Os Últimos Morgenstern escrita por Luna MM


Capítulo 24
Mais uma alma perdida


Notas iniciais do capítulo

"Apagado o seu nome, então, registro mais uma alma perdida,
mais uma tarefa recusada, mais uma trilha não percorrida,
mais um triunfo do diabo e uma tristeza para os anjos,
mais um erro para o homem, mais um insulto a Deus!"
— Robert Browning, "The Lost Leader"



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Quando Clary voltou para a entrada do Instituto, a primeira coisa que ela viu foi fogo. As árvores que rodeavam o espaço na frente da igreja estavam queimando em chamas, as folhas caindo carbonizadas no chão. No centro do lugar, acontecia uma batalha entre Caçadores de Sombras e Crepusculares, ambos os lados travando uma luta que parecia não ter fim. Os Nephilim avançavam com as lâminas em golpes perfeitos, mas os Crepusculares eram muito mais ágeis e desviavam antes que a arma sequer passasse perto. Apertando os olhos, Clary tentou procurar por uma cabeça loira no meio daquele caos, embora ela não soubesse dizer se estava buscando por Jace ou Sebastian.

Ela começou a descer o degrau quando sentiu um toque gelado puxando-a de lado e se virou, inconscientemente esperando que fosse Sebastian. Mas não era. Com um alívio invadindo o peito, Clary reconheceu Simon, os cabelos escuros caindo em cima dos olhos e destacando a pele pálida de vampiro. Ele sorriu para ela, fazendo Clary sentir uma sensação reconfortante e agradavelmente familiar.

– Simon – ela disse, devolvendo o sorriso. Envolveu a cintura dele com os braços e encostou a cabeça em seu peito, onde seu coração um dia havia batido. E fechou os olhos com força. – Pelo Anjo, você não sabe como é bom te ver.

– Eu posso ter uma ideia – respondeu ele, abraçando-a de volta e apoiando gentilmente o queixo no topo da cabeça dela. – Normalmente, aqui seria um ótimo lugar para conversar sobre o que aconteceu e toda aquela história, mas não com uma batalha rolando por aqui. Sem chance.

Clary se afastou de Simon e olhou para onde ele observava: armas reluzindo e gritos de dor num turbilhão de vermelho e preto. Ela afastou o olhar logo em seguida, temendo encontrar algum rosto conhecido.

– Suponho que também não aprove o que eu fiz – Clary falou para Simon, apertando os lábios. – Eu só quis encontrar um jeito de consertar as coisas e proteger todo mundo, mas acho que só piorei o que já estava ruim... e agora todos estão em perigo... a culpa é minha...

– Não aprovo a maioria das coisas que você faz, Fray – Simon interrompeu, o tom de voz tão natural como se estivessem discutindo sobre qual sabor de pizza pedir no sábado à noite. – Mas eu confio mais em você do que em mim mesmo. Sei que por mais que a situação possa parecer maluca e surreal, no fundo tudo faz muito sentido para você. Você é esperta e de algum jeito sempre faz tudo dar certo no final, talvez seja por isso que você conseguia ganhar de mim no videogame mesmo não entendendo nada do que acontecia.

Clary sorriu, tocando a mão dele carinhosamente. Desde que eram crianças, Simon havia estado presente em todos os momentos importantes de sua vida, conhecendo cada pequeno detalhe sobre ela. De certa forma, Clary podia muito bem dizer que ele havia sido o irmão que Valentim havia tirado dela. E por alguma razão, ela se perguntou se Sebastian teria sido como Simon se tivesse crescido junto dela, se os dois também teriam se tornado uma dupla inseparável, mas ela nunca saberia dizer. Ela nunca saberia.

– E realmente faz sentido... ou pelo menos costumava fazer – Clary acrescentou, sorrindo com os lábios fechados. – Mas agora não tenho tanta certeza se o que eu fiz solucionou alguma coisa. Às vezes tenho a impressão de que eu estive lutando por uma causa perdida, sabe? Como se apesar de todos os meus esforços, eu estivesse sempre parada no mesmo lugar.

