Os Últimos Morgenstern escrita por Luna MM


Capítulo 26
Esperanças frias


Notas iniciais do capítulo

"Ele uivou alto: 'Estou pegando fogo por dentro.
Não há murmúrio de resposta.
O que irá eliminar meus pecados,
E me salvar da morte?"
— Alfred, Lord Tennyson, "The Palace of Art"



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Sebastian não sabia como seria morrer. Havia passado tanto tempo convencido de que era invencível que nunca havia realmente pensado na própria morte, embora não tivesse ilusões de que veria a luz branca ou que anjos apareceriam para buscá-lo. Sem dúvida, ele não acreditava realmente que haveria um julgamento final que decidiria o seu destino ou algo do tipo; mas de certa forma, Sebastian já podia facilmente imaginar o seu fim.

Sua mente ainda estava naquela pequena clareira perto do Instituto. Se fechasse os olhos, ele quase podia enxergar o Caçador de Sombras atacando Clary com a espada de Jace, recuperada do chão sem que ninguém percebesse. Sebastian sabia que sua irmã não tinha chances contra aquele guerreiro, pelo menos não enquanto estivesse cercada e desarmada como estava. Seus pés haviam se movido antes que ele formulasse o pensamento e, um instante depois, partira para cima do Caçador. Estava ferido da luta com Jace, seu ombro ainda ardia por causa da queimadura celestial e nem ao menos estava armado, mas insistira em travar uma luta física com o guerreiro de qualquer jeito.

Sebastian desferiu um golpe no estômago do inimigo, mas ele se recuperou rapidamente e atacou com a lâmina. A espada havia raspado no abdômen de Sebastian, causando uma leve queimadura que o fez se jogar para trás. O Caçador aproveitara-se da distância de Sebastian e voltara a atenção para Clary, dessa vez já levantando o braço que segurava a espada em direção ao peito da irmã, que havia fechado os olhos, esperando o desfecho final. Tão doce, tão angelical, tão pequena. Sebastian havia encarado aquela cena como se o mundo inteiro estivesse sendo destruído ali, diante de seus olhos.

Não podia acabar assim.

Ele havia reunido toda a energia que ainda lhe restara e levantara-se num impulso, colocando-se na frente de Clary, o rosto colado ao dela, como se fosse apenas lhe dar um abraço. A lâmina o atravessou num ímpeto e, quase que instantaneamente, seu corpo começou a queimar por dentro.

Sebastian sentira o fogo celestial se espalhando por todo seu corpo lentamente, correndo para cada veia e queimando tudo o que estivesse no caminho. A dor era tão forte que ele mal conseguira enxergar Jace matando o Caçador de Sombras atrás dele ou Clary deitando-o no chão, a cabeça apoiada no colo dela. Pontos vermelhos dançavam na sua visão. Sentira o sangue fervendo, subindo pela garganta e sendo expelido para fora de sua boca. Sentira a dor como se todo o seu corpo estivesse sendo incendiado, entrando numa combustão instantânea, embora somente por dentro dele.

Pela primeira vez durante muito tempo, Sebastian realmente sentiu medo. Desespero, aflição, arrependimento. Sentiu vontade de chorar. Mas juntando suas forças restantes e concentrando-se em Clary, ele decidira admirar seus olhos verdes, as sardas na pele do rosto e os cabelos tão vermelhos como o fogo que ardia dentro dele, tentando desesperadamente gravar a imagem dela em sua memória, para que a lembrança nunca desaparecesse por completo. Para que ele sempre tivesse alguém para lembrar, alguém que realmente importava para ele.

Naquele momento, Sebastian quis dizer todas as coisas que nunca havia dito para Clary. Quis pedir desculpas, dizer que estava arrependido, admitir que desejava poder ter sido melhor o bastante para estar ao lado dela. Mais do que tudo, queria gritar para o mundo o quanto Clary verdadeiramente significava para ele; a única pessoa por quem ele mataria e morreria. Tentou abrir a boca mais uma vez para falar, mas sentiu o sangue quente jorrando para fora de si, o gosto metálico, e a dor no peito pareceu piorar tanto que ele não conseguira mais suportar. E então, lentamente, Sebastian sentiu o ritmo de seu coração diminuir aos poucos até o último batimento e sua vida finalmente se esvair de seu corpo.

