sabe, e você não pode saber. Assim vice-versa.

Felipe: O TONNY SABE E EU NÃO? Na boa, se ele é tão seu amigo assim, começa a sair com ele!!

Eu: Cara por que você está tão bravo?

Felipe: Cara é bem simples. Se você prefere confiar no seu amiguinho Tonny, vá sair com ele. Espero que vocês se divirtam.

Felipe pegou o skate e saiu batendo pé. Acho que foi pra casa. Que ótimo hein. Não estou nem doido de abrir o jogo pra ele. Felipe com certeza ia parar de me ver sabendo de tudo isso. Digo, sabendo que eu vejo ele com outros olhos. Ah, você entendeu o que eu quis dizer.

Depois de um tempo no parque, voltei para casa. Minha mãe estava na cozinha mas eu fui direto para o quarto. Tomei um banho frio. Vesti outras roupas e me deitei na cama. Tentei ligar para Felipe mas ele claramente não atendia. Tanto que nem dava dois " Pii " que aparece no telefone, enquanto você liga para uma pessoa.

Já que Felipe decidiu ficar de cu doce, fui fazer algumas lições.

Mais tarde comecei a me deparar com a falta de Felipe. Fiquei um pouco triste por fazer ele pensar que não confio nele. Guardei meu material e fui na casa de Felipe.

No portão, fiquei pensando em alguma coisa para dizer. Eu não ia abrir o jogo completamente. Precisava de algum segredo nem que fosse inventado.

Felipe abriu a porta. Levei um dos maiores sustos da minha vida, sem dúvida. Ele estava com a mesma roupa do parque, mas tinha tirado a camisa presa ao lado.

Felipe: E ai? Veio fazer o que aqui?

Eu: Vim te contar o segredo lá.

Felipe: Só agora?

Eu: Desculpe não dizer na hora... O segredo não é meu...

Felipe: Mas você sabe que eu não diria para ninguém.

Eu: Sim eu sei, mas o segredo continua não sendo meu.

Felipe olhou um pouco para o chão, mordeu os lábios inferiores.

Felipe: Desculpa...

Eu: Claro que desculpo.

Felipe: Desculpa por exigir que você confie tanto em mim. Gosto da sua amizade Miguel. Você é muito mais que um amigo para mim. Desculpa novamente.

Eu: Você também é um grande amigo para mim, Felipe. Qualquer segredo que eu tiver, vou te contar a partir de hoje.

Felipe me abraçou ali mesmo. A rua não é muito movimentada, ninguém viu. Abraçar o Felipe sem camisa... Aquele cheiro... Aquela altura... Meu amiguinho se levantou, e ele sentiu. Mas mesmo assim não largou. Ficamos uns trinta segundos agarrados. Que delícia cara!

Felipe me convidou para entrar mas eu rejeitei. Disse que eu ficaria na minha casa hoje. Ele entendeu e entrou. Eu fui para a minha.

Deitei na minha cama, braços estirados, barriga pra cima.

Eu: Eu te amo Felipe... Eu te amo muito.


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