Não estava mentindo. Apesar de não se arrepender, Clary desconfiava que não havia feito nenhum progresso com Sebastian, ou então ele não estaria marchando em guerra naquele momento. Uma guerra que ela podia muito bem ter causado, mesmo que indiretamente. Afinal, se não fosse por ela, Jace teria queimado Sebastian com fogo celestial naquela noite em Toronto, embora fosse impossível dizer o que realmente teria acontecido.

– Bem, seja qual for a sua escolha, conte comigo – Simon disse. Então sorriu, acrescentando: – Já compartilhamos tantos momentos juntos que as nossas histórias poderiam escrever uma nova Bíblia.

Clary gargalhou, a voz saindo rouca, como se não fizesse isso há muito tempo.

– Mas é claro, lembra-se daquela vez que te arrastei para um mundo sobrenatural cheio de demônios e você acabou virando um vampiro? – Clary falou, ainda rindo. Os dois ali dando risada e relembrando histórias quase fazia parecer que estavam de volta à vida normal, quando tudo era mais simples e ninguém corria o risco iminente de ser morto a qualquer instante.

– Foi divertido – concordou Simon e, em seguida, ficou sério. – Mas eu falo sério, Clary. Seja para que mundo você queira ir ou na companhia de quem, eu sempre apoiarei você. Nunca se esqueça disso, Fray. Estarei sempre ao seu lado, não importa o que aconteça.

Clary assentiu, mas não achou nada bom o bastante para dizer. De certa maneira, não havia palavras bonitas o suficiente que pudessem dizer o que Simon representava para ela e o quanto ela sentiria sua falta, caso não permanecesse no Instituto. Não queria pensar que aquilo era uma despedida, mas só de pensar em viver longe de Simon, o coração de Clary parecia fraquejar. Ele era parte da família dela; parte de sua vida anterior e sua vida atual. Ele era Simon, afinal, o seu Simon.

Demorando mais alguns minutos num abraço silencioso e apertado – Clary jurava ter sentido suas costelas reclamarem – Simon se afastou, provavelmente indo procurar por Izzy na multidão, deixando Clary sozinha com uma sensação de vazio no peito. Antes de ele sumir na multidão, ela quase podia jurar que havia visto suas presas descerem.

Com passos cautelosos, ela caminhou entre os Caçadores de Sombras e Crepusculares, abrindo espaço sem atacar ninguém, mas com a mão no cabo da espada por pura proteção. Numa parede oposta ao Instituto, um Portal se abriu e dezenas – ou talvez centenas, Clary não sabia dizer – de Caçadores de Sombras apareceram, possivelmente convocados de Idris por Jocelyn ou Maryse. Mas apesar do grande número, ainda não pareciam realmente páreo para a quantidade de Crepusculares que surgiam cada vez mais.

Com o canto do olho, Clary viu um Caçador de Sombras que ela reconhecia de uma das reuniões do Conselho de joelhos no chão, as mãos na garganta. Ele tossia, expelindo um líquido escuro que escorria pela boca. Clary se aproximou devagar e deduziu que ele havia bebido do Cálice Infernal. As runas Nephilim pareciam queimar, causando gritos altos de dor no Caçador, e desapareciam deixando rastros vermelhos na pele. Lentamente, ela desembainhou a própria espada e enfiou a lâmina no peito do homem, murmurando um sinto muito silencioso com os lábios. Ele continuou agonizando em dor por alguns instantes e, em seguida, seu corpo ficou pesado, imóvel. Uma morte misericordiosa parecia menos cruel do que deixá-lo ali, sofrendo enquanto suas runas eram arrancadas de si, ela pensou.

Ainda com a espada desembainhada na mão, Clary saiu dali em passos apressados, disposta a encontrar Sebastian. Tinha certeza de que ele estava ali, em algum lugar. O que ele diria quando a visse? Será que estaria com raiva dela por ter fugido, ou talvez aliviado por reencontrá-la? Só o que Clary sabia era que precisava encontrá-lo antes de Jace, porque de algum jeito ela pressentia que algo muito ruim estava para acontecer.

Um pouco distante do local de batalha, Clary achou que avistou Sebastian, com as roupas pretas e os cabelos louro-prateados. Imediatamente, ela se apressou em correr até ele, mas parou quando viu que ele não estava sozinho. Jocelyn estava a alguns metros dele e os dois pareciam estar envolvidos em uma discussão.