Aconteceu tudo num súbito instante; em um segundo estava agonizando em dor deitado no colo de Clary e então, de repente, não estava mais lá. Seus ouvidos ficaram completamente surdos e ele deixou de sentir a dureza do chão abaixo das costas. Parecia flutuar.

Todo o lugar foi engolido em uma profunda e intensa escuridão, fria e silenciosa, deixando Sebastian sozinho no meio do vazio. Naquele longo minuto, ele percebeu que deixar o mundo dos vivos era, na verdade, simples assim; do outro lado, só restava o vazio. O imenso e solitário vazio.

Sebastian levantou-se do chão temendo sentir mais dor, mas não sentiu nada. O buraco sangrento em seu peito continuava lá, onde seu coração não batia, como um lembrete de que ele estava morto, de que seu tempo havia acabado.

Ele deu alguns passos, hesitante, em direção ao nada. De repente, Sebastian notou uma faísca vermelha se acender ao longe, somente uma pequena labareda de fogo em meio a escuridão. Aos poucos, a chama foi crescendo e crescendo até que todo o lugar foi incendiado em puro fogo vivo, deixando apenas uma passarela escura e estreita no centro. Percebendo o convite indireto, Sebastian encaminhou-se para a passagem, sem olhar para trás.

Abaixo dele, havia um abismo que levava até um enorme mar de larva quente, como se ele estivesse caminhando dentro de um vulcão ativo. Um vento quente atravessou o lugar, jogando algumas mechas prateadas para cima dos olhos dele. Sebastian afastou o cabelo com um gesto impaciente e apressou o passo, finalmente chegando ao fim da passarela.

Diante dele, havia uma grande imensidão de terra negra; algumas construções estavam parcialmente desabadas, as chamas avermelhadas dançando no topo dos destroços e, no que deveria ser uma rua que dividia a cidade, o sangue corria como água em dias chuvosos. Ao longe, um castelo negro em ruínas servia de fundo para a destruição; os portões eram feitos de ossos manchados com o que parecia ser sangue seco e as muralhas externas brilhavam em uma luz negra, enfeitadas com tochas de fogo que nunca se apagavam. As pedras negras que construíam o castelo estavam lascadas e marcadas, um sinal de que aquilo estava ali há mais anos do que Sebastian podia imaginar.

E no centro daquela cidade devastada, estava uma figura escura. O corpo coberto por uma longa capa preta e o rosto escondido pelo capuz, a cabeça abaixada. Com passos lentos e calculados, Sebastian aproximou-se até estar a uns cinco metros do vulto, que ainda permanecia escondido nas sombras.

– Quem é você? – Sebastian perguntou e a voz saiu rouca.

A figura misteriosa ergueu a cabeça devagar e seu rosto, que Sebastian percebeu ser de uma mulher, ficou pouco visível sob a luz da lua cheia. Ela tinha longos cabelos brilhantes e uma forma esguia e adorável; usava uma capa por cima de um vestido longo preto, deixando os braços nus expostos, mostrando a pele pálida do corpo. Quando ela ergueu as mãos e tirou o capuz da cabeça por completo, seu rosto foi totalmente revelado. Ela era bonita, apesar do sorriso cruel; apesar dos buracos negros no lugar dos olhos, onde tentáculos negros se curvavam, como antenas cutucando o ar. Lilith.

– Meu filho – ela disse, a voz tão gelada quanto o sorriso. – Confesso que achei que demoraria para te ter aqui, nesse lugar.

Sebastian desviou o olhar, sentindo-se subitamente estranho. De certa forma, parecia que ele havia sido jogado em outra vida completamente diferente, um mundo do avesso.

– Que lugar é esse? – Sebastian perguntou, atônito, olhando ao redor.

Lilith riu e sua risada, cruel e fria, ecoou pelo lugar. Sebastian a encarou.

– Edom, é claro, o meu reino – Lilith respondeu, abrindo os braços como se esperasse por um abraço. – Bem-vindo ao Inferno, Jonathan. Você pertence a esse lugar.

Sebastian ergueu uma sobrancelha, mas não respondeu. Os buracos nos olhos dela eram tão negros e profundos que pareciam capazes de engolir Sebastian se ele continuasse encarando.

