Não sou gay!! escrita por Signature Black


Capítulo 15
Conheço este Cheiro...




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Acordei, 6 da manhã. Um pouco de dor de cabeça. Sexta-Feira finalmente. Amanhã era dia de Felipe, no parque. Ao me lembrar disso também me lembrei da conversa dele com o Tonny. Meu celular tinha uma mensagem da Milena.

Milena: Miguel, você ficou comovido com a conversa do Felipe hoje?

Eu: Sim.

Milena: Eu também!!

Eu: Ciúme do Felipe?

Milena: O que? Não não!!! Do Tonny!

Eu: Bom... Eu vou toma... Pera. Tonny? HAHA.

Milena: Ah. Esquece vai!

Fui tomar banho, mas antes o celular vibrou. Fui olhar e era uma outra mensagem de Milena.

Milena: Você ainda tem chance com ele.

Eu: Não Milena... Sério para com isso. Felipe é hétero. Vou ter que aceitar.

Milena: Talvez ele seja gay e não aceita.

Lendo isso, recriei esperanças. Poderia estar me iludindo, mas consegui dar um grande sorriso. Eu ainda poderia ter chances com ele, ou ele poderia ser Bi!

Fui tomar banho, e café da manhã. Enquanto bebia meu café, minha mãe entrou na cozinha.

Mãe: Nada de Felipe hoje?

Eu: Não mãe. Foi só aquele dia.

Fomos para o carro, chegamos na escola e eu entrei.

Milena veio puxar assunto.

Milena: Você pensou no que eu te disse?

Eu: Bom, o que te faz pensar nisso?

Milena: As vezes ele solta algumas que eu acho estranho sabe...

Eu: Do tipo?

Milena: Ele não olha a bunda das meninas...

Eu: Claro que olha. Eu sempre flagro ele reparando.

Milena: Não é bem assim. Ele só olha quando reparam nele. Se ninguém olhar pra ele, ele não olha pra bunda.

Eu: Você anda observando ele?

Milena: E-Eu não. Reparo para te ajudar.

Eu: Odeio concorrência.

Milena: Não to nem doida de dar em cima do Felipe hahaha. Olha o tamanho do seu braço. Uma dessa eu voaria longe.

Eu: Calma hahaha Maria da Penha.

Milena: Ah meu filho, na hora do fight não existem leis.

Eu: Mano haha que isso. Relaxa.

Comecei a sentir... Sentir... Cheiro de Felipe!! Olhei para o portão e lá estava ele. Meu lindo. Felipe. Moldou um topete com seu cabelo loiro. Usava blusa, com mangas puxadas até os cotovelos e calça. Tudo de uniforme escolar. Passou por mim. Meu olhar o seguiu. Aquele cheiro... As orelhas dele, os olhos, altura... Tão fofo, tão carinhoso. Tudo neste homem eu amava. TUDO.

Milena: Psiu. Menos brisa, mais eu.

Eu: Desculpa.

Milena: Tudo bem.

Eu: E o Tonny?

Milena: O que tem?

Eu: Deu uma chance pra ele?

Milena: Ai... Nem toca nesse assunto.

Eu: Brigaram?

Milena: Não não, só não gosta de falar sobre isso mesmo. Vamos subir?

Pegamos as escadas e subimos para a classe. Tonny não havia chegado ainda. Milena sentou na minha frente, e ficamos os dois sem dupla. Felipe encontrou na sala e sentou-se do meu lado. Sem combinar nada antes. Se eu comentasse ele poderia acabar saindo, então não falei nada.

Felipe: Amanhã, não esquece. Você vai?

Eu: Vou, você vai?

Felipe: Vou sim. Vi ontem no jornal, vai fazer 35º.

35?! Que maravilha. Felipe vai de bermuda! E provavelmente tirar a camisa! Meu Deus mau posso esperar.

Felipe: Cara, você malha não é?

Eu: Sim... Você malha?

Felipe: Sim. E faço futebol.

Eu: Segundas, Quintas e Sextas.

Felipe: Como sabe?

Eu: Você não liga o computador nesses dias.

As aulas começaram. Ficamos todos quietos. Tonny chegou atrasado e sentou-se ao lado de Milena.

Durante o intervalo, eu e Tonny ficamos conversando, até Felipe chegar com um lanche da cantina e um tubo de ketchup.

Eu: Felipe, passa o ketchup.

Felipe: E se eu não quiser?

Eu: Aff. Tá de mau humor?

Felipe: Não, só to comendo.

Tonny me passou a mostarda. Não gosto muito, mas é melhor que nada.