Tentando passar despercebida, Clary se colocou atrás de um tronco de árvore e escutou atentamente a conversa.

– Depois de todo esse tempo, ela chega aqui te defendendo com garras e dentes... – Jocelyn dizia, o tom de voz indignado, acusatório. Ela estava com a mão pousada no cinto de armas, os dedos firmes ao redor do cabo da espada, assim como Clary. – O que você fez com ela?

Sebastian fez uma careta, fingindo que havia se ofendido.

– Ora, mãe – ele disse, pronunciando aquela palavra como se fosse um palavrão feio. – Que feio achar que eu poderia ter feito algo de ruim com a minha própria irmã. Clary apenas passou um tempo comigo, algo que certamente você desconhece.

– Você a envenenou contra mim, sua própria família – Jocelyn sibilou, aproximando um passo do filho, ainda que cautelosa.

Eu sou a família dela – rebateu Sebastian. Clary percebeu que ele estava com as mãos vazias, apesar da espada prateada estar presa ao cinto, ao lado do Cálice Infernal.

Jocelyn balançou a cabeça e levou a mão livre aos cabelos bagunçados.

– É claro que você não faria nada de mal para Clary... você precisa que ela esteja aqui, não é? – Jocelyn falou, os olhos brilhando. – Seu triunfo não significa nada se ela não estiver aqui para ver.

Sebastian estreitou os olhos, numa expressão confusa, parecendo não entender onde a mãe queria chegar com aquilo.

– Você acha que não herdou nada de mim, mas herdou – Jocelyn murmurou. Ela arriscou se aproximar mais um pouco. – O que você sente por ela, apesar das circunstâncias, ainda é amor. Isso veio de mim.

Amor? Sebastian recuou um passo, sem sequer perceber. Seu rosto adquiriu uma expressão assustada e, pela primeira vez durante muito tempo, Clary percebeu que ele realmente parecia estar apavorado e até indefeso, as barreiras de proteção pareciam ter sido derrubadas.

– Isso é fraqueza – Sebastian falou, tentando retomar a expressão dura e fria, apesar da dor claramente estampada em seu olhar. – A pior das fraquezas.

Clary encostou-se mais no tronco de árvore, sentindo um calafrio percorrer seu corpo.

– Jace não foi o único que recebeu um dever de casa sobre amor – Sebastian sussurrou, tão baixinho que Clary teve que se inclinar para escutar. – A diferença é que eu aprendi a lição.

Então, num piscar de olhos, Sebastian voou até Jocelyn e chutou a arma dela para longe, em seguida pegando a própria espada e pousando a ponta da lâmina no pescoço da mãe, a cena toda mal durando um segundo. Clary prendeu a respiração e cogitou entrar em cena, mas suas pernas se recusavam a dar um passo sequer.

– Jonathan – disse Jocelyn, esticando o pescoço para tentar se manter longe da lâmina. – Valentim está morto e ninguém além dele tem culpa pelas coisas que ele fez com você, você sabe disso.

– Você tem culpa! – Sebastian gritou, cerrando o punho da mão livre. Os olhos dele estavam mais escuros que o normal, os cabelos louro-prateados caindo por cima dos olhos. – Eu era o seu filho, seu primeiro filho, e você nem ao menos me deu uma chance!

– Eu achei que você estava morto, eu vi os seus ossos queimados! – Jocelyn respondeu também elevando a voz, mas tentando se manter imóvel. Ela olhou para o lado, procurando por alguma ajuda, mas não havia ninguém que não estivesse lutando.

Sebastian balançava a cabeça sem tirar os olhos da mãe, os dedos agarrados ao cabo da espada. De onde Clary estava, não conseguia mais enxergar seu rosto.

– Teria feito diferença saber que eu estava vivo? – Sebastian perguntou, umedecendo os lábios. – Mesmo sabendo do meu sangue, teria feito diferença? Você teria me amado?

Por um momento, Jocelyn não respondeu. A poucos metros dali a batalha ainda acontecia ferozmente; alguns guerreiros estavam no chão, as runas sumindo à medida que a Transformação acontecia. Caçadores de Sombras chorando enquanto seguravam os corpos de Crepusculares mortos, de alguém que foi amigo, irmão, parabatai. Em todos os cantos da luta, havia sangue e dor, gritos de raiva e tristeza, sentimentos de ódio e perda.