– Mas preciso admitir que você me decepcionou, meu filho – Lilith disse, apertando os lábios. Sebastian desviou o olhar. – Não esperava que fosse tão fraco, ainda mais tendo meu sangue correndo em suas veias.

– Fraco? – Sebastian repetiu, voltando a encará-la. – Eu não sou fraco.

– Será mesmo? – Ela rebateu, entortando a cabeça levemente. – Não engane a si mesmo, Jonathan. Nós dois sabemos que sua hora de morrer não estava tão próxima assim.

– Eu não planejei isso – Sebastian resmungou, os dentes cerrados, aborrecido. – Mas estávamos numa guerra, não é? Acidentes acontecem.

Assim que as palavras saíram da boca de Sebastian, ele ergueu as sobrancelhas. Dizer que acidentes podiam acontecer com ele era inimaginável para qualquer pessoa que conhecesse ao menos seu nome.

– Acidente? – Lilith repetiu, incrédula. – Seu número de Crepusculares estava muito maior que o do inimigo e você estava quase acabando com a vida do garoto Herondale.

Sebastian soltou um longo suspiro, sentindo-se subitamente cansado, e abaixou a cabeça. Preferiu não responder. Lilith aproximou-se alguns passos dele até que estivessem frente a frente.

– Você tinha uma guerra praticamente ganha – continuou ela, colocando as pontas dos dedos no queixo dele e erguendo sua cabeça para encará-la. As unhas arranharam a pele de Sebastian –, e mesmo assim, se deixou ser morto por uma garota estúpida!

– Ela não é uma garota estúpida – retrucou Sebastian, afastando a mão dela de seu rosto e dando um passo para trás. – Ela é minha irmã.

Lilith forçou uma risada que novamente ecoou pelo lugar e cruzou os braços.

– Clarissa era tão sua irmã quanto Jocelyn era sua mãe – zombou. – Acha que ela faria o mesmo por você? Sacrificaria a si mesma para salvá-lo?

Sebastian desviou o olhar mais uma vez, dessa vez levantando a cabeça para encarar o céu. Percebeu, inesperadamente, que a lua cheia dali brilhava no meio de um céu sangrento, vermelho. Lembrou-se, vagamente, das palavras de Clary há alguns dias atrás. Quero salvar você de um destino terrível, ela havia dito. Antes que seja tarde demais.

– Acho que ela já fez isso – Sebastian respondeu, ainda perdido em pensamentos. Já é tarde demais, irmãzinha, ele disse para si mesmo.

Lilith rosnou, fuzilando Sebastian com o olhar demoníaco.

– Fraco – disse. – Você tinha tudo o que queria nas mãos e jogou fora! O que Valentim diria para você?

– Tudo o que vocês queriam, você quis dizer – Sebastian corrigiu, elevando o tom de voz. Cerrou os punhos, sentindo o sangue ferver dentro das veias, como se ainda estivesse queimando. – Eu não dou a mínima para o que você ou Valentim diria. Nenhum de vocês tinha a menor ideia do que eu queria, ninguém nunca me perguntou!

Sebastian cuspiu no chão. As lágrimas se enrolaram na sua garganta mais uma vez, acumuladas por tanto tempo, mas ele não permitiu que elas caíssem. Sentia-se subitamente cansado, a ponto de cair de joelhos a qualquer instante. Era exatamente isso que ele queria: deitar-se no chão e fechar os olhos, finalmente pronto para esquecer toda a sua vida e deixar aquele mundo ridículo e tão errado para trás. Descansar em paz, embora ele não tivesse ideia do que paz significava.

– Ninguém nunca se importou – ele sussurrou, mas quando ergueu o olhar para encarar Lilith uma última vez, não era ela que se encontrava diante dele. Era Valentim.

Ele estava do mesmo jeito que Sebastian se lembrava; os cabelos brancos brilhantes, o rosto frio, a feição dura, a roupa perfeitamente limpa e bem-passada. Diferentemente do último sonho que ele havia dito, Valentim parecia mais presente, mais real.

– Ninguém se importou? – Valentim repetiu, franzindo a testa. – Bem, eu fui a única pessoa que se importou com você, Jonathan. Eu te criei e eduquei para ser o melhor e mais forte Caçador de Sombras que existisse, embora você não pareça muito grato por isso.