Felipe: Passa a mostarda.

Eu: E se eu não quiser?

Felipe fechou a cara e veio pra cima de mim.

Felipe: Que que é?!

Me prensou na parede com seu peito. Olhei para algum lado, porque se eu olhasse para Felipe... Ia dar em selinho. Comecei a perceber que os alunos estavam olhando. Sussurrei para Felipe.

Eu: Felipe... Estão todos vendo...

Felipe: E daí? O que eles tem haver com isso?

Eu: Sério... Chega.

Felipe me deu o ketchup e pegou a mostarda. Saiu de perto de mim. Tonny ficou com os olhos arregalados.

Voltamos a sala, e terminamos aulas do dia. Minha mãe veio me buscas na escola.

Chegando em casa, fiz as tarefas. Era Sexta-Feira, e eu não pretendia passar a sexta em casa. Liguei para Tonny.

Eu: Tonny, quer sair?

Tonny: Nem. A Milena me passou o telefone dela. Vamos conversar a noite inteira!

Eu: Orra. Aí sim. Sorte.

Tonny: Vê se o Felipe vai. Ou tenta dormir na casa dele.

Eu: Vou ver... Até mais.

Tonny: Falou.

Desliguei o telefone. Felipe era praticamente meu vizinho. Decidi ir lá, sem avisar.

Chegando na casa de Felipe, toquei a campainha. A mãe dele me atendeu, toda feliz. Subi para o quarto de Felipe em silêncio, pois o pai dele estava na sala. Não queria que ele acabasse me vendo.

Abri a porta de Felipe. Estava de costas para a porta, olhando para a janela. Ele tinha uma vista perfeita da janela do meu quarto. Eu nunca reparei nisso.

Eu: Felipe?

Felipe: Ah caralho! Porra que susto mano!

Eu: Desculpe haha.

Felipe: Ow vai se fuder.

Eu: Calma jovem. Se continuar grosseiro eu vou embora.

Felipe: Não não não não. Fica aí.

Eu: Que horas são?

Felipe: São 16h. Por que você está aqui?

Eu: Não tinha o que fazer na minha casa... Vim pra cá.

Felipe: Eu até te chamaria para dormir aqui, mas minha cama é única. A menos que você não se importe.

A cada era realmente para uma pessoa. Até caberiam duas pessoas, mas bem encostadas.

Eu: Eu topo.

Felipe: Sério? Pensei que fosse mais machista.

Eu: Não sou nem um pouco.

Felipe: Vou falar com minha mãe. Espera ae.

Felipe saiu do quarto. Fiquei fuçando nas coisas dele. Abri um criado-mudo, ao lado da cama. Tinha um álbum de fotos. Fui passando as páginas. Eram fotos de família, fotos de amigos, sempre com uma legenda em baixo. Até chegar em uma foto... Havia uma mancha de café, mas a foto era de uma pessoa, na qual Felipe segurava pela cintura. Parecia uma mancha proposital, pois cobria totalmente o individuo. A legenda era: Meu futuro amor. Minha curiosidade se intensificou. Tentei tirar a mancha mas Felipe chegou ao quarto.

Felipe: NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO MEXE.

Pegou rapidamente da minha mão e colocou em um armário com cadeado.

Eu: O que tem neste álbum?

Felipe: Nada demais, só não quero que veja.

Ficamos jogando papo fora até tarde. Tomei banho e Felipe também. Estava na hora de jantar, 20h. Felipe queria que eu descesse para jantar com a família, mas eu estava um tanto inseguro. Acabei descendo e sentando na mesa de pijama junto a Felipe.

Pai: Boa noite.

Eu: Boa noite.

Mãe: Espero que goste da comida, Miguel.

Eu: Com certeza vou gostar.

Essa família janta em silêncio. Nunca vi nada do tipo. Felipe acabou primeiro. Subiu para seu quarto. Eu acabei logo depois. Liguei para minha mãe, pelo meu celular, para avisar que dormiria fora. Escovei os dentes. Quando entrei no quarto, Felipe estava deitado, com o cobertor até a cintura. Mexia no celular. Me deitei do lado dele.

Felipe: Está com sono?

Eu: Um pouco... E você?

Felipe: Morrendo de sono. Vou dormir. Boa noite.

Eu: Nesse caso também vou. Boa noite.

Virei de costas para Felipe, e ele virou o peito para mim. Só mais um pouco e iriamos dormir de conchinha. Acabei dormindo rápido. Que maravilha... Essa cama tem cheiro de Felipe!


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