– Jonathan, eu segurei você nos meus braços. Eu olhei nos seus olhos e não havia alma em você – Jocelyn por fim choramingou, uma lágrima solitária caindo pelo rosto. Ela apertou os lábios. – Você não era nada parecido com o meu bebê, Valentim havia arrancado o que havia de bom em você!

– Como você podia saber disso? Você nem ao menos me conhecia! – Sebastian rebateu, gritando, fazendo Clary estremecer com a dor no seu tom de voz. Apesar de não poder ver seu rosto, ela imaginou se havia alguma chance de ele chorar. – Você podia ter procurado por mim e tentado recuperar o tempo perdido, tentado reverter o que ele havia feito. Eu ainda era o seu filho!

Clary pensou ter visto a lâmina que Sebastian segurava tremer, mas suas mãos ainda estavam firmes. Jocelyn havia se apoiado contra o muro atrás de suas costas, o olhar assustado começando a tomar conta do rosto.

– Eu cresci achando que minha mãe havia desistido de mim – Sebastian continuou. Ele apertou mais o cabo da espada e uma linha fraca escarlate apareceu na pele de Jocelyn. – Por muito tempo, eu ainda esperei que você voltasse para me buscar, que me tirasse do Inferno que era aquele lugar. Mas você nunca voltou, não é mesmo?

– Não faça isso, Jonathan – ela pediu, e havia certa faísca de incerteza em sua voz, como se ela não estivesse certa de que ele seria capaz de matar a própria mãe. – Não faça isso consigo mesmo.

– Por que não? – Sebastian perguntou com a voz rouca, erguendo uma das sobrancelhas. Havia algo de desesperado no modo como ele agia, nem um pouco parecido com o Sebastian de antes. – Eu sou uma aberração, não sou? Um demônio, um monstro. É isso que pessoas como eu fazem.

Quase que em câmera lenta, Clary viu quando a espada se moveu na mão de Sebastian. Ela viu sua mãe fechar os olhos e murmurar, numa prece silenciosa. A batalha parecia ter congelado no tempo. Os pés de Clary se moveram mais rápido do que ela achava que podiam e num piscar de olhos, ela estava ao lado do irmão, mas ele havia parado o movimento quando sentiu a presença dela. Delicadamente, Clary colocou a mão em cima da mão dele que segurava a espada e a abaixou.

– Não, você não é assim – ela sussurrou, apenas para ele ouvir. Devagar, Sebastian ergueu o olhar e pareceu enxergá-la pela primeira vez, enxergar que ela estava ali com ele. Olhou no fundo dos olhos verdes dela e em seguida, para a mão dela cobrindo a dele; naquele momento, Clary pensou ter visto um olhar confuso no rosto de Sebastian, como se ele não soubesse exatamente o que deveria fazer com aquela espada.

Jocelyn abriu os olhos e enxergou a cena; olhou para os dois filhos, a mão de Clary sob a de Sebastian, e sua expressão se alterou rapidamente. Com um súbito choque, apesar das circunstâncias, ela finalmente entendeu o que estava acontecendo; Sebastian havia relaxado a postura, assumido um olhar diferente, mais leve. De certa forma, quando ele estava perto de Clary, tornava-se menos maligno e cruel, mais humano. E em Clary, parecia jorrar compaixão, confiança e, sobretudo, esperança.

Ela chegou a abrir a boca para arriscar dizer algo para os filhos, mas não sabia que palavras usar. Que sentia orgulho por eles estarem unidos, como qualquer outra mãe sentiria? Clary fez um gesto com a cabeça em direção à batalha, indicando que Jocelyn deveria sair de perto dali. Por favor, Clary disse com os lábios quase fechados. E Jocelyn sentiu-se um pouco grata por se afastar, embora não soubesse explicar o porquê.