Sebastian soltou uma breve risada cheia de ironia, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.

– Você só se importou consigo mesmo – disse, fuzilando Valentim com o olhar. – Você fala de Jocelyn ter me abandonado, mas você nunca foi melhor que ela, não é? Jace estava certo em uma coisa: você não queria um filho, apenas um soldado para você usar quando precisasse.

Valentim suavizou a expressão à menção de Jace; algo que Sebastian percebeu.

– O que ele tinha que eu não tinha? – Sebastian perguntou, estreitando os olhos. – Eu sempre fui mais forte, mais dedicado, mais determinado a fazer tudo o que você queria, antes mesmo de você pedir. Sempre me esforcei para seguir seus passos, tentar deixá-lo orgulhoso de mim! E mesmo assim, todo o amor que você podia oferecer, mesmo que pouco, era para ele!

Sebastian engoliu em seco, incapaz de sequer piscar os olhos e deixar que as lágrimas escorressem por seu rosto. Agora que estava morto, sentia uma necessidade inexplicável de cuspir tudo o que sempre quis ter dito para o pai.

– Isso não está em questão, Jonathan! Não entendo o porquê desse ódio todo entre... – Valentim começou a dizer, mas Sebastian o interrompeu.

– Não se trata de mim e Jace, se trata de mim e você – disse. – Você pode pensar que a educação que me deu foi boa o bastante para que eu pudesse agradecê-lo, mas de uma coisa eu tenho plena certeza; não sou nem um pouco grato pelas cicatrizes nas minhas costas, pela minha infância arruinada ou por ter que viver como um fugitivo. Você roubou as minhas escolhas antes que eu sequer pudesse ter a chance de fazê-las!

– Você nunca me pareceu insatisfeito com isso, Sebastian – rebateu Valentim, enfiando as mãos nos bolsos e abrindo um sorriso. – Pelo o que me lembro, você sempre gostou muito de mentir, manipular, matar. Estou errado?

Sebastian devolveu o sorriso, cruel e frio, assim como o pai.

– Você acaba desenvolvendo certo carinho pelas coisas que acha ser seu único talento, papai. Mas se tem uma coisa em mim, graças a você, que me deu muita satisfação foi ser melhor que você. Mais forte, mais poderoso, mais inteligente. O universo Nephilim sempre esteve mais nas minhas mãos do que nas suas. – Sebastian falou, provocando-o com o sorriso gelado ainda no rosto.

– Então por que nós dois estamos aqui, mortos, no Inferno? – Valentim perguntou e, em seguida, seus olhos sem vida brilharam. – É claro... Clary. Um ato muito corajoso e altruísta sacrificar a própria vida pela dela, não acha? Não se parece o Jonathan que conheço.

Sebastian não disse nada, apenas o encarou. Valentim havia mudado a expressão do rosto novamente, dessa vez parecia mais... intrigado. Sebastian desviou o olhar, preferindo encarar as próprias botas sujas de sangue seco. Ele imaginou se seria sangue de Jace.

– Nunca acreditei realmente que você pudesse gostar de alguém, além de si mesmo. Mas acho que me enganei, não é? – Valentim murmurou, os olhos brilhando. – Em nenhum momento achei que você ainda fosse o mesmo garoto que guardava uma foto da irmã no travesseiro, até que você se colocou na frente dela e recebeu o golpe em seu lugar. Só então eu percebi que você ainda era o mesmo, assim como seus sentimentos pela Clary.

– Deixe-me adivinhar – pediu Sebastian, a voz afiada. Encarou o pai com todo o desprezo e rancor que guardava dentro de si. – O amor me tornou fraco? Vai me ensinar que amar é destruir? Poupe a lição de moral, já estou morto mesmo.

Um vento quente atravessou Edom, fazendo as labaredas das chamas balançarem sobre os destroços. Sebastian sentiu algo dentro dele se acender, atraindo-o para o abismo de fogo próximo dali. Parecia que seu corpo, de alguma forma, respondia àquele lugar.

– O que acontece agora? – Sebastian perguntou, desviando o olhar. O ar quente fazia seus olhos arderem e lacrimejarem. – Ficarei preso aqui, com você, para sempre?

– O que esperava, meu filho? – Valentim deu de ombros e Sebastian pensou ter visto um lampejo vermelho atravessar seu olhar. – Não existe perdão para os seus pecados.

Sebastian lançou um último e demorado olhar para Valentim e, em seguida, virou as costas e se afastou. Com passos lentos, aproximou-se novamente da passarela escura no centro de um abismo vermelho e olhou para baixo. As larvas dançavam umas entre as outras, convidativas, ao som de um barulho alto e ao mesmo tempo distante, parecido com gritos. Ele imaginou se seriam gritos de almas e, de uma maneira estranha, aquilo quase o fez gargalhar.

– Eu sei – Sebastian sussurrou, embora não tivesse certeza se Valentim conseguia escutá-lo. – Acho que pertenço a esse lugar, mesmo.

Mas então, assim que as palavras saíram de sua boca, uma nova jorrada de vento invadiu o lugar. Dessa vez, carregava uma luz branca e brilhante que atravessou as chamas vermelhas e, Sebastian se virou para olhar, engoliu Valentim antes que ele sequer pudesse gritar. Sebastian assistiu enquanto o pai desaparecia no ar, sem deixar nenhum rastro. Se nunca mais encontrasse com ele, seria um alívio. Um peso a menos.

O vento continuou percorrendo Edom, lutando para combater o fogo à medida que ficava mais forte, mais intenso. Sebastian cogitou buscar um lugar para se segurar, até perceber que ele não parecia ser uma vítima do elemento, de fato. Seus cabelos e roupas voavam, mas ele permanecia parado no mesmo lugar, enquanto o vento quente limpava o cenário e todo o Inferno se tornava apenas um borrão. Inconscientemente, ele quase desejou que o vento também limpasse sua alma, se ao menos ele realmente tivesse uma.

Sebastian sentou-se no chão e abaixou a cabeça, tampando-a com os braços e afundando o rosto nos joelhos. Fraco, fraco, fraco. As vozes berravam na sua mente. Desistiu de tudo por uma garota? Decepção! O vento ficou mais forte. Jace teria sido melhor! Não é à toa que ele teve tudo o que você quis. Ele apertou mais os braços e fechou os olhos com força. Reconhecimento. Uma família de verdade. Clary.

Fraco, fraco, fraco.

E então, como se alguém lá em cima tivesse simplesmente apertado um botão, os ventos pararam subitamente. Um silêncio intenso tomou conta do lugar, mas Sebastian se recusou a abrir os olhos. Não queria encontrar ninguém, não queria mais ouvir as vozes dizendo aquelas coisas horríveis. Queria apenas o silêncio, tranquilo e pacífico. Sem fim.

No lugar em que ele se encontrava ou talvez apenas no fundo de sua mente, uma voz chamou o nome de Sebastian, apenas o seu nome. Uma voz doce, angelical e agradavelmente familiar. A voz de Clary.


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Notas finais do capítulo

"Paz, paz! Ele não está morto, não está dormindo,
Acordou do sonho da vida;
Somos nós que, perdidos em visões tempestuosas, mantemos
Com fantasmas um conflito inútil,
E em um transe louco, atacamos com a faca do nosso espírito
Vários nadas invulneráveis. Decompondo
Como corpos em uma câmara mortuária; medo e dor
Nos convulsionam e consomem dia a dia,
E esperanças frias se acumulam como vermes em nosso barro vivo."
— Percy Bysshe Shelley, "Adonais: an Elegy on the Death of John Keats"

◌◌◌ Antes que vocês comecem a me atacar 2
Me perdoem pela demora, sério! Mas eu tenho explicações: esse é meu ano de vestibular e o ENEM é agora no final de semana, então se eu quiser faculdade ano que vem preciso me sair bem. Tô estudando bastante, por isso não tive como atualizar a fanfic :( Mas prometo que assim que passar essa maldita prova, eu volto com tudo pra cá!
Quero agradecer MUITO pela recomendação maravilhosa que a Larisoft fez, eu fiquei muito feliz e me deu muita motivação pra continuar a escrever. De verdade, vocês são demais e eu estou longe de merecer tudo isso.
Enfim, deixem seus comentários sobre o capítulo! Eu tô sempre aqui observando e na próxima vez não demorarei tanto. Beijos e até logo xx