Depois da saída da mãe, Clary voltou-se para Sebastian, que mantinha a cabeça baixa. Ela pegou a espada Morgenstern com a mão livre e embainhou no cinto de armas de Sebastian, sem soltar a mão que segurava a dele. Suavemente, ela tirou uma mecha de cabelo de cima de seus olhos e passou a mão por seu rosto num gesto carinhoso, percebendo então, com surpresa, que estava molhado de lágrimas. Ele ergueu o olhar e limpou o rosto, parecendo assustado ao notar que havia chorado, como se aquilo fosse algo totalmente desconhecido para ele. E talvez fosse mesmo.

– Sinto muito – Clary disse, devagar. As palavras saíram de sua boca automaticamente, sinceras. – Por tê-lo deixado e vindo para cá. Eu deveria ao menos ter dito que não estava totalmente ao seu lado quanto você pensava.

Sebastian a olhou por um instante e, em seguida, soltou um suspiro cansado.

– Acha que eu não sabia que você iria embora? – Disse, tirando as mãos dela do rosto dele, mas sem soltá-las. – Eu soube no momento em que você decidiu, mas acho que de algum jeito eu ainda esperava que você mudasse de ideia.

– Então, por que não tentou me impedir? – Clary perguntou, entortando a cabeça num gesto confuso.

– Você é livre para ir embora quando quiser – Sebastian deu de ombros. – Você não é minha prisioneira, Clary. Você é minha irmã.

Clary abriu um sorriso torto, sentindo algo derreter em seu peito. No fundo, aquilo reacendeu a chama de esperança dentro dela.

– Não pode simplesmente parar a guerra, Sebastian? – Clary pediu, apertando as mãos dele. Ela queria implorar, arrastá-lo para longe dali, acabar com tudo aquilo que ainda estava acontecendo. – Eu prometo que vou a qualquer lugar com você, mas por favor, dê um fim nisso. Já houve mortes demais.

Ele hesitou, parecendo considerar a proposta verdadeiramente, sem qualquer resquício de sarcasmo ou maldade. Mas então piscou os olhos, balançando a cabeça.

– É tarde demais – falou, desviando o olhar por um segundo para observar os guerreiros. Apertou os lábios. – Precisa ter um fim.

– Existem outras maneiras de dar um fim para isso – argumentou Clary. Ela podia sugerir um cessar-fogo que garantisse ao menos a paz entre os dois lados, se Sebastian desistisse do ataque aos Nephilim, embora ela achasse o apocalipse zumbi mais possível de acontecer do que uma trégua entre os amigos e o seu irmão.

– Mas essa é minha maneira de terminar as coisas, irmãzinha – rebateu Sebastian, abrindo um sorriso torto, como de costume.

Num movimento rápido, ele a empurrou contra o muro de pedra e pressionou seu corpo contra o dela. Sebastian tomou o rosto de Clary nas mãos e encostou os lábios nos dela, acendendo uma faísca quente dentro de seu peito. Mas Sebastian não estava agarrando ela com a urgência de sempre; ele estava apenas a beijando. Havia algo que simbolizava a total diferença entre Sebastian e Jace, ela havia notado; enquanto com Jace as coisas eram sempre as mesmas, com Sebastian era tudo imprevisível. Ele podia ser feroz e agressivo, como parte de quem ele era, mas também podia ser delicado e até cauteloso, quase como um menino jovem que está aprendendo a amar. Viver com Sebastian era sempre uma surpresa, todos os dias.

– Nós vamos acender o fogo, irmãzinha – Sebastian disse, se afastando apenas o suficiente para olhar nos olhos de Clary. – E vamos assistir o mundo queimar.

Havia um sorriso frio no rosto de Sebastian, mas quando Clary ergueu a cabeça para encará-lo, viu algo de muito diferente nos olhos escuros dele. Ela viu incerteza.


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Notas finais do capítulo

a guerra começou! o/ e como eu sou uma escritora boazinha, não matei ninguém... ainda *risada maléfica* mas sério, quem tiver problemas de coração já prepara a medicação pro próximo capítulo (que vou começar a escrever logo, prometo) e deixem comentários dizendo o que acharam desse capítulo, suas opiniões e previsões, sei lá! apenas saiam das sombras heushs enfim, espero que tenham gostado e até logo xx

(pra quem quiser: dei uma atualizada na trilha sonora da fanfic, o link ta na página inicial